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Oposição recorre ao TCU e pede investigação dos gastos com alimentação da Presidência da República

Despesa  divulgada chama atenção por valores extremamente elevados. Dados apontam superfaturamento

Os parlamentares Alessandro Vieira (CIDADANIA/SE), Tabata Amaral (PDT/SP) e Felipe Rigoni (PSB/ES) protocolaram na terça- feira (26) uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU), contra a Presidência da República. A iniciativa veio após divulgação de levantamento do portal Metrópoles, onde atesta que houve aumento de 20% nos gastos alimentícios do governo com relação ao ano de 2019.

Os dados levantados foram feitos com base no Painel de compras do Ministério da Economia. A exposição das informações, deixou o país estarrecido com valores muito elevados com gastos considerados supérfluos. Na lista consta por exemplo, o valor exorbitante de R$ 15(quinze) milhões de reais que foram usados para a compra de leite condensado. A iguaria é comercializada nos mercados ao custo máximo de R$5(cinco) reais a unidade.

Enquanto o País enfrenta crise sanitária, econômica e ambiental, ter o conhecimento sobre esses valores gastos na conta do governo, leva indignação a população. No período de pandemia, a taxa de desemprego subiu 14,6%. O número representa mais de 14 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho, conforme relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2020.

E não é só isso. Hospitais ainda padecem no combate à Covid-19. O sistema de saúde luta contra a precariedade no atendimento ao público, falta insumos, leitos, equipamentos e etc. Com o fim do auxílio emergencial, a busca por sobrevivência se tornou prioridade. Milhares de famílias estão sem condições de ter as necessidades básicas atendidas. Muitas já enfrentam fome e frio e dependem exclusivamente  de ajuda solidária para sobreviver.

É com esse cenário que o governo segue implacável em sustentar seus projetos de destruição ao funcionalismo e aos direitos dos servidores públicos. O ministro da Economia Paulo Guedes, disse em entrevista nesta semana que, para retomar com o auxílio e demais medidas emergenciais, é preciso aprovar a PEC emergencial, (PEC 186/2019), que propõe diminuição de jornada e de salários dos servidores públicos.

Com esta fala, o ministro nos leva a crer que a população mais vulnerável e que necessita de assistência governamental será usada como barganha. Para garantir a manutenção do auxílio, a sociedade deve ser favorável aos projetos de reforma do governo e compactuar com o desmonte dos serviços ou com a miséria de grande parcela da população.

Quando nos chega a informação de que o governo Bolsonaro gastou cerca de 1,8 bilhão em alimentos só em 2020, o questionamento que nos cabe é que, mesmo com a conjuntura de fome, desemprego e crise econômica pós pandemia, o presidente menospreza a carta de Direitos Humanos e não expressa nenhum cuidado com a vida humana.

A divulgação dos dados repercutiu em todas as redes sociais e levou a Presidência a retirar o  site “Portal da Transparência do ar por 24 horas”. Além dos deputados citados, a bancada do Psol também entrou com um pedido de investigação na Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a planilha de gastos.

 

Joana Darc Melo, da Fenajufe

Foto,Antônio Cruz/Agencia Brasil

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