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Grupo de teatro do Sisejufe emociona o público com encenação virtual do espetáculo Mãe Coragem e seus filhos

Grupo de teatro do Sisejufe emociona o público com encenação virtual do espetáculo Mãe Coragem e seus filhos

O diretor de teatro do Sisejufe, André Arteche, propôs uma iniciativa ousada e os alunos embarcaram na ideia: encenar “Mãe Coragem e Seus Filhos”, de Bertold Brecht, um clássico da dramaturgia universal. Apresentação está disponível no YouTube

Desafio aceito, Lucena Pacheco, Carla Nascimento, Anny Figueiredo, Vera Lúcia Pinheiro, Norma Costa, Amauri Pinheiro, Edson Roza e Mara Paparella trocaram o papel de servidores pelos personagens da peça.

Antes de começar o espetáculo, o diretor explicou brevemente o texto: “Naquela época havia uma guerra em curso com uma atrocidade que estava acontecendo no mundo inteiro e Bertold Brecht estava completamente envolvido no centro da discussão. Ele foi exilado, teve que sair do país dele e foi morar em outros lugares. O autor tinha uma preocupação com a questão político-social. A gente sempre trabalha no Sisejufe temas que são relevantes, que tenham algo a contribuir socialmente também”.

André acrescenta que é a história de uma mulher que se vê em meio à “Guerra dos 30 anos” e precisa sobreviver com seus filhos a partir desta situação. A história se passa no meio de um conflito mundial no século XVII.

Após a fala de André, o grupo iniciou a peça. As cenas são descritas em detalhes pela narradora e os personagens envolvem o público em diálogos com toda carga de emoção que as cenas exigem.

O elenco fez uma apresentação impecável com interpretações primorosas no palco virtual, levando o espectador a se sentir em uma plateia imaginária.

Ainda no início da estrada das artes cênicas, os atores esbanjaram talento e sensibilidade na hora de contracenar com os colegas.

A aluna Lucena Pacheco, que é coordenadora da Fenajufe e diretora do Sisejufe, afirmou que vivencia uma experiência única. “A gente aprende a olhar para o lado, fazer as coisas juntos, a respeitar o próximo. Só tenho a agradecer essa oportunidade de estar aqui com todos esses meus colegas e André dirigindo a gente. Trabalhar o coletivo é um aprendizado muito importante para minha vida”.

A diretora Anny Figueiredo também se disse grata à paciência dos companheiros de teatro pelas ausências em algumas aulas.  “Eu e Lucena estamos envolvidas em muitas atividades (do sindicato) e acabamos faltando muito, mas fomos compreendidas. O professor André tem sido maravilhoso. Em plena pandemia ele nos proporcionou essa válvula de escape, quando estávamos trabalhando totalmente on-line e sem muita diversão. E nesse momento em que a gente voltou ao presencial, encenar Bertold Brecht com toda essa carga emocional é maravilhoso. Ainda existem, nos dias de hoje, muitas mulheres como a “mãe coragem”. Isso é importante e emocionante”, disse.

A servidora Vera Pinheiro ressaltou a relevância do trabalho em equipe e a atualidade do texto. “O mundo está conturbado, tem guerra em todos os lugares e as discussões são sempre as mesmas: a vida continua acontecendo. Apesar da guerra, existe morte, existe tristeza, mas também existem sentimentos e questões de família”, reflete.

Carla Nascimento viu como uma oportunidade enriquecedora trabalhar um texto de Bertold Brecht “tão maravilhoso, que ela não conhecia”.

“Foi uma experiência difícil porque o texto é duro, muito triste. Uma mulher que perde os três filhos na guerra e se mantém o tempo todo fria porque é uma pessoa que vive no modo sobrevivência. Ao mesmo tempo, essa tensão de a gente ter que lidar com os desafios do teatro online, vai fazendo com que a gente aprenda a se virar. Para o ator isso é importante”, continuou.

André Arteche destacou: “O Sisejufe é um exemplo de organização em termos de sindicato. A entidade defende pautas político-sociais com muito trabalho, buscando sempre condições de igualdade e justiça para as trabalhadoras e trabalhadores e também tem um olhar para a cultura. Isso é muito raro, especial e precioso”.

O aluno do curso de teatro e diretor do sindicato Amauri Pinheiro agradeceu o convívio com o grupo. “Foi uma grande experiência. Para todos que nos ouvem: aqui ninguém teve treinamento para teatro no passado. Então trabalhamos e conseguimos chegar a esse ponto. Nunca participei de uma guerra, mas aqui senti isso. Parece que estava vivendo uma guerra. O texto mostra, de maneira simbólica, as agruras que as pessoas sentem no dia a dia, especialmente a mãe coragem, que perde seus filhos e luta desesperada para sobreviver em meio àquele inferno”, comentou.

E continuou: “esse espaço está aberto. Essa experiência é muito rica e seria interessante que todos pudessem vivê-la.

Édson rosa contou que enfrentou um grande desafio. “Sou fã de teatro e cinema, mas nunca pensei que pudesse estar aqui fazendo essa leitura dramatizada. Fico feliz que o sisejufe tenha esse olhar sobre a importância da cultura para formar pessoas críticas”, disse.

Para a servidora Norma Costa, foi engrandecedor. “Sou uma pessoa muito quieta e tímida, mas consegui chegar aqui. Agradeço aos colegas, ao diretor André e ao Sisejufe por se preocupar com a cultura”, relatou. Mara Paparella também disse que a experiência foi positiva.

O espetáculo “Mãe coragem e seus filhos” está disponível 

Saiba mais:

“Mãe Coragem e Seus Filhos”, de Bertold Brecht, é um clássico da dramaturgia universal. Fala sobre a guerra e a relação do feminino com o mundo terminantemente cruel inventado pelo próprio Homem. A fome, o poder, o anseio pelo lucro… De onde deriva todo o mal?

Brecht é um autor de natureza realista, sob o ponto de vista da observação do quotidiano, mas lírico, em sua crueza.

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