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Para marcar a história: em assembleia recorde com mais de mil servidores, categoria rejeita por unanimidade proposta do governo Dilma; greve continua por tempo indeterminado

Sintrajufe/RS 

 

Em assembleia geral na tarde desta segunda-feira, 29, os servidores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul marcaram a história sindical da categoria: os mais de mil colegas que lotaram a Casa do Gaúcho, em Porto Alegre, decidiram, por unanimidade, rejeitar a proposta apresentada pelo governo na última semana. A proposta foi de 21,3% de reajuste, dividido em quatro parcelas anuais (5,5% em 2016; 5% em 2017; 4,75% em 2018; e 4,5% em 2019). 
 
A categoria decidiu ainda continuar com a greve por tempo indeterminado na busca pela aprovação do PLC 28/2015, que repõe as perdas salariais dos servidores (que já chegam a 49,62% em 2015) e está na pauta de votação do plenário do Senado desta terça-feira, 30. 
 
A assembleia, que novamente estabeleceu um recorde de participação, configurando a maior assembleia da história da categoria no Rio Grande do Sul, começou com uma grande vaia à proposta do governo, já indicando a indignação da categoria com o que foi proposto. Em seguida, as resoluções do Comando Estadual de Greve, lidas pela direção do Sintrajufe/RS, foram aplaudidas pelos presentes. Foi destacada a grande adesão dos colegas ao apagão marcado para esta segunda e para a terça-feira, e parabenizou em especial os servidores da Justiça Militar, que nesta segunda-feira registrou adesão em todas as sedes no estado, e da Justiça Eleitoral, que já tem adesão à greve em mais de 50 cidades, algo inédito na história da categoria. 
 
Após os informes iniciais da mesa, foi o momento de o interior assumir, no debate, o protagonismo que já vem tendo no movimento grevista. Quinze colegas de diferentes cidades do estado fizeram relatos sobre a situação em seus locais de trabalho e foram unânimes em conclamar à continuidade e ao aprofundamento da greve. Ao final dos relatos, o diretor do Sintrajufe/RS Paulinho Oliveira ainda levou aos presentes mais um fato histórico da greve: na manhã desta segunda-feira, pela primeira vez na histórica da categoria, a mobilização dos servidores conseguiu fechar completamente o prédio da Justiça Federal em Porto Alegre. 
 
Ainda antes da abertura das falas, trabalhadores de outras categorias utilizaram o microfone para manifestar apoio à greve dos servidores do Judiciário Federal. Fabiano Zalazar, do Sindjus/RS (Judiciário Estadual); Deborah Xavier, do Simpa; (servidores municipários de Porto Alegre) e Vera Guasso, do Sindppd (trabalhadores em processamento de dados), solidarizaram-se com o movimento e saudaram a assembleia lotada. 

Não houve dúvida entre os servidores que se pronunciaram ao microfone sobre o rechaço à proposta do governo. Além disso, todos colocaram a necessidade de fortalecer a greve e redobrar a pressão sobre governo e STF para que um acordo seja de fato construído contemplando as necessidades da categoria, ou então lutar para que o PLC 28/2015 seja aprovado na íntegra.
 
 
 
Assembleia aprova calendário de mobilização com atividade conjunta com Judiciário Estadual na quarta, e nova assembleia na quinta, 2 de julho
 
Ao final das falas e com uma forte vaia, a assembleia rejeitou, por unanimidade, a proposta apresentada pelo governo. Foi aprovada ainda a continuidade da greve por tempo indeterminado, além da realização de uma nova assembleia geral na quinta-feira, 2 de julho. Também foi aprovada a resolução apresentada pelo Comando Estadual de Greve em reunião na última sexta-feira: "Exigir do STF uma postura de independência efetiva e a defesa da aprovação do PLC 28/2015 na íntegra, projeto de autoria do próprio STF e já na pauta da sessão do Senado do dia 30 de junho, sem qualquer emenda ou substitutivo, salvo se, até lá, houver um acordo com o governo que seja avaliado e aceito pela categoria".
 
 
Além da assembleia geral no dia 2, foram definidas outras atividades de mobilização nos próximos dias: na terça, 30, haverá café da manhã da greve às 8h30min nas varas trabalhistas e ato-vigília a partir das 13h30min, também nas varas trabalhistas, com um telão para que todos possam acompanhar a sessão do Senado que poderá votar o PLC 28/2015. Na quarta-feira, 1º de julho, será realizado um ato público às 14h30min, no Tribunal de Justiça, com caminhada saindo em duas colunas, simultaneamente, das varas trabalhistas e da Justiça Federal. Finalmente, na quinta-feira, 2, a assembleia geral terá início às 14h, nas varas trabalhistas.

Enquanto isso, o movimento grevista deve continuar crescendo na busca pela aprovação do PLC 28/2015 na íntegra ou por um acordo entre STF e governo que responda de forma efetiva às demandas e necessidades da categoria. Ao final da assembleia, a categoria deu seu recado ao governo Dilma, ao cantar, em uníssono: "não quero esmolas, é greve até a vitória!".
 

Fotos: Rosane Vargas e Marcos Pereira (especial).

 

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