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Fenajufe lamenta postura de Promotora de Justiça no estado do Pará

Promotora questiona arte gráfica em material de divulgação de atividades do 8M e associa símbolo usado ao Comunismo, Federação defende o direito das mulheres

Na semana em que várias organizações se mobilizam para dar visibilidade às lutas das mulheres por uma sociedade igualitária, sem violência e por igualdade de gênero, a Fenajufe vem denunciar a atitude de Promotora de Justiça no estado do Pará.

No início do mês o Ministério Público do estado do Pará, (MPPA) encaminhou ofício para a Secretaria de Assistência Social do município de Igarapé-Açu, interior paraense, onde pede explicações sobre símbolo utilizado em material de divulgação de atividades em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres - 8M.

Assinado pela Promotora de Justiça MARCELA CHRISTINI FERREIRA DE MELO, titular da Promotoria de Justiça de Igarapé-Açu, o documento questiona o uso do símbolo do punho cerrado. Segundo a argumentação da promotora, o desenho representa ideias marxistas, comunistas e de movimentos sociais. Para a Promotora o uso do símbolo "fere o princípio da imparcialidade administrativa".

A interpelação deixou a população e o Brasil estarrecidos por vir justamente de um órgão que deveria fazer promover Justiça e acolhimento. Atitudes como essa, apontam o quão retrocedida está a conjuntura atual. Além disso, o ato demonstra desrespeito a democracia, aos direitos das cidadãs e cidadãos, da pessoa humana.

A Federação se soma a dezenas de outras organizações para reprovar a postura conservadora e antidemocrática da promotora. É uma atitude lamentável, discriminatória e que representa o cerceamento dos direitos humanos. Inúmeras representações feministas espalhadas pelo país, expressaram indignação.

O dia a dia das mulheres é de enfrentamento ao machismo que faz com que  o Brasil ocupe o 5° lugar no ranking dos países em que mulheres mais morrem vítimas de violência doméstica. Vale ressaltar que práticas como esta, bem como outras políticas misóginas ganharam força com o governo Bolsonaro.

A FENAJUFE juntamente com mais de 50 entidades engajadas na luta das mulheres assinam uma nota de repúdio onde manifestam todo descontentamento e negação ao que foi questionado numa atividade de  resistência de mulheres  (ANEXO)

A Federação respeita a organização das mulheres nos movimentos feministas, populares, sindicatos e entende que a atividade questionada pela promotora promovia uma discussão básica pela garantia de direitos fundamentais como o direito à vida, à dignidade e ao respeito intrínseco a todo ser humano, mas que é historicamente e sistematicamente negado às mulheres.

 

 Veja nota nos endereços: https://www.fenajufe.org.br/images/

 na íntegra: https://www.facebook.com/frentefeminista8demarco

 

Joana Darc Melo, da Fenajufe

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