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Orgulho LGBTQIA+:Data pede respeito e combate à intolerância que mata

Orgulho LGBTQIA+:Data pede respeito e combate à intolerância que mata

Brasil é o País que mais registra ataques a LGBTs: uma morte a cada 26 horas. Conquistas ainda são insuficientes para acabar com a discriminação da população.

No dia 28 de junho celebra-se o Orgulho Gay no Brasil e no mundo. Nesta mesma data em 1969, em Nova Iorque, a polícia invadiu um bar frequentado por homossexuais. A ação resultou em agressões e prisões. O episódio violento deu início a luta pelos direitos dos LGBTs nos Estados Unidos logo seguido por diversos países. Hoje é celebrado em todo o planeta.

Contudo, a luta por respeito, igualdade de gênero e de direitos ainda não conseguiu eliminar o pior dos sentimentos, balizado no preconceito e discriminação. A intolerância. O Brasil regista uma morte violenta de LGBTQIA+ a cada 26 horas. A cada 26 horas, um corpo é vitimado pela intolerância e ódio de uma sociedade que não respeita diferença sexual e de gênero do próximo.

Ser LGBTQIA+ é viver com insegurança e medo. A intolerância que permeia o preconceito gera violência. Relatório anual realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GAPA), divulgado em maio deste ano, aponta que em 2020 houve 237 mortes do segmento. 95% destas, ocorreram por homicídio. Os outros 5% por suicídios.

O número assustador pode ser ainda maior. A pandemia de covid-19 intensificou o isolamento dessa população já impactada pela falta de sociabilidade, e de espaços. Nesse sentido é observado a subnotificação de casos, que pode mudar os dados divulgados.

Muitas vezes o sofrimento com a auto aceitação é maior e muitos negam a anulação e escolhem morrer. A dor de conviver com todas as formas de preconceito pode ser maior que a busca pela liberdade de existência.Essa liberdade  pode significar a própria morte. Foram registrados 13 suicídios no mesmo ano.

Vale ressaltar aqui que as manifestações preconceituosas do presidente Jair Bolsonaro acentuaram a intolerância de grande parcela de brasileiros e brasileiras. Diariamente o país registra casos de homofobia, racismo, machismo e misoginia. Atitudes desprezíveis calçadas nos exemplos da gestão presidencial.

É preciso combater todas as formas de discriminação e preconceito que existe numa nação. Só assim o país sai da posição vergonhosa do ranking mundial de assassinatos de pessoas que diferem do padrão social. Importante destacar que não é uma violência qualquer, fruto de um processo de formação socioespacial desigual. A violência gratuita sofrida pelos LGBTQIA+ é a que fere, brutaliza e  a que mata. A mesma violência que os expõe ao ridículo e ao processo de exclusão por serem quem e como são.

O dia 28 de junho é uma data para se orgulhar e celebrar vitórias históricas, como a união instável, o direito à adoção, o uso do nome social para os travestis e pessoas trans. Mas é urgente criar políticas públicas de amparo às famílias LGBTQIA+, cotas no serviço público, oportunizar acesso ao mercado de trabalho. E o mais importante é preciso acabar com a intolerância que mata. É preciso igualdade e de respeito. Chega de homolesbotransfobia!

O movimento do Orgulho LGBTQIA+ tem três premissas principais:

• Que as pessoas tenham orgulho da sua orientação sexual e identidade de gênero;

• Que a diversidade é uma dádiva;

• E que a orientação sexual e a identidade de gênero são inerentes ao indivíduo e não podem ser intencionalmente alteradas

 

Joana Darc Melo, da Fenajufe

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