fbpx

De preto, servidores do Judiciário no AM protestam por reajuste

Iniciou na manhã da segunda-feira (29) a greve por tempo indeterminado dos servidores do Tribunal Regional Eleitoral no Amazonas (TRE-AM). Para marcar o início do movimento, eles realizaram um protesto conjunto com os servidores da Justiça Federal (JF), em greve no dia 29 e 30, e do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11), que já estavam na greve nacional desde o dia 18. O dia, considerado histórico pra categoria, marcou a greve nos três tribunais, inédita no Amazonas.

A manifestação, em favor da aprovação do PLC 28/15, que prevê a correção do Plano de Cargos e Salários dos servidores do Judiciário da União, ocorreu em frente ao fórum eleitoral, no Aleixo. Vestidos de preto, em sua maioria, os servidores denunciaram o descaso do Executivo com o serviço público no país e as mazelas que afetam a categoria, cujos vencimentos estão defasados desde 2006.

“Temos um quadro de servidores sobrecarregados, devido à falta de concursos com a abertura de novas vagas. Muitos deles apresentando doenças ocupacionais por conta das más condições de trabalho. E um número exagerado de estagiários realizando tarefas que deveriam ser feitas por servidores, sem contar os terceirizados”, reclamou a presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça Eleitoral no Amazonas (Sinjeam), Bárbara Almeida.

Ela ressaltou a falta de consideração do Executivo com os servidores públicos em geral e em especial com os do Judiciário, que receberam uma contraproposta muito aquém de suas perdas ao longo de todos esses anos sem reajustes.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, recebeu no último dia 25, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) uma proposta de 21,3%, sendo esse percentual parcelado entre 2016 e 2019, com 5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018, 4,5% em 2019.

A proposta, porém, é inviável, pois ignora as perdas da categoria, estimadas em 50,76%, desde junho de 2006 e até dezembro de 2019. “É uma proposta no mínimo esdrúxula, para não dizer desrespeitosa conosco”, lamentou.

Já o presidente do Sindicato dos Servidores do Tribunal Regional do Trabalho no Amazonas e Roraima (SitraAM/RR), Luis Claudio Corrêa, disse que a proposta é uma piada de mau gosto, que "sequer cobre a perda do ano de 2015".

O vice-presidente do SitraAM/RR, Alan Kardec Farias, também criticou a postura do governo e lamentou que o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, se curve às vontades da cúpula federal. “Isso parece um complô para levar o servidor à loucura. Nossa corte não é digna do nosso suor, por isso devemos nos unir e fazer a maior greve da história desse país. Chega de só cumprir o nosso dever. É hora de lutarmos por nossos direitos”.

O vice-presidente do Sinjeam, Elongio Moreira, completou dizendo que alguns servidores poderiam até ser chamados de “serviçais”, pois é assim que são tratados. “Alguns colegas se iludem com funções gratificadas e cargos em comissão, mas na hora da aposentadoria têm de encarar a dura realidade de um salário indigno dos anos de dedicação ao serviço público”.

Apoio

Seguindo a orientação do comando nacional de greve, representantes da categoria tiveram um encontro com o senador Omar Aziz (PSD) ainda na manhã desta segunda-feira, visando conquistar o seu apoio para a aprovação do PLC 28/15, que será votado nesta terça-feira (30), no Senado Federal.   

Pin It

afju fja fndc