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Categoria em Mato Grosso diz sim à greve geral contra reformas previdenciárias e trabalhista

Os servidores do Judiciário Federal de Mato Grosso estarão em Greve no dia 28 de abril. Foi o que deliberaram na manhã de hoje (18) os participantes da assembleia geral extraordinária promovida pelo SINDIJUFE-MT com relação à Greve Geral convocada nacionalmente pelas Centrais Sindicais do país, contra as reformas trabalhista e da Previdência. 


Conforme os encaminhamentos, trabalhadores da Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Federal cruzarão os braços nesta data e participarão da manifestação geral que os movimentos sociais e centrais sindicais realizarão na Praça Ipiranga, em Cuiabá, a partir das 15h do dia 28. 


O SINDIJUFE-MT foi autorizado a tomar todos os procedimentos legais, que consiste na oficialização aos Tribunais, comunicando sobre a Greve e a motivação dos Servidores. A assembleia aprovou ainda que a Categoria aceitará a reposição de tarefas que eventualmente sejam prejudicadas devido à Greve. 


Conforme os representantes da Categoria e do Sindicato de Mato Grosso, a Greve Geral é o único instrumento que os trabalhadores possuem para barrar os ataques do Governo em forma de retirada geral de direitos trabalhistas e previdenciários. 


O diretor do SINDIJUFE-MT Pedro Aparecido de Souza fez um balanço geral da caótica situação atual da classe trabalhadora, e lembrou que ainda dá tempo para lutar contra as reformas da Previdência e trabalhista, que estão tramitando no Congresso Nacional, podendo ir a votação no plenário da Casa a qualquer momento. 


"A terceirização já foi aprovada mas ainda pode ser revertida, e tudo irá depender da nossa mobilização, assim como acontece com as reformas previdenciária e trabalhista", declarou ele, destacando que o ponto central da resistência é a pressão aos parlamentares. "Os políticos que votarem a favor das reformas serão todos tratados como nossos inimigos, temos que constranger essas pessoas". 


Sobre a reforma da Previdência, Pedro Aparecido assinalou que o SINDIJUFE-MT realizou 6 palestras para a Categoria, no TRT, TRE e JFMT. "Quem entrou no Serviço Público a partir de 2003  simplesmente não terá à aposentadoria integral e as mudanças expressas no projeto da reforma também penaliza quem entrou antes de 2003, pois eles também não poderão mais se aposentar com salário integral, sendo enquadrados nas mesmas regras comuns a todos os trabalhadores". 


Nas palavras de Pedro Aparecido, a reforma trabalhista também tem efeitos devastadores para a classe trabalhadora e para a Justiça do Trabalho em específico. "Os opositores dessa reforma têm enfatizado um dos pontos negativos é que o negociado passará a prevalecer sobre o legislado, porém é muito pior que isso, porque o projeto prevê que os acordos irão prevalecer às convenções trabalhistas e também haverá comissões de trabalho dentro das empresas, com poderes acima dos sindicatos, acima da Constituição e, portanto, acima da lei. Então, essa reforma trabalhista é gravíssima, e precisamos detê-la a qualquer custo", ressaltou. 


Nessa onda de reformas em que a regra é a retirada geral de direitos dos trabalhadores públicos e do setor privado, não é somente a Justiça do Trabalho que está ameaçada de extinção. Assim como Pedro Aparecido, a presidente eleita do SINDIJUFE-MT, Jamila Abrão, e o vice-presidente, Rodrigo de Carvalho, também manifestaram preocupação com as reformas em andamento, e lembraram que os servidores das três casas do Judiciário Federal serão atingidos. Um exemplo disso, segundo eles, é que os servidores do TRE e da Justiça Federal também são terceirizáveis, conforme a Lei já em vigor. 


A assembleia realizada pelo SINDIJUFE-MT contou com a participação do Servidor da Justiça Federal e diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Altamirando Muniz, também conhecido na Categoria como Miranda Muniz. Em sua fala, o líder sindical frisou que os servidores do Judiciário Federal devem aprofundar o diálogo entre si para conseguir levar os colegas para as ruas durante a Greve Geral do dia 28 de abril. 


"Os trabalhadores sempre sofreram ataques durante todos os governos, mas os ataques do Governo atual são bem piores e praticamente acabam com os direitos sociais previstos na Constituição. Por isso o nosso grande desafio neste momento é a unidade das várias categorias de trabalhadores", disse Miranda, acrescentando que apesar do reduzido número de participantes nos atos contra o Governo até aqui realizados ele ainda aposta numa grande mobilização para o dia 28, maior inclusive que as históricas manifestações populares registradas em 2013 e que levaram multidões às ruas em todo o país, por insatisfação generalizada contra a então presidente a corrupção.

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