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Mato Grosso: Servidores do judiciário devem correr contra o tempo para assegurar o reajuste, alerta Senador




Em reunião com representantes do SINDIJUFE-MT, vice-líder do governo diz que Temer tem posicionamento favorável aos Servidores, mas enfrenta pressões contrárias ao reajuste

Na luta pela reposição da inflação, representantes do SINDIJUFE-MT articularam uma reunião com o vice-líder do governo Temer, senador José Medeiros, em pleno domingo à tarde. Durante a reunião, que aconteceu na tarde de ontem (12) e durou quase 2 horas, Medeiros disse que os Servidores do judiciário devem conseguir a aprovação do PL 29/2016 o quanto antes, porque à medida que o tempo passa fica mais difícil para o governo, devido às pressões contrárias.

O senador Medeiros foi um dos maiores defensores da derrubada do veto 26, e atualmente ocupa uma posição de destaque no governo, podendo ajudar a Categoria a conquistar a aprovação do PL 29/2016.

A reunião foi aberta pelo diretor eleito do SINDIJUFE-MT e coordenador da FENAJUFE, Rodrigo Carvalho, que quis saber quais as perspectivas para a aprovação da revisão salarial.

 "A preocupação nossa neste momento, desde que o projeto da nossa recomposição salarial foi aprovado na Câmara, é que, dos 14 projetos, de diversas carreiras, que foram para o Senado, não temos a segurança de quais fazem parte do acordo, anunciado na Câmara, que era o acordo prévio feito com o Governo Dilma, antes do afastamento da Presidente, e que teriam condições de caminhar no Senado. Conta-se que dos 14 projetos, quatro teriam a aprovação de Temer, e não sabemos quais são. Também não sabemos se o projeto do judiciário inclui os magistrados, como está a situação do judiciário, e o que se fala no Senado em relação à nossa Categoria?".

O senador Medeiros respondeu que o reajuste dos Servidores do Judiciário e das demais categorias já foi colocado pela equipe de Michel Temer dentro do orçamento deficitário de R$ 170 bilhões, e que por isso deverá ser aprovado sem problemas. Ele disse que tem ouvido o presidente do Senado, Renan Calheiros, externar que neste momento os reajustes salariais são desaconselháveis, devido à crise econômica. Mas por outro lado se sabe que os simpatizantes da presidente afastada contam muito com o veto do atual governo a todos esses aumentos, uma vez que isso empurraria os Servidores de volta para as ruas, e tal acontecimento poderia favorecer o retorno da presidente Dilma.

"O Michel Temer tem posicionamento favorável aos reajustes, só que agora está um levante muito forte de alguns aliados, que já se sentem seguros e tentam empurrar com a barriga a questão do aumento salarial dos servidores", disse Medeiros, acrescentando, entretanto, que o senador Randolfe deverá pedir urgência para a votação do projeto de reposição salarial dos servidores do judiciário.

O vice-líder do governo no Senado informou que nesta terça-feira (14) irá conversar com o presidente Michel Temer, e que na ocasião defenderá a concessão do reajuste dos Servidores, passando a ele toda situação envolvendo o momento político atual.

 "O que vou colocar para ele é o que tenho ouvido de várias fontes ligadas ao governo anterior. Eles torcem para que o Michel não dê o reajuste, para causar mais instabilidade neste cenário de fragilidade do momento. Se tiver metade daquela manifestação que vocês fizeram lá em Brasília pela derrubada do veto ao projeto salarial anterior, em que inclusive morreu um colega de vocês, isso já desestabilizaria o governo Temer. Então o que irei aconselhar ao presidente é evitar essa situação, porque a gente não precisa disso".

De acordo com Medeiros, paralelo a essa situação, se for sinalizado que não será concedido o aumento para o judiciário obviamente não haverá reajuste também para as outras categorias, o que despertaria um onda fortíssima contra o governo vinda de todos as categorias do serviço público prejudicadas. "Imaginem o que pode acontecer então. Isso, portanto, não é interessante para ninguém. A gente já sente que criou uma onda de otimismo no mercado, entre os empresários, que já voltam a querer investir, criando uma certa estabilidade. Se voltar qualquer barulho de novo, isso seria ruim".

Em seguida, Medeiros falou sobre a perspectiva de apoio para a aprovação do projeto do judiciário no Senado. "Eu sinto que os senadores que estiveram naquele momento com vocês na luta pela derrubada do veto da presidente Dilma ao reajuste salarial, somente uns poucos não estarão no plenário. Os do PT provavelmente agora vão estar presentes, e votarão a favor, o que é bom, mas tudo passa pelo convencimento do presidente, e é o que tentarei fazer nesta terça-feira".

Mas ele frisou que o entendimento de Michel Temer, até onde ele sabe, está muito claro no sentido de conceder a recomposição, considerando que é uma justa reivindicação, já que a Categoria está há tanto tempo sem a devida reposição inflacionária. "Portanto, eu sinto que não está tão difícil conseguir o reajuste salarial dos servidores do judiciário", concluiu Medeiros.

Ele ressaltou apenas que o importante é que seja feito logo. "O inimigo de vocês é o tempo", disse ele. "Porque quanto mais ele for se sentindo pressionado pelas assessorias técnicas dizendo que não há dinheiro, maior será a dificuldade. Mas esse aumento é justo, nós sabemos disso. Tem uma outra corrente defendendo que o aumento salarial concedido aos Servidores não poderá ser dado aos juízes. Mas dentro daqueles R$ 170 bilhões de déficit orçamentário que já foi anunciado está previsto o reajuste salarial de todas as Categorias, inclusive os juízes e a PRF", concluiu Medeiros.

Os representantes do SINDIJUFE-MT aproveitaram a ocasião para reforçar ao vice-líder do governo que a recomposição em questão para o judiciário, conforme o PL 29/2016, não contemplará nem mesmo a reposição inflacionária dos últimos 10 anos, e que ainda tem o fato de que se ele for aprovado será implementado em forma de parcelas até 2019.

Compareceram à reunião os diretores do SINDIJUFE-MT Ivan Louredo e Julia Viñe, o diretor eleito do SINDIJUFE-MT e coordenador da FENAJUFE Rodrigo Carvalho, Jamila Abrão Fagundes diretora eleita do SINDIJUFE-MT e  Edivaldo Rocha dos Santos.

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