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Pec 23 dos Precatórios: nova chantagem do antigoverno e a pergunta: haverá País algum em 2022?

Por Denise Carneiro

É de conhecimento público que esse governo se alimenta do caos que ele mesmo produz diariamente; Que colocou nas Pastas Institucionais pessoas que trabalham contra elas, e quer fechar as Instituições que não consegue acessar; Que vem barganhando sustentação e votos no Congresso no mesmo toma-lá-dá-cá que dizia condenar; Mas em relação aos servidores públicos e trabalhadores em geral, a regra é tirar, ou fazer chantagem para bancar, sempre ajustando um cobertor cada vez mais curto. A grande soma disponível nos cofres do governo, cerca de R$ 4 tri, nunca está disponível para o povo.

Foi assim para pagar o primeiro Auxílio Emergencial em março/2020 quando o Congresso aprovou a quantia de R$ 600 reais (e não a de R$ 200 proposta pelo governo). Perdida a batalha atrasaram o pagamento o quanto puderam e chantagearam afirmando que para pagar precisariam aprovar a PEC 10, a PEC que favoreceu aos banqueiros com altas somas em recursos e com a compra de títulos podres.

Depois, ao encerrar a primeira fase desse Auxílio aos mais vulneráveis, e diante de mais uma provável derrota no Congresso tendente a renovar a proposta, chantagearam novamente afirmando que só poderia retomar o Auxílio caso aprovar a PEC 186 (a PEC que congelou os salários dos servidores municipais e estaduais para sempre e por 15 anos os dos federais!) Ainda de “EMERGENCIAL” essa PEC que tramitava no Congresso desde 2019 - não tendo nada de emergencial portanto - , para enganar a opinião pública os colocando em oposição ao funcionalismo. Essa PEC da mentira, além de reduzir o valor do Auxílio a 1/3 do original, ainda reduziu em cerca de 40% o número de beneficiários, levando mais de 10 milhões de pessoas à pobreza.

Logo em seguida, também na esteira dos privilégios ao sistema financeiro, aprovaram a autonomia do Banco Central, que significa entregar aos bancos privados a chave do banco nacional gestor da política econômica do País. E ainda insatisfeitos, legalizaram através do PL 3877/20, a remessa injustificável de dinheiro público para os banqueiros os remunerando por valores que eles não conseguissem emprestar ao público!

Agora, ensandecidos e correndo contra o tempo para arrebatar mais antes que o espantalho maior seja defenestrado da casa de vidro, querem suspender a liberação de precatórios, que são verbas de pequeno valor, direito de trabalhadores. Para suspender ou parcelar esse direito do povo, empunham a arma de sempre: a CHANTAGEM: ou aprovam isso ou pode não haver pagamento de... de quê, cara pálida? De juros de uma dívida pública jamais auditada?... Do pagamento sem contrapartida aos banqueiros por um dinheiro que não saiu dos cofres dos próprios banqueiros?... Das remessas em valores liberados para os bancos para eles emprestarem a pequenas empresas, e que não foi feito?...

Não: O que o Ministro banqueiro falou foi que, ou aprovam essa PEC 23, a PEC do Calote que pretende suspender ou parcelar o pagamento de precatórios ou pode não haver pagamento de SALÁRIOS!

É esse o Governo eleito em uma coincidência de fatores, e que graças à exposição dos seus malfeitos em uma lista que não cabe nessa página, derrete como lama podre na chuva. Dessa lama vários já se descolaram, outros tentam timidamente fazê-lo sem aprovar o DESMONTE TOTAL dos serviços públicos do País com a PEC32, de entregar o que nos resta de indústria estatal, abrir as porteiras para multinacionais-urubus que se alimentam de mão de obra quase análoga a de escravos, piorar a proposta de Reforma Tributária para curvar ainda mais as costas da classe média com impostos que os ricos se negam a pagar, etc., etc em um paroxismo de absurdos que ainda nos espanta. Nem falei nem dos escândalos das vacinas, do enriquecimento dos promotores do tratamento precoce ineficaz, da política de saúde que levou pessoas à morte, nem das ameaças reiteradas de golpe!

É esse governo que, parte de quem se diz oposição e os "isentões", preferem deixar “sangrar” até 2022, ou para virem mais forte às eleições ou para posarem na foto de cidadãos da ordem... Que “ordem” é essa, colegas?? E quem é que está sangrando mesmo??... Ordem que quer fechar instituições enquanto o sangue do povo escorre pelo ralo? Alguém no Brasil pode ter certeza que teremos eleições em 2022? Alguém assina a tese de que se houver e se o genocida perder, o resultado será respeitado? Alguém acha que o povo vai parar de morrer aos lotes nesse tempo que nos separa da troca da faixa presidencial suja de lama e de sangue?

Não. Ninguém tem coragem de assinar tese alguma nesse País onde cada dia surpreende o outro. E como ninguém pode prever o futuro, não podemos nos sentar e esperar: A vida de muitos, e também a nossa, pode depender disso.

*Denise Carneiro é servidora da JFBA, membra do Coletivo Resistência e Luta no Judiciário

 

Artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam, necessariamente, as ideias ou opiniões da Fenajufe.

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