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Violência policial e racial: movimentos sociais reagem e convocam ato nacional nesta quinta-feira (24)

Violência policial e racial: movimentos sociais reagem e convocam ato nacional nesta quinta-feira (24)

Aumento de chacinas e a morte de liderança quilombola provocam indignação e revolta social; mobilização acontecerá em vários estados

A Federação encaminhou ofício aos sindicatos de base nesta terça-feira (22), orientando participação nos atos organizados por movimentos sociais pelo fim da violência policial e racial.

Os atos estão sendo construídos e programados para ocorrer em vários estados no dia 24 e inauguram uma jornada de lutas que deve ter atividades mensais até o 20 de novembro, dia da "Consciência Negra."

A reação dos movimentos sociais e do movimento negro se deu após o país registrar aumento expressivo de mortes decorrentes de ação policial nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, onde na última quinta-feira (17) a liderança quilombola, Mãe Bernadete, foi morta com 12 tiros disparados à queima roupa.

Nas últimas três semanas, 64 pessoas foram mortas em ações policiais nos estados, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública. Destas, a maioria eram pessoas pretas. As mobilizações pedem o fim das violências policial e racial e do racismo, responsáveis pelo já caracterizado genocídio da população preta.

Para a Fenajufe que carrega em sua bandeira de lutas a defesa de uma sociedade justa, igualitária e o combate às variadas formas de discriminações, a participação dos sindicatos nos atos em seus estados é de suma importância. A mobilização nacional é para chamar a atenção e denunciar essas questões preocupantes, que desrespeitam os princípios de justiça e direitos humanos, especialmente para a população preta, pobre e periférica.

O chamamento para os atos foi feito por duas frentes de combate ao racismo, “Coalizão Negra por Direitos” e a “Convergência Negra”, que atuam em conjunto com outras entidades do mesmo seguimento como “Uneafro Brasil”, “Movimento Negro Unificado (MNU)”, “Unegro”, “Geledés”, entre outras.

Tais organizações estão pleiteando as seguintes medidas consideradas urgentes: 

  • implementação de Lei Federal que exija câmeras filmadoras em uniformes de agentes policiais armados;
  • um plano nacional de indenização para familiares de vítimas do Estado, federalização das investigações de chacinas policiais;
  • desmilitarização das polícias;
  • o fim da guerra às drogas, como medida considerada essencial para combater a violência racial por parte das autoridades.

Para as entidades, as características do assassinato da líder quilombola, como mulher negra e praticante do candomblé, escancara a face real do Brasil, marcado por racismo violento, machismo, misoginia e intolerância religiosa em relação às religiões de matriz africana.

Além disso, a escalada da violência policial no Brasil atinge especialmente a população negra e periférica. Só o estado da Bahia, majoritariamente composto por negras e negros, é responsável por 22% das mortes causadas pela ação da polícia.

“Pelo fim da violência, basta de chacina”

Confira locais dos atos confirmados até o momento e participe!

- Aracaju (SE), 15h, Praça Camerino;

- Belo Horizonte (MG), 17h30, Praça 7;

- Brasília (DF), 15h, Museu Nacional da República;

- Curitiba (PR), 18h, Praça Santos Andrade;

- Florianópolis (SC), 18h, em frente ao Morro do Mocotó;

- Teresina (PI), 16h, Parque da Cidadania;

- Juiz de Fora (MG), 18h, Câmara Municipal;

- Macapá (AP), 16h, Mercado Central;

- Recife (PE), 16h30, Praça UR11 Ibura;

- Rio Branco (AC), 8h, Assembleia Legislativa;

- Rio de Janeiro (RJ), 16h, Candelária;

- São José do Rio Preto (SP), 12h, Defensoria Pública;

- São Paulo (SP), 18h, MASP;

- Vitória (ES), 16h, Praça de Itararé.

 

Joana Darc Melo

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