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Em Santa Maria, Sintrajufe/RS apoia protesto da comunidade da UFSM após declarações Bibo Nunes (PL/RS) de que estudantes deveriam “morrer queimados”

Em Santa Maria, Sintrajufe/RS apoia protesto da comunidade da UFSM após declarações Bibo Nunes (PL/RS) de que estudantes deveriam “morrer queimados”

Na manhã desta segunda-feira, 24, o Sintrajufe/RS esteve em Santa Maria para dar apoio a um protesto de estudantes, servidores e professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) após declarações estarrecedoras do deputado bolsonarista Bibo Nunes (PL-RS). A manifestação reuniu centenas de pessoas em frente ao restaurante universitário da UFSM.

Em uma transmissão na internet na última quinta-feira, 20, Bibo Nunes, que não foi reeleito para o parlamento, criticou os alunos e alunas da UFSM que protestaram contra o corte de verbas nas instituições de ensino superior, promovidas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Esses cortes estão praticamente inviabilizando o funcionamento das instituições. Entre outras ofensas, o deputado chama os estudantes de “parasitas” e afirma que “são a vergonha, a escória do mundo, vocês têm que viver no lixo, no esgoto, porque vocês produzem nada, vocês são uns coitados, uns miseráveis” e que pegam “dinheiro do papai e da mamãe” para comprar drogas de traficantes. Ele afirma que os universitários são ricos e que “Ser rico não é problema, agora ser rico e não ter noção como esses daí é o filme ‘Tropa de Elite’. Olha o filme um, sabe o que aconteceu? Pegaram aqueles coitadinhos, riquinhos, e queimaram vivos dentro de pneus. E é isso que esses estudantes alienados, filhos de papai que têm grana, merecem”.

O diretor Marcelo Carlini representou o Sintrajufe/RS e a CUT/RS na atividade. Em sua fala durante a manifestação, o dirigente apontou que “a crueldade do Bibo Nunes em falar que jovens de Santa Maria têm que morrer queimados não é diferente da crueldade do Jair Bolsonaro com 680 mil mortos da covid. A crueldade do Bibo Nunes não é diferente da crueldade do Jair Bolsonaro com os 33 milhões de brasileiros e brasileiras que passam fome. Eles falam o que pensam e o que eles pensam choca todo o povo brasileiro”.

Presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), Acísio Pereira denuncia que o ataque de Bibo Nunes “se articula com tudo o que a universidade vem sofrendo, como os cortes orçamentários que nos deixam em uma situação praticamente inviável. Isso é uma obra do governo fascista bolsonarista e da sua corja, que se replica no ambiente local. Por isso, nós repudiamos essa postura fascista, essa postura de eliminação da universidade pública, gratuita, de qualidade e comprometida socialmente. Defendemos a UFSM, defendemos os nossos alunos e alunas na luta contra o fascismo”, completou.

O coordenador-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFSM, Luiz Boneti, lembra que “não é a primeira declaração nesse sentido por parte do bolsonarismo. Além dos diversos ataques e cortes nas universidades, há casos constantes que mancham a imagem do Ministério da Educação, com cortes, contingenciamentos, fraudes e corrupção. O ‘bolsolão’ está cada vez mais forte, estamos vendo isso nas eleições. E essas declarações que atacam as nossas universidades já vinham desde 2019, quando um dos principais aliados do Bolsonaro, Luciano Hang, dono da Havan, teve a capacidade de chegar em Santa Maria e falar que os estudantes eram zumbis, eram vagabundos. Essa declaração do Bibo Nunes é mais uma prova de que, para o bolsonarismo, as universidades não servem pra nada, são lugares que devem ser destruídos. Os cortes mostram essa realidade. Não vamos aceitar esse desrespeito com os milhares de estudantes que estão aqui hoje e que já passaram pela universidade”.

Representante da Associação de Pós-Graduandos da UFSM (APG), Jéssica Erd destaca que “Bibo Nunes é um parlamentar alinhado às políticas do Bolsonaro, que têm tido efeitos desastrosos para a pós-gradução no Brasil. Só na UFSM, nós perdemos mais de duzentas bolsas, o que precariza a pesquisa, precariza a ciência. Nós sabemos que não há um país com soberania nacional sem investimento em ciência, em pesquisa, em educação”.

Como destaca Loiva Chancis, coordenadora da Associação dos Servidores da Universidade Federal de Santa Maria (Assufsm), “estamos combatendo a política fascista do governo Bolsonaro e esse ataque violento contra os estudantes e servidores da UFSM no qual um deputado recalcado, que nem se reelegeu, disse que os estudantes têm que ser queimados vivos, esquecendo que a cidade de Santa Maria ainda sofre, ainda tem as feridas abertas com a morte de 242 na Boate Kiss. Não vamos aceitar o fascismo na nossa cidade, na Universidade Federal de Santa Maria, onde há cortes e mais cortes que o governo tem feito”.

O vereador de Santa Maria Ricardo Blattes (PT), egresso da UFSM, esteve no ato e reforçou que “essas declarações abjetas do Bibo Nunes tocam na mais profunda sensibilidade de Santa Maria. Falar que os estudantes são vergonha para Santa Maria é não conhecer a nossa cidade e, mais do que isso, é brincar com a nossa história, é fazer chacota com as nossas dores”. Em agosto, Blattes discursou na tribuna da Câmara de Vereadores da cidade denunciando uma moção de um vereador contra a reposição salarial dos servidores do Judiciário Federal. Blattes foi um dos vereadores que conseguiu derrotar a moção.

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