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Assembleia em São Paulo decide fortalecer greve com apagões, atos e caravana

Sintrajud/SP

Semana de intensa atividade em Brasília e nos estados promete pressão total sobre o Congresso 

A greve no Judiciário Federal inicia uma semana repleta de atividades e inflamada pela expectativa do desembarque de milhares de servidores em Brasília. Na quarta-feira (2), eles vão realizar mais um grande ato no gramado do Congresso Nacional e fazer muito barulho para arrancar a reposição salarial, pressionando os parlamentares a derrubar o veto da presidente Dilma (PT) ao PLC 28.

Mais de 350 servidores partem de São Paulo nesta terça-feira (1º) na caravana organizada pelo Sintrajud. Apagões e atos também estão marcados para os próximos dias, com o objetivo de fortalecer a mobilização, conforme decisão aprovada na assembleia geral desta segunda-feira, no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda.

A avaliação do Comando Nacional de Greve é que o movimento permanece com grande adesão, tendo se disseminado por todo o país. O ato da semana passada em Brasília foi considerado uma das maiores manifestações de servidores públicos já realizada na capital federal, segundo Tarcísio Ferreira, servidor do Fórum e coordenador da Fenajufe.

"Os coletes amarelos do Sintrajud estão fazendo muito sucesso em Brasília", acrescentou Tarcísio, destacando a animação dos grevistas de São Paulo e a presença massiva de servidores de diversos estados na capital, alem dos que foram mobilizados pelo Sindjus-DF.

As manifestações nas ruas e a mobilização nos locais de trabalho são reforçadas pela pressão direta sobre os parlamentares, "cercados" por servidores nos corredores do Congresso e nos aeroportos.

Nesta terça-feira, um grupo estará de plantão das 7h ao meio-dia no aeroporto de Congonhas para acompanhar o embarque dos parlamentares. "Quem for a Brasília, poderá participar também de um destacamento de servidores no aeroporto de lá", afirmou Thiago Duarte, oficial de justiça da JT.

Jogo de xadrez

"A gestão [do ministro Ricardo] Lewandowski tem sido muito corporativa em relação aos juízes e muito senhorial em relação aos servidores", comparou Tarcísio Ferreira. "Detectamos a movimentação do STF para aprovar o projeto rebaixado e também uma iniciativa de chamar alguns parlamentares para defender a manutenção do veto [ao PLC 28]", denunciou. "Mas a categoria logo se apresentou e disse que não aceita isso."

A servidora Fausta Fernandes, da JF Caraguatatuba, informou que o Sindjus-DF abriu uma representação contra Lewandowski na Organização Internacional do Trabalho (OIT) devido à tentativa do ministro de impor um projeto salarial (PL 2648/15) sem ter chamado à negociação as entidades representativas dos servidores.

Para o diretor do Sintrajud Romeu Meirelles, servidor da JT Barueri, a pressão de uma das maiores greves da categoria já vem dando resultado. "O Renan [Calheiros, presidente do Senado] poderia não ter marcado uma data para a apreciação do veto", disse. "No entanto, ele o fez e isso é um aviso que estamos recebendo", acrescentou.

"Existe hoje um espaço de disputa dentro do Congresso", observou Tarcísio Ferreira. "Tentamos tensionar a base aliada e conseguir apoio na oposição", explicou. Na avaliação do coordenador da Fenajufe, o momento é tão estratégico quanto um jogo de xadrez. "Movemos nossas peças, mas o outro lado também joga", afirmou. "A questão agora é de tempo."

Comissão Paritária

Depois do acordo fechado na Comissão Paritária do TRT, falta apenas a iniciativa da presidência do Tribunal para revogar a Portaria 45 – que estabelecia percentual mínimo de 70% dos servidores trabalhando durante a greve. "A nova portaria só não saiu por omissão da Presidência [do TRT]", disse Henrique Sales, servidor do Fórum Ruy Barbosa e um dos integrantes da Comissão.

Ele informou que o departamento jurídico do Sintrajud já está entrando em contato com a presidência do Tribunal para pedir a publicação da nova portaria. O acordo definiu o funcionamento dos serviços essenciais durante a greve.

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