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Fenajufe participa da 1ª reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente sobre as pautas gerais do funcionalismo público

Fenajufe participa da 1ª reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente sobre as pautas gerais do funcionalismo público

PEC 32, mandato classista e aposentadoria foram alguns dos temas abordados; a Federação representou a categoria como uma das entidades do Fonasefe

A Fenajufe participou nessa terça-feira (25) da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) dos servidores públicos com o governo federal. Na mesa central, que tem como objetivo discutir pautas gerais dos servidores federais, foram discutidos os pontos prioritários apresentados pelas entidades que integram o Fonasefe – fórum do qual a Federação faz parte—, o Fonacate e as centrais sindicais.

O coordenador plantonista, Manoel Gérson compareceu representando a Fenajufe. Fabiano dos Santos, coordenador-geral da Federação, participou pela CSP-Conlutas.  

As entidades integrantes da mesa central protocolaram um ofício no Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público (MGISP) com os temas prioritários que devem ser discutidos na MNNP. Entre os principais, a jornada de trabalho; direito a greve; licença para exercício classista; extinção de cargos vagos no serviço público; alterações na Lei 8.112/90; aposentadoria e pensões; mudanças nas normas de concursos públicos e a reforma administrativa. Confira aqui o ofício entregue pelas entidades.

Na reunião, o secretário de Relações do Trabalho do MGISP, José Lopes Feijóo, apresentou as respostas da pasta para cada ponto defendido pelas entidades. O secretário explicou que alguns dos temas ainda precisam ser aprofundados nos debates, outros o governo já tem concordância e alguns receberam negativas. Confira os detalhes:

Regulamentação da Convenção 151 da OIT

As centrais sindicais por meio de seus representantes, Pedro Armengol (CUT) e João Paulo - JP (CTB), defenderam a regulamentação da Convenção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre liberdade sindical e a inclusão dos sindicatos na negociação coletiva no serviço público e cobraram ainda solução do governo a respeito do tema, ressaltando necessidade de representação no processo das categorias das esferas federal, estadual e municipal.

O secretário informou que em breve será publicado um decreto instituindo um Grupo de Trabalho (GT) sobre o tema com representantes das três esferas

Entidades querem compromisso contra a PEC32

A reforma administrativa (PEC 32) que representa o desmonte do serviço público, também é um dos temas prioritários. Sobre o assunto, em específico, não houve consenso entre os representantes sobre qual seria o melhor caminho. Sendo assim, ficou decidido que essa deliberação deve partir das entidades, e segundo Feijóo, a decisão será acatada pela Mesa.

Parte das entidades entenderam não haver condições favoráveis para levar a retirada da PEC 32 para votação no plenário da Câmara dos Deputados, sob o risco de derrota. E cobraram que o governo se comprometa contra a PEC e construa meios para sua retirada.

Licença para exercício de mandato classista

A licença para o exercício do mandato classista com ônus para União foi um dos pontos positivos da reunião. Isso porque, o secretário concordou quanto com as diretrizes defendidas pelas entidades e informou que o MGISP está elaborando uma proposta sobre o tema para trazer na próxima reunião.

A mudança da atual regra seria de grande importância para o fortalecimento das entidades sindicais, permitindo a liberação de dirigentes e ampliando a capacidade de atuação dos sindicatos de base.

Os servidores com mandatos classistas haviam sido retirados da folha de pagamentos da União, privando-os, inclusive, de contracheque.

Gestão das aposentadorias

As entidades cobraram ainda a revogação do Decreto 10.620/2021 que trata da centralização das aposentadorias dos servidores federais dos três poderes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O governo suspendeu a aplicação do decreto, não migrou mais nenhum órgão e manteve os já migrados, até que se estruture uma unidade gestora da União.

Jornada e descontos de dias de greve

As discussões sobre a Instruções Normativas - IN 02 (jornada de trabalho e a IN 54 (direito a greve) não avançaram muito e devem ser debatidas nas próximas reuniões.

Ainda sobre o tema, o secretário concordou com a exclusão de qualquer registro em assento funcional da participação em greves e acolheu a proposta de liberar servidor para atividades sindicais sem compensação— limitando às reuniões da MNNP—, e de reverter sistema de consignação em folha que fomenta a desfiliação. Por outro lado, negou a revogação completa da IN 54 referente ao desconto em caso de greve.

O coordenador Gérson avaliou que no geral, a dinâmica de diálogo está se estabelecendo, embora nesta reunião tenha sido mais uma troca inicial de propostas, exposição, divergências e sinalizações. “Alguns pontos puderam avançar de imediato, outros barrados e recebemos algumas sinalizações importantes que precisam ser concretizadas na continuidade da negociação. O caráter permanente da Mesa precisa ser mediado com a urgência de questões, como a retirada de regras antissindicais. Esse debate é fundamental para nossos Sindicatos de base”.

Fabiano dos Santos, ressaltou a importância da reunião e destacou como ponto principal das discussões a derrubada da reforma administrativa. “O que queremos é a efetiva retirada da PEC. Nossa reivindicação é para que o governo construa essa retirada”.

A Federação aguarda a data da próxima reunião da mesa central da MNNP que trata das pautas gerais do funcionalismo público e continua defendendo a necessidade de representação dos servidores do PJU e MPU nesse espaço de discussão.

 

Fernanda Miranda

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