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Durante ato da categoria, Sintrajufe/RS consegue reunião com Lewandowski e cobra defesa da reposição salarial

Sintrajufe/RS

 


Na tarde desta quinta-feira, 30, a força do ato dos servidores federais do Rio Grande do Sul conseguiu fazer com que uma representação da categoria fosse recebida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski. Na reunião, realizada no Foro Central, os representantes dos servidores cobraram que o ministro se posicione fortemente em defesa da reposição salarial da categoria. Participaram da reunião os diretores do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira e Paulinho Oliveira, o coordenador da Fenajufe Ramiro López e o servidor do TRT4 cedido ao TRT3, de Minas Gerais, David Landau.

Logo no primeiro momento, foi entregue ao presidente do STF um ofício cobrando empenho em defesa do PLC 28/2015, mas Lewandowski abriu a reunião afirmando que na política é preciso se ter sempre um "plano b" e que "o projeto se tornou inviável" por conta da crise econômica do país. Cristiano Moreira cobrou que o presidente do Supremo defenda o projeto de sua autoria, como os servidores têm feito. Ele também lembrou que os servidores do Executivo estão participando de sua negociação salarial, direito que está sendo negado aos do Judiciário. Nesse sentido, em conjunto com o coordenador da Fenajufe, Cristiano cobrou que se abra espaço para que a federação esteja presente em todas as etapas de negociação.

Lewandowski afirmou que tem buscado negociar com o Executivo e que, quando o PLC 28/2015 foi aprovado no Senado, ele se reuniu com a presidente Dilma Rousseff (PT) apelando contra a possibilidade de veto. Agora, porém, afirmou não poder "interferir" no Congresso sugerindo a derrubada do veto. Além disso, destacou que mesmo com uma possível derrubada do veto se mantém o problema da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da necessidade de inclusão dos recursos no orçamento. Por outro lado, o ministro garantiu que o diretor-geral do STF, Amarildo Vieira, estaria naquele exato momento em reunião com o Ministério do Planejamento buscando uma saída negociada para o impasse: "queremos o máximo possível", afirmou.

 
 
O diretor Paulinho Oliveira lembrou que, embora agora diga que o projeto é inviável, o próprio Lewandowski não pediu a retirada do PLC 28/2015 da pauta do Senado quando houve a aprovação. O ministro informou que recebeu pedidos para solicitar o adiamento da votação, mas que não poderia interferir.

David Landau afirmou que a categoria não tem como confiar no governo sem que alguma proposta concreta seja apresentada e que os servidores estão se sentindo provocados. Foi destacado ainda que a indignação e a cobrança não partem de um ou outro dirigente sindical, mas do conjunto da categoria. O ministro garantiu que defende os servidores, mas se disse de mãos atadas: "minha relação com vocês é a de um pai de família que cuida dos seus filhos, mas eu não posso dizer a Dilma o que fazer", afirmou, em uma declaração que mais tarde seria refutada pelos servidores que se mantinham no ato público. "A bola saiu do nosso campo", emendou Lewandowski, que, eximindo-se de responsabilidades após o veto, disse que sua parte foi feita ao apresentar e depois não retirar o projeto de tramitação.

Diante da informação de uma negociação em andamento, Cristiano Moreira questionou o que exatamente está sendo negociado, pois a categoria não pode ficar sem tais informações. O presidente do STF informou que Amarildo tem mantido diálogo com o Executivo, mas que ainda não há nenhum número ou proposta a ser informada aos servidores. Comprometeu-se a, assim que houver alguma novidade, repassá-la à categoria. Destacou ainda que os servidores estão fazendo sua parte, cobrando o governo e buscando a derrubada do veto, mas que uma possível derrubada "não leva a nada" por não haver previsão orçamentária.

Após a reunião e o encerramento do ato público, que se estendia desde o início da tarde em frente ao Foro Central, um grupo de servidores aguardou a saída de Lewandowski, de quem se despediu aos gritos de "Respeito! Respeito!".

Na avaliação da direção do Sintrajufe/RS, a reunião demonstrou, mais uma vez, que o STF não tem feito sua parte na defesa do projeto, abrindo mão da sua independência em nome de uma negociação sobre a qual os servidores nada sabem. Essa circunstância evidencia o acerto na defesa da votação do PLC 28/2015 no dia 30 de junho e, mais do que isso, a necessidade de seguir pressionando Dilma e Lewandowski pela reposição das perdas salariais.

Por Alexandre Haubrich, Sintrajufe/RS 
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