fbpx

Sindjuf-PA/AP visita acampamento das mulheres do campo em Belém

Sindjuf-PA/AP visita acampamento das mulheres do campo em Belém

Nos últimos anos, o importante papel das mulheres do campo na agricultura, e na economia rural tem ganhado destaque. São elas as responsáveis, muitas vezes, pela produção de alimentos, e outras atividades relacionadas ao meio rural.
O trabalho feminino no meio rural também enfrenta desafios, que passam desde a falta de acesso a recursos, bem como a discriminação de gênero e outras formas de desigualdade.

É pensando nesses desafios e no empoderamento feminino, que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tem um forte engajamento das mulheres do campo e realiza encontros para fortalecer a luta por seus direitos e visibilidade.

Nesta semana, o Movimento que luta pela reforma agrária e pela justiça social no campo, está realizando em todo o Brasil um acampamento pedagógico de mulheres. Em Belém, no Pará, as mulheres estão acampadas no espaço “Aldeia Cabana”. O ajuntamento que iniciou no domingo e acontece até hoje, 8 de março, foi visitado pelo jornalismo do Sindjuf-PA/AP.

O acampamento
Conversando com Clívea Regina da Silva, dirigente estadual do setor de gênero do MST Pará, o Sindicato descobriu que o objetivo do encontro é reorganizar o trabalho das mulheres dentro do movimento, interrompido pela pandemia.

O Encontro tem caráter formativo, e é também um espaço para debater sobre saúde, cuidados, agronegócio, entre outras discussões em torno das questões que as afetam diretamente, como a luta pela terra, a violência de gênero e a discriminação no acesso aos recursos e serviços públicos.

“O combate à violência contra a mulher é um dos pilares do debate dentro do movimento, porque não dá para falar do empoderamento da mulher e da emancipação dela, se a gente não discutir os vários níveis de violência dessa sociedade machista que a gente vive; violência não apenas física, mas psicológica, emocional, violência obstétrica também. Neste caso, a mulher no momento de dar à luz, a outro ser, a outra vida, ainda tem que se submeter a isso.” Lamenta a dirigente estadual.

8 de março – Um Dia de Luta

De acordo com Clívea, o Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, oito de março, não é dia para comemoração. É dia de luta.

“A mulher representa uma força organizadora, de trabalho, a mulher não é apenas a ajudante do companheiro. A mulher do campo ela trabalha. Infelizmente, esses trabalhos são inviabilizados. E um espaço como esse é para que elas também se percebam e vejam que elas não são apenas ajudantes, elas são trabalhadoras. Então esses espaços formativos são importantes para que ela se reconheça como essa potência. O MST trabalha pelo empoderamento das mulheres, dar voz às mulheres.”, diz Clívea.

A necessidade de políticas públicas

O Movimento também debate com as mulheres a necessidade de políticas públicas, o acesso à saúde, à educação e o combate ao agronegócio, considerado um projeto de morte por se basear na produção de alimentos com o uso de agrotóxicos.

Segundo Clívea, uma saída é a agricultura sustentável, que busca maximizar a produtividade, simultaneamente, em que preserva os recursos naturais e a segurança alimentar. Para isso, o MST defende o incentivo das cooperativas e do coletivo de mulheres.

“Pensar em políticas públicas para potencializar esse tipo de produção, não é uma responsabilidade só nossa, mulheres do movimento, mas da sociedade na totalidade, pois a ciência já demonstra que o mono cultivo degrada o meio ambiente. E a sociedade às vezes fecha os olhos, ou desconhece essa realidade.”, acredita a representante do MST Pará.

Para desmistificar, a imagem distorcida do trabalho do MST, várias iniciativas junto à sociedade têm sido tomadas. Elas acontecem por ações coletivas, como a promoção de feiras agroecológicas e a campanha nacional de doação de alimentos, iniciativa que tomou destaque durante a crise humanitária provocada pela onda de desemprego e fome durante a pandemia. Além disso, o MST desenvolve um amplo trabalho no combate ao analfabetismo, demonstrando que a reforma agrária não se dá apenas com a divisão da terra, mas com um conjunto de ações sociais.

O Sindjuf-PA/AP sente-se gratificado em divulgar o nobre trabalho do MST e do coletivo de mulheres campesinas, como uma forma de homenagear as demais trabalhadoras pelo Dia Internacional da Mulher.

Pin It

afju fja fndc