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Agência de Notícias

Sindjus-AL realizará assembleia geral para decidir sobre eleição de delegados da Plenária da Fenajufe e Dia de Mobilização contra a PEC 241

O Sindjus-AL realiza, nesta quarta-feira (19), assembleia geral às 15 horas, em sua sede, para tratar da mobilização nacional contra a PEC 241/2016, que congela os orçamentos dos poderes, investimentos dos serviços públicos e salários dos servidores por 20 anos.
 
Na assembleia geral, haverá eleição de Delegados de Base/Observadores/Suplentes de Delegado de Base e Observadores da XX Plenária Nacional Extraordinária da Fenajufe, que ocorrerá no período de 24 a 27 de novembro, em Brasília.
 
Na Plenária, os Delegados de Base participarão das discussões e deliberações das propostas de Resoluções apresentadas ao 9º Congrejufe (acesse pelo link: http://www.fenajufe.org.br/images/Resolucoes9.pdf) que foram remetidas para apreciação da Plenária Nacional.
 
Os servidores definirão sobre a participação da categoria no Dia Nacional em Defesa do Serviço Público no dia 24 de outubro. Nesse dia, o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende colocar no segundo turno de votação a PEC 241/2016.
 
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), junto com as centrais sindicais, como a CSP-Conlutas, indica a primeira quinzena de novembro, com data de referência o dia 9 de novembro, para a deflagração da greve geral.
 
Assembleia Geral
 
Dia: Quarta-feira (19)
Horário: 15 horas
Local: Sede do Sindjus-AL - Rua Engenheiro Roberto de Menezes (antiga Rua da Praia), 102 - Centro – Maceió-AL. 
 
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Sindjus-AL debaterá com a categoria a participação no Dia Nacional de Luta Contra a PEC 241 
 
O Sindjus-AL realizará assembleia geral, nesta quarta-feira (19), para definir com os servidores do Judiciário Federal e do MPU a participação da categoria no Dia Nacional de Luta Contra a PEC 241/2016. Assembleia geral ocorrerá na sede do Sindjus-AL (antiga Rua da Praia, 102 – Centro), a partir das 15 horas.
 
A mobilização nacional está marcada para o dia 25 de outubro, mas poderá ser antecipada para o dia 24, pois nessa data a Câmara dos Deputados poderá votar a PEC 241 em segundo turno. 
 
O Dia Nacional de Luta marca também o movimento de construção da greve geral do Fórum das Entidades do Serviço Público Federal (Fonasefe) em conjunto com as centrais sindicais, federações e sindicatos. Pelo calendário de mobilização, a indicação da greve geral é para a primeira quinzena de novembro, com data de referência no dia 9/11.
 
As maldades da PEC
 
A PEC 241 estabelece limite nos investimentos dos serviços públicos e dos poderes por 20 anos. Mesmo que o Estado aumente a arrecadação e haja recursos disponíveis, não haverá aumento do limite. 
 
Essa PEC garante recursos para ‘as empresas estatais não dependentes’ (Projeto de Lei do Senado 204/16) que faz parte de um esquema fraudulento cuja a finalidade é transferir recursos públicos para o setor financeiro. Além disso, não há limite para pagamento dos juros da dívida pública, que já consomem 45% do orçamento da União, ou seja, quase R$ 1 trilhão.
 
A PEC representa um caos na vida dos brasileiros, que mais precisam dos serviços públicos, e favorece apenas os setores que concentram rendas e riquezas. Contra isso, os trabalhadores são convocados para dar um basta à política de ajuste fiscal que implica em cortes sociais, congelamento de salário, proibição na realização de concurso público, não pagamento de direitos dos servidores, rebaixamento do poder aquisitivo e na piora das condições de vida da população, privatização e desmonte dos serviços públicos.
 
Mais ataques
 
O protesto nacional também é contra as propostas de reformas trabalhista e previdenciária, que estão sendo anunciadas pelo governo Temer. A reforma trabalhista buscará aumentar a carga horária diária de 8 para 12 horas, e a Previdenciária aumentará a idade mínima de aposentadoria para 65 anos de homens e mulheres, além da contribuição previdenciária que poderá passar de 11 para 20%.
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SINDJUFE-BA requer pagamento de indenização de transportes antecipadas para os Oficiais de Justiça - leia mais Informes do Sindjufe (BA)

Sindjufe/BA

O SINDJUFE-BA protocolou Requerimento Administrativo junto ao Conselho da Justiça Federal, em que pleiteou o pagamento antecipado da indenização de transportes, em cumprimento a Resolução 153, de 2012, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com pedido de Liminar. O pedido de Liminar foi indeferido pelo relator, tendo seu tramite continuado, registrado no processo de pedido de providências CJF-PPP-2015-0006, de 10 de agosto de 2015. 

A entidade vai continuar a luta em favor dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais, tanto para reaver os prejuízos causados com a utilização de veículo próprio para as diligências, como o seu pagamento antecipado, uma vez que não é razoável o servidor adiantar valores remuneratórios de seu trabalho para custear despesas em que o Estado tem obrigação de antecipar. A regra atual viola o princípio da irredutibilidade remuneratória, uma vez que o dinheiro do trabalho não pode ser confundido com o direito a indenização pelos custos das diligências, que são indenizatórias e devem ser pagas antecipadamente. 

O salário do trabalhador é para ser utilizado com os gastos pessoais e de sua família e não para custear despesas indenizatórias do Estado UNIÃO.  

 

Ciclo de debates do SINDJUFE-BA começa discutindo Reforma Trabalhista no TRT 

Enquanto o Congresso votava a PEC 241, que limita gastos públicos por 20 anos, cortando direitos sociais, dentre outros impactos. Servidores, magistrados e advogados participavam do 1° dia do Ciclo de Debate contra os Projetos que atacam os Trabalhadores, no TRT do Comércio, nesta segunda-feira (10). 

O tema do debate foi sobre Reforma Trabalhista, justamente no órgão que mais sofre atualmente com tentativa de desmonte pelo governo como uma forma de priorizar o poder econômico e deixar o trabalhador fragilizado. A tônica dos presentes foi a mesma: é preciso unir esforços contra as medidas nefastas que prejudicam os trabalhadores. 

Em sua fala, a juíza e vice-presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra), Angelica de Mello, alertou sobre o risco da Justiça do Trabalho fechar as portas. “Estamos aqui para proteger diariamente os direitos dos trabalhadores que não estão sendo cumpridos na CLT e Constituição Federal, mas esse ano tivemos um grande empecilho que foi a limitação orçamentária e uma possibilidade concreta de não funcionarmos até o final do ano. Se as coisas continuarem assim não teremos dinheiro para o ano que vem.”

A reforma trabalhista já vem sendo construída pelo STF, de acordo com Iuri Falcão com medidas como o negociado sobre o legislado e a súmula 331.

Dentro do rol da flexibilização, o sociólogo também criticou as terceirizações denominada por ele como “a grande falácia que gera aumento de emprego”. Segundo Iuri Falcão, a terceirização é uma forma de tragédia social, já que o trabalhador tem carga horária maior, dificuldade de identificar o patrão, além de que os terceirizados sofrem com a alta rotatividade e estão mais impostos a precárias condições de trabalho. “Espanha e Portugal são claros exemplos de como as reformas trabalhistas geraram mais desemprego”, completou Falcão.

Para o advogado trabalhista, Cláudio Andrade, a PEC 241, o PLP 257 são medidas com efeitos nefastos, pois repercutirá na qualidade dos serviços prestados à população. “Estas mudanças implicam aperto geral. O sacrifício é todo em cima do trabalhador para que as empresas tenham mais competitividade e o governo possa pagar juros”, assegurou Cláudio Andrade. 

O Ciclo de Debates continua nesta terça-feira (11) na JF com outro importante tema: “Reforma da Previdência”, no dia (21) sobre Auditoria da Dívida Pública, no TRE e termina (22) no clube do SINDJUFE-BA, sobre Mudanças na Fenajufe. Não deixe de comparecer!

 

SINDJUFE-BA e servidores fazem pressão a parlamentares no aeroporto contra PEC 241 

Nesta segunda-feira, 10, dia emblemático para classe trabalhadora de todo o Brasil, SINDJUFE-BA e servidores estiveram no aeroporto pela manhã pressionando parlamentares contra à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 241/2016, que limita, por 20 anos, as despesas primárias da União aos recursos do ano anterior corrigidos apenas pela inflação do período.

O grupo esteve conversando com os parlamentares e com a população que transitava pelo local, numa tentativa de convencimento sobre os impactos nefastos do projeto. 

A PEC 241 que impõe impactos a direitos sociais, pois propõe congelamentos dos recursos destinados à área social, infraestrutura, e despesa com pessoal por duas décadas, para aumentar o superávit primário e destinar recursos ao pagamento de juros e amortização da dívida pública.

Em nota técnica, a Procuradoria Geral da República enviou nota ao Congresso Nacional classificando a PEC 241 como inconstitucional, por ofenderem a independência do Legislativo e Judiciário. 

Votação

Quebrando o intervalo previsto de duas sessões entre a votação na Comissão Mista e no Plenário da Câmara, os deputados federais deram início à votação, nessa segunda-feira (10), da PEC 241/2016, que altera o regime fiscal, propõe o congelamento dos recursos destinados às áreas sociais, infraestrutura e despesa com pessoal por duas décadas, para aumentar o superávit primário e destinar recursos ao pagamento de juros e amortização da dívida pública. 

De acordo com o regimento da Câmara, seria necessário o interstício de duas sessões entre a deliberação na Comissão Mista e no Plenário, mas os parlamentares votaram na manhã dessa segunda por suspender esse prazo. 

Durante toda a segunda, deputados favoráveis e contrários à PEC 241/2016 discursaram sobre a proposta. Enquanto a base de apoio ao governo pressionava para votar a PEC ainda nessa segunda, os deputados de oposição ressaltavam a necessidade de ampliar o tempo para debate sobre a PEC 241, para expor à sociedade as arbitrariedades contidas na proposta. Até o encerramento dessa matéria, os deputados já haviam iniciado os debates, mas ainda não tinham concluído a votação em primeiro turno. 

Com informações do ANDES-SN, com alterações 

 

SINDJUFE-BA trata sobre remoção de servidores e desmonte do TRT com a presidência do órgão 

SINDJUFE-BA trata sobre remoção de servidores e desmonte da Justiça do Trabalho em reunião com presidência do TRT 

 Em reunião com a desembargadora, Maria Adna Aguiar, presidente do TRT, nesta quarta-feira (5) o SINDJUFE-BA tratou sobre o concurso de remoção dos servidores, transformação de cargos de OJAFS, necessidade de convocação de concursados e de mobilização contra o desmonte da Justiça do Trabalho. Participaram da reunião os diretores sindicais: Alex Souza, Cátia Soares, Francisco Filho, Frederico Rodrigues e Ângelo Carvalho e os servidores Diego Amorim e Vanessa Melo, ambos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais em exercício no interior do Estado da Bahia.  

 No que tange a remoção de servidores regulamentado pelo Ato TRT5 nº 119, de 14 de março de 2014, tem havido reclamações sobre a vigência atual, necessitando de um melhor debate e regras de movimentação de servidores visando o andamento da fila de espera. Fica sob avaliação da Administração do TRT5 marcar uma reunião da mesa de negociação permanente.   

Já a transformação dos cargos de OJAFS realizado pelo TRT5, o SINDJUFE-BA foi informado que atualmente o Tribunal tem estado sob a autorização de nomeações pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT/TST), em função de previsão na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO). 

A administração está aguardando a liberação de recursos ligados ao orçamento do Tribunal para que possa dar a devida atenção aos cargos e nomeações dos Oficiais de Justiça. A presidente afirmou que está intercedendo e tomando as providências possíveis, no entanto, o maior impedimento é do CSJT que precisa conceder a devida autorização. 

O diretor sindical, Francisco Filho, contestou a transformação do cargo de Oficiais de Justiça em Analista Judiciário, medida que acarreta prejuízos para a remoção dos servidores e também a prestação jurisdicional de execução. O diretor também lembrou que nas cidades de Barreiras, Teixeira de Freitas e Juazeiro tem comprovada a escassez de oficiais de Justiça mesmo com as vagas já previstas. 

O déficit de oficias de Justiça no interior do estado gera um novo agravo, pois estas regiões sofrem com serviço represado. Nestas áreas, os oficiais estão sobrecarregados com mandados. “Temos concurso, podemos nomear, mas no momento não estamos autorizados, sei que os oficiais de Justiça sofrem o impacto neste momento com o congelamento de quadro de pessoal. Estamos atentos e sei que o sindicato também está”, afirmou a desembargadora.

 Desmonte da Justiça do Trabalho

Os cortes ofensivos que a Justiça do Trabalho passa compromete a convocação de novos servidores, o SINDJUFE-BA tem reiterado e convocado a sociedade contra estas severas medidas que visam provocar o desmonte do órgão. 

O diretor sindical Alex Souza convocou a presidência para participar do Ciclo de Debates sobre as reformas trabalhista e da Previdência a ser realizado no próximo dia (10) de outubro, no TRT do Comércio, às 14h. “Precisamos informar nossos colegas e lutar contra o atropelamento de nossos direitos”, disse o diretor. 

“A nossa luta aqui é coletiva, pois sabemos o que presta a sociedade a Justiça do Trabalho, o que está por trás disso é a diminuição de servidores. Precisamos fazer passeatas nas ruas, pensar em novas formas de mobilização”, terminou Francisco Filho.  

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Assembleia geral no RS aponta unidade da categoria e aprova paralisação no dia 25/10 e participação na greve geral, em novembro, contra ataques a direitos

Assembleia geral aponta unidade da categoria e aprova paralisação no dia 25/10 e participação na greve geral, em novembro, contra ataques a direitos  

Sintrajufe/RS.
Rosane Vargas 

Unidade na luta dos trabalhadores contra ataques a direitos, como os representados pela PEC 241/16 e a reforma da Previdência, foi o que apontou a assembleia geral do Sintrajufe/RS no sábado, 8. A categoria aprovou participação na paralisação de duas horas no dia 25 de outubro, com ato em frente ao TRT4, e participação na greve geral de 24 horas no dia 9 de novembro (ou outra data que for tirada pelas entidades) e no ato unificado que vier a ser construído. 
 
No início da assembleia, o diretor do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira deu informes, nos quais falou sobre a PEC 241/16, que congela investimentos públicos por 20 anos. O dirigente explicou que a PEC já foi aprovada na Comissão Especial da Câmara e que o governo de Michel Temer (PMDB) faz um grande esforço para aprovar a proposta ainda nesta semana. Lembrou que o Sintrajufe/RS esteve em Brasília, nas mobilizações dos trabalhadores contra a PEC e, nesta segunda-feira, 10, envia nova caravana. É preciso que a campanha se fortaleça, ressaltou o dirigente, informando que o Sintrajufe/RS fez uma transmissão ao vivo, na sexta-feira, para dar esclarecimentos sobre a PEC 241/16. Também foram dados informes sobre as reuniões e andamento dos debates na Comissão Interdisciplinar do STF que revisa a lei 11.716/06 (PCS) e agrega elementos de carreira.  
Quando foi aberto espaço para debates, a maior parte das intervenções focou na necessidade de unidade do conjunto dos trabalhadores para barrar as reformas propostas por Temer. A PEC 241, Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista foram mencionadas diversas vezes ao longo das falas. Vários colegas salientaram a gravidade do momento para o serviço público, razão pela qual as diferenças existentes entre os grupos organizados que atuam na categoria precisam ser postas de lado. 
 
Em regime de votação, foi aprovada, com uma abstenção e sem votos contrários, a proposta apresentada pela direção do Sintrajufe/RS: paralisação de 2 horas no dia 25 de outubro, Dia Nacional em Defesa do Serviço Público, e paralisação de 24 horas no dia 9 de novembro, dia de greve geral contra a retirada de direitos.

 
Assembleia elege delegados para Plenária da Fenajufe
 
Os presentes à assembleia também elegeram os delegados para a XX Plenária Nacional Extraordinária da Fenajufe, de 24 a 27 de novembro, em Brasília. A Chapa 1 – Luta Sintrajufe, defendida ao microfone por Ruy Almeida e Cristiano Moreira, obteve 54 votos e elegeu 7 delegados; a Chapa 2 – Base na Luta, defendida ao microfone por Paulo Oliveira, fez 17 votos e elegeu 2 delegados; a Chapa 3 – Democracia e Luta – Oposição Sintrajufe, defendida por Zé Oliveira, fez 19 votos e elegeu 3 delegados; a Chapa 4 – Interior, defendida por Rosana dos Anjos, obteve 3 votos e não elegeu delegados. 

Ação judicial pela retroatividade da reposição salarial 

A assembleia geral também aprovou que o Sintrajufe/RS ingresse com ação coletiva cobrando reposição salarial retroativa a junho de 2016. Estavam presentes os advogados Felipe Néri Dresch da Silveira e João Carlos Rosito do escritório Silveira, Martins, Hübner Advogados, que presta assessoria jurídica ao sindicato. 
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[Carreiras Exclusivas] Diretora do foro da Justiça Federal atende pedido do SITRAEMG

Em ofícios remetidos às presidentes do STF e do STJ, magistrada se posiciona “desfavoravelmente” às carreiras exclusivas para os tribunais superiores

Sitraemg/MG 

No dia 8 de setembro, o SITRAEMG protocolou na Seção Judiciária de Minas Gerais o ofício nº 11/2016, solicitando à diretora do foro da Justiça Federal em Minas Gerais, juíza federal Simone dos Santos Lemos Fernandes, apoio à categoria contra a criação de carreira exclusiva para os servidores dos tribunais superiores.  Esse apoio, sugeriu o Sindicato, poderia ser através de ofícios remetidos aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se posicionando contra a possibilidade de criação da referida carreira exclusiva para os tribunais superiores. 

Atendendo ao apelo do Sindicato, a diretora do foro da Justiça Federal encaminhou, em 27/09, ofícios às presidentes do STF, ministra Carmen Lúcia, e do STJ, ministra Laurita Vaz. 

Confira cópias dos ofícios: 

Ofício do SITRAEMG

Ofício da diretora do foro à presidente do STF

Ofício da diretora do foro à presidente do STJ

Confira a mensagem enviada pela diretora do foro às presidentes dos dois tribunais: 


“Excelentíssima Senhora Presidente,

Sensibilizada pela manifestação do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal – SITRAEMG, veiculada no Ofício n.11/2016 (cópia anexa), entendo por bem solicitar a V. Exa. especial atenção no andamento do projeto de criação de carreira diferenciada para servidores dos Tribunais Superiores, já que providência dessa natureza acaba por desvalorizar os serviços de primeiro grau e desestimular a carreira dos que trabalham nas instâncias inferiores, a despeito da similitude de atribuições. 

Sendo assim, como representante da Justiça Federal de Minas Gerais, encontro-me na obrigatória posição de me manifestar desfavoravelmente ao projeto de criação de carreira exclusiva para os Tribunais Superiores.

Cordiais saudações, 

Simone dos Santos Lemos Fernandes
Juíza Federal Diretora do Foro

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Em carta aberta, Fenassojaf cobra pedido de desculpas do jornalista Ricardo Boechat

Em resposta aos comentários do jornalista Ricardo Boechat, da Band FM, a Federação Nacional das Associações dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (Fenassojaf) publicou carta aberta rebatendo os comentários do jornalista e cobrando um pedido de desculpas à categoria.  No texto, a entidade reafirma posição em defesa da prática eficiente e legal do serviço público. O texto, na íntegra, pode ser lido a seguir:

 

Carta Aberta.

Prezado Jornalista Ricardo Boechat:

Em seu programa veiculado na rede Band News de rádio, dia 05/10/2016, ao discorrer sobre o caso específico de um ouvinte que, na versão dele, teve o cumprimento de uma ordem judicial prejudicada pelo comportamento do oficial de justiça designado para tal, o senhor passou a tecer considerações críticas e irônicas a toda classe de oficiais de justiça do Brasil, estendendo tais críticas, inclusive, ao Estado Brasileiro.

Nossa Federação não fala em nome do Estado, mas sim em nome dos aproximadamente 7.000 (sete mil) Oficiais de Justiça do Trabalho, Federais e Militares do país e, nessa condição, temos o dever de esclarecer certas questões pelo senhor colocadas.

Inicialmente, informamos que não temos conhecimento do caso em questão, mas não compactuamos, nem nossa Federação, nem nenhum dos oficiais de justiça brasileiros, com qualquer atitude profissional incompatível com a prática eficiente e legal do serviço público para o qual prestamos concurso, e cujo cargo ocupamos e executamos com a seriedade profissional que nos compete. Pelo contato estreito que temos com as federações de oficiais de justiça estaduais, ousamos afirmar também que o sentimento dos mais de 30.000 (trinta mil) servidores estaduais que desempenham a função é o mesmo.

Como referido, aqui não se está a fazer defesa de colega que teria tido atitude incompatível com o cargo. Essa defesa deve ser feita, se for o caso, em processo administrativo próprio, pelas autoridades competentes, após denúncia formal da parte que se diz prejudicada. Caso apurada a irregularidade, deve vir a punição condizente. Honramos nossa profissão e não compactuamos com atitudes que possam macular nossa imagem profissional.

Nossa indignação decorre da extensão dada pelo senhor à crítica, que não foi restrita, como devia ser, ao caso concreto, mas estendida a toda uma categoria profissional que zela pelo bom desempenho de sua função pública. A generalização foi desastrosa, injusta e só ocorreu por desconhecimento das atribuições dos oficiais de justiça.

Chamar nossa atividade de “empreguinho”, dizer que não tem complexidade é, além de desnecessariamente ofensivo, uma mostra de certo desconhecimento da função e das nossas atividades. As intimações e notificações, que normalmente são enviadas via correio ou, mais modernamente, pela via eletrônica, só chegam aos oficiais de justiça no caso de insucesso das tentativas anteriores. Mas são elas somente uma parte das nossas atribuições. Executamos todo tipo de ordem judicial, das mais simples às mais complexas, das quais são exemplos: penhora com remoção de bens em empresas e residências; desocupação de imóveis; reintegração de posse; condução coercitiva de testemunhas; prisões; soltura de presos em delegacias e presídios; busca e apreensão de bens e documentos em residências e empresas; separação de corpos; transferência de guarda de menores;  e uma infinidade de outras ordens judiciais, muitas vezes urgentes, que nossa profissão exige. 

Incidiríamos em erro grosseiro, caso tomássemos todos os jornalistas por farsantes, forjadores e inescrupulosos, em razão de, anos atrás, alguém da classe ter forjado uma entrevista com membros do grupo criminoso PCC, que foi veiculada em programa televisivo de grande audiência e abrangência nacional.

Temos bons e maus profissionais em todas as áreas. E somente a leviandade pode nos levar a julgar o todo por um exemplo isolado, ainda mais vindo de versão apresentada em um testemunho parcial da parte interessada. Tal leviandade não combina com sua conduta profissional e seu histórico no jornalismo brasileiro. Mas todos nós erramos. E grandeza maior do que o esforço de não errar é a humildade de admitir o erro e repará-lo.

Da mesma forma que ninguém “faz chamado” para as pessoas para ocuparem postos jornalísticos, ninguém “faz chamado” para quem queira exercer o cargo de oficial de justiça. A investidura no cargo requer aprovação em concurso público de alta complexidade e exigência, além de formação jurídica de nível superior.

Pelas razões expostas, contamos com sua honradez e senso crítico para que, revendo suas opiniões exaradas no presente caso, possa gentil e formalmente desculpar-se perante toda uma classe profissional atingida por comentários genéricos falaciosos.

É o que se espera de um profissional sério e responsável.

Nos colocamos à disposição para mais esclarecimentos sobre as funções exercidas pelos Oficiais de Justiça no cumprimento dos mandados judiciais.

Atenciosamente.

Marcelo Rodrigues Ortiz
Presidente da FENASSOJAF 
Federação Nacional das Associações dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais.

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Todo o poder emana do ...

Por Luís Amauri Pinheiro de Souza, técnico judiciário do TRT-RJ e diretor do Sisejufe-RJ 

Em estudo sobre o “Ajuste Fiscal”, ou seja, a PEC 241, o DIEESE publicou tabela [i](1), em que aplica os conceitos do “ajuste fiscal” nas despesas de saúde e de educação realizadas no período de 2002 a 2015, acessáveis pelo link: abaixo. O resultado nestes 14 anos foi:

1 - a União gastou em educação 802 bilhões, houvesse sido aplicadas as regras da PEC 241, só poderia ter gasto 402 bilhões (uma redução de 47% na despesa em educação).

2 - a União gastou em saúde 1.1022 bilhões, houvesse sido aplicadas as regras da PEC 241, só poderia ter gasto 817 bilhões (uma redução de 27% na despesa de saúde).

http://www.dieese.org.br/notatecnica/2016/notaTec161novoRegimeFiscal.pdf

A matéria despertou minha curiosidade e fui pesquisar sobre a despesa de pessoal.

A despesa total da União com pessoal (ativos, inativos, servidores, políticos, juízes, terceirizados etc etc) cresceu menos que a Receita Corrente Liquida (RCL) [ii](2). Dados da Secretaria do Tesouro Nacional, link: Despesas - Secretaria do Tesouro Nacional

Aplicando-se os critérios do “Ajuste Fiscal” nestas despesas (base 2001) constata-se que em 2014 a União teria de ter gasto 61 bi a menos do que gastou. Uma redução de 37%.

A PEC 241 é o desmonte do estado.

Nem saúde, nem educação, muito menos serviços e servidores.

Entretanto, as despesas financeiras - pagamento de juros e amortização da dívida pública - que consomem aproximadamente 45% do orçamento geral da União, são desconsideradas pela nova equipe econômica. Estas são “intocáveis”.

Só falta alterar o §U do art 1º da CRFB, tirar o povo e colocar o banco.

 

 [i] (1) http://www.dieese.org.br/notatecnica/2016/notaTec161novoRegimeFiscal.pdf

 

[ii] (2) Conceito de Receita Corrente Líquida: segundo o art. 2º da LRF, Receita Corrente Líquida é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos principalmente, os valores transferidos, por determinação constitucional ou legal, aos Estados e Municípios, no caso da União, e aos Municípios, no caso dos Estados, consideradas ainda as demais deduções previstas na Lei

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Filiados do SITRAEMG elegem os delegados e observadores de Minas para a XX Plenária Nacional da Fenajufe

Em assembleia geral extraordinária realizada pelo SITRAEMG na manhã de sábado, 24 de setembro, no Intercity Hotels, em Belo Horizonte, os filiados elegeram os colegas que representarão o Sindicato e a categoria em Minas na XX Plenária Nacional Extraordinária da Fenajufe, que se realizará de 24 a 27 de novembro, em Brasília (DF). A AGE foi convocada com oito dias de antecedência, em 16 de setembro, embora o estatuto do Sindicato estabeleça apenas três dias, com o edital de convocação sendo amplamente divulgado em destaque, pelo site e Facebook, e, repetidas vezes, pelo Informe SITRAEMG (e-mail) e SMS (mensagem por telefones celulares). 

De acordo com o estatuto da Fenajufe, pelo número de filiados o SITRAEMG tem direito a enviar até 13 filiados e 7 observadores. Dos 23 candidatos inscritos, foram eleitos, pela ordem do resultado da votação, os seguintes filiados: como delegados, Lúcia Maria Bernardes de Freitas (TRT), Paulo José da Silva (TRT), Eliana Leocádia Borges (Justiça Federal), Carlos Humberto Rodrigues (Justiça Federal), Célio Izidoro Rosa (TRT), Olavo Antônio Oliveira (Justiça Militar), Juliana Santana Rick (Justiça Federal), Helder da Conceição Magalhães Amorim (Justiça Federal), Luciana Tavares de Paula (Justiça Federal), Tâmisa Gonçalves (TRE), Adriana Maria de Souza Mesquita (TRE), Nelson da Costa Santos Neto (TRT) e Wallace Marques Coelho (Justiça Federal); como observadores, Gerson Appenzeller (Justiça Federal), Marcos Vinicius Félix da Silva (TRT), Alessandra Soares de Moura e Silva (TRE), Douglas Fernandes de Oliveira (TRE), Fabiano Goecking Avalar (TRE), Rosilene Valadares de Matos (TRE) e Marco Aurélio Chaves (TRE). Ficam na suplência: Meire Imaculada Pacheco (TRE), Eni Martins de Lima (TRT) e Carlos Ernesto Mendes dos Santos (TRT). O Sindicato tem ainda a prerrogativa de indicar o seu representante, como o 14º delegado de Minas. 

Clima de tranquilidade 

A mesa de abertura da AGE foi composta pelo coordenador geral Igor Yagelovic, que presidiu os trabalhos, e pelos filiados Lúcia Maria Bernardes de Freitas (aposentada do TRT) e Alisson Arouca (TRT de Passos). Depois de lidos pelo coordenador Ygor Yagelovic a convocatória da Fenajufe e o edital de convocação do Sindicato para a assembleia, foi pedida “questão de ordem” com um servidor questionando o fato de, no edital, ter sido feita a observação para que os filiados que se interessassem em se candidatar para representar Minas na Plenária se inscrevessem antecipadamente, por e-mail, até as 19 horas de sexta-feira, 23. 

O coordenador geral do Sindicato reafirmou que a intenção do Sindicato, com essa recomendação, era “acelerar a votação e prestigiar o maior número possível de filiados”, e esclareceu que se tratava de uma prerrogativa da direção da entidade, uma vez que o estatuto desta era omissa em relação à questão. E vale lembrar que o prazo limite estabelecido pela Fenajufe para eleição dos representantes dos sindicatos para a XX Plenária é dia 22 de outubro, mas o SITRAEMG, sempre saindo na frente, é a primeira entidade da base da Federação a eleger seus delegados e observadores, exatamente com a preocupação de facilitar a participação dos servidores da Justiça Eleitoral, já que, no final de setembro e no mês de outubro, estarão totalmente envolvidos com os trabalhos das eleições municipais deste ano, com as votações no primeiro e segundo turnos. 

Mas, iniciada a discussão, foi colocada em votação a proposta de decidir sobre: manter a validade das candidaturas somente dos que se inscreveram antecipadamente ou aceitar também as inscrições feitas durante a assembleia. Acolhida a aceitação de inscrições também durante a assembleia, chegou-se ao total de 23 candidatos, de um total de 81 participantes, mas concorrendo somente filiados presentes, foi iniciada a votação. E os trabalhos transcorrerem em clima de total tranquilidade. Para a apuração dos votos, foi alterada a composição da mesa, que passou a ter representantes do TRT (Alisson Arouca, de Passos), da Justiça Federal (Marco Antônio Cunha, de BH) e Júlio César Brito (TRE/BH), que é também coordenador geral da Fenajufe. 

Também estiveram presentes os coordenadores do SITRAEMG Célio Izidoro Rosa e Dirceu José dos Santos, além do coordenador de Formação Política e Organização Sindical da Fenajufe Rodrigo Gomes Peixoto, que também é servidor de Minas e filiado ao Sindicato. 

“A AGE de Minas Gerais elegeu, com muita sabedoria e dentro da concepção que todos têm que ser representados, 13 delegados e 7 observadores. Dos 13 delegados eleitos, teremos na Plenária da Federação técnicos, analistas, agentes de segurança, oficiais de justiça e aposentados. Além dessa grande vitória, em termos representados todo os cargos, teremos, ainda, representantes das quatro Justiças de MG (TRT, TRE, JF e JM). Não pude participar (da AGE), por problemas de saúde na família, mas registro, em nome de toda a diretoria do SITRAEMG, a satisfação e a certeza de que todos os servidores de Minas estarão bem representados. Um grupo plural e ‘unido por justiça’”, comenta o coordenador geral do Sindicato Alexandre Magnus.

 

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Sobreposição Parcial: fim do abismo

Por  Alexandre Magnus Melo Martins, Alan da Costa Macedo e Igor Yagelovic, coordenadores gerais do SITRAEMG; Eliana Leocádia, presidente do Conselho Fiscal do SITRAMEG e Gustavo Machado, pesquisador do Ilaese-MG;

 

SOBREPOSIÇÃO PARCIAL
Fim do abismo e retorno da sobreposição parcial nos moldes da lei de 9.421/96

Com o objetivo de unificar a categoria, SITRAEMG demonstra, sem inovar, que é possível acabar com o abismo e resgatar a sobreposição com o fortalecimento da categoria

Várias são as formas de precarizar o serviço público, reduzindo os custos do Estado com pessoal e liberando a maior parte da receita para o pagamento da dívida pública que, apenas no ano de 2016, já consome mais de 45% do orçamento da União. Uma dessas formas, conforme vem sendo amplamente debatido em vários meios, é a terceirização. Outra é o aumento da intensidade do trabalho, de modo a fazer com que uma quantidade cada vez mais reduzida de servidores seja responsável pela mesma quantidade de trabalho. Uma terceira, menos comentada, mas igualmente nefasta, é ampliar a divisão e os abismos no interior de uma mesma categoria, aspecto que abordaremos no presente artigo. Particularmente, com o caso dos servidores do judiciário.

Sobretudo, nesse artigo, apresentamos como alternativa retomar a Lei 9.421/96 que possibilitava a sobreposição de carreiras no judiciário, de modo a impedir a estagnação e reduzir as profundas diferenças entre os planos de carreira dos auxiliares, técnicos e analistas. Não iremos desenvolver, portanto, nenhuma solução nova. Ao contrário, sugerimos retomar o antigo plano de carreira aplicado entre os diversos cargos do judiciário até o início dos anos 2000, tendo sempre em vista a unidade da categoria, cada vez mais fundamental em um momento histórico marcado por tantos cortes e ataques aos servidores públicos.

A necessidade de uma maior unidade da categoria fica evidente quando constatamos a tendência, nos últimos anos, de queda no número absoluto dos servidores concursados no poder Judiciário. Ao mesmo tempo, a demanda de trabalho cresce de forma continuada e ininterrupta. Abaixo indicamos o número absoluto de servidores no judiciário desde 2009. Esse é um quadro que atinge o conjunto dos servidores, independente dos cargos e o nível da carreira ocupado.

 

No entanto, a totalidade dos servidores não é homogênea quanto a função, cargo e, consequentemente, rendimentos e direitos. Como se sabe, afora os magistrados, os servidores estão divididos em três cargos conforme o grau de escolaridade exigido no concurso público: auxiliares (ensino fundamental), técnicos (ensino médio) e analistas (ensino superior). Ora, outra forma de precarizar as condições de trabalho dos servidores é ampliar o abismo entre essas três modalidades, particularmente entre técnicos e analistas, dado que a função de auxiliar está em vias de extinção. Pensamos que os servidores do judiciário não podem, sob nenhum aspecto, cair na armadilha do governo que consiste exatamente em ampliar as diferenças entre os cargos e produzir artificialmente uma rivalidade no seio da própria categoria. É exatamente nesse sentido, que propomos discutir
nesse artigo a retomada da sobreposição de carreiras tal como já existia nos anos de 1990.

Antes de adentrarmos nos pormenores da questão, todavia, vejamos como os servidores do judiciário se dividem conforme o cargo ocupado:

 

Como podemos perceber, os técnicos correspondem a mais de 60% da categoria. Percentual que se manteve mais ou menos estável ao longo dos últimos anos. Apesar desse cenário, nas últimas décadas, se sucederam várias leis no sentido de aumentar o abismo entre os distintos cargos do judiciário, além de estagnação precoce na carreira.

Na tabela abaixo indicamos essas leis e suas principais consequências nas carreiras dos servidores, a seguir, comentaremos sobre as consequências.

   Lei 9.421/96 (PCS 1)

Criou as carreiras dos servidores do Judiciário. No entanto, até então os níveis de auxiliar, intermediário e superior, estavam distribuídos em 20 padrões. A partir da Lei 9.421/96, passaram a ser distribuídos em 15 padrões. Isto é, a carreira em cada um dos cargos passou a se dividir em 3 classes (A, B e C), cada uma delas com 5 padrões. As tabelas eram sobrepostas, ou seja, cada cargo poderia avançar na carreira até certo nível do cargo seguinte.

   Lei 10.475/02 (PCS 2)

Acabou com a possibilidade dos Técnicos, e auxiliares, progredirem na carreira. Até então, o final de carreira dos Técnicos equivalia ao nível A5 dos Analistas. Fim definitivo da sobreposição de carreiras.

   Lei 11.416/06 (PCS 3)

Descrição sumária das atribuições dos cargos e obrigatoriedade de qualificação para o desempenho de cargos e funções de natureza gerencial.

   Lei 13.317/16 (PCS 4)

Reduziu a diferença salarial entre Analistas e Juízes, mas, ao mesmo tempo, aumentou a diferença salarial entre Analistas e Técnicos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ora, com cada uma dessas conhecidas PCS, se ampliou cada vez mais o abismo na remuneração entre técnicos e analistas, quer seja considerada no início, quer se considere no final das respectivas carreiras. Como podemos ver nos gráficos abaixo:

 

Para que fique claro, na figura que se segue, ilustramos em que consistia a sobreposição, permitindo que um servidor não estagne na classe C de sua respectiva carreira, podendo passar até o nível A5 da carreira seguinte. Além disso, reintroduzir o plano de carreiras tal como se dava na legislação de 1996, não redunda em nenhum prejuízo para os concursados de nível superior.

Cabe ainda notar que o abismo entre os cargos atualmente existente se agravou consideravelmente nos últimos anos com a modernização do trabalho no PJU por meio da introdução do PJE (Processo Judicial Eletrônico). Com tal modernização, técnicos e analistas passaram a executar, ambos, trabalhos com alto nível de complexidade, exigindo uma elevada qualificação. Ocasionando, inclusive, em diversos casos, desvio de
função, sem que recebam qualquer compensação financeira.

Isto significa que as alterações na carreira caminharam em sentido contrário as transformações tecnológicas. Até 1996, quando existiam diferenças mais sensíveis entre as funções realizadas por ambos os cargos, os técnicos poderiam atingir até o final da primeira classe da carreira dos analistas. Com a implantação do Processo Judicial Eletrônico e uma maior exigência em termos de qualificação por parte dos técnicos, a possibilidade de extrapolar última classe da carreira reservada aos técnicos se extinguiu.

A situação é ainda mais grave pelo fato da maior parte dos técnicos do poder judiciário se encontrarem estagnados na última classe de sua respectiva carreira. Esse cenário pode ser atestado no gráfico abaixo, que indica em qual classe da carreira se encontra cada um dos atuais servidores concursados:

 

Não bastasse. A enorme maioria dos servidores, cuja carreira já se encontra na classe C, ocupam ainda o último padrão da respectiva classe, não possuindo qualquer possibilidade de progressão na carreira, como atesta o gráfico abaixo:

 

Ora, fica evidente pelos dados acima que, sem a sobreposição tal como ocorria até o ano de 2002, não existe motivação alguma para a enorme maioria dos servidores que em um período de cerca de 10 anos não podem mais avançar em sua respectiva carreira.

Diante desse cenário, pensamos que é necessário a luta pela restauração da sobreposição de carreiras, ao menos, como possibilitava a PCS 1 de 1996, permitindo a valorização e reconhecimento para o conjunto dos servidores do judiciário. Além disso, a adequação do atual plano de carreiras tem um outro objetivo que não é de menor importância. Como já dissemos, a finalidade do governo é certamente dividir a categoria, lançando auxiliares, técnicos e analistas uns contra os outros. No atual cenário, marcado por uma onda de ataques que vão desde as repetidas contrarreformas na previdência até a terceirização cada vez mais ampla, passando por volumosos cortes orçamentários, é essencial, senão necessário, a unidade do conjunto da categoria no processo de mobilização contra tais ataques. Para tornar essa unidade viável, é de suma importância que o conjunto dos servidores, quaisquer que sejam seus respectivos cargos, defendam um plano de carreiras que seja condizente com as atividades e tarefas atualmente realizadas. Isto é, técnicos e analistas unidos pela implantação da sobreposição de carreira.

 

 

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Sitraemg (MG) debate reforma da Previdência.

INSCREVA-SE JÁ!

 

“Reforma da Previdência – Grande encontro para debates – Elaboração conjunta de Plano de Lutas”

Evento, organizado pelo SITRAEMG, será realizado no dia 15 de outubro, no Intercity Hotels, em Belo Horizonte; inscrições devem ser feitas no site do Sindicato

O SITRAEMG, que apoia e participa das atividades de mobilização da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência e da Frente Parlamentar e Popular Mineira em Defesa da Previdência desde a organização e o lançamento dessas iniciativas, vem também promovendo o debate sobre previdência e contra as reformas no sistema pretendidas s pelo governo em eventos voltados para os servidores do Judiciário Federal e de outras categorias do serviço público.

O primeiro – Seminário sobre Data-Base, Reformas da Previdência e Terceirização do Serviço Público – foi realizado na sede do Sindicato, em 27 de agosto. Agora, a entidade realizará um debate que versará exclusivamente sobre a previdência. O evento “Reforma da Previdenciária – Grande encontro para debates – Elaboração conjunta de Plano de Lutas” está agendado para o dia 15 de outubro próximo, no Intercity Hotels (Av. Amazonas, 7.702,  bairro Gameleira), em Belo Horizonte. A coordenação do evento está a cargo do coordenador geral do Sindicato Alan da Costa Macedo. O advogado Rudi Cassel, da Assessoria Jurídica do SITRAEMG, também estará presente e, após as 15 horas, ficará à disposição para esclarecer dúvidas sobre a repercussão das Reformas para os servidores.

A iniciativa do SITRAEMG contará com o apoio da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/MG, da Comissão de Direito Sindical da OAB/MG, do Instituto de Estudos Previdenciários (IEPREV), da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP) e da Auditoria Cidadã da Dívida. Ao final das palestras e debates, serão votados os encaminhamentos para construção e concretização de mobilizações e atos em Brasília contra as propostas de reformas por meio das quais o governo, inicialmente com Dilma e agora com Temer, ameaça distanciar e dificultar cada vez mais a aposentadoria dos servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada. O objetivo é envolver, nas discussões, toda a categoria do Judiciário e demais servidores de outras carreiras cujas entidades representativas já estão sendo convidadas, como ocorreu no seminário de 27 de agosto.

A inscrição é gratuita. Vagas limitadas!

Os filiados do SITRAEMG que moram no interior terão garantida a hospedagem, assim como o ressarcimento das despesas de transporte para o deslocamento, mediante o encaminhamento posterior da nota fiscal de abastecimento do veículo (reembolso do valor equivalente a 1 litro para cada 10 km rodados) ou do voucher da passagem de ônibus. Nesse caso, deverão entrar em contato com o Sindicato previamente, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelos telefones (31)4501-1500 ou 0800.283-4302 (falar com Margareth).

INSCRIÇÕES

PROGRAMAÇÃO

Reforma da Previdenciária – Grande encontro para debates – Elaboração conjunta de Plano de Lutas

Local – Intercity Hotels (Av. Amazonas, 7702 – Gameleira – Belo Horizonte)

Data – 15 de outubro de 2016.

8h – Início do Credenciamento

8h30 às 9h – Abertura

9h às 9h30 – “O papel do Advogado Previdenciarista no plano das Reformas Previdenciárias

  • Palestrante: Dr. Anderson Avelino –  Mestre em Direito Público pela PUC-MG;  Professor de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade UNA e PUC-MG; Presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB-MG.

9h30 às 9h40 – Intervenções

9h40 às 10h10 – “Auditoria da Dívida Pública e Reformas da Previdência- Pontos de tangenciamento”

  • Palestrante: Maria Lúcia Fatorelli – Especialista em Dívida Pública; auditora fiscal aposentada. Atualmente é coordenadora da nacional da Auditoria Cidadã da Dívida no Brasil desde 2000.  Membro do Comitê da Verdade sobre a Dívida Pública instituído pelo Parlamento Grego para realizar auditoria da dívida grega (Abril a Junho/2015), convidada pela Presidente do Parlamento, Deputada Zoe Konstantopoulou; Membro da Comissão de Auditoria Integral da Dívida Pública do Equador (CAIC), nomeada pelo Presidente Rafael Correa conforme Decreto Nº 472/2007 (Junho/2007 a Setembro/2008); Assessora Técnica da CPI da Dívida Pública na Câmara dos Deputados do Brasil (Setembro/2009 – Maio/2010). Participa e ministra palestras e conferências no Brasil e exterior, dentre eles: Participante de Mesa Redonda na ONU, Estados Unidos, sobre Financiamento Público (2005); Membro temporário do Expert Group da UNCTAD – Bruxelas (2009), New York (2011); palestras proferidas em ambientes oficiais: Senado da Bélgica (2010); Parlamento na Argentina (2011); Assembleia Nacional da França (2011); Parlamento da Colômbia (2012), Congresso Nacional do Brasil (2002, 2003, 2004, 2008, 2011, 2013, 2014, 2015), Parlamento da Grécia (2015) e Parlamento Europeu (2016). Autora de diversas publicações: Auditoria Cidadã da Dívida: Experiências e Métodos (Inove Gráfica e Editora, Brasília, 2013). Também publicado no Peru e Espanha (Bilbao/País Basco) em Espanhol. Lançamento agendado para setembro na Europa em Inglês e Francês, dentre outras. Atualmente, integra a Comissão Internacional instituída pelo Parlamento da Grécia para realizar auditoria da dívida do país. Foi membro da Comissão para a Auditoria Integral Equatoriana (2007-2008) e assessorou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da dívida pública na Câmara dos Deputados do Brasil (2009-2010).

10h10 às 10h20 – Intervenções

10h20 às 10h50 – Coffee Break

10h50 às 11h20 – “A atuação politico-cientifica do Instituto de Estudos Previdenciários na questão:  Reforma da Previdência

  • Palestrante: Roberto de Carvalho Santos – Advogado, Especialista em Direito Previdenciário, Professor de Pós-graduação em Direito Previdenciário, Presidente do Instituto de Estudos Previdenciários – IEPREV, Ex-Diretor de Seguridade da OABPREV. Presidente do Instituto de Estudos Previdenciários – IEPREV, Coordenador e Professor dos Cursos de Pós-graduação do IEPREV.

11h20 às 11h30 – Intervenções

11h30 às 12h – A Reforma da Previdência e a tramitação da ADPF – Prognóstico

  • Palestrante: Guilherme Portanova ( Advogado da Confederação Nacional dos Aposentados)

 12h às 12h10 – Intervenções

 12h10 às 12h40 – “Impactos Sociais da Reforma da Previdência”

  • Palestrante: Gustavo Machado, graduado em Ciências da Computação (UFMG)  e Mestre em Filosofia (UFMG), pesquisador do Instituto Latino Americano de Estudos Sócio Econômicos – ILAESE – e Ana Paula Santana – Pesquisadora do ILAESE – Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos, Mestre em Educação, Pedagoga e Psicopedagoga. Atua na formação política de ativistas sindicais. Há mais de uma década se dedica a formar lideranças para que possam melhor intervir na realidade em que atuam, auxiliando em métodos,  técnicas e políticas de organização por local de trabalho, apontando para a participação dos trabalhadores nas lutas por seus direitos.

12h40 às 12h50 – Intervenções

12h50 às 14h – Almoço

14h às 14h30 – “Déficit ou Superávit Previdenciário- Os cálculos da ANFIP

  • Palestrante: Dr. Décio Bruno Lopes – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil em Exercício na Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC – Escritório Regional em Minas Gerais; Bacharel em Ciências Contábeis pela PUC-Minas; Bacharel em Administração de Empresas pela PUC-Minas; Bacharel em Direito pela PUC-Minas em 2001; Pós-Graduação em Direito do Trabalho e Previdenciário pelo AD/Universidade Gama Filho; Mestre em Direito Previdenciário pela PUC-São Paulo; Professor de Direito Previdenciário de Graduação e Pós-Graduação e cursos preparatórios para concursos; Vice- Presidente de Assuntos Fiscais da ANFIP Nacional de 2003 a 2005; Vice-Presidente de Planejamento e Controle Orçamentário da ANFIP Nacional de 2005 a 2007; Vice-Presidente de Estudos de Assuntos Tributários na ANFIP Nacional de 2009 a 2011; Atualmente é Vice-Presidente de assuntos da Seguridade Social da ANFIP.

14h30 às 14h40 – Intervenções

14h40 às 15h10 – “Reformas da Previdência e a necessidade de reorganização das forças sindicais junto ao Parlamento”

  • Palestrante: Alan da Costa Macedo –  Bacharel e Licenciado em Ciência Biológicas na UNIGRANRIO; Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora; Pós Graduado em Direito Constitucional, Processual, Previdenciário e Penal; Pós Graduando em Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos; Servidor da Justiça Federal em licença para Mandato Classista, Ex- Oficial de Gabinete na 5ª Vara da Subseção Judiciária de Juiz de Fora-MG; Coordenador Geral  e Diretor do Departamento Jurídico do SITRAEMG; Ex- Professor de Direito Previdenciário no Curso de Graduação em Direito da FACSUM; Professor e Conselheiro Pedagógico no IMEPREP- Instituto Multidisciplinar de Ensino Preparatório; Professor e Coordenador de Cursos de Extensão e Pós Graduação do Instituto de Estudos Previdenciários – IEPREV.

15h10 às 15h20 – Intervenções

15h20 às 15h50 – Coffee Break

15h50 às 18h – Considerações finais e Elaboração conjunta do plano de lutas

18h às 22h – Coquetel/Encerramento.

Para fazer a inscrição, clique AQUI

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Pauta trabalhista no STF: o futuro do Direito do Trabalho em risco

Jorge Luiz Souto Maior é professor livre-docente de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (desde 2002); coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital – GPTC; membro da Rede Nacional de Grupos de Pesquisa em Direito do Trabalho e da Seguridade Social – RENAPEDTS; e Juiz do Trabalho (desde 1993), titular da 3ª Vara do Trabalho de Jundiaí/SP (desde 1998).


É mais urgente do nunca que a classe trabalhadora esteja completamente atenta para o que vai se realizar no Supremo nesta próxima quarta-feira.

 Em artigo sobre o impeachment, adverti:
 
“Assim, não é nenhum absurdo ou mera força de expressão prever que eventual queda do presente governo venha acompanhada de um “comando” em torno da urgência da implementação de uma intensa reforma trabalhista, na qual a ampliação da terceirização pareceria peixe pequeno, até porque para ser levada adiante requereria o desmonte da Constituição de 1988, atingindo não apenas os direitos trabalhistas, mas também a Justiça do Trabalho, o que seria, sem dúvida, o sonho dourado de uma parcela da classe empresarial (que de brasileira pouco tem), sendo que a isso não se chegaria sem o aprofundamento da lógica do Estado de exceção, situação na qual todos seriam, de um jeito ou de outro, atingidos, inclusive pessoas da classe média que se acham integr adas ao capital e que estão nas ruas alimentando esse monstro de sete cabeças.”[1]
 
E tratando dos efeitos para a classe trabalhadora, posicionei-se no sentido de que:
 
“É dentro desse contexto, aliás, que muitas questões trabalhistas são conduzidas ao Supremo Tribunal Federal, a quem se pretende atribuir, suplantando o TST, o papel de conferir uma “nova roupagem” ao Direito do Trabalho, que representa, no fundo, a extinção do Direito do Trabalho e, por conseqüência, da própria Justiça do Trabalho, ainda que essas instituições não desapareçam formalmente.
 
A atuação do Supremo neste sentido, aliás, é bastante favorecida pela posição constitucional das normas trabalhistas e pela instrumentalização do STF com a Súmula vinculante e com a repercussão geral dos julgamentos proferidos em RE, esta instituída pela Lei n. 11.418/06, de questionável constitucionalidade, reforçando-se, agora, ainda mais, com os institutos do novo CPC que priorizam os julgamentos de cúpula (“incidente de assunção de competência”; “arguição de inconstitucionalidade”; “incidente de resolução de demandas repetitivas” e “Reclamação”).
 
É dentro do objetivo de esvaziar a influência jurídica da Justiça do Trabalho que se podem compreender os julgamentos do STF, seguindo a linha do julgamento proferido em agosto de 2004, que declarou a constitucionalidade de taxação dos inativos (ADI 3105), nos Recursos Extraordinários 586453 e 583050 (em fevereiro de 2013), que atribuiu à Justiça Comum a competência julgar os conflitos envolvendo a complementação de aposentadoria dos ex-empregados da Petrobrás e do Banco Santander Banespa S/A; no ARE 709212, em novembro de 2014, que reduziu a prescrição do FGTS de trinta para cinco anos; na ADIn nº 5.209, de dezembro de 2014, que, na prática, a pedido da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), à qual estão associadas grandes construtoras, como a Andrade Gutierrez, Odebrecht, Brookfield Incorporações, Cyrela, MRV Engenharia, suspendeu a vigência da Portaria n. 2, de 2011, referente à lista do trabalho escravo; e na ADI 1923, em abril de 2015, que declarou constitucional as Leis ns. 9.637/98 e 9.648/98, legitimando a privatização do Estado nos setores da saúde, educação, cultura, desporto e lazer, ciência e tecnologia e meio ambiente por intermédio de convênios, sem licitação, com Organizações Sociais.
 
Verdade que o Supremo também decidiu em favor dos trabalhadores, notadamente no que se refere ao direito de greve, no Mandado de Injunção 712, na Reclamação n. 16.337, com extensão aos servidores, nas Reclamações 11847 e 11536, mas isso lhe valeu a difusão de uma propaganda midiática de que estava sendo bolivarianista e não necessariamente por conta disso, mas sem que essa pressão midiática seja irrelevante, instaurou-se um quadro realmente bastante preocupante para os direitos trabalhistas no que se refere à atuação do Supremo Tribunal Federal, tanto que o julgamento da ADI 1625, que trata da inconstitucionalidade da denúncia, feita pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, da Convenção 158, da OIT, que inibe a dispensa arbitrária de empregados, notadament e as dispensas coletivas, proposta em proposta em 19/06/97, até hoje não foi concluído, embora já tenha vários votos expressos pela inconstitucionalidade; cabendo verificar, também, o que se passou no RE 658.312, no qual se proferiu uma decisão, aparentemente, favorável aos trabalhadores, mas logo depois teve sua execução suspensa pelo próprio STF.
 
Aliás, estão sob julgamento e, portanto, passíveis de revisão, os avanços verificados nos entendimentos a respeito das dispensas coletivas (ARE 647561) e direito de greve (AI 853275/RJ), assim como a própria ampliação da terceirização (ARE 713211).
 
(....)
 
Neste cenário, avizinha-se uma solução conciliada, que não comprometeria os interesses partidários em jogo, de atribuir ao Supremo Tribunal Federal a tarefa de realizar as reformas estruturais requeridas pelo mercado, exatamente na linha proposta pelo Banco Mundial, no aludido Documento 319, que reconhece que as alterações legislativas necessárias aos interesses econômicos geram altos custos para o capital político.
 
Com a remessa da Lava Jato ao Supremo, por meio do entulho autoritário do Foro Privilegiado, aplaudido por tantos que estão se posicionando em defesa da democracia, este órgão tende a encontrar a legitimidade popular necessária para impor as referidas reformas, ainda mais fazendo integrar às investigações políticos de todos os partidos.
 
A estabilidade política, assim, terá o preço da retração de direitos trabalhistas, que poderá se consagrar, fora do calor dos embates das ruas, nos referidos julgamentos, no Supremo Tribunal Federal, a respeito das dispensas coletivas (ARE 647561), do direito de greve (AI 853275/RJ) e da terceirização (ARE 713211), correndo-se o risco de se atingir, em breve tempo, o instituto da estabilidade no emprego dos servidores públicos, como já começa a ser repercutido na grande mídia.”[2]
 
Eis que a primeira sessão do STF sob o comando da nova Presidente Carmen Lúcia, a se realizar na próxima quarta-feira, dia 14/09, será integralmente dedicada às questões trabalhistas.
 
Estará em julgamento:
 
- a inconstitucionalidade da denúncia da Convenção 158 da OIT, sendo que o resultado correto é o da declaração da inconstitucionalidade da denúncia, como já se pronunciaram, aliás, cinco Ministros do STF, fazendo com se aplique, de forma imediata, a referida Convenção, a qual coíbe, de forma efetiva, a dispensa arbitrária;
 
- a constitucionalidade do direito às mulheres do intervalo de 15 minutos de descanso antes de iniciar as horas extras na jornada de trabalho, sendo que o efeito jurídico correto é da aplicação do intervalo também para os homens e a declaração de que horas extras só são possíveis excepcionalmente;
 
- a responsabilidade dos órgãos públicos por direitos trabalhistas devidos por uma prestadora de serviço que contratou, sendo que o julgamento mais acertado é o da declaração da inconstitucionalidade da terceirização no setor público, admitindo-se, no mínimo, a manutenção da responsabilidade solidária e objetiva do ente público pelo adimplemento dos direitos daqueles cuja atividade contribui para o cumprimento dos deveres e obrigações do Estado;
 
- a validade da jornada de 12 horas para bombeiros civis, seguidas por 36 horas de descanso, num total de 36 horas semanais, sendo que o devido é a declaração da ilegalidade de toda e qualquer jornada que ultrapasse a 10 (dez) horas diárias, integradas de duas horas extras, as quais só são possíveis, como dito, excepcionalmente;
 
- sobre a competência – da Justiça Comum ou da Justiça do Trabalho – para analisar reclamação de servidor municipal cujo empregador, o Município, não recolheu FGTS, sendo que a competência, inegavelmente, é da Justiça do Trabalho.
 
Portanto, é mais urgente do nunca que a classe trabalhadora e o segmento jurídico trabalhista estejam completamente atentos para o que vai se realizar no Supremo nesta próxima quarta-feira.
 
Por ora, é isso!

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Data-base: luta urgente e unificada, convoca Sintrajusc

 
Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal em SC também combate PLC 257 e PEC 241 e em setembro tem Congresso
 
Miriam Santini
Sintrajusc/SC 
Foto: Silvia Agostini
 
A demanda mais importante dos trabalhadores do Poder Judiciário Federal em Santa Catarina, representados pelo Sintrajusc, é o estabelecimento da data-base, providência que não é acatada pelo Estado e motiva manifestações reiteradas, tanto nos canais de comunicação da entidade, quanto nas ruas da Capital.
Paulo Roberto Koinski, coordenador do Sintrajusc, explica que "hoje a necessidade de discussão da data-base é consenso na categoria e nos sindicatos do Judiciário Federal. Nós, do Sintrajusc, diversas vezes capitaneamos a chamada para esse debate junto aos demais sindicatos de servidores federais em Santa Catarina, e temos ação sobre o tema tramitando na justiça".
 
O dirigente sindical prossegue: "A data-base não é apenas uma data para revisão de vencimentos; é uma mesa de negociações e nela também se discutem várias outras questões de interesse da categoria".
 
Conforme Paulo Roberto Koinski, alguns pontos são importantíssimos para o êxito desta luta, destacando-se na questão remuneratória:
 
"A opção por PCSs (PCSs 1, 2, e 3) como política de reposição remuneratória nos transformou em uma das carreiras melhor remuneradas até o ano de 2008, pois, antes do PCS1, tínhamos uma das piores remunerações do serviço público federal. Mas nos últimos dez anos houve insucesso da política de PCSs, o qual foi fruto de diversos fatores e aqui destaco dois: oposição ferrenha por parte da magistratura, a partir de 2009, com a criação da Frentas, e a 'opção subsídio' com o lançamento de falsas tabelas em 2010, levando a categoria ao racha em um momento em que o PCS4 estava em adiantado processo de negociação e era bem viável orçamentariamente".
 
OUTROS PONTOS
Em segundo lugar, Paulo Roberto Koinski destaca a data-base, uma luta que "deve ser iniciada imediatamente, porém, conforme prevê a lei 10.331/01, que regulamentou o inciso 10 do artigo 37 da Constituição Federal, ela só poderá ser aplicada se prevista na LDO do ano anterior. Portanto, como a previsão orçamentária para o ano que vem já passou, a data mais próxima, se tudo der certo, será 1 de janeiro de 2018".
 
Em terceiro lugar, o dirigente do Sintrajusc aponta: "O inciso X do artigo 37 da Constituição prevê que a data-base será sempre na mesma data e sem distinção de índices. Isso quer dizer que a luta terá que ser em conjunto com os demais servidores federais, inclusive militares".
Em quarto lugar, Paulo Roberto Koinski destaca uma complicação: "A lei 10.331/01 prevê no caput do artigo 1º que 'serão revistas no mês de janeiro'. O termo 'revisão' não implica sequer reposição obrigatória da inflação e o mês de janeiro é o pior para mobilização dos servidores públicos federais. Portanto, a luta por data-base é urgente e demandará muitos esforços por bastante tempo". 
 
CONTRA A PEC 241 E O PLC 257
O Sintrajusc participa da luta nacional contra dois dispositivos encaminhados ao Congresso pelo governo provisório e que até esta data estão em tramitação: a PEC 241 e o PLC 257. As medidas desmontam e precarizam os serviços públicos, em especial a PEC 241, que reduz investimentos e prevê o congelamento de concursos públicos por até 20 anos. "Em outras palavras", diz Paulo Roberto Koinski, "trata-se de uma das intervenções mais graves no serviço público brasileiro, com perdas inestimáveis para a sociedade, tanto nos serviços de saúde, quanto educação. Esta luta, contra essas medidas, não é só dos sindicatos, é da sociedade brasileira". 
 
8º CONGRESSO ESTADUAL ORDINÁRIO DO SINTRAJUSC SERÁ DIAS 17 E 18 
O SINTRAJUSC realiza, entre os dias 17 e 18 de setembro, seu 8º Congresso Estadual Ordinário, cujo tema central será a "Atuação sindical em tempos de crise". Todas as questões da conjuntura, que envolvem diretamente os trabalhadores, estarão em pauta durante o evento. Confira a programação:
 
Data – 17 e 18 de setembro de 2016 (sábado e domingo)
Local – Mercure Florianópolis Centro Hotel (Rua Felipe Schmidt, 1102, Centro, Florianópolis)
Tema – Servidores do Judiciário: atuação sindical em tempos de crise
 
Dia 17/9 - Sábado
8h30 - Credenciamento
9h - Abertura e aprovação do Regimento do Congresso
9h30 – Palestra: "Agenda legislativa e seus reflexos sobre os servidores e serviços públicos" - Palestrante: Antônio Queiroz (Toninho do DIAP)
12h – Almoço
13h – Palestra: "Organizar os servidores para os novos desafios no trabalho" - Palestrante: Emilio Gennari (Educador e Formador)
16h – Café
16h30 – Apresentação de Teses e Reforma Estatutária
19h30 – Encerramento e Jantar
 
Dia 18/9 – Domingo
 
9h – Plenária final (Plano de Lutas e Reforma Estatutária)
12h30 – Almoço e confraternização final
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Sindjus-DF convoca categoria para ato de despedida de Lewandowski, na segunda-feira

Leonor Costa
Sindjus/DF 

Na próxima segunda-feira (12), o Sindjus-DF realiza, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), um ato para marcar a saída do ministro Ricardo Lewandowski da presidência do STF. A manifestação será no mesmo horário da cerimônia de posse da futura presidente, ministra Cármen Lúcia, e do vice, ministro Dias Tófolli, marcada para as 15h. A solenidade será transmitida, ao vivo, pela TV Justiça e também pelo seu canal na internet. 

No ato, os servidores irão dizer que Lewandowski não os representa. Indicado ao cargo de ministro do STF em 2006, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele foi vice-presidente entre 2012 e 2014 e desde 2014 preside a Corte e o Conselho Nacional de Justiça

O Sindjus avalia que a gestão do ministro na presidência do STF foi marcada pela submissão aos governos petistas, atuando em confronto direto com as reivindicações dos servidores ao tomar uma série de medidas, como desrespeitar o direito de greve e enviar, ao Congresso Nacional, propostas rebaixadas de reajuste salarial. Já quanto aos pleitos da magistratura, o atual presidente sempre atendeu prontamente seus interesses. 

Quando a categoria acumulava quase dez anos sem reajuste, em 2014 Lewandowski chegou a afirmar que não haveria aumento para os juízes enquanto o projeto de revisão do plano de cargos e salários dos servidores não fosse aprovado. No entanto, sua declaração ficou apenas na promessa e o que se viu foi seu empenho para garantir o aumento do subsídio dos magistrados. Naquela ocasião, a categoria encerrou mais um ano sem revisão salarial.  

Importante lembrar, ainda, que durante a última greve, em 2015, que durou quase seis meses, a postura de Ricardo Lewandowski foi de intransigência, já que em diversos momentos questionou a legitimidade do movimento, além de articular com o governo o envio ao Legislativo de uma proposta que não contemplava integralmente o pleito da categoria. Para os servidores, mais meta de produtividade e para os magistrados, regalias e mais benefícios previstos na nova Loman (Lei Orgânica da Magistratura).   

O sindicato convoca os servidores do Judiciário para a manifestação, que deve marcar o fim do ciclo de Lewandowski à frente do STF e também demonstrar à ministra Cármen Lúcia, futura presidente, a disposição de luta da categoria para que sejam ouvidas e atendidas suas reivindicações.

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Setembro Amarelo, mês de prevenção contra o suicídio

Sintrajufe/RS

Desde 2014, o mês de setembro é marcado como momento de conscientização e prevenção ao suicídio. O alto número de suicídios é um grave problema enfrentado na sociedade brasileira em geral e dentro do Judiciário Federal, em específico. Em boa parte dos casos, o silenciamento e os preconceitos a respeito do tema dificultam o enfrentamento e a prevenção. 

No ano passado, uma importante ação de divulgação foi a iluminação de monumentos como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o Congresso Nacional e a ponte Juscelino Kubitschek, em Brasília, o estádio Beira Rio em Porto Alegre, a Catedral e o Paço Municipal de Fortaleza, a Ponte Anita Garibaldi, em Laguna, e o Palácio Campo das Princesas, em Recife. Também foram feitas ações de rua, como caminhadas, passeios ciclísticos, motoatas e abordagens em locais públicas em cidades. 

site dedicado ao Setembro Amarelo explica a importância dessas ações:
O câncer, a AIDS e demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) há duas ou três décadas eram rodeadas de tabus e viam o número de suas vítimas aumentando a olhos nus. Foi necessário o esforço coletivo, liderado por pessoas corajosas e organizações engajadas, para quebrar esses tabus, falando sobre o assunto, esclarecendo, conscientizando e estimulando a prevenção para reverter esse cenário.
 
Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.
 
A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta. 

O crescimento das taxas de suicídio no Brasil são preocupantes. Entre 1980 e 2012, as taxas de suicídio cresceram 62,5%, aumentando o ritmo a partir da virada de século, tanto para o conjunto da população quanto para a faixa jovem. Entre os anos 2002 e 2012, o total de suicídios no País passou de 7.726 para 10.321, o que representa um aumento de 33,6%. Esse aumento foi superior ao crescimento da população do país no mesmo período, que foi de 11,1%. 

Problema também no Judiciário Federal
 
No Judiciário Federal, registra-se um alto índice de pessoas que já pensaram em suicidar-se. Nos últimos anos, têm acontecido preocupantes casos de colegas que tiraram a própria vida nos locais de trabalho, o que reforça a importância de discutir o assunto e prevenir casos assim também nos espaços de trabalho. Práticas como o assédio moral e a violência psicológica potencializam o problema. Por outro lado, a solução é fazer o enfrentamento coletivo, solidarizando-se com os colegas e construindo um ambiente de trabalho diferente.
 
É importante destacar que, em casos em que os servidores se sintam em situação difícil ou deprimidos ou percebam os colegas nesse tipo de situação, não devem hesitar em procurar o sindicato, que oferece acompanhamento de uma equipe de saúde que inclui médico e psicóloga, e que está preparado para oferecer o auxílio necessário. É coletivamente que devemos enfrentar os problemas encontrados no ambiente de trabalho e buscar a melhoria dessas condições, construindo um ambiente de trabalho mais saudável no Judiciário em específico e no serviço público em geral.
 
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Reformas da Previdência propostas por Michel Temer- ou lutamos com todas as forças ou seremos mais uma vez atropelados

Por Alan da Costa Macedo –Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora; Bacharel e Licenciado em Ciência Biológicas;  Pós Graduado em Direito Constitucional, Processual, Previdenciário e Penal; Pós Graduando em Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos; Servidor da Justiça Federal em licença para Mandato Classista, Ex- Oficial de Gabinete na 5ª Vara da Subseção Judiciária de Juiz de Fora-MG; Coordenador Geral  e Diretor do Departamento Jurídico do SITRAEMG; Ex- Professor de Direito Previdenciário no Curso de Graduação em Direito da FACSUM; Professor e Conselheiro Pedagógico no IMEPREP- Instituto Multidisciplinar de Ensino Preparatório; Professor dos Cursos de Pós graduação em Direito do Trabalho e Direito Público da PUC-MG; Professor e Coordenador de Cursos de Extensão e Pós Graduação do IEPREV; Diretor de relações Institucionais e Assuntos parlamentares do IEPREV.

 

 

AB INITIO

            Boa parte do conteúdo deste texto replica o que eu já havia escrito outrora em artigo publicado no site do SITRAEMG: http://www.sitraemg.org.br/aposentadoria/

A intenção, agora, é trazer novos elementos e reforçar a necessidade de luta unificada de toda a sociedade para tentar “ barrar” o atropelo proposto pelo atual Governo do Presidente Michel Temer em matérias previdenciárias e trabalhistas.

_______________________________________________________________

 

            Conforme noticiado amplamente pela mídia escrita e televisiva, o Presidente Michel Temer não quer esperar as eleições municipais e vai apresentar “a galope” as propostas de reforma da Previdência ainda no mês de setembro.

            O sistema político é tão maquiavélico que os aliados do Governo insistiram com Temer para que ele não lançasse a proposta antes das eleições municipais, já sabendo que as impopularidades das medidas podiam atrapalhar no desempenho dos parlamentares dos partidos que compõe a base do governo. Ocorre que, segundo notícias, o presidente recém empossado não quer esperar e já “bateu o martelo” que apresentará as propostas de reforma até o final do mês.

            Como já disse outrora, infelizmente, o discurso do novo governo que aí está replica a mácula perversa de outros governos que o antecederam que é empreendida em face dos direitos dos trabalhadores e dos “pobres” e falidos segurados da previdência social.

            Com o mesmo modus operandi, o governo federal, apoiado pela “Rede Globo de Televisão” (patrocinada por empresários que têm interesses diretos na reforma), apresenta números falaciosos sobre eventual “rombo” na previdência que não são aceitos por quem é especialista no tema e não está vinculado ao projeto de Poder dos Governantes. Estes procuram fontes fáceis e rápidas de recursos para usarem, na maioria das vezes, em projetos populistas ou na alimentação dos juros da dívida pública, num sistema cíclico e embusteiro.

Desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso, o discurso é o mesmo: “precisamos reformar a previdência”.

Não é demais lembrar que o ex-presidente Lula, já no ano de 2003, enviou ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional número 40 (PEC 40), que reivindicava a reforma da Previdência. A proposta do governo caiu como uma bomba para todos aqueles que acreditavam num partido de “defesa do trabalhador” e dos “pobres coitados segurados da Previdência- RGPS”. Todos nós, à época, queríamos, sim, reformas para um Brasil melhor, mas que estas caíssem sobre os “bolsos” das classes mais favorecidas e não na conta do trabalhador. E sabem como esse “Golpe” conseguiu ser aprovado?

A Reforma da Previdência de 2003 foi, com todas as letras, “comprada” no grande esquema de corrupção que ficou conhecido como “mensalão”. E foi o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da Ação Penal 470, que constatou existência de Corruptores dentro do Poder Executivo (os líderes ideológicos e verdadeiros comandantes do PT) e dos corrompidos deputados de várias siglas partidárias da base governista. O Objeto maior daquele esquema de corrupção sem precedentes foi, justamente, a PEC 40/2003.

Foi a partir disso que vários setores da sociedade, inclusive Partidos Políticos e Associações de Magistrados, propuseram através de ADI a anulação da EC 41/2003. A ação do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) foi protocolada em 11 de dezembro de 2012, ADI 4889, pedindo a anulação da Reforma da Previdência, citou os nomes de Roberto Jefferson Monteiro Francisco (PTB/RJ), Romeu Ferreira de Queiroz (PTB/MG), José Rodrigues Borba (PMDB/PR), Valdemar Costa Neto (PL/SP), Carlos Alberto Rodrigues Pinto (PL/RJ), Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto (PP/PE) e Pedro Henry Neto (PP/MT) e argumentou que, in verbis:

 

“houve um esquema criminoso de compra de apoio político para o Governo no Congresso, tendo sido comprovado o recebimento pelos deputados federais (à época) de valores para que pudessem votar de acordo com a orientação do governo”. “Ficou provado que esse esquema de compra de apoio político para o Governo no Congresso ocorreu na mesma época da votação da PEC 40/2003 de autoria do Poder Executivo, que foi transformada na Emenda Constitucional 41/2003. “

 

            Há algum tempo, venho alertando sobre os retrocessos sociais praticados pelo Governo com as destemperadas reformas na previdência como saída rápida e imediata para um problema de má gestão dos recursos públicos, desvios de verbas e irresponsabilidade fiscal. Sobre a MP 664 que se convalidou na Lei 13135/2015, pontuei as inconstitucionalidades daquela reforma previdenciária: (http://www.sitraemg.org.br/por-alan-da-costa-macedo-analise-politico-juridica-da-emi-no-00232014-que-originou-a-malfadada-medida-provisoria-6642014-do-governo-federal/).

            Não satisfeitos com as reformas empreendidas através da Lei 13135/2015, logo na virada para o ano de 2016, o governo do PT anunciou que iria mexer na idade mínima para aposentadoria no Regime Geral de Previdência.

            Esse discurso voltou à tona, com o Governo de Michel Temer e seu Ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Temer, Dilma, e também seus antecessores, Lula e Fernando Henrique Cardoso, apresentam sempre o suposto déficit da Previdência, sem conseguir convencer aqueles que, de fato, estudam o assunto de forma isenta.

Tal déficit já foi desmistificado pela ANFIP e por vários outros Institutos especializados em Direito Previdenciário.

Além das instituições citadas, com argumentos eloquentes e de difícil contestação, a pesquisadora Denise Gentil, em tese de doutorado, desmistificou os falsos números do governo que acobertam a realidade da Previdência Social no Brasil.  Vale a pena transcrever, aqui, parte da entrevista que a pesquisadora deu para o Instituto Humanitas Unisonos:

 

“No Brasil, a concepção de crise financeira da Previdência vem sendo propagada insistentemente há mais de 15 anos. Os dados que você levantou em suas pesquisas contradizem as estatísticas do governo. Primeiramente, explique o artifício contábil que distorce os cálculos oficiais:

Tenho defendido a idéia de que o cálculo do déficit previdenciário não está correto, porque não se baseia nos preceitos da Constituição Federal de 1988, que estabelece o arcabouço jurídico do sistema de Seguridade Social. O cálculo do resultado previdenciário leva em consideração apenas a receita de contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que incide sobre a folha de pagamento, diminuindo dessa receita o valor dos benefícios pagos aos trabalhadores. O resultado dá em déficit. Essa, no entanto, é uma equação simplificadora da questão. Há outras fontes de receita da Previdência que não são computadas nesse cálculo, como a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a receita de concursos de prognósticos. Isso está expressamente garantido no artigo 195 da Constituição e acintosamente não é levado em consideração.

A que números você chegou em sua pesquisa?

Fiz um levantamento da situação financeira do período 1990-2006. De acordo com o fluxo de caixa do INSS, há superávit operacional ao longo de vários anos. Em 2006, para citar o ano mais recente, esse superávit foi de R$ 1,2 bilhões.

O superávit da Seguridade Social, que abrange o conjunto da Saúde, da Assistência Social e da Previdência, é muito maior. Em 2006, o excedente de recursos do orçamento da Seguridade alcançou a cifra de R$ 72,2 bilhões.

Uma parte desses recursos, cerca de R$ 38 bilhões, foi desvinculada da Seguridade para além do limite de 20% permitido pela DRU (Desvinculação das Receitas da União).

Há um grande excedente de recursos no orçamento da Seguridade Social que é desviado para outros gastos. Esse tema é polêmico e tem sido muito debatido ultimamente. Há uma vertente, a mais veiculada na mídia, de interpretação desses dados que ignora a existência de um orçamento da Seguridade Social e trata o orçamento público como uma equação que envolve apenas receita, despesa e superávit primário. Não haveria, assim, a menor diferença se os recursos do superávit vêm do orçamento da Seguridade Social ou de outra fonte qualquer do orçamento.

Interessa apenas o resultado fiscal, isto é, o quanto foi economizado para pagar despesas financeiras com juros e amortização da dívida pública.

Por isso o debate torna-se acirrado. De um lado, estão os que advogam a redução dos gastos financeiros, via redução mais acelerada da taxa de juros, para liberar recursos para a realização do investimento público necessário ao crescimento. Do outro, estão os defensores do corte lento e milimétrico da taxa de juros e de reformas para reduzir gastos com benefícios previdenciários e assistenciais. Na verdade, o que está em debate são as diferentes visões de sociedade, de desenvolvimento econômico e de valores sociais.

Há uma confusão entre as noções de Previdência e de Seguridade Social que dificulta a compreensão dessa questão. Isso é proposital?

Há uma grande dose de desconhecimento no debate, mas há também os que propositadamente buscam a interpretação mais conveniente. A Previdência é parte integrante do sistema mais amplo de Seguridade Social.

É parte fundamental do sistema de proteção social erguido pela Constituição de 1988, um dos maiores avanços na conquista da cidadania, ao dar à população acesso a serviços públicos essenciais. Esse conjunto de políticas sociais e transformou no mais importante esforço de construção de uma sociedade menos desigual, associado à política de elevação do salário mínimo. A visão dominante do debate dos dias de hoje, entretanto, freqüentemente isola a Previdência do conjunto das políticas sociais, reduzindo-a a um problema fiscal localizado cujo suposto déficit desestabiliza o orçamento geral. Conforme argumentei antes, esse déficit não existe, contabilmente é uma farsa ou, no mínimo, um erro de interpretação dos dispositivos constitucionais.

Entretanto, ainda que tal déficit existisse, a sociedade, através do Estado, decidiu amparar as pessoas na velhice, nodesemprego, na doença, na invalidez por acidente de trabalho, na maternidade, enfim, cabe ao Estado proteger aqueles que estão inviabilizados, definitiva ou temporariamente, para o trabalho e que perdem a possibilidade de obter renda. São direitos conferidos aos cidadãos de uma sociedade mais evoluída, que entendeu que o mercado excluirá a todos nessas circunstâncias.

E são recursos que retornam para a economia?

É da mais alta relevância entender que a Previdência é muito mais que uma transferência de renda a necessitados. Ela é um gasto autônomo, quer dizer, é uma transferência que se converte integralmente em consumo de alimentos, de serviços, de produtos essenciais e que, portanto, retorna das mãos dos beneficiários para o mercado, dinamizando a produção, estimulando o emprego e multiplicando a renda. Os benefícios previdenciários têm um papel importantíssimo para alavancar a economia. O baixo crescimento econômico de menos de 3% do PIB (Produto Interno Bruto), do ano de 2006, seria ainda menor se não fossem as exportações e os gastos do governo, principalmente com Previdência, que isoladamente representa quase 8% do PIB.

(...)

 

O governo não executa o orçamento à parte para a Seguridade Social, como prevê a Constituição, incorporando-a ao orçamento geral da União. Essa é uma forma de desviar recursos da área social para pagar outras despesas?

A Constituição determina que sejam elaborados três orçamentos: o orçamento fiscal, o orçamento da Seguridade Social e o orçamento de investimentos das estatais. O que ocorre é que, na prática da execução orçamentária, o governo apresenta não três, mas um único orçamento chamandoo de "Orçamento Fiscal e da Seguridade Social", no qual consolida todas as receitas e despesas, unificando o resultado. Com isso, fica difícil perceber a transferência de receitas do orçamento da Seguridade Social para financiar gastos do orçamento fiscal. Esse é o mecanismo de geração de superávit primário no orçamento geral da União. E, por fim, para tornar o quadro ainda mais confuso, isola-se o resultado previdenciário do resto do orçamento geral para, com esse artifício contábil, mostrar que é necessário transferir cada vez mais recursos para cobrir o "rombo" da Previdência. Como a sociedade pode entender o que realmente se passa?

 (...)

Apesar do superávit que o governo esconde, o sistema previdenciário vem perdendo capacidade de arrecadação. Isso se deve a fatores demográficos, como dizem alguns, ou tem relação mais direta com a política econômica dos últimos anos?

A questão fundamental para dar sustentabilidade para um sistema previdenciário é o crescimento econômico, porque as variáveis mais importantes de sua equação financeira são emprego formal e salários. Para que não haja risco do sistema previdenciário ter um colapso de financiamento é preciso que o país cresça, aumente o nível de ocupação formal e eleve a renda média no mercado de trabalho para que haja mobilidade social. Portanto, a política econômica é o principal elemento que tem que entrar no debate sobre "crise" da Previdência. Não temos um problema demográfico a enfrentar, mas de política econômica inadequada para promover o crescimento ou a aceleração do crescimento.”[1]

 

 

A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP) demonstra anualmente, através de seus relatórios de Análise da Seguridade Social, a falsidade do discurso do déficit da Previdência Social, pois, sendo ela parte de um todo, a seguridade social está sendo superavitária, o que deslegitima os argumentos do governo federal.  Segundo aquelas análises, entre os anos de 2000 a 2008 houve um superávit total: R$ 392,2 bilhões. [2]

As novas propostas do Governo Temer, pegando carona no já anunciado projeto de Dilma, precisam ser enfrentadas com vigor por aqueles que tem a missão de levar a informação de forma desvinculada e imparcial para a população. Alguns que desconhecem as verdadeiras intenções do Governo, patriotas, mas alienados sobre as profundezas do tema, podem achar “razoável” aumentar a idade de aposentadoria, sob a alegação de que a expectativa de vida da população tem crescido, que há um “ rombo na previdência” e que, em algum momento, não se terá mais dinheiro para pagar aposentadorias.

Ocorre que a rede Globo de Televisão, ao invés de trazer os dois pólos da discussão para que a sociedade fique esclarecida, ardilmente, traz apenas o discurso do “déficit” pregado pelo Governo. Não informam, por exemplo que: por meio da “Desvinculação de Receitas da União” (DRU), o governo desvia recursos da previdência social (bem como da saúde, educação) para outras despesas, notadamente a formação do tal do “superávit primário” para pagar juros vultosos da dívida pública;  que, apesar das perspectivas de longevidade, grandes problemas epidemiológicos (câncer, doenças tropicais, doenças transmitidas por mosquitos, entre outras) vem causando alta taxa de mortalidade; que idosos não aposentados representarão jovens desempregados, caso não haja uma evolução nos esquemas econômicos;  entre outras diversas variáveis que, certamente, não são aventadas pelo Governo e nem “por suas redes televisivas”.

 

PROPOSTA

 

O momento requer urgência na unidade de luta do Sindicalismo e dos demais membros da sociedade civil. Não é hora de ficar brigando entre nós no antagonismo que hoje se espalha: “Houve Golpe X Não houve golpe” com o Impeachment da Presidente Dilma. Até por que as reformas da previdência propostas por Temer são apenas a continuidade do que já estava sendo proposto no Governo da Presidente Dilma.

O momento agora é de União. Apesar de acreditar que o processo de impeachment seguiu os ritos democráticos pré-definidos e que não foi viciado formalmente, se o Presidente Temer insiste em “atropelar” os trabalhadores e os segurados da Previdência Social, temos que gritar todos juntos: “FORA TEMER”.

Nós trabalhadores, sindicalistas, pais de família, segurados da previdência não podemos aceitar o discurso hipócrita e incoerente daqueles que, já aposentados, querem que trabalhemos até a morte. Não podemos aceitar que, em um pais em que empresários (na maioria) não empregam pessoas acima de 50 anos exija que o cidadão trabalhe até os 65 anos para se aposentar. E aqueles que começaram a trabalhar e a contribuir desde dos 14 anos de idade como foi o meu caso?

Se não tivermos um representante que, de fato, trabalhe para o povo, que decida “auditar a dívida pública”; que enfrente os “ banqueiros” e defenda o “ trabalhador”, teremos que substituir o governo quantas vezes for necessário até que respeitem a vontade daqueles que o elegeram.

Diante disso, estou propondo aos meus pares que oficiemos à FENAJUFE para que conclame mobilização nacional em Brasília para gritarmos um “ Não à Reforma da Previdência”. A ideia é que chamemos todos os demais sindicatos de trabalhadores, centrais sindicais, associações de aposentados para nos unirmos contra esta reforma que se apresenta.

Como disse, não é hora de “ divisionismo” entre quem foi contra e quem foi a favor do Impeachment de Dilma. É hora de Gritarmos juntos “ Não à Reforma da Previdência” e se o atual presidente insistir com isso, gritarmos juntos “ Fora Temer e Fora todos que forem a favor dessa reforma”. Temos que construir uma unidade com ANFIP; COBAP; IEPREV; OAB e todas os que representam interesses de segurados da Previdência para um trabalho corpo a corpo com os deputados e Senadores no Congresso Nacional. Não podemos aceitar calados, sem luta.

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Sitraemg: Sindicato mobiliza-se na Câmara pela aprovação urgente do projeto que trata do benefício para oficiais de justiça

A filiada Luciana Tavares representou a entidade em articulações juntamente com outras sindicatos e associações de oficiais de justiça para que os parlamentares agilizem a tramitação do PLP 330/06 na Casa

O SITRAEMG, representado pela oficiala de justiça da JF  Luciana Tavares, esteve ontem (terça-feira, 23), em Brasília (DF), participando das mobilizações, juntamente com dirigentes de entidades sindicais e associações do segmento, para dialogar com os deputados e pressioná-los para que PLP 330/06 (que trata da aposentadoria especial dos oficiais de justiça) seja pautado, votado e aprovado o mais urgente possível.

O Projeto de Lei Complementar tramita na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara, tendo como relator o deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE).

O Sindicato não medirá esforços para intensificar a luta dos oficiais de justiça pela aprovação desse projeto, que fará justiça ao segmento, que convive cotidianamente com riscos e ameaças no exercício da função.

PLN 03/16 e reunião na Fenassojaf

Luciana Tavares também esteve presente na luta pela aprovação do PLN 03/16, com coordenadores da Fenajufe, Gerardo Lima, o coordenador do SITRAEMG Igor Yagelovic, além de colegas de vários estados.

Na mesma data, participou também de reunião na Fenassojaf, presidida pela diretora Juscileide, para tratar de assuntos de interesse dos oficiais de justiça categoria, como aposentadoria especial e atualização da indenização de transporte.

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ABISMO SALARIAL de R$7.303,13 faz Técnicos Judiciários trabalharem “de graça” 230 dias por ano

Por James Magalhães Gonçalves, Técnico Judiciário do TRE-MG. Graduado em Direito pela UFMG. Especialista em Direito Público. Especialista em Direito Administrativo, defendendo monografia sobre “Modernização da carreira do Técnico Judiciário da União: alteração da escolaridade e sobreposição”.  Observador de Aves. Doador Voluntário de Sangue.

Este artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta, necessariamente, a opinião da diretoria da Fenajufe

 

1 – Nunca, na história do Poder Judiciário da União, a diferença salarial entre Técnicos e Analistas foi tão grande:  R$7.303,13  por mês !!!

A diferença salarial entre Técnicos e Analistas subirá dos atuais R$5.162,19 para R$7.303,13, com a aprovação do PCS IV (Lei nº 13.317, de 20 de julho de 2016), ou seja, o abismo salarial acumulado ao longo de um ano atingirá quase R$100.000,00 (cem mil reais) com relação a dois cargos que executam trabalho de mesmo grau de complexidade.

Segue tabela comparando a remuneração do final de carreira entre Técnicos e Analistas de acordo com a Lei nº 13.317/2016, que terá sua última parcela implementada em 01/01/2019:

CLASSE

PADRÃO

TÉCNICO JUDICIÁRIO

ANALISTA JUDICIÁRIO

DIFERENÇA  REAL ENTRE  OS  CARGOS

C

13

R$11.398,39

R$18.701,52

R$7.303,13 (64,07%)

 

Segue tabela comparando o final de carreira do Técnico Judiciário com o início de carreira do Analista Judiciário:

TÉCNICO JUDICIÁRIO - C13

ANALISTA JUDICIÁRIO - A1

DIFERENÇA  REAL ENTRE OS  CARGOS

R$11.398,39

R$12.455,30

R$1.056,91 (9,3 %)

 

A Lei nº 10.475/02, também, conhecida como PCS II, acabou com a possibilidade dos Técnicos progredirem na carreira. Até 2002, o final de carreira dos Técnicos era o A5 dos Analistas. Desde então, os Técnicos vivem uma realidade de total desmotivação. Em 01/01/2019, o Técnico com 35 anos de efetivo exercício aposentará recebendo R$1.056,91 a menos que o Analista no início de carreira, ou seja, quase 10% da diferença.

 

2 – Contradição da Lei nº 13.317/2016

A Lei 13.317/16 apresenta uma grande contradição ao reduzir a diferença salarial entre Analistas e Juízes ao mesmo tempo em que aumenta a diferença salarial entre Analistas e Técnicos. Ora, se o índice percentual concedido para o Analista é maior que o índice percentual concedido para a Magistratura, o mesmo deveria ocorrer em relação aos Técnicos Judiciários, que deveriam ser contemplados com um índice percentual maior para fins de reduzir o abismo salarial.

 

3 – Evolução do SUPER ABISMO SALARIAL no PJU: 883% entre PCS 1 e PCS 4

No final da implementação da Lei nº 13.317/2016, em 01/01/2019, Analistas terão um aumento real de R$5.482,44 contra R$ 3.341,50 para Técnicos. O ganho real dos Analistas, em 01/01/2019, será de R$2.140,94 a mais que o oferecido para Técnicos.

Segue tabela contendo a evolução do super abismo salarial no PJU:

LEI / PROJETO

TÉCNICO JUDICIÁRIO: final de carreira (Venc. + GAJ)

ANALISTA JUDICIÁRIO:

final de carreira(Venc. + GAJ)

DIFERENÇA REAL (Explosão do abismo salarial de 883% entre o PCS 1 e PCS 4)

Lei 13.317/16  (PCS 4)

R$11.398,39

R$18.701,52

R$7.303,13

Lei  11.416/06 (PCS 3)

R$8.056,89

R$13.219,08

R$5.162,19

Lei  10.475/02 (PCS 2)

R$3.325,86

R$5.554,85

R$2.228,99

Lei  9.421/96   (PCS 1)

R$1.108,20

R$1.850,91

R$742,71

Observação: a Lei 10.944/2004 elevou a GAJ de 12 para 30% e a Lei 12.774/2012 elevou a GAJ de 50 para 90%.

A diferença real entre Técnicos e Analistas, que era de R$742,71 no PCS 1, em 01/01/19, será de R$7.303,13, ou seja, um aumento percentual de cerca de 883% (R$742,71 x 883% = R$7.300,83).

A tabela comparativa dos 4 Planos de Cargos e Salários (PCS) comprova que, entre o PCS 1 e o PCS 4, houve uma explosão do abismo salarial.

O aumento linear e a ausência de sobreposição promove a injustiça salarial no PJU com relação aos Técnicos, que ficam cada vez mais desvalorizados a cada PCS que é aprovado.

 

 

4 –Técnicos Judiciários trabalham “de graça” 230 dias por ano

Se alguém lhe pedisse para trabalhar de graça quase 8 meses por ano, você aceitaria? Provavelmente, não. Mas é o que, de certa forma, ocorre com os Técnicos Judiciários se levarmos em conta a diferença salarial entre Técnicos e Analistas. Como Técnicos e Analistas executam atividades de mesmo grau de complexidade nos 365 dias do ano (considere 30 dias por mês para fins de cálculo), calcule os valores do dia de trabalho de Técnicos e Analistas, e conclua que Técnicos executaram trabalho de alta complexidade sem receber (“de graça”), de 01/01/2016 a 17/08/2016. É como se, nesses quase 8 meses, o trabalho do Técnico fosse exercido “de graça” e, somente a partir de 18/08/2016 (pelo período de 130 dias até 31/12/2016), o trabalho do Técnico será devidamente remunerado.

O dia de trabalho do Analista Judiciário em final de carreira, com a Lei 13.317/16, em 01/01/19, será de R$623,38 (R$18.701,52 dividido por 30 dias). O dia de trabalho do Técnico Judiciário será de R$379,94 (R$11.398,39 dividido por 30 dias).

Segue tabela com os valores do dia de trabalho de Técnicos e Analistas:

Cargo efetivo

Remuneração no final de carreira – C13

Valor do dia de trabalho

Analista Judiciário

R$18.701,52

R$623,38

Técnico Judiciário

R$11.398,39

R$379,94

 

A diferença salarial entre Técnicos e Analistas será de R$7.303,13 por mês, a partir de 01/01/19, o que equivale a 19,22 dias de trabalho do Técnico Judiciário (R$7.303,13 dividido por R$379,94), portanto, a diferença salarial acumulada ao longo de 1 (um) ano equivale a 230,64 dias de trabalho de um Técnico (19,22 dias x 12 meses).

Diferença salarial mensal (Técnicos e Analistas)

Dia de trabalho do Técnico

Diferença salarial transformada em dia de trabalho do Técnico no período de 1 mês

Diferença salarial transformada em dia de trabalho do Técnico no período de 1 ano

R$7.303,13

R$379,94

19,22 dias

230,64 dias

 

5 – Solução: SOBREPOSIÇÃO na carreira dos Técnicos no próximo PCS  !!!

A reimplantação da sobreposição na carreira dos Técnicos deve vir acompanhada da redução da diferença salarial (64,07%) que separa Técnicos de Analistas em plena “era do PJE”.

O PJE (Processo Judicial Eletrônico) modernizou o trabalho do PJU antes de modernizar as carreiras dos servidores, o que gerou uma crise institucional sem precedentes na história do serviço público federal. Hoje, temos Técnicos e Analistas executando trabalho de alta complexidade e convivendo com um absurdo abismo salarial de 64,07% por mês.

Até 2002, o final de carreira chegava ao A5 do Analista. Hoje, com o aumento da complexidade do trabalho dos servidores do PJU, não faz sentido um Técnico em final de carreira chegar apenas ao A5 do Analista. A reimplantação da sobreposição deve, necessariamente, colocar o final de carreira do Técnico atingindo, pelo menos, o nível B10 do Analista Judiciário.

O abismo salarial entre Técnicos e Analistas é um escândalo e a luta pela sobreposição na carreira deve ser prioridade para o próximo PCS / PL DE CARREIRA.

 

Participe do Grupo do Movimento Nacional pela Valorização dos Técnicos Judiciários (MOVATEC) existente no facebook:

https://www.facebook.com/groups/tecnicosjudiciariospju/

 

 

*Este artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta, necessariamente, a opinião da diretoria da Fenajufe

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SP: Após pressão, TRT-2 suspende expediente até segunda-feira

Servidores, Magistrados e Advogados fizeram ato conjunto para exigir medidas imediatas de segurança no Ruy Barbosa


Shuellen Peixoto
Sintrajud/SP 

Fotos: Cláudio Cammarota 

Após pressão dos servidores, magistrados e advogados, TRT-2 suspendeu o expediente nestas quinta, sexta e segunda-feira, 1, 2 e 5, para agilizar obras de segurança no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa para impedir que aconteçam mais suicídios no prédio. Na tarde desta quarta-feira, 31, foi realizado ato conjunto com a participação de servidores, magistrados e advogados, que decidiram paralisar atividades até que as medidas de segurança sejam implementadas e concluídas.

Logo pela manhã desta quarta-feira, 31, os servidores se depararam com as obras de segurança inconclusas. Apenas o acesso às rampas foi fechado com chapas de madeira. No entanto, os acessos aos parapeitos continuam abertos e sem segurança suficiente para impedir novas tragédias.

Indignados, os servidores vestiram preto e protestaram durante todo o dia por segurança e melhores condições de trabalho. Durante a manhã, a categoria fez uma manifestação com a participação da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo.

A tarde, foi a vez dos magistrados juntarem-se a manifestação. Para o juiz Leonardo Grizagoridis, da AMATRA, é importante a unificação dos setores, com suspensão de audiência, no caso dos magistrados, na exigência de segurança no prédio. “Aqui ninguém quer ficar sem trabalhar, o que estamos exigindo é que as condições de trabalho passem a ser prioridade neste Tribunal, não podemos lidar com uma Administração que faz improvisos e coloca em risco nossa vida”, afirmou.

Para Inês Leal, diretora do Sindicato e servidora da JT, a presidente do TRT-2, Silvia Devonald, tem sido negligente e ignorado o que tem ocorrido. “Só na gestão dela foram 5 mortes neste prédio, e não foi tomada nenhuma medida até março deste ano, quando colocaram fitas de segurança nas rampas, o que não consegue impedir nada”, afirmou. “Por isso, estamos aqui, somente a união da categoria pode mudar esta realidade, não vamos aceitar que a presidente nos responda ‘se não aguenta pegue sua malinha e vai embora’, queremos que seja garantidas condições de trabalho, físicas e psicológicas”, declarou Inês.

Inês esclareceu ainda que em reuniões anteriormente feitas entre a Administração e representantes do Sintrajud, AMATRA e da AAT, o arquiteto responsável pelo prédio, Décio Tozzi, concordou com a proposta de instalação de redes de segurança nos corredores, rampas e rol dos elevadores.

“Na época, o valor apresentado para instalação das redes pela Administração foi de duzentos mil reais e nos falaram que, mesmo com os cortes, era possível remanejar verbas e garantir a instalação, mesmo assim ela não o fez e segue colocando nossas vidas em risco”, ressaltou Inês.

Na opinião Lívio Enescu, presidente da AAT/SP, é preciso responsabilizar a presidente do TRT-2, Silvia Devonald, que tem negligenciado a situação do Fórum Ruy Barbosa. “Temos que unir advogados, juízes e servidores e entrar com uma ação contra a presidente deste tribunal”, declarou.

O psicólogo do Sintrajud, Daniel Luca participou o ato e destacou a possibilidade de adoecimento dos servidores que trabalham no Ruy Barbosa. “É preciso que a Administração tenha o mínimo de sensibilidade com os servidores que trabalham neste prédio, não é possível lidar com situações como essas como se fossem cotidianas”, afirmou.

Reunião com a Administração

Após a manifestação, uma comissão de servidores, magistrados e advogados participaram de uma reunião com o vice-presidente judicial, desembargador Wilson Fernandes, e a corregedora, desembargadora Beatriz de Lima Pereira. A comissão exigiu medidas concretas de segurança e a suspensão do expediente para a conclusão das obras de segurança no prédio.

O desembargador Wilson Fernandes afirmou concorda que a solução do emadeiramento deve ser considerada como provisória. “Acho que os tapumes devem ser uma solução emergencial, mas temporária, depois devem ser instaladas as redes”, declarou.

Durante a reunião, os representantes das entidades apresentaram a situação de insegurança que ainda se encontra o prédio e pediram a suspensão do expediente até a conclusão das obras de segurança. O desembargador comprometeu-se de consultar a presidente do Tribunal sobre a suspensão do expediente. “Sabemos que não vamos eliminar completamente o risco, mas podemos reduzir, por isso é importante terminar os trabalhos”, afirmou o desembargador.

Além disso, a comissão questionou a segurança real do emadeiramento, já que os tapumes podem ser uma medida perigosa, pois podem soltar e cair em alguém ou oferecer mais riscos de incêndio. Por isso, foi solicitado que seja apresentado um laudo do corpo de bombeiros o mais rápido possível e o conserto das portas corta incêndio do Fórum.

Algumas horas após a reunião, foi publicada a portaria que suspende o expediente de quinta, sexta e segunda-feira, dias 1, 2 e 5 de setembro, no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa.

Para o servidor da JT, Tarcísio Ferreira, a suspensão do expediente só foi possível pela mobilização e luta dos servidores, unificados com magistrados e advogados. “Sigamos atentos aos desdobramentos e mobilizados por nossas condições de trabalho, segurança e integridade”, finalizou.

 

Carta Aberta: Basta de descaso e omissão!

Infelizmente, 29 de agosto foi mais um dia de dor e tristeza no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa. Mais um caso de suicídio, um pai que ao cometer tal ato levou também seu filho de quatro anos. Esse foi o quarto caso neste prédio, somando cinco mortes em menos de dois anos, durante a mesma gestão do corpo diretivo do tribunal.

Desde o primeiro acontecimento, trabalhadores deste fórum, advogados e magistrados, cobraram providências da direção do tribunal, exigindo que o prédio fosse adaptado de modo a evitar novos episódios. Durante mais de um ano e meio, nada foi feito.

Em março de 2016, após o terceiro incidente, seguido de um ato conjunto que manifestou indignação e tristeza com o fato, a presidência recusou todas as sugestões apresentadas para solucionar a questão e determinou a realização apenas de medidas que nada resolveram e pioraram ainda mais as condições de trabalho no fórum.

Seis meses depois, na última segunda-feira, a tragédia anunciada se repetiu.

Mesmo após grande repercussão, a direção do tribunal continua, intransigentemente, ignorando sugestões e reivindicações das pessoas que neste local trabalham e circulam diariamente, e insistindo em manter medidas que já se provaram ineficazes.

Além disso, como resultado do corte orçamentário que atinge a Justiça do Trabalho, foram demitidos vigilantes e diversos andares ficaram descobertos.

As condições de trabalho se deterioram diariamente e isso a todos prejudica, pois além da circulação restrita que atrapalha o dia a dia e traz maior insegurança, faltam funcionários. O tribunal jamais atendeu o quantitativo de servidores estabelecido nas resoluções 63/10 do CSJT e 219 do CNJ. Operamos hoje com apenas 65% da força de trabalho recomendada, apesar de termos a maior sobrecarga de trabalho do país. Tal sobrecarga, aliada à insegurança de um trabalho desenvolvido em ambiente de risco, afeta nossa saúde física e psíquica. Tiram qualidade do trabalho e da vida. Tudo isso traz prejuízos não só aos servidores e magistrados, mas também aos advogados e aos trabalhadores que buscam nessa justiça o respeito e a garantia dos seus direitos.

Além das cinco vidas que se foram, a nossa se esvai também a cada dia ao sofrer essas condições.

Depois desse fato, não podemos mais suportar em silêncio e como se fosse natural a omissão, a negligência e a intransigência da direção do tribunal.

Decidimos hoje, dia 31 de agosto, que paralisaremos nossas atividades até que solução efetiva seja implementada, que a segurança das pessoas que aqui circulam e trabalham seja garantida. Sabemos do impacto dessa decisão, mas não podemos mais suportar esse peso sozinhos, individualmente, sobre nossas costas. Com isso, exigimos que a presidente Silvia Devonald e demais componentes do corpo diretivo dialoguem com todos os afetados e tomem as providências urgentes e necessárias, assumindo a responsabilidade que lhes cabe.

Que a solução seja rápida para que logo possamos retomar as atividades, com o menor impacto possível. Trabalhadores, magistrados e advogados estamos agindo conjuntamente em defesa da Justiça do Trabalho e da vida, para que esse prédio seja lembrado e reconhecido de forma positiva, pelo respeito que simboliza e pelo bom serviço prestado à população, e não pelas tragédias que nele ocorreram. 

Trabalhadores da Justiça do Trabalho

Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud) 

Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (Amatra-2)

 

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