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Em frente ao escritório do deputado Osmar Terra (MDB), em Santa Rosa, Sintrajufe/RS participa de ato contra a reforma administrativa

Na manhã desta sexta-feira, 16, o Sintrajufe/RS participou, na cidade de Santa Rosa, de ato público em frente ao escritório político do deputado Osmar Terra (MDB). Terra é um dos parlamentares do Rio Grande do Sul que faz parte da comissão especial criada pela Câmara dos Deputados para debater a reforma administrativa (PEC 32/2020).

A atividade, que teve o objetivo de fortalecer a pressão na luta contra a reforma, foi convocada pela Frente dos Servidores Públicos do RS (FSP) e contou com representações de centrais sindicais e de diversos sindicatos do setor público e da iniciativa privada.

O mesmo tipo de ação será realizado junto aos outros deputados e deputadas do Rio Grande do Sul que ainda não se posicionaram de forma contrária à PEC 32/2020. Na próxima semana, a FSP, da qual o Sintrajufe/RS faz parte, irá intensificar a pressão sobre os deputados e as deputadas.

O mote da mobilização, expresso na principal faixa levada à atividade, é a lembrança de que “quem vota contra os serviços públicos, não volta”.

Além do Sintrajufe/RS, participaram do ato entidades como CUT, CTB, Cpers, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras (Fetrafi), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Sindicato dos Servidores Municipais de Santa Rosa, Federação dos Municipários do RS, Sindicato dos Bancários de Santa Rosa e Região, além de servidores e representações dos trabalhadores metalúrgicos e dos servidores da Justiça Estadual.

Derrotar a reforma para defender os direitos da população

O Sintrajufe/RS esteve representado na atividade pelos diretores Marcelo Carlini e Ramiro López. Em sua fala, Carlini destacou a importância do ato por se tratar do início da pressão que será feita sobre todos os deputados e deputadas, apontando que a reforma não é um problema apenas dos servidores e servidoras, mas de todo o povo brasileiro, “um problema para todo o Brasil”.

O dirigente questionou o motivo pelo qual alguns parlamentares odeiam os concursos públicos, denunciando que há quem queira substituir os concursos por indicações políticas. Carlini lembrou ainda que, no contexto da pandemia, o serviço público salvou vidas, mas mesmo assim o governo quer destruí-lo, substituindo os postos de saúde por cheques com os quais as pessoas só poderão ter acesso a atendimentos e planos de saúde “de quinta categoria”, sem atendimentos complexos hoje oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dessa forma, alertou, a reforma pretende acabar com os serviços públicos, configurando-se como uma “cruzada para destruir aquilo que defende e salva a vida dos brasileiros, que é o serviço público, que são os servidores”.

É por isso, ressaltou, que a mobilização se faz necessária, “para derrotar toda essa reforma e para acabar com esse governo, porque é isso o que vai abrir uma nova perspectiva para o país”.

Ramiro López, por sua vez, lembrou o apoio de Bolsonaro e da base governista ao aumento dos valores destinados ao fundo partidário, sendo que, ao mesmo tempo, o governo impede a ampliação de recursos para medidas como o auxílio emergencial ou para o investimento em serviços públicos que atendam às necessidades da população.

 Em relação à reforma administrativa, o dirigente lembrou promessas positivas foram feitas em relação, por exemplo, às reformas trabalhista e da Previdência, mas que ambas geraram apenas a perda de direitos, sem nenhuma melhoria para o país.

O mesmo, destacou, acontece na tentativa do governo de fazer com que a população apoie a reforma administrativa. Na prática, porém, a PEC 32 deixa de fora os detentores dos maiores salários do serviço público e irá prejudicar o atendimento à população.

Resistência contra retrocessos

Além dos diretores do Sintrajufe/RS, dirigentes de outras entidades também se pronunciaram durante a atividade. A presidente do Cpers, Helenir Schürer, ressaltou que o governo mente para tentar aprovar a PEC e tenta levar o Brasil de volta ao clientelismo ao acabar com os concursos públicos.

Além disso, sem a estabilidade, a cada troca de governo pode ocorrer uma total substituição de servidores, prejudicando também o atendimento à população: “É um desserviço à nação, aos estados, aos municípios”, denunciou, destacando ainda que o governo tenta privatizar os serviços públicos e destruí-los, e que é preciso esclarecer a população e fazer com que os parlamentares escutem o povo: “Esse ato significa resistência”, concluiu.

Jonas Fusiger, diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Santa Rosa e da Federação dos Municipários do RS, apontou que, “quando a gente reforma alguma coisa, é para melhorar. Mas a PEC 32 não traz nada de melhora. Ela destrói completamente os serviços públicos”.

 Assim, para ele, será preciso lutar muito contra a PEC, e os trabalhadores e trabalhadoras estão dispostos a fazê-lo, especialmente por não se tratar de uma luta apenas pelos direitos dos servidores, mas pelos próprios serviços públicos dos quais boa parte da população depende.

Representante do Sindicato dos Bancários de Santa Rosa e Região, Leticia Raddatz ressaltou que faz parte da mesma luta o combate às privatizações conduzidas por Bolsonaro e Eduardo Leite (PSDB) – em Porto Alegre, também pelo prefeito Sebastião Melo (MDB).

Por esse motivo, atos como o desta sexta são fundamentais para conscientizar a população sobre a importância de lutar pela melhoria dos serviços, mas, de forma alguma, permitir a entrega de serviços essenciais e empresas estratégicas para a iniciativa privada”.

Alex Saratt, diretor do Cpers e da CTB, caracterizou o governo Bolsonaro como “genocida, fascista, neoliberal e corrupto”, e lembrou que o governo busca destruir as garantias de direitos firmadas pela Constituição de 1988 como fundamentais para a construção da democracia e de uma sociedade mais justa.

Por isso, “vamos fazer essa luta, conscientizar a sociedade, mobilizar nossas categorias e pressionar os 31 deputados do RS pra que digam não a essa reforma”, completou.

Ao longo do dia, os diretores do Sintrajufe/RS que estavam em Santa Rosa e os representantes de outras entidades concederam entrevistas a rádios locais. Como complemento ao ato público, foi um importante momento para dialogar com a população e explicar os reais efeitos da reforma administrativa.

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