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Agência de Notícias

União Sindical da Amazônia defende pauta dos servidores em reunião com o presidente do TRF1

União é composta pelos sindicatos SINDJUF-PA/AP, SINDJUFE-TO, SINJEAM e SINDIJUFE RO/AC

O Coordenador Geral do SINDJUF-PA/AP, Arcelino Barros reuniu-se na última sexta-feira, 9, em Brasília, com o presidente do TRF1ª, o Desembargador Federal Carlos Eduardo Moreira Alves. O coordenador estava acompanhado de membros da União Sindical da Amazônia, entre eles, Janner Mendonça (SINDJUFE-TO); Elôngio Moreira (SINJEAM); Alisson Silva (SINDIJUFE RO/AC) e Ângela de Castro (servidora da Justiça Federal do Amapá), os quais abordaram questões prioritárias para as seções judiciárias na região norte.

Durante a reunião foram tratados temas como: fechamento das subseções dos municípios de Oiapoque e Laranjal do Jari, no Amapá; horário de expediente das seções e subseções; quantitativo de Oficiais de Justiça e orçamento para pagamento de despesas de Oficiais de Justiça, entre outros assuntos. 

Durante sua fala, o presidente declarou estar ciente da carência de recursos humanos provocado pela limitação no orçamento, o que vem gerando uma escassez de recursos para a prestação de serviços. “Nós temos que tentar nos modernizar para otimizar a distribuição dos nossos serviços”, afirmou o presidente. 

O Desembargador disse que já teve a oportunidade de conhecer alguns municípios da região norte na época em que era corregedor e conhece as dificuldades impostas pela realidade das localidades isoladas. Reconheceu também o sacrifício de servidores que são de outros estados e são enviados para essas localidades, longe de seus familiares.

Ao ser provocado sobre o quantitativo de servidores requisitados de outros órgãos, o presidente disse que gostaria que todos os cargos fossem ocupados por servidores do quadro, porém não há recursos humanos suficientes, mas disse também trabalhar com normativos para equilibrar essas forças.

Fechamento das Subseções Judiciárias Federais

O presidente foi questionado sobre a possível extinção das subseções de Oiapoque e Laranjal do Jari, no Amapá. Ele afirmou que nenhuma das Subseções serão fechadas e que na verdade elas serão realocadas para outras unidades, ainda a serem definidas pelo TRF1, provavelmente no início de 2019.

Nos locais das unidades realocadas ficarão em funcionamento Unidades Autônomas de Atendimento-UAAs.

O presidente disse que a realocação é inevitável em razão dos recursos e do volume de processos. A decisão é para dar cumprimento de uma medida limitar do CNJ. O presidente disse que ainda aguarda uma sinalização do CNJ. “Não queremos deixar essas áreas sem assistência, vamos instalar postos avançados. Os estudos continuam se desenvolvendo para implementação das unidades avançadas.”, afirmou.

O Desembargador disse que a preocupação é oferecer as melhores condições para que os recursos humanos possam se realocar, por isso, será dada prioridade no processo de remoção aos servidores das unidades realocadas. Os servidores terão direito também à ajuda de custo quando as unidades forem realocadas.

Horário de expediente nas seções e subseções

O horário único de expediente nas seções e subseções foi outro tema levantado durante a reunião. O coordenador Arcelino Barros sugeriu que o turno seja pela manhã, reforçando a posição da diretora do foro do Pará, Dra. Juíza Federal Carina Cátia de Senna.

O presidente informou que estão sendo feitos estudos sobre a viabilidade de implementação do turno único no âmbito do TRF1 e as peculiaridades locais de cada unidade das Seções Judiciárias serão consideradas no momento de implementação. “Nós temos uma resolução do CNJ que estabelece o horário de funcionamento e a partir dela deveremos observar o que será estabelecido. Estamos em estudo e vamos analisar todas as sugestões”, afirmou.

Quantitativo de Oficiais de Justiça

O coordenador do Sindjuf-PA/AP expôs que a seção do Pará vem trabalhando com um quadro reduzido de oficiais, já que há afastamentos em decorrência de tratamento médico e novas aposentadorias. O presidente explicou que por não haver cargos vagos e previsão orçamentária, não será possível novas nomeações para a Seção Judiciária no Estado do Pará e do Amapá.

Indenização de Transportes - IT 

Há um parecer técnico para implementação do reajuste da IT, passando a ser calculado sobre o vencimento básico, na proporção de 40%. Porém, o processo administrativo que trata da IT ainda será apreciado por outros setores administrativos, *como o do de orçamento e outros setores *. Depois de passar pelos setores administrativos competentes, será distribuído a um relator para emitir parecer e depois ser apreciação pelo colegiado do TRF1.

Cumprimento De Alvarás Nas Casa Penais 

O coordenador Arcelino Barros explicou ao presidente que no Pará somente uma Vara Federal exige o cumprimento de alvarás nas casas penais – as outras permitem serem cumpridos junto à Susipe. Sobre a questão o juiz sugeriu que se provoque a Corregedoria do TRF1, já que se trata de tema relevante e diz respeito à segurança dos oficiais de justiça no cumprimento de suas atribuições funcionais.

Situação da Força de Trabalho nas unidades administrativas das Seccionais

O presidente, ao ser questionado, pelo Coordenador Janner Mendonça (SINDJUFE-TO), sobre as reestruturações administrativas que estão ocorrendo no âmbito das Seccionais, sem o correspondente ajuste do número de cargos efetivos, esclareceu que compete a cada Diretor do Foro estabelecer os critérios para implantação de novas unidades e criar as soluções para otimizar o trabalho, sem aumentar as despesas. Afirmou também que não há possibilidades de efetivar novas nomeações nem postular aumento do quadro de pessoal, em face das restrições orçamentárias impostas pelo Governo Federal, por meio da EC 95/2016.

Adicional de Penosidade

O presidente do TRF1 ressaltou que ainda restam dúvidas sobre a competência para a regulamentação desse adicional. “Se há mais de vinte anos não se regulamenta é porque a questão não é tão simples assim”.

Já há um Pedido de Providências tramitando no CNJ, aguardando apreciação pelo colegiado.

Em visita recente aos Conselheiros, os coordenadores da União Sindical da Amazônia cobraram a implementação do adicional, mas até o momento não há previsão de sua regulamentação no âmbito do PJU.   

A União Sindical da Amazônia, representada pelos sindicatos da Amazônia, continuará atuando junto ao CNJ e aos Tribunais Superiores com o intuito de implementar o adicional de penosidade em todo o PJU nos Estados da Amazônia.

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Servidor assistido pelo SINDJUFE-BA alcança VITÓRIA em processo administrativo sobre doença ocupacional

SINDJUFE/BA
 
Por meio de processo administrativo instaurado por um servidor da JF para o reconhecimento do nexo causal entre o trabalho e as patologias diagnosticadas, a Assessoria Jurídica do SINDJUFE-BA, representado pelo advogado Dr. Cláudio Andrade, atuou e conseguiu mais essa Vitória para o filiado. 

Após todos os procedimentos legalmente previstos e análise conjunta entre Comissão Administrativa e pela Junta Médica Oficial, a DIREF por meio do juiz federal Dr. Dirley da Cunha Júnior, deferiu no início desse mês o requerimento constante no PA SEI referente, considerando o nexo causal e já encaminha as providências.

O sindicato tem acompanhado diversas situações semelhantes em todos os órgãos e constatado a elevação exponencial de casos de doença ocupacional moderadas e graves no corpo funcional. 
Uma pesquisa de saúde está sendo produzida pela Fenajufe no sentido de apontar esses índices e suas causas. Independentemente dessa pesquisa, o sindicato tem atuado firmemente em defesa da saúde do servidor. 


Fique por dentro das notícias!

Se inscreva na lista de WhatsApp do sindicato adicionando o número (71) 99233-3219 e mande mensagem informando seu nome, órgão e cidade.

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GloboNews atende demanda do Sintrajud e corrige informação sobre reajuste

Confira aqui a reprodução do vídeo de esclarecimento do 'Jornal da GloboNews Edição das 18h' desta terça-feira retificando a informação sobre o reajuste aprovado para os magistrados, que NÃO atinge os servidores do Judiciário, como tinha sido noticiado pelo mesmo programa na noite do dia 7.

Da redação

Após a divulgação de informação errônea sobre o reajuste aprovado no Senado Federal no último dia 7 de novembro, o Sintrajud somou-se à campanha impulsionada pela Fenajufe e encaminhou solicitação direta à direção de jornalismo da GloboNews. A reportagem que trazia a informação errada foi exibida sob o título “Impacto de R$ 4 bilhões nas contas: Senado decide aprovar reajuste de servidores do Judiciário” no Jornal da GloboNews Edição das 18h. Na noite desta terça-feira (13) a emissora respondeu à mensagem enviada por e-mail ao Sindicato e comunicou a exibição do esclarecimento.

Confira abaixo a reprodução do trecho do ‘Jornal da GloboNews Edição das 18h’ exibida às 19h51 da terça-feira, 13:

 

 
 
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Veja abaixo a imagem da transmissão com a informação errada exibida no dia 7 de novembro:

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STF garante auto-reajuste e tolera 20 anos de desrespeito à revisão de servidores

Por Sintrajud (SP)

Articulação entre as cúpulas dos 3 poderes assegura aprovação relâmpago, enquanto atual e próximo governo tentam pautar projetos contrários a  trabalhadores

Menos de uma hora. Esse foi o tempo de discussão gasto por senadores no plenário para aprovar o controverso projeto que prevê reajuste de 16,38% para os ministros do Supremo Tribunal Federal, ocorrido no dia 7 de novembro. O presidente da Corte, Dias Toffoli, teria atuado pessoalmente para isso e utilizado o auxílio-moradia como moeda de troca para justificar o reajuste. Como, aliás, já fizera na reunião com o presidente Michel Temer, em outubro, que selou o acordo em torno da questão. Poucos dias mais tarde, veio a notícia da decisão do governo federal de editar medida provisória adiando a parcela de reajuste de diversas categorias do funcionalismo federal do Poder Executivo de 2019 para 2020 – referentes a reajustes concedidos ainda em 2016 ou 2017.

O empenho do presidente do Supremo Tribunal Federal pela aprovação da matéria contrasta com a vagarosa tramitação na corte máxima do país da ação, com repercussão geral, que trata da revisão salarial anual de cerca de 11 milhões de servidores públicos do país, em todas as esferas de governo e poderes. Toffoli segura o voto-vista ao processo desde que tomou posse, em 13 de setembro.

O reajuste aprovado no Senado elevará a remuneração dos ministros do STF de R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil. terá ainda efeito cascata entre magistrados, procuradores, ministros de Estado, governadores, parlamentares e presidente da República. A articulação na alta cúpula dos três poderes para viabilizar o aumento ocorre concomitante a uma movimentação pelo congelamento dos salários dos servidores e a aprovação de propostas que eliminam benefícios previdenciários. Até mesmo a redução dos salários da categoria, via aumento da alíquota de contribuição à Previdência, está sendo cogitada – a quem fale em percentual de até 22%, o dobro do atual.

Auxílio-moradia

A jornalistas, o ministro Dias Toffoli afirmou que agora o problema do auxílio-moradia poderá ser enfrentado. “Com a aprovação do novo subsídio, nós podemos então resolver essa questão do auxílio”, disse. O que chama a atenção é que o polêmico benefício está sob julgamento no STF e é mantido por meio de uma liminar concedida pelo ministro Luiz Fux em setembro de 2014, extensivo mesmo a juízes que possuam um ou mais imóveis próprios na cidade onde atuam.

A declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal dá a entender publicamente que a colocação do processo em pauta dependeria antes de uma compensação financeira salarial para uma eventual decisão contrária ao benefício do que da agenda de processos da Corte.

Ao reconhecer isso, Toffoli alimenta a impressão, por outro lado, que a inexistência de uma decisão do STF referente à revisão salarial anual do conjunto do funcionalismo que faça valer a previsão constitucional é uma omissão ou opção política. A revisão anual dos salários dos servidores foi introduzida por emenda na Constituição Federal em 1998 e vem sendo desrespeitada sistematicamente pelas administrações públicas. O STF possui decisão favorável à categoria, de maio de 2001, mas que se tornou inócua pela inexistência de penalidades para o governante que não cumpri-la. A ação em curso no Supremo busca justamente impor uma multa pecuniária à administração pública quando ela desrespeitar essa determinação constitucional.

Sem negociações

O empenho e a agilidade da cúpula da suprema corte brasileira em prol da majoração de seus próprios vencimentos também contrasta com a má-vontade da administração do Tribunal em iniciar um processo de negociação com as representações sindicais dos servidores do Poder Judiciário Federal. A solicitação de restabelecimento de um canal permanente de negociação, feita reiteradas vezes ao longo dos dois anos da gestão de Cármen Lúcia e novamente à Presidência de Toffoli, segue sem resposta.

Não são poucas as questões que os servidores – representados pela Fenajufe e os sindicatos – querem levar ao STF neste momento crítico da conjuntura nacional. Em meio à ameaça de um futuro colapso nos tribunais por conta da asfixia orçamentária decorrente da Emenda Constitucional 95, do risco de congelamento salarial permanente para o funcionalismo, da possível redução brutal de direitos previdenciários e da movimentação de certos setores a favor da extinção da Justiça do Trabalho, resta saber o que pretendem os ministros da corte máxima do país: se vão estar mobilizados apenas para assegurar a controversa elevação de seus já generosos contracheques a quase R$ 40 mil ou se vão mover esforços para a abertura de um canal de diálogo no qual ouçam as demandas dos servidores e se posicionem sobre temas tão cruciais para  a própria existência do Poder Judiciário no Brasil.

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Nova direção do Sintrajuf/PE toma posse

Sintrajuf (PE)

A nova direção do Sintrajuf/PE tomou posse na noite de segunda-feira (12) em cerimônia realizada na sede do sindicato. A nova gestão foi eleita para o triênio 2018/2021 e tem como presidente Manoel Gerson Bezerra Sousa (TRE/PE), além de abranger servidores de todos os ramos da Justiça Federal (veja abaixo), com orientações sindicais variadas mas convergentes nas ideias.

O coletivo de servidores eleitos entende que assume o Sintrajuf/PE em contexto histórico de riscos para a Democracia e de aprofundamento da agenda de desconstrução de direitos, dos serviços e da imagem dos servidores públicos.

“Nessa conjuntura é fundamental a mais ampla unidade da categoria”, afirma Gerson Sousa.

Conheça a nova diretoria do Sintrajuf/PE:

PRESIDENTE – MANOEL GERSON BEZERRA SOUSA – TRE/PE
VICE-PRESIDENTE – MAX WALLACE MARQUES DE ANDRADE – JF/PE
SECRETÁRIO GERAL – ELIELSON FLORO DA SILVA – TRT 6ª R.
1º SECRETÁRIO –  MARCELA SORIANO FERREIRA NUNES – TRE/PE
1º TESOUREIRO – LUÍS FERNANDO CAVALCANTI COSTA – TRE/PE
2º TESOUREIRO – LIGIA CONCEIÇÃO NOVOS DOS SANTOS – JF/PE
DIR. IMPRENSA E DIVULGAÇÃO – LEONARDO VILA NOVA DE MOURA – JF/PE
DIR. DE ASSUNTOS JURÍDICOS – THIAGO BANDEIRA CAVALCANTI – TRE/PE
DIR. DE FORMAÇÃO SINDICAL – JUVANDO CARMO DE OLIVEIRA – TRT 6ªR.
DIR. DE RELAÇÕES SINDICAIS – PAULO EDUARDO SILVA DE ABREU – TRT 6ª R.
DIR. DE SINDICALIZAÇÃO – ELOY TEOTÔNIO BARBOSA JÚNIOR – TRE/PE
1º SUPLENTE – ROMERO SAMPAIO REGIS DE CARVALHO – TRE/PE
2º SUPLENTE – INALDA VILA NOVA DE MOURA – TRF 5ª R.
3º SUPLENTE – CARLOS FELIPE DOS SANTOS – TRT 6ª R.
4º SUPLENTE – ANDRÉA PESSOA DA SILVA – TRE/PE *          

CONSELHO FISCAL
CONSELHEIRO PRESIDENTE – JOAQUIM DE SIQUEIRA BARBOSA ARCOVERDE NETO – TRE/PE
CONSELHEIRO – JOSÉ TAVARES DE LIMA JÚNIOR – TRE/PE
CONSELHEIRO – CLÁUDIO JOSÉ SIQUEIRA LIMA – TRT 6ª R.
1º SUPLENTE - ANDRÉ GUSTAVO CAVALCANTI VENTURA - JF/PE
2º SUPLENTE – MARCONE SOARES PEREIRA – TRE/PE

* O quarto suplente foi substituído.

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Sindjus-AL convida servidores para o 5º Congrejus

 

 

Delegados do Congrejus definirão o rumo da mobilização da categoria

 

O Sindjus/AL realizará o 5º Congresso Estadual dos Servidores do Poder Judiciário Federal (Congrejus) nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro de 2018, no Auditório do Sindjus-AL, localizado na Av. Eraldo Lins Cavalcante, nº 584 - Barro Duro, Maceió-AL. 

A coordenação do Sindjus-AL convida os(as) sindicalizados(as) para participarem e decidirem o rumo da mobilização da categoria, considerando as temáticas do 5º Congrejus: Análise de conjuntura e o papel dos servidores contra a retirada de direitos e sua substituição pela inteligência artificial. Em defesa dos serviços públicos e da democracia; Dívida Pública e Reforma da Previdência; Plano de Lutas e Campanha Salarial; Organização sindical e Carreira do PJU; Eleição de delegados para o 10º Congresso Nacional da Fenajufe; Prestação de Contas e Moções. 

O que é o Congrejus?

O Congresso Estadual é uma instância de discussão prevista no Art. 15 do Estatuto da entidade: “O Congresso terá como finalidade analisar a situação geral da categoria, as condições de funcionamento e desenvolvimento da sociedade brasileira, atuação da Diretoria Colegiada e orientar o programa de trabalho do Sindicato, assim como propor mudanças no Estatuto”. 

O Congresso é um espaço de análise política e de decisão sobre as questões gerais que envolvem o sindicato e os servidores do Judiciário Federal. 

Por que devo participar?

O Congrejus é um momento para os filiados ao Sindjus-AL se debruçarem sobre os problemas enfrentados pela categoria e definirem as políticas que orientarão as ações e atividades do sindicato por um determinado período de tempo, até a realização do próximo Congresso. As resoluções aprovadas contribuirão para o aperfeiçoamento da entidade. Além disso, o Congresso promove a integração com outros servidores e melhora o conhecimento do funcionamento e das ações desenvolvidas pela Coordenação da entidade sindical. 

Quem pode participar?

Todos os filiados em dia com as suas obrigações com o sindicato. 

O que é delegado(a) e observador(a) no Congresso?

O(A) Delegado(a) tem a prerrogativa para deliberar sobre os temas em discussão no Congresso. Para ser delegado, o sindicalizado deve cumprir as disposições aprovadas em regimento e enviar a ficha de inscrição, devidamente preenchida, até o dia 26 de novembro de 2018.

O sindicalizado, que perder o prazo de inscrição ao Congresso, poderá comparecer na condição de Observador(a). 

Quanto despenderei para participar do Congrejus?

Todas as despesas do Congrejus são custeadas pelo Sindjus-AL através das mensalidades sindicais. Por isso, a importância da sindicalização para organização, integração e fortalecimento dos servidores do Judiciário Federal. 

Como faço para participar?

Basta que o(a) sindicalizado(a) entregue a ficha de inscrição devidamente preenchida na Secretaria do Sindjus-AL, localizada na Av. Eraldo Lins Cavalcante, nº 584 - Barro Duro, Maceió-AL – Tel.: (82) 3202-7385, ou enviar por e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., no período de 19 a 26 de novembro de 2018.

 A Ficha de Inscrição está disponível no site do Sindjus através do link: https://www.sindjus-al.org.br/tipo-de-arquivo/arquivos/ ou na sede da entidade sindical. 

Qual é a programação do Congresso?

 

Programação 

Sexta-feira (30/11)

16h – Início do Credenciamento

19h – Solenidade de Abertura

19h30 – Painel: Análise de Conjuntura

Saulo Costa Arcangeli- Coordenador Nacional da CSP-Conlutas e da Fenajufe

21h – Coquetel

 

Sábado (01/12)

9h – Discussão e aprovação do Regimento Interno

10h – Encerramento do Credenciamento

10h – Painel: O papel dos servidores contra a retirada de direitos e sua substituição pela inteligência artificial. Em defesa dos serviços públicos e da democracia!

Démerson Dias – servidor do TRE-SP

Marcus Robson - Coordenador Geral do Sindjus/AL

12h30 – Almoço

 14h - Painel: Dívida Pública e Reforma da Previdência

Prof. José Menezes -  Coordenador do Núcleo Alagoano da Auditoria Cidadã da Dívida

16h– Prestação de Contas: Jurídica e Contábil

Clênio Pachêco Franco Junior - Assessor Jurídico do Sindjus/AL

Antônio José Santa Bárbara – Contador do Sindjus-AL.

Integrantes do Conselho Fiscal

17h – Lanche

 17h20 - Painel: Organização Sindical, Campanha Salarial, Plano de Lutas e Carreira do PJU;

Cássio Araújo – Procurador do Trabalho em Alagoas

Saulo Costa Arcangeli - Coordenador da Fenajufe e CSP-Conlutas

Paulo Falcão – Coordenador Geral do Sindjus/AL

18h30 – Plenária Final:

1.    Análise de conjuntura e o papel dos servidores contra a retirada de direitos e sua substituição pela inteligência artificial. Em defesa dos serviços públicos e da democracia!;

2.    Dívida Pública e Reforma da Previdência;

3.    Plano de Lutas e Campanha Salarial;

4.    Organização sindical e Carreira do PJU;

5.    Eleição de delegados para o 10º Congresso Nacional da Fenajufe;

6.    Prestação de Contas;

7.    Moções.

 

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Sindjufe (BA) chama PLENÁRIA para discutir o fechamento de 3 subseções, indicado por Comissão de Estudos

Por Sindjufe (BA)

No último dia 05/11, o SINDJUFE-BA solicitou a DIREF autorização para realização de uma Plenária com transmissão por vídeo conferência para participação dos servidores da SJBA e pediu também a presença de membros da Comissão de Magistrados da SJBA. O objetivo é conhecer as propostas indicadas pela Comissão criada para fornecer alternativas solicitadas no PA SEI do TRF1 que trata de volume de Processos e redução de custos.

Sobre a indicação de fechamento de Subseções como uma dessas alternativas,  a Entidade se posiciona  contrariamente a qualquer fechamento, seja Zona Eleitoral, Vara do Trabalho ou Subseção. Porém antes de tomar qualquer medida sobre o assunto, o sindicato realizará essa PLENÁRIA para de dirimir todas as dúvidas sobre a questão e ouvir os trabalhadores das 3 SSJs atingidas, e também das outras. A depender do entendimento saído ali, o SINDJUFE-BA irá convocar uma Assembleia Setorial Específica para que os trabalhadores definam a posição sobre o assunto.


O desmonte do serviço público no Brasil vem na esteira da PEC 95 que impõe 20 anos de congelamento ao serviço público. Além dos problemas internos, o fechamento de Unidades significará a demissão de dezenas de terceirizados pondo famílias na precariedade e na dificuldade em demandar seus direitos.

De acordo com a coordenadora Denise Carneiro, "toda discussão sobre volume de processos, mudança na rotina de trabalho, cortes de gastos etc., entendemos que precisa ser feita com a presença de todos os envolvidos. Deve-se também colocar na mesa a redução do expediente e de JORNADA, e, nesse caso, como se relaciona diretamente com os servidores do Interior, temos que incluir o respeito ao PSPR”.

O SINDJUFE-BA aguarda deferimento da DIREF para informar aos servidores sobre a data e hora da Plenária.

 

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Sintrajud e outras entidades se manifestam contra extinção do Ministério do Trabalho

Entidades da magistratura, da advocacia trabalhista e de procuradores do trabalho em nível nacional, o Ministério Público do Trabalho e o Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor)  também divulgaram nota técnica contra a proposta anunciada pelo presidente eleito.

Sintrajud (SP)

Diante das declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), de que pretende extinguir o Ministério do Trabalho, entidades de diversos ramos e esferas de representação iniciaram um processo de articulação para resistir aos ataques a instituições que existem para assegurar a preservação de direitos dos trabalhadores.

Assim como as ameaças de redução de estrutura ou extinção da Justiça do Trabalho e de ‘reformar’ a Previdência, o desmonte do Ministério que regula as relações entre patrões e empregados trará como resultados a maior exploração, a perda de direitos, o descontrole do emprego de mão de obra em condições análogas à escravidão. Situações que terão impacto de longo prazo no processo de desenvolvimento nacional e no padrão de vida do conjunto dos brasileiros.

Entidades da magistratura, da advocacia trabalhista e de procuradores do trabalho em nível nacional, o Ministério Público do Trabalho, o Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor)  também divulgaram nota técnica contra a proposta anunciada pelo presidente eleito (confira aqui).

Confira abaixo a íntegra da nota subscrita pelo Sindicato, baixe aqui o PDF e compartilhe.

 

NOTA CONJUNTA (AATSP/AMATRA-2/AMATRA-15/SINDIQUINZE/SINTRAJUD)

A Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo – AATSP, a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região – AMATRA-2, a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região – AMATRA-15, o SINDIQUINZE – Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Justiça do Trabalho da 15ª Região e o SINTRAJUD – Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo, recebem com preocupação as menções realizadas de extinção do Ministério do Trabalho pelo futuro governo e vêm perante a sociedade brasileira asseverar que:

– O Ministério do Trabalho foi criado há 88 anos e se insere na construção histórico-cultural da sociedade brasileira.

– Nessa construção, o Ministério do Trabalho recebeu atribuições de atividades fundamentais para o equilíbrio do capital e trabalho, como a especialização no combate ao trabalho escravo e infantil, fiscalização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, da contribuição social, do Seguro Desemprego, do registro sindical, formulação de políticas públicas voltadas para o trabalho e o emprego, além de inspecionar os ambientes de trabalho, exercendo papel relevante na efetividade do comando constitucional de reconhecimento do valor social do trabalho (artigo 1º, IV, da CF) e da função social da empresa (artigo 170, III, da CF).

– Revela-se temerária a singela menção de extinção da pasta sem estudo de impacto social, sem amplitude do debate democrático e sem detalhes dos desdobramentos das atribuições desses serviços prestados à sociedade brasileira.

– Por essas razões, urge o estabelecimento de diálogo em todas as frentes sociais para que a sociedade brasileira, razão última de toda Administração Pública, não seja prejudicada em qualquer aspecto.

São Paulo, 08 de novembro de 2018.

 

Lívio Enescu
Presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo

Farley Roberto Rodrigues de Carvalho Ferreira
Presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região

Patrícia Maeda
Presidenta da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região

José Aristéia Pereira
SINDIQUINZE – Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Justiça do Trabalho da 15ª Região

Henrique Sales Costa
SINTRAJUD – Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo

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Sindjufe (BA) divulga canais para denunciar postagens que violam direitos humanos e incitam a violência

Por Sindjufe (BA)

No último dia 30 de outubro, o Ministério Público Federal divulgou em seu site canais para denunciar mensagens que violam direitos humanos e incitam a violência. 

O MPF alertou que é crime postar na internet, mensagens incitando a prática de crimes, pregando a violência, o extermínio de grupos e minorias ou divulgando mensagens de cunho racista. Os autores das postagens podem ser penalizados conforme o previsto no art. 286, do Código Penal, art. 3º da Lei 2.889/1956, e 20, §2º, da Lei 7.716/1989.

O SINDJUFE-BA, por meio do seu Núcleo contra Opressões, continua mais atento do que nunca e firma o compromisso de defender e lutar contra qualquer tipo de ação no sentido de agredir, humilhar os direitos de seus filiados/as ou ferir a democracia.


ATENÇÃO:

Para denunciar indique a URL da página com o print da tela ou o número do WhatsApp e envie para o portal do cidadão (ACESSE AQUI).

Se o conteúdo estiver na web, você também pode denunciar a URL, de forma anônima, no formulário da ONG SaferNet Brasil (ACESSE AQUI).

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Sindjus (DF) reforça defesa da Justiça do Trabalho e de seus servidores

Por Sindjus (DF)

O Sindjus-DF, que tem encampado ampla campanha em defesa da Justiça do Trabalho e de seus servidores, mais uma vez repudia ataques e a tentativa nítida de acabar com esse valoroso ramo do Judiciário.

No dia 30 de outubro, reportagem exibida pelo Jornal da Band com o título “ações trabalhistas consomem mais de R$ 75 bi por ano”, baseada em dados distorcidos, tenta jogar a população contra a Justiça do Trabalho, dizendo que ela é morosa e uma das mais caras do mundo.

Em primeiro lugar, a JT não tem finalidade arrecadatória, cumprindo, portanto, a função de regular os conflitos trabalhistas e garantir direitos sociais. De acordo com o Justiça em Números deste ano, o índice de conciliação da JT é o mais alto de todos os ramos do Judiciário.

O custo de R$ 75 bi divulgado na matéria soma equivocadamente o orçamento da manutenção da JT com as estimativas de gastos dos patrões com ações judiciais e pagamento de advogados, sem informação da fonte dos dados. Em momento algum a reportagem cita o papel de resgate de impostos e contribuições previdenciárias realizado pela justiça trabalhista.

O objetivo dos ataques é que o judiciário trabalhista seja incorporado pela Justiça Federal ou Estadual e substituído por câmaras de mediação e arbitragem privadas com decisões definitivas e sem possibilidade de recurso judicial.

Importante lembrar que o Orçamento da Justiça do Trabalho vem sendo dilacerado sucessivamente, comprometendo seu funcionamento.

A reportagem também ataca os servidores da Justiça do Trabalho, informando que a maior parte do orçamento do TST é consumido pela folha de pagamento de quase 60 mil trabalhadores dos TRTs. O Relatório Geral da Justiça do Trabalho registrou, em 2017, 46.499 servidores ativos.

A matéria coloca ainda os Estados Unidos como país “modelo” onde não há justiça especializada. No entanto, a Justiça do Trabalho não é exclusividade brasileira, uma vez que Inglaterra, Alemanha, Austrália, França e outros países também contam com esse ramo da Justiça.

O Sindjus-DF continuará firme na defesa da JT e de seus servidores, combatendo ataques como esse e mobilizando a categoria em defesa de seus direitos.

Em defesa da Justiça especializada do Trabalho, o Sindjus-DF, em parceria com associações de servidores e de magistrados, tais como Anajustra e Anamatra, desenvolverá trabalho interno no Congresso Nacional, entregando memoriais e conversando com parlamentares e suas assessorias.

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Sindjufe (BA) firma contrato com empresa especializada em captação de convênios para filiados

Por Sindjufe (BA)

O SINDJUFE-BA acaba de fechar contrato com uma grande carteira de convênios. A empresa “Design Brasil Negócios & Convênios”, com especialidade em captação de convênios para sindicalizados, já atua em outras regiões do nordeste. Com esta parceria, haverá uma ampliação na rede conveniada nas áreas: educação, cursos preparatórios, clubes, academias, restaurantes, escolas de idiomas,  faculdades, empreendimentos imobiliários, serviços automotivos, salões de beleza, turismo e hotelaria etc.

O objetivo é abrir o leque dos diversos segmentos econômicos e oferecer descontos diferenciados para atender os filiados de Salvador e RMS, e em seguida levar os benefícios para o interior do estado.

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O Brasil do presente e as perspectivas de democratização do PJU/MPU

Por Guilherme Silva, servidor do Ministério Público da União no MPDFT, graduado em Sistemas de Informação e MBA em Gestão de TI na Administração Pública.

A pesquisa de uma grande emissora de TV perguntava a seus telespectadores: “Que Brasil você quer para o futuro?”. A despeito da relevância do tema, quero aqui falar não do Brasil do futuro, mas do Brasil do presente. Que Brasil é esse?

Negro, pobre, desempregado, endividado e sem graduação.

O Tribunal Superior Eleitoral faz periodicamente um levantamento que nos dá um raio X do brasileiro que vota. Considerando o grau de instrução, apenas 9,2% do eleitorado possui graduação ou formação superior (15,7%, segundo o IBGE/2016), segundo o último levantamento antes do fechamento do cadastro para as eleições de 2018.

A última pesquisa nacional por amostra de domicílios (PNAD-C) realizada pelo IBGE em 2016 aponta que 54,9% da população se considera negra: parda (46,7%) ou preta (8,2%). No mesmo ano, o IBGE divulgou pesquisa que aponta que apenas 12,8% dos negros entre 18 e 24 anos chegaram ao nível superior, a despeito da implementação de ações afirmativas, como cotas. A taxa de analfabetismo (15 anos ou mais, até 60 anos) é de 9,3% da população negra e 4% da branca (14,5% na região Nordeste). Na região Nordeste, o número médio de anos de estudo é de 7,7 anos, frente 9,5 anos na região Centro-Oeste.

Por outro lado, na última década, apesar das dificuldades de acesso, as ações afirmativas ou políticas públicas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) - de bolsas em universidades privadas - sinalizam uma “tendência de democratização” do ensino superior, segundo relatório do IBGE. O percentual de alunos pobres nas universidades públicas passou de 6,2% para 8,3%, enquanto nas pagas subiu de 0,8% para 4%.

Sem formação superior, pobre e discriminado. Que perspectiva o jovem preto e pobre tem no Brasil do presente?

A última pesquisa do IBGE de taxa de ocupação, revelou, em julho de 2018, que o número de brasileiros que nem trabalham nem procuram emprego atingiu 65 milhões, o maior número da série histórica. Já o número de trabalhadores com carteira é o menor já registrado. A taxa de desemprego caiu para 12,4% no trimestre encerrado em junho, na terceira queda mensal consecutiva, mas ainda atinge 13 milhões de brasileiros. A grande quantidade de pessoas na informalidade aponta para um problema no futuro: o incremento das pessoas sem proteção social, sem contribuir para a Previdência. Os dados do IBGE também revelam que quase 1/4 da nossa força de trabalho é subutilizada, ou seja, os brasileiros que querem trabalhar trabalham menos do que gostariam ou desistiram de procurar emprego.

Se você tiver a sorte de vencer as barreiras de formação, condição social e conquistar seu emprego, quanto ganhará em média? O rendimento médio real do trabalhador foi estimado em R$ 2.198 no trimestre de abril a junho de 2018 (R$ 1.519 na região Nordeste). O trabalhador que se declara preto ganha R$ 1.570 e o pardo R$ 1.606. Se tem ensino superior completo, ganha R$ 5.110 em média, já se tem só o ensino médio R$ 1.727. Quando se consideram os trabalhadores no serviço público, no Distrito Federal, essa média é de R$ 8.300. A análise dos especialistas indica que o mercado de trabalho vem mostrando dificuldade de recuperação diante do crescimento da economia que perde força. As projeções são de incremento da taxa de desemprego considerando o rebaixamento das expectativas para o PIB nesse ano depois de dois anos consecutivos de baixas (recessão).

Ganhando mal (quando empregado), sem faculdade e com pouca perspectiva. Como o brasileiro do presente paga suas contas?

Não paga. A inadimplência em todo o país atingiu 63,6 milhões de consumidores - 42% da população adulta brasileira -, ao final do primeiro semestre deste ano, de acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O dado leva em conta brasileiros com o CPF restrito pelo atraso no pagamento de contas.

Os 10% mais ricos da população economicamente ativa (lembram dos 9,2% de eleitores com graduação?) ganham acima de R$ 8.721 brutos. Quando se considera a pirâmide da renda familiar brasileira bastaria ganhar entre R$ 5.223 e 16.263 para ser considerado classe B (13,6% mais ricos).

No topo da pirâmide de renda, estáveis, trabalhando menos do que os trabalhadores da iniciativa privada, os funcionários públicos passam longe das mazelas que atingem a maioria da população brasileira. Mas nem tudo são flores para esses trabalhadores. Embora ganhem quase quatro vezes (em Brasília) o salário médio do trabalhador brasileiro, o futuro é incerto. A expectativa política para os próximos anos não é otimista. O presidente Bolsonaro já indica que tentará uma nova reforma da Previdência, embora tenha dito que o funcionalismo público já fez um pouco da sua parte.

Não é razoável esperar que um governo conservador-liberal vá privilegiar o serviço público, quando o próprio presidente e sua equipe econômica falam em privatizações e em diminuir o tamanho de nosso paquidérmico estado. No Legislativo, com ampla bancada do PSL e parlamentares afins ao presidente, a chance de que suas propostas avancem é grande. Kim Kataguiri, eleito deputado federal pelo DEM, já anunciou sua candidatura à presidência da Câmara. O deputado, militante do MBL, já se manifestou favorável à extinção da Justiça do Trabalho, por uma reforma da Previdência que ataque privilégios da elite do funcionalismo, contra reajustes salariais de servidores e a favor de uma reforma trabalhista mais ampla.

Nem dentro dos próprios poderes os servidores encontram refresco. Em fala recente, o ministro-corregedor nacional de Justiça, João Otávio de Noronha, disse que está diminuindo a quantidade de servidores nas secretarias pela metade, evitando dar posse a novos servidores, que é contra a quantidade enorme de feriados a que os servidores têm direito e que o Judiciário deve dar o exemplo se igualando aos funcionários da iniciativa privada que trabalham 8 horas por dia.

Mesmo vislumbrando todas essas mudanças (que nossos sindicalistas chamam de “ataques”), o que um desempregado preto, pobre, sem faculdade e endividado acharia de conquistar uma remuneração inicial de R$ 7 mil (remuneração inicial do técnico judiciário) e se posicionar automaticamente entre os 13% mais ricos do país?

Fechando a porta estreita

Com certeza seria um sonho. Mas um sonho ameaçado de esvanecer da mente de boa parte dos brasileiros caso um sentimento mesquinho daqueles que já o transformaram em realidade ganhe corpo.

É nesse contexto político, econômico, cultural, étnico e social de um país desigual e pobre que uma iniciativa antissolidária teima em se fazer presente: a elevação do requisito de ingresso do cargo de técnico judiciário. Aquele cargo que não exige curso superior e que recebe inicialmente R$ 7 mil, a 6ª remuneração mais alta entre os cargos de nível médio do Serviço Público Federal! Marco da “vitória” dos militantes técnicos, a XIX Plenária da Fenajufe, em João Pessoa/PB (outubro/2015), materializou a demanda em um anteprojeto de lei.

Caso seja aprovado, imediatamente o Poder Judiciário da União e o Ministério Público da União estarão fechando as portas para mais de 90% da população (sem curso superior), quase 55% dela negra, 12% desempregada, 42% endividada, 86% sem ganhar nem R$ 5 mil mensais somando toda a renda familiar! A seguir, trataremos dos aspectos sociais dessa iniciativa.

Elitização

Elitizar é tornar próprio ou acessível apenas a uma elite. Elite é o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em um grupo social, ou seja, é a minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social. Não sou eu quem diz, é o Houaiss.

É sabido que fazemos parte de um sistema que elitiza elementos culturais, sociais e seus desdobramentos. O concurso público, apenas como exemplo – na perspectiva que considera o que está disponível à coletividade, porém hermético em si mesmo –, hoje já é elemento elitizante. Se analisarmos esse acesso a partir do nosso ponto de vista, teremos um olhar raso (eu, que tenho pós-graduação e a oportunidade de escrever aqui, e você, que tem a oportunidade e o interesse de ler esse texto). Do nosso ponto de vista, perceberemos como é fácil ter acesso à cultura, à arte, à educação de qualidade para nos posicionarmos onde estamos.

No entanto, deveríamos nos perguntar: alguém da periferia que passa em frente de nossos locais de trabalho se considera apto a tentar integrar seus quadros de servidores?

O desejo de “democratizar” o Poder Judiciário é mero slogan vazio? Aumentar cada vez mais as barreiras que as pessoas que já são marginalizadas enfrentam não é o caminho exatamente oposto de quem busca se solidarizar com os desvalidos?

Alegam os defensores da elitização que as políticas públicas de emprego e renda, ou seja, de acesso ao mercado de trabalho estão a cargo de outras esferas político-administrativas do poder Executivo. Ora, se eximir egoisticamente de sua parcela de contribuição e da responsabilidade é muito cômodo. Perguntemos ao brasileiro médio o que pensa desse acastelamento de parte dos servidores do PJU/MPU que quer ser elite através de uma canetada.

Durante a XXII Plenária da Fenajufe, em Salvador/BA (agosto/2018), aprovamos resolução que cobra uma posição mais efetiva da federação sobre a temática das “políticas permanentes”: raça, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, pessoa com deficiência e acessibilidade. Diz a resolução aprovada em plenário que falta ação concreta e encaminhamentos para avançar nessas temáticas.

Conseguimos aprovar emenda supressiva de parte da resolução que afirmava ser “inexplicável [o decrescimento da entrada de pessoas negras nos quadros do PJU/MPU] diante do incremento de acesso à educação e à formação de nível superior da população negra”. Demonstramos logo acima as dificuldades que o negro enfrenta para conseguir se posicionar no mercado de trabalho, para estudar, para superar a discriminação, as dívidas e as mazelas que a população pobre (majoritariamente negra) enfrenta no Brasil do presente. De tal sorte que é perfeitamente EXPLICÁVEL o decrescimento ou estagnação da entrada de pessoas nessas condições. Naquela oportunidade, argumentamos que esse quadro vai piorar com o advento da elevação do requisito de ingresso do cargo de técnico judiciário. O destaque foi aprovado unanimemente, sem manifestação contrária.

Ora, com toda a evidência, a elevação das exigências para o concurso público vai tirar as oportunidades daqueles que se agarravam no certame como a boia de salvação que iria retirar suas famílias da miséria. Se é difícil para o negro, igualmente é para o deficiente.

Causa espanto que apenas três páginas antes, no caderno de propostas, a plenária tenha aprovado resolução que encaminha fortalecimento da luta pela aprovação de uma barreira que marginalizará ainda mais o pobre que sonha em conquistar seu primeiro cargo público. Observamos que a solidariedade teima em não “sair do papel” nas pautas de políticas permanentes. A única coisa permanente, nessa perspectiva, é a esquizofrenia que luta pela inclusão subjetiva com a convicção de quem pede mais restrições objetivas. Apenas teatro!

Nessa linha, entendemos que o próprio estatuto da Fenajufe veda que se endosse pauta no sentido de restringir o acesso do povo aos cargos do PJU/MPU. Vejamos o que diz o artigo 2º, que lista os objetivos da federação, em seus incisos VII e VIII:

“VII - Apoiar todas as iniciativas e lutas dos trabalhadores e do movimento popular que visem a melhoria e a elevação das condições de vida do povo brasileiro.

VIII - Promover ampla e ativa solidariedade com as demais categorias de trabalhadores, buscando elevar seu grau de unidade, tanto em nível nacional, quanto internacional, e prestar apoio e solidariedade aos povos do mundo inteiro que lutam contra todo o tipo de exploração do homem pelo homem.”

Fechar as portas do serviço público, no âmbito do PJU/MPU, para os cidadãos que cursaram até o ensino médio não nos parece prática alinhada à melhoria e elevação das condições de vida do povo brasileiro. Considerando que essa parcela da população é uma das menos privilegiadas, menos assistida e mais carente de oportunidades, aparentemente, o entendimento de proteger as minorias foi deturpado quando se ergueu a bandeira de defesa da alteração do requisito de ingresso do cargo de técnico. A minoria que está se querendo privilegiar é a dos que possuem graduação: 9,2% da população. É dar mais para quem já tem muito! É defender a elite!

E solidariedade com os demais trabalhadores, hein? Solidariedade seletiva não é solidariedade, é cinismo.

Patrimonialismo

Outra faceta social que escora essa bandeira é a do patrimonialismo. Patrimonialismo significa integrar ao próprio patrimônio ou ao de amigos resultados do poder recebido pelo agente público em função de estar a serviço do estado, criando facilidades ou favorecimentos para os seus, enquanto, por decorrência lógica, dificulta o acesso aos demais cidadãos.

O intelectual alemão Max Weber, através de sua rigorosa e sistemática sociologia política – alicerçada em seus tipos de dominação – explorou e definiu o conceito de patrimonialismo na obra “Economia e Sociedade”. Para o influente pensador da modernidade, a dominação ocorre quando um determinado grupo se submete a determinado mandato, é a relação social de autoridade exercida sobre outros. Há três tipos de dominação:

  • Dominação legal: através de normas, estatutos e com a aplicação do devido processo legislativo/ legal. Implica a obediência às regras, com limites bem definidos, impessoalidade e hierarquia. Sua manifestação se dá pela burocracia.
  • Dominação tradicional: através da santidade, da autoridade patriarcal ou de sujeitos que se apoiam na tradição para manter o status quo, não há estatuto. Implica a obediência à tradição, com a manutenção de privilégios e concessões do senhor pelo seu livre arbítrio. Sua manifestação se dá pelo patriarcalismo ou patrimonialismo.
  • Dominação carismática: através de dons e carisma (qualidades excepcionais) do líder. Conflita a confiança volúvel (que tende para a via tradicional ou legal) com o aspecto revolucionário (que rompe com as formas normais). Um exemplo de sua manifestação seria a autoridade (dons) dada aos cristãos pelo Espírito Santo.

Em seus escritos, o fundador do estudo moderno da sociologia descreve a sequência linear-evolutiva dos subtipos da dominação tradicional: do patriarcalismo para o patrimonialismo. Weber trabalhou com a tese de que o patrimonialismo seria uma extensão da “estrutura patriarcal de dominação”, considerada por ele a mais importante forma de dominação pré-burocrática. Por essa razão, ela seria uma estrutura prototípica ou “a forma estrutural mais consequente de uma autoridade baseada na tradição”. O patrimonialismo seria um “caso especial da estrutura de dominação patriarcal” ou uma “descentralização da comunidade doméstica”. Por esse raciocínio, as “relações de piedade rigorosamente pessoais” que caracterizam a estrutura patriarcal continuam a reger a dominação patrimonial, ainda que o processo de transição da família para as organizações sociais hierarquizadas (e dessas para firmas tradicionais ou para o estado) dê ensejo a uma mudança importante: a restrição do arbítrio do senhor doméstico mediante a submissão a regras tradicionais. Mas isso em nada modifica o fato essencial de que a dominação patriarcal e a dominação patrimonial são igualmente formas de “poder domésticos”.

Em poucas palavras, a “comunidade de interesses” e poder ilimitado do senhor, definida pela dominação patriarcal “evoluiu geneticamente” para a “comunidade de direito” e poder limitado da dominação patrimonial, em ambos prevalece a orientação afetivo-cordial na relação entre dominante e dominado. Ou seja, reproduzimos no patrimonialismo que grupos organizados exercem com o estado o modelo patriarcal de dominação doméstico-privada. É a corrosão do caráter público do estado pela lógica personalista de grupos de interesse.

Não é possível passar para um patamar de igualdade quando existem hierarquias. Essa constatação serve tanto para o ambiente doméstico-privado, no qual relações reais de poder continuam a oprimir e silenciar os dominados (principalmente as dominadas), quanto para o ambiente burocrático-estatal, no qual grupos de interesse militam para manter e ampliar suas concessões em detrimento das atribuições e conquistas de minorias silenciadas. Nos dois casos, os senhores fazem uso da dominação intrínseca que exercem sobre as minorias ou polos mais frágeis para a manutenção de seu status, poder e vantagens. O patrimonialismo, assim, corrói um dos pilares fundamentais da democracia: a isonomia de tratamento, sem favorecimentos de qualquer espécie.

Poderíamos ir ainda mais além ao confrontar os escritos de Weber com Gilberto Freyre (sociólogo), Sérgio Buarque de Holanda (historiador), Caio Prado Júnior (historiador e geógrafo) e Roberto da Matta (antropólogo) para entender as relações patrimonialistas que herdamos do processo de colonização brasileiro, quais sejam: a indiferenciação entre o público e o privado e a relação disso com a estruturação da família. Para os autores brasileiros, uma das características materiais da colonização da América e do seu território foi a também colonização dos corpos e das vidas das mulheres e negros, em um processo que ainda reproduzimos na sociedade moderna, seja no ambiente privado seja no público.

Resumindo. O patrimonialismo, forma de dominação baseada no poder pessoal da autoridade sacralizada, é por isso mesmo, personalista (uma negação da impessoalidade constitucional do serviço público). O “arquétipo” do patrimonialismo é o patriarcalismo, que significa poder político do patriarca. O segundo é arquétipo do primeiro porque no patrimonialismo a comunidade política é uma expansão da comunidade doméstica (ou ligada à nossa herança rural, como sublinham os autores nacionais).

O que vemos no PJU/MPU de hoje é a tentativa do deslocamento do eixo de dominação legal (burocrata e legalista) para o de dominação tradicional (patrimonialista e afetiva) e isso se dá por várias frentes, a saber:

  • Buscando apoio da alta administração. Através de reuniões, os líderes do movimento apresentam seus argumentos e utilizam-se de persuasão emotiva para cativar a cúpula dos poderes de forma a valorizar o livre-arbítrio dos senhores para que lhes concedam a subversão do legal pelo tradicional.
  • Apelando ao deslocamento do eixo da razão para o da emoção. Através da estimulação afetiva, tentam criar a ilusão de que há toda uma classe de insatisfeitos, explorados e injustiçados ocupando os cargos de técnico. Constrangem quem se posiciona em contrário como invejoso ou insensível (ou estúpido).
  • Aderindo à tese da economicidade de fachada. Ao mesmo tempo em que endossam para a administração a tese de que os técnicos são mais “baratos” e que elevar seu requisito de ingresso seria benéfico à administração, lutam para que o próximo passo da bandeira seja a aproximação da remuneração dos cargos de técnicos e analistas.
  • Semeando o terror de uma extinção iminente. Visando a criar coesão entre os militantes através do medo, sustentam mentiras de que o cargo de técnico está em processo de extinção e de que essa extinção levaria a prejuízos para todos.
  • Fantasiando a “valorização” do cargo. Através do fetiche da elitização, sustentam a ilusão de que uma concessão do senhor (administração) seria capaz de valorizar seus servos. Detalhe que não se submeterão ao crivo futuro, apenas gozaram do “título” de superior conferido ao conjunto dos técnicos.
  • Depreciação própria para gerar comoção. Ao sustentar que é necessária a elevação do requisito de ingresso de seu cargo, os militantes alegam que isso se faz necessário para que a “sociedade continue gozando da prestação dos serviços com qualidade e excelência”. Ora, e hoje isso não ocorre? Por acaso os atuais ocupantes não exercem suas funções com excelência? Trata-se de manobra retórica empática para que os senhores “corrijam” a seu talante os desvios que só a tradição pode alinhar.

Considerações finais

Dos 11.769 técnicos (em levantamento preliminar) que ingressaram nos quadros do PJU e MPU nos últimos cinco anos, 3.413 (29%) não poderiam ter tomado posse, caso a elevação do requisito de ingresso já estivesse em vigor, apesar de terem passado em um dos concursos mais concorridos do Brasil. Seriam mais de 3 mil cidadãos jogados no desemprego, engrossando as estatísticas dos endividados e da população pobre brasileira. Será que esses colegas não são qualificados? É correto dizer que não há espaço para eles no PJU e MPU?

É fantasioso imaginar que alguns servidores militantes, imbuídos de espírito abnegado e perseguindo a finalidade do bem comum da coletividade, tenham se articulado – imiscuindo-se nas atribuições da administração – visando a alterar apenas o requisito de ingresso para os futuros candidatos ao cargo que já ocupam. Por óbvio, buscam uma melhoria remuneratória para si mesmos e, como consequência inexorável, erguem o muro da elitização alicerçado pelo patrimonialismo em torno dos cargos do PJU e MPU. Através da mudança legislativa, querem ser alçados a cargo de nível superior sem concorrer com o público externo para tal, através da porta isonômica do concurso público.

Nesse diapasão, consideramos que ao invés de os servidores públicos (em especial nós do PJU e MPU) empunharem a bandeira do patrimonialismo e da elitização de suas carreiras, buscando a proteção do estado para a manutenção de privilégios e perpetuação da desigualdade, seria postura mais adequada lutar por pautas sem impacto financeiro e liberais: alteração da vedação para advogar, ser procurador, acumular cargo de professor e exercício do comércio. Lutar ainda para que a tabela progressiva do imposto de renda seja atualizada, ampliando as isenções. Todas propostas aprovadas na última plenária nacional da Fenajufe e com impacto direto e indireto para toda a coletividade.

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Fim do abismo e retorno da sobreposição parcial nos moldes da lei de 9.421/96

Com o objetivo de unificar a categoria, SITRAEMG demonstra, sem inovar, que é possível acabar com o abismo e resgatar a sobreposição com o fortalecimento da categoria

Por Gustavo Machado, pesquisador do Ilaese-MG; Igor Yagelovic, coordenador geral do SITRAEMG, Alexandre Magnus, diretor de base; Eliana Leocádia e Alan da Costa Macedo,  filiados.

Várias são as formas de precarizar o serviço público, reduzindo os custos do Estado com pessoal e liberando a maior parte da receita para o pagamento da dívida pública que, apenas no ano de 2016, já consome mais de 45% do orçamento da União. Uma dessas formas, conforme vem sendo amplamente debatido em vários meios, é a terceirização. Outra é o aumento da intensidade do trabalho, de modo a fazer com que uma quantidade cada vez mais reduzida de servidores seja responsável pela mesma quantidade de trabalho. Uma terceira, menos comentada, mas igualmente nefasta, é ampliar a divisão e os abismos no interior de uma mesma categoria, aspecto que abordaremos no presente artigo. Particularmente, com o caso dos servidores do judiciário.

Sobretudo, nesse artigo, apresentamos como alternativa retomar a Lei 9.421/96 que possibilitava a sobreposição de carreiras no judiciário, de modo a impedir a estagnação e reduzir as profundas diferenças entre os planos de carreira dos auxiliares, técnicos e analistas. Não iremos desenvolver, portanto, nenhuma solução nova. Ao contrário, sugerimos retomar o antigo plano de carreira aplicado entre os diversos cargos do judiciário até o início dos anos 2000, tendo sempre em vista a unidade da categoria, cada vez mais fundamental em um momento histórico marcado por tantos cortes e ataques aos servidores públicos.

A necessidade de uma maior unidade da categoria fica evidente quando constatamos a tendência, nos últimos anos, de queda no número absoluto dos servidores concursados no poder Judiciário. Ao mesmo tempo, a demanda de trabalho cresce de forma continuada e ininterrupta. Abaixo, indicamos o número absoluto de servidores no judiciário desde 2009. Esse é um quadro que atinge o conjunto dos servidores, independente dos cargos e o nível da carreira ocupado.

 

 

No entanto, a totalidade dos servidores não é homogênea quanto a função, o cargo e, consequentemente, rendimentos e direitos. Como se sabe, afora os magistrados, os servidores estão divididos em três cargos conforme o grau de escolaridade exigido no concurso público: auxiliares (ensino fundamental), técnicos (ensino médio) e analistas (ensino superior). Ora, outra forma de precarizar as condições de trabalho dos servidores é ampliar o abismo entre essas três modalidades, particularmente entre técnicos e analistas, dado que a função de auxiliar está em vias de extinção. Pensamos que os servidores do judiciário não podem, sob nenhum aspecto, cair na armadilha do governo que consiste exatamente em ampliar as diferenças entre os cargos e produzir artificialmente uma rivalidade no seio da própria categoria. É exatamente nesse sentido, que propomos discutir nesse artigo a retomada da sobreposição de carreiras tal como já existia nos anos de 1990.

Antes de adentrarmos nos pormenores da questão, todavia, vejamos como os servidores do judiciário se dividem conforme o cargo ocupado:

 

Como podemos perceber, os técnicos correspondem a mais de 60% da categoria. Percentual que se manteve mais ou menos estável ao longo dos últimos anos. Apesar desse cenário, nas últimas décadas, se sucederam várias leis no sentido de aumentar o abismo entre os distintos cargos do judiciário, além de estagnação precoce na carreira.

Na tabela abaixo indicamos essas leis e suas principais consequências nas carreiras dos servidores, a seguir, comentaremos sobre as consequências.

 

 

 

Lei 9.421/96 (PCS 1)

Criou as carreiras dos servidores do Judiciário. No entanto, até então os níveis de auxiliar, intermediário e superior, estavam distribuídos em 20 padrões. A partir da Lei 9.421/96, passaram a ser distribuídos em 15 padrões. Isto é, a carreira em cada um dos cargos passou a se dividir em 3 classes (A, B e C), cada uma delas com 5 padrões. As tabelas eram sobrepostas, ou seja, cada cargo poderia avançar na carreira até certo nível do cargo seguinte.

Lei 10.475/02 (PCS 2)

Acabou com a possibilidade dos Técnicos, e auxiliares, progredirem na carreira. Até então, o final de carreira dos Técnicos equivalia ao nível A5 dos Analistas. Fim definitivo da sobreposição de carreiras.

Lei 11.416/06 (PCS 3)

Descrição sumária das atribuições dos cargos e obrigatoriedade de qualificação para o desempenho de cargos e funções de natureza gerencial.

Lei 13.317/16 (PCS 4)

Reduziu a diferença salarial entre Analistas e Juízes, mas, ao mesmo tempo, aumentou a diferença salarial entre Analistas e Técnicos.

 

 

Ora, com cada uma dessas conhecidas PCS, se ampliou cada vez mais o abismo na remuneração entre técnicos e analistas, quer seja considerada no início, quer se considere no final das respectivas carreiras. Como podemos ver nos gráficos abaixo:

 

 

Para que fique claro, na figura que se segue, ilustramos em que consistia a sobreposição, permitindo que um servidor não estagne na classe C de sua respectiva carreira, podendo passar até o nível A5 da carreira seguinte. Além disso, reintroduzir o plano de carreiras tal como se dava na legislação de 1996, não redunda em nenhum prejuízo para os concursados de nível superior.

 

Cabe ainda notar que o abismo entre os cargos atualmente existente se agravou consideravelmente nos últimos anos com a modernização do trabalho no PJU por meio da introdução do PJE (Processo Judicial Eletrônico). Com tal modernização, técnicos e analistas passaram a executar, ambos, trabalhos com alto nível de complexidade, exigindo uma elevada qualificação. Ocasionando, inclusive, em diversos casos, desvio de
função, sem que recebam qualquer compensação financeira.

Isto significa que as alterações na carreira caminharam em sentido contrário as transformações tecnológicas. Até 1996, quando existiam diferenças mais sensíveis entre as funções realizadas por ambos os cargos, os técnicos poderiam atingir até o final da primeira classe da carreira dos analistas. Com a implantação do Processo Judicial Eletrônico e uma maior exigência em termos de qualificação por parte dos técnicos, a possibilidade de extrapolar última classe da carreira reservada aos técnicos se extinguiu.

A situação é ainda mais grave pelo fato da maior parte dos técnicos do poder judiciário se encontrarem estagnados na última classe de sua respectiva carreira. Esse cenário pode ser atestado no gráfico abaixo, que indica em qual classe da carreira se encontra cada um dos atuais servidores concursados:

 

Não bastasse. A enorme maioria dos servidores, cuja carreira já se encontra na classe C, ocupam ainda o último padrão da respectiva classe, não possuindo qualquer possibilidade de progressão na carreira, como atesta o gráfico abaixo:

 

Ora, fica evidente pelos dados acima que, sem a sobreposição tal como ocorria até o ano de 2002, não existe motivação alguma para a enorme maioria dos servidores que em um período de cerca de 10 anos não podem mais avançar em sua respectiva carreira.

Diante desse cenário, pensamos que é necessário a luta pela restauração da sobreposição de carreiras, ao menos, como possibilitava a PCS 1 de 1996, permitindo a valorização e reconhecimento para o conjunto dos servidores do judiciário. Além disso, a adequação do atual plano de carreiras tem um outro objetivo que não é de menor importância. Como já dissemos, a finalidade do governo é certamente dividir a categoria, lançando auxiliares, técnicos e analistas uns contra os outros. No atual cenário, marcado por uma onda de ataques que vão desde as repetidas contrarreformas na previdência até a terceirização cada vez mais ampla, passando por volumosos cortes orçamentários, é essencial, senão necessário, a unidade do conjunto da categoria no processo de mobilização contra tais ataques. Para tornar essa unidade viável, é de suma importância que o conjunto dos servidores, quaisquer que sejam seus respectivos cargos, defendam um plano de carreiras que seja condizente com as atividades e tarefas atualmente realizadas. Isto é, técnicos e analistas unidos pela implantação da sobreposição de carreira.

 

 

 

 

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Fake news aumentaram trabalho dos servidores da Justiça Eleitoral

 

 

 

Disseminação de boatos gerou desconfiança dos eleitores e prejudicou planejamento dos cartórios.

Sintrajud (SP)
Hélio Batista Barboza

A disseminação de fake news, fenômeno que marcou as eleições deste ano, aumentou o trabalho dos servidores da Justiça Eleitoral. Em meio à avalanche de boatos, multiplicaram-se notícias que punham em dúvida o funcionamento e a confiabilidade das urnas eletrônicas e até a honestidade dos próprios servidores.

O discurso do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que passou a questionar a votação eletrônica quando decidiu disputar a Presidência embora tenha sido eleito para quatro mandatos parlamentares sem questionar o mecanismo, levou muitos eleitores a também desconfiarem dos equipamentos e do sistema utilizado pela Justiça Eleitoral. Para os mais exaltados, pouco adiantaram os pronunciamentos da presidente do TSE, ministra Rosa Weber, e de outros ministros do STF sobre a segurança das urnas.

Entre as queixas mais comuns, houve quem reclamasse que os equipamentos fechavam a tela de votação antecipadamente, que não computavam os votos, que completavam de forma automática o número digitado ou que a foto do candidato não aparecia. O Estado de São Paulo teve 812 urnas substituídas no segundo turno, o maior número do país. No primeiro turno, foram 232. Em todo o Brasil, o número de urnas substituídas (4.333) representou apenas 0,83% do total.

“Cada reclamação dos eleitores gerou uma demanda maior de trabalho, que prejudicou o planejamento do trabalho dos cartórios”, disse o servidor Luiz Felipe Marques, chefe de cartório em São José dos Campos. Ele contou que foi preciso fazer um expediente ao juiz eleitoral para cada uma das reclamações. O juiz, por sua vez, determinou a realização de auditorias, após o primeiro turno, em todas as urnas questionadas.

“Nessas eleições houve um cuidado maior, mais trabalho para tranquilizar a população”, declarou o servidor. Feitas as auditorias, ele também precisou notificar os partidos políticos, a OAB, o Ministério Público e a imprensa sobre os resultados das verificações.

A desconfiança fez ainda com que alguns eleitores acionassem a polícia e houve policiais que tentaram se sobrepor à autoridade do presidente da seção eleitoral. De acordo com relatos de servidores, policiais se recusavam a ficar do lado de fora dos locais de votação. “Após o primeiro turno, foi preciso reforçar as orientações para a Polícia Militar”, disse Luiz Felipe.

Incidentes mais graves ocorreram em Sorocaba, onde uma escola sofreu depredação na véspera do segundo turno e teve dez urnas quebradas. Em outra escola no mesmo município, a fiação elétrica foi cortada, mas as urnas funcionaram graças às baterias internas. Foi também em Sorocaba que duas servidoras da Justiça Eleitoral sofreram agressões verbais em uma padaria, ainda durante os preparativos para o primeiro turno.

O Sintrajud protocolou requerimento junto à Administração do TRE para se manifeste sobre a agressão sofrida pelas servidoras em Sorocaba, e para que fosse assegurada a segurança dos trabalhadores durante o segundo turno. O Sindicato voltará a cobrar respostas da Administração sobre as medidas tomadas.

Horas extras

Devido ao trabalho adicional provocado pelas fake news, o Conselho de Representantes de Cartórios Eleitorais negociou com a administração do TRE uma adequação no regime de horas extras para esta eleição. “Pedimos um aumento do limite diário de horas extras em alguns dias antes da eleição, sem ultrapassar o limite mensal”, explicou Juliana Freire dos Santos chefe de cartório eleitoral em São José do Rio Preto e integrante do Conselho.

O limite de horas extras determinado pelo Tribunal se deve às restrições orçamentárias impostas pela Emenda Constitucional 95/2016, a emenda do teto de gastos. Neste ano, o TRE anunciou que pagará de imediato aos servidores 50% das horas extras. A outra metade dependerá das sobras orçamentárias e o que não puder ser pago em dinheiro será contabilizado em banco de horas.

Juliana aponta uma melhora em relação a eleições recentes, quando o pagamento imediato das horas extras foi limitado a 35%. No passado anterior ao teto de gastos, porém, os servidores chegaram a receber 100% das horas extras logo após o pleito.

Historicamente o Sindicato defende o pagamento integral das horas extraordinárias trabalhadas, mais um dos motivos para a luta pela revogação da Emenda Constitucional 95, que impõe o teto de gastos ao orçamento primário até 2036.

Atualizada em 30/10/2018 às 17h08.

 

 

 

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Bolsonaro diz que vai conversar com Temer para tentar aprovar reforma da Previdência

Menos de 24h após eleito, Bolsonaro fala em aprovar às pressas em 2018 a PEC 287, que torna a aposentadoria difícil ou impossível para maioria.

Sintrajud (SP)
Hélcio Duarte Filho

Menos de 24 horas após ser eleito o próximo presidente da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) disse que entrará em contato com o presidente Michel Temer (MDB) para tentar aprovar a reforma da Previdência. Ele disse que conversará com o presidente Temer para tentar aprovar na íntegra ou ‘ao menos parte’ da reforma da Previdência ainda em 2018, antes de assumir o cargo.

Bolsonaro, como já sinalizavam alguns membros de sua equipe e apoiadores, quer aprovar a reforma para evitar o desgaste de tal medida logo no início de seu governo. Pesquisas de opinião vinham indicando, ao longo do ano, que a PEC 287 é extremamente impopular e rejeitada por mais de 70% da população. A Proposta de Emenda Constitucional 287 tramita na Câmara dos Deputados desde 2016.

Caso aprovada, adiará ou inviabilizará o direito à aposentadoria para milhões de brasileiros. Além disso, resultará na redução total o parcial de benefícios e do valor de quem conseguir se aposentar. A proposta já passou pelas comissões especial e de justiça. Está pronta para ser levada a voto no Plenário da Câmara dos Deputados, de onde, sendo aprovada, seguirá para o Senado Federal.

A declaração foi dada em entrevista ao vivo à TV Record, na segunda-feira (29), dia seguinte às votações do segundo turno. Recém-eleito, ele passou o dia gravando entrevistas para órgãos de comunicação da mídia comercial. Além da TV Record, falou ainda à TV Globo, ao Jornal da Band, ao SBT e à Rede Vida. A afirmação com relação à Previdência ocorreu na TV Record, que pertence ao bispo Edir Macedo, fundador da igreja evangélica Universal. Macedo declarou publicamente apoio a Bolsonaro. Foi o primeiro veículo a quem o presidente eleito concedeu entrevista e onde esteve por mais tempo, 33 minutos. Bolsonaro disse que as conversas neste sentido já começaram. “Muitos partidos vieram conversar comigo”, afirmou.

Em outra recente declaração, a poucos dias do segundo turno, ele disse que a reforma da Previdência precisa ser aprovada, mas que isso só seria possível caso realizado em etapas e com mudanças paulatinas. Também vinha alegando que a proposta enviada pelo presidente Temer ao Congresso Nacional era ruim justamente por ser abrangente demais e, com isso, ser alvo da campanha organizada pela esquerda.

Na entrevista à Record, no entanto, não escondeu que gostaria de aprovar a proposta na íntegra. “Semana que vem estaremos em Brasília e tentaremos junto ao atual governo de Michel Temer aprovar alguma coisa. Senão toda a reforma da Previdência, ao menos parte, para evitar problemas para um futuro governo”, disse.

‘Ame-o ou deixe-o’

Ao “Jornal Nacional”, da TV Globo, Bolsonaro disse que a declaração sobre expulsar os militantes de esquerda e ativistas do país se referia a “dirigentes do PT e do PSOL”, e fora dada no calor da manifestação na Av. Paulista. No domingo (21), uma semana antes da votação do segundo turno, o capitão reformado do Exército ameaçou em discurso expulsar do país ou colocar na cadeia militantes de esquerda, ativistas sociais e sindicalistas, caso não recuassem de suas atividades militantes. Bolsonaro classificou essas atividades de militância política como ilegalidades. As ameaças foram associadas, nas redes sociais, ao slogan trabalhado pela ditadura empresarial-militar na década de 1970 com ares de patriotismo: “Ame-o ou deixe-o”.

O discurso foi transmitido via internet a apoiadores que se concentravam na Av. Paulista. A transmissão partiu de sua casa, um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Pausadamente, vestindo uma camiseta, Bolsonaro quase soletra as palavras, interrompendo-as algumas vezes para fazer sinais às manifestações dos apoiadores, aos quais observava por meio da tela de um celular exibido por um assessor. O modo como fez o discurso, longe de aparentar declarações intempestivas, demonstra que ele fora previamente decorado ou estava sendo repassado por meio de um ponto de áudio no ouvido.

Militantes de partidos de esquerda, de organizações sociais e de sindicatos estão convocando manifestações em vários estados para a tarde desta terça-feira (30). Pretendem demonstrar que, entre o exílio e a cadeia, há ainda a opção de organizar as mobilizações para defender direitos sociais, trabalhistas e democráticos.

Diante das ameaças às liberdades democráticas, o coletivo LutaFenajufe produziu materiais e notas nas quais alertava para o que representa um futuro governo de Jair Bolsonaro para a já limitada democracia brasileira, para os serviços públicos, para os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.

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SITRAEMG vai ao STF contra a EC 95/2016

A entidade é contra o congelamento salarial dos servidores, que será ainda mais rigoroso com a medida.

Sitraemg (MG)

O SITRAEMG ingressou como amicus curiae na Ação Direta de Inconstitucionalidade 5658, perante o Supremo Tribunal Federal, contra a Emenda Constitucional nº 95/2016. No geral, na tentativa de equalizar as finanças públicas, a emenda congela os investimentos públicos, uma vez que cria um teto de gastos limitado ao índice inflacionário do período anterior. Em resumo, os autores dessa ação alegam que tal limitação viola o voto direto, secreto, universal e periódico, o princípio democrático, bem como direitos e garantias individuais por causar retrocesso social.

A intervenção do representante dos servidores se fez necessária para que o STF também discuta os prejuízos específicos da categoria, uma vez que a Emenda Constitucional prevê como “sanções” para o descumprimento do teto estabelecido, entre outras, a proibição de reajustes, incluída a revisão geral anual, a vedação de criação de cargos, de realização de concursos públicos ou de alteração de estrutura de carreira que gere aumento de despesas.

Segundo o advogado Rudi Cassel, “a intervenção luta contra a inconstitucional tentativa de suspender o cumprimento de leis de carreira aprovadas e publicadas, pois isso viola a segurança jurídica e o direito adquirido. Ademais, não bastasse a indevida ingerência sobre a autonomia dos demais órgãos para reajustar salários, a Emenda Constitucional tenta mitigar o direito constitucional à revisão geral anual, previsto justamente para assegurar um salário minimamente digno, motivo pelo qual se fez necessária a intervenção para que o STF impeça essa irregularidade”.

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São Paulo: Violência política já atinge servidores do Judiciário Federal

Trabalhadores já foram agredidos por serem servidores públicos, por manifestarem posicionamento eleitoral e até por sua orientação sexual; à reportagem, entrevistados mostraram preocupação com resultado eleitoral e cenário a partir de 2019

Luciana Araujo

No processo eleitoral mais polarizado desde ao menos a redemocratização do país, colegas do Judiciário Federal também estão sofrendo as consequências do clima de violência política contra o qual o Sindicato tem se manifestado.

Um dos episódios mais recentes que chegaram ao conhecimento do Sindicato aconteceu na última sexta-feira (19 de outubro) na cidade de Sorocaba. Duas servidoras da 342ª Zona Eleitoral estavam em uma padaria da cidade encomendando lanches para o plantão do dia do segundo turno das eleições (o próximo dia 28). Ao comentar que o pagamento seria feito por meio de cheque administrativo da Justiça Eleitoral e seria necessário emissão de nota fiscal, outro cliente do estabelecimento interferiu na conversa já de forma agressiva.

“Um rapaz que estava com a esposa e a filhinha atravessou a conversa e começou a nos agredir verbalmente e a mulher começou a filmar com o celular, falou que queria saber de que zona éramos, que ia colocar na internet. Nós respondemos, mantendo a compostura, que ela poderia colocar, mas foi uma situação muito chata. Minha chefe tem quase 30 anos de Tribunal e falou ‘estou para me aposentar e ter que passar por uma situação dessas’. Só quando tentamos falar com o juiz ao telefone é que eles foram arrefecendo. Mas foi uma situação tensa, os clientes da padaria ficaram nervosos, foi super chato. Nessa situação toda estamos muito visados”, conta a servidora Patrícia Antunes.

Ela confirmou à reportagem que a motivação política do ataque ficou evidente no conteúdo das falas do agressor. “Vocês esquerdistas, vermelhas, essas coisas. Foi bem desagradável. A gente está até evitando usar a camiseta das eleições porque no dia estávamos com roupa normal e por ele ter escutado a nossa conversa aconteceu isso. Ficamos muito chateadas”, relatou.

“Isso nunca tinha acontecido. Nem no final do alistamento ou da revisão, que a gente passou aqui, mesmo as pessoas com ânimos exaltados, nem se compara com agora. Não só pelo fato de sermos da Justiça Eleitoral, mas de sermos servidores públicos. O jeito que o rapaz falava era como se se entendesse como nosso patrão e que tínhamos que obedecer e fazer o que ele queria. Falamos para ele que não estávamos fazendo nada de errado, que prestamos contas, mas ele não queria ouvir. Minha chefe até comentou: ‘a gente vê esses relatos na mídia e pensa ‘ah, não, isso não está acontecendo’. Mas aconteceu com a gente. Ficamos tão surpresas. Então, realmente está acontecendo. Como vimos no caso da ministra Rosa Weber. Se chegou nela, que dirá em nós”, relata Patrícia, que é analista judiciária há onze anos, já tendo servido no Tribunal, na cidade de Carapicuíba e que há oito anos atua na Justiça Eleitoral em Sorocaba.

Homofobia

No dia 26 de setembro, um servidor do TRT-2 relatou em seu perfil numa rede social ter sido vítima de homofobia na esquina das ruas Paim e Frei Caneca, na região da Avenida Paulista, na capital. “Jogaram uma pedra em mim e gritaram: ‘Viado tem que apanhar!’, escreveu. “O mero vislumbre da eleição daquela pessoa já está dando segurança a esse tipo de gente, imagine o que sua vitória não fará! A pedra não me atingiu, mas pior já foi feito com minhas irmãs e irmãos trans, com jovens gays e bissexuais, com pessoas que são apenas diferentes”, prosseguiu o jovem oficial de justiça.

Na última semana ao menos três travestis foram mortas por pessoas que as atacaram nas ruas de grandes cidades, duas na região do Arouche, em São Paulo, e uma em Aracaju (Sergipe), gritando palavras de ordem contra homossexuais e o nome do candidato líder nas pesquisas.

Num vídeo publicado posteriormente, o servidor relata que sofreu um segundo ataque. “Apoiadores daquele candidato pegaram suas bandeiras e apontaram como armas para mim e meus amigos como se fossem nos metralhar”, disse.

No dia 22 deste mês, no fórum da Justiça do Trabalho em Praia Grande, ainda antes da abertura do atendimento, o balcão da 1ª Vara foi pichado com a inscrição “6 tudo viado”.

“Daí você está trabalhando, tentando dar o seu melhor com os demais colegas em prol dos trabalhadores que já tiveram seus direitos preteridos, quando uma colega vem até você comunicar a ocorrência de um crime”, relatou num grupo da categoria o diretor de Secretaria, Elton Teixeira Rocha. Ele ressaltou no grupo e em conversa com a reportagem que “pode parecer pouco, mas é um crime de ódio”.

O servidor demandou formalmente apuração do episódio e foi verificado pelo sistema de câmeras de monitoramento do fórum que o ato foi praticado às 10h30. Somente após o encaminhamento a apuração de responsabilidades a pichação foi apagada. “Poderíamos somente apagar a agressão (como fizemos depois para que ninguém fosse obrigado a ler esse tipo de absurdo), mas preferimos registrar o fato e solicitar providências, pois todos nós, trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário, fomos agredidos”, relatou Elton no grupo de WhatsApp da região.

Ele é servidor do TRT-2 desde 2011, já tendo atuado em Santos, e afirma nunca ter passado por esse tipo de situação. “Considerei um absurdo, uma afronta, mesmo que não tenha sido direta. E no atual contexto, em que pessoas defendem abertamente o fechamento de instituições, pregam o descrédito nas instituições, principalmente do Judiciário, além de legitimar agressões às minorias, não podemos nos calar. Parece pouco, mas começa assim, e depois perde-se o controle”, ressalta.

A homofobia é uma violação de direito fundamental e vai contra o inciso XLI do artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”. No Estado de São Paulo, a Lei 10.948/2001 dispõe que “será punida, nos termos desta lei, toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero”. O diploma legal estabelece no inciso I do artigo 1º que para os efeitos da lei, são considerados atos discriminatórios “qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica”.

Ataque político

Lembrando os tempos do Macartismo – prática de ataques políticos sem provas e perseguição a divergentes dos conservadores norte-americanos, inspiradas pelas ideias do senador Joseph McCarthy, na década de 1950 nos Estados Unidos – por vezes a mera divulgação de posicionamento político tem sido causa de agressões.

Servidora da Justiça Federal em Bauru recém eleita diretora de base do Sintrajud em seu local de trabalho, Cátia Machado foi uma das vítimas desse tipo de ataque. Ela compôs a música #EleNão para os atos convocados por movimentos de mulheres no dia 29 de setembro, e junto com amigos produziu um clipe da canção (assista aqui). Ao publicar o vídeo em sua rede social recebeu uma onda de ataques.

“Lancei o vídeo na minha página pessoal, até porque não tenho página artística, e comecei a receber uma enxurrada de críticas. Por serem na minha página pessoal, para preservar meus filhos e minha família apaguei mais de cem comentários que iam desde críticas à minha aparência e à música a ofensas”, relata Cátia. Mas o que a levou a se dispor a contar o ocorrido à reportagem do Sintrajud foram calúnias, ameaças e desqualificações. “Coisas como me acusar de ‘ser beneficiada pela Lei Rouanet’ [que possibilita a artistas com projetos selecionados por meio de editais captarem recursos para projetos culturais junto a empresas que podem deduzir as doações do imposto de renda]. Sendo que o vídeo que fizemos é colaborativo, nada a ver com a Rouanet. Mas os piores comentários eram os que me chamavam de vagabunda, comunista, traziam críticas destrutivas. E muitos eram postagens da #B17”, conta.

O papel do Sindicato

Outros relatos de violência chegaram ao Sindicato por parte de servidores que preferiram não publicizar as violações sofridas com receio de exposição. Inclusive de colegas trabalhadores do Judiciário Federal em outros Estados.

Uma servidora de quem preservamos a identidade relatou à reportagem que chegou a sofrer duas ameaças. “Me constrangeram por duas vezes. Até hoje não dormi uma noite inteira sequer. Tenho uma amiga atriz que foi chamada de vagabunda, de puta de esquerda. Ela estava num coletivo e passou por uma manifestação pró-Bolsonazi. Você acredita que ela apenas olhou com pesar para um casal com duas crianças e foi tratada com tamanha hostilidade?!? Ela inclusive relatou que a mulher foi a mais cruel. E ela sequer tinha um bottom ou boné, mas usa piercing e é tatuada. Entregou ser de esquerda com o olhar”, contou.

A preocupação com o cenário de violência política, conceito adotado pela Organização das Nações Unidas para caracterizar violações de direitos associadas à participação de cidadãos no debate público ou em cargos de representação, apareceu em todas as entrevistas realizadas pela reportagem do Sintrajud. Foi comum ouvir dos servidores que se a situação está como tem sido reportado em veículos jornalísticos e presenciado pelos próprios colegas neste momento, há um receio de que piore no próximo período.

Por vezes servidores questionam quando o Sintrajud publica reportagens sobre o processo eleitoral, ou por ter sido aprovado nos fóruns da categoria posicionamento contra as ameaças de ruptura institucional que têm sido propagadas no último período. Alguns colegas questionam se não seria uma “partidarização”.

Embora os posicionamentos de toda a categoria sejam respeitados pela direção do Sindicato, a gestão tem um compromisso com o estatuto da entidade, que coloca a defesa das instituições democráticas como “finalidade precípua”. O Sintrajud organizou todas as lutas necessárias contra os ataques promovidos pelos governos petistas: greves contra a reforma da Previdência de Lula, mobilizações contra as mudanças nas regras de concessão de pensões feitas por Dilma, as lutas contra o Funpresp, por reposição salarial, pela derrubada do veto ao PLC 28/2015, entre outras. Em editorial publicado na edição 579 do Jornal do Judiciário a direção do Sindicato reafirma que o posicionamento assumido nesta reta final do processo eleitoral em curso tem como único motor a defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores. E parte desse compromisso é não silenciar diante de situações como esta.

O diretor do Sindicato e servidor do TRT-2 Fabiano dos Santos ressalta que “esse processo eleitoral não é um processo dentro da normalidade democrática, haja visto que uma das candidaturas defende explicitamente valores que atentam contra a democracia, como a ditadura e a tortura. Também desrespeita a democracia ao pregar a supressão das oposições, declarando inclusive que não haverá espaço para ativismo, que é parte da atuação democrática dos movimentos sindicais de trabalhadores, como é o caso do próprio Sintrajud. Isso sem falar no discurso de ódio às diferenças, sejam de gênero, sexualidade ou raça”, conclui.

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