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Sisejufe participa do Encontro Nacional de Mulheres organizado pela Fenajufe

Painel da manhã debateu “Conjuntura, relações de trabalho e atuação política e sindical da mulher”


Servidoras de sindicatos filiados de todo o país estiveram reunidas no 1º Encontro Nacional de Mulheres do PJU e MPU desta gestão, realizado nesse sábado (30/11), em Brasília. O Sisejufe levou uma delegação de 10 integrantes, entre diretoras e base.

Além de ser uma das maiores delegações, o sindicato também levou para Brasília postais da exposição Pele Preta, que faz parte da Mostra Cultural em homenagem ao mês da consciência negra e reproduções de charges da mostra 40 vezes Latuff, que integra as comemorações dos 30 anos da entidade do estado do Rio de Janeiro. Todas as participantes do encontro receberam bandanas  e bottons do Núcleo Sindical da Marcha Mundial de Mulheres do Sisejufe, que deram um colorido ao evento.


A Fenajufe homenageou as participantes com fotos das mulheres da categoria em todo o país, seja em atividades sindicais, nos movimentos sociais ou mesmo no cotidiano.


A mesa de abertura do Encontro contou com a participação de Juscileide Rondon e Elcimara Souza, diretoras da Fenajufe, entidade organizadora do evento. Elas reforçaram a importância do espaço para a troca de experiências entre as servidoras públicas, além de promover o debate de gênero e, ainda, a organização das mulheres contra os ataques oriundos do governo de Jair Bolsonaro. A diretora da Fenajufe Lucena Pacheco, do Sisejufe, que não pode comparecer ao encontro por problemas de saúde na família, foi lembrada pela mesa.


A secretária da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores, Thaísa Magalhães, esteve no evento para saudar as participantes. “As mulheres são o baluarte da luta contra a retirada de direitos”, ressaltou. Ela destacou ainda, a importância da paridade nos espaços de poder.

Relações de trabalho e atuação política e sindical da mulher

O painel da manhã debateu “Conjuntura, relações de trabalho e atuação política e sindical da mulher”.  Marilane Teixeira, economista e pesquisadora na Unicamp, enfatizou como o Estado mínimo tem servido única e exclusivamente aos interesses do capital e do sistema financeiro. “Não é só um estado mínimo, mas sim um estado de privilégios, porque ao mesmo tempo, você retira recursos de programas de políticas públicas, mas mantém intactos os privilégios das forças armadas, por exemplo.” 

A economista explicou que o ajuste fiscal e o sistema da dívida pública, que consome a maior parte do orçamento federal, são ferramentas de sustentação desse modelo econômico. “O capitalismo não tem interesse em acabar com a dívida pública, porque é essa dívida pública que alimenta essa ciranda. Você enxuga o orçamento, reduz os gastos públicos, e continua pagando os juros da dívida pública”.  Para Marilane, são necessárias unidade e ação conjunta para reverter esse cenário posto. “A luta das mulheres não começou agora. Temos um movimento feminista muito forte e capaz, então nós temos que nos aliar com os oprimidos, movimentos sociais, sindicais e de mulheres. Essa luta é nossa.”


A outra painelista, Juliana Melim, professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) ressaltou as dificuldades das mulheres de participarem de espaços sindicais por conta do acúmulo de funções, muitas vezes assumindo duplas e triplas jornadas, “portanto a reprodução social da vida , sem contrapartidas”. A docente também homenageou a estudante e militante quilombola, Elitânia Souza, estudante de Serviço Social da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que foi vítima recentemente de feminicídio. “Além da violência sexual e física contra as mulheres, a violência também se expressa na desigualdade salarial, nas jornadas extras de trabalho, nos altos índices de desemprego, na falta de acesso à saúde e educação de qualidade, de moradia, às condições dignas de vida, na criminalização do aborto, que condena milhares de mulheres todos os anos”.

 Juliana afirma que, apesar da atual conjuntura de aprofundamento dos ataques aos direitos da população, as desigualdades no país são estruturantes. “As desigualdades são resquícios de um Brasil patriarcal e racista, marcado por mais de 300 anos de escravidão e de longos anos de ditaduras Vargas e a empresarial-militar. Um país que sempre negou os direitos da população e tratou com repressão as lutas sociais.”


 Em seguida, o microfone foi aberto para a plenária e teve grande participação das mulheres.  Anny  Figueiredo apresentou o Núcleo Sindical da Marcha Mundial de Mulheres do Sisejufe e ressaltou a importância de organizar as mulheres da categoria nos estados e nacionalmente, colocando o coletivo à disposição para construir espaços em outros sindicatos .


Elaine Hamburger , integrante da delegação fluminense, lembrou que as mulheres são historicamente massacradas e o avanços conquistados nos últimos anos que estão sendo retirados, principalmente os na área da Educação.


A diretora do Sisejufe Fernanda Lauria falou dos desafios que enfrenta como mãe para participar do movimento sindical enquanto seu companheiro, que também é sindicalista, não passa pelos mesmos preconceitos e opressão. Levantou ainda que é preciso defender as pautas identitárias nos movimentos de trabalhadores e trabalhadoras.


 A diretora Eunice Barbosa reafirmou a importância das pautas identitárias. Ela exemplificou com seu próprio local de trabalho, no qual apenas um homem está em teletrabalho, enquanto as mulheres pleiteiam “desesperadamente” para atuar remotamente para dar conta da casa, da família, do familiar idoso e até dos vizinhos, demonstrando a realidade da dupla ou tripla jornada. No entanto, não há uma política de cuidados com essas trabalhadoras, que são excluídas do convívio, não tem plantão médico e muitas vezes são vítimas da depressão. A diretora destacou ainda a importância do movimento sindical enfrentar a pauta da questão ambiental e das pessoas em situação de rua, como trabalhadores e trabalhadoras que estão fora do mercado de trabalho.

Ana Priscila Alves, do Núcleo Sindical da Marcha Mundial de Mulheres do Sisejufe, defendeu a politização da categoria e a luta em defesa de uma economia feminista que priorize a vida e o bem viver, em detrimento do sistema racista, machista e patriarcal da atualidade.

Para encerrar a manhã do encontro, MC Debrete, poetisa, autora de livros e arte-educadora,  apresentou suas rimas e poesias sobre o papel da mulher negra e LGBT.

O encontro continuou na parte da tarde. Confira a matéria.

Fonte: Com informações da Fenajufe

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