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Em assembleia histórica, com cerca de 700 servidores, Judiciário Federal do RS aprova manutenção da greve

Fonte: Sintrajufe/RS

Os servidores do Judiciário Federal do RS aprovaram por unanimidade, em assembleia geral na tarde desta quarta-feira, 17, manter a greve por tempo indeterminado. A assembleia ocorreu na frente do TRE Duque e reuniu cerca de 700 servidores, que fecharam o trânsito na Rua Duque de Caxias, no Centro de Porto Alegre. O quórum da assembleia geral superou o recorde histórico do Sintrajufe/RS.

A atividade começou com concentração na 1ª Instância da Justiça Federal, onde foi servido salchipão aos colegas. No início da tarde, servidores das justiças do Trabalho e Eleitoral chegaram ao local, que logo ficou com toda a escadaria e pátio frontal tomados. Os servidores fizeram uma caminhada no entorno dos prédios da JF, de onde saíram para a rua, em caminhada até o TRE Duque. Com palavras de ordem, apitaço e percussão, o grande volume de pessoas marcou uma participação histórica da categoria.
 
 


Demonstração da disposição da categoria de seguir lutando até a vitória

O que se via no rosto dos servidores era muita disposição, como tem sido característica desta greve. Assim foi instalada a assembleia geral, que começou com informes da direção sobre a adesão que ultrapassou a marca de 50 cidades no estado e chegará a 21 estados no final desta semana. Foi registrada uma grande adesão na Justiça Eleitoral do interior, que nesta semana contabilizou 19 cidades, além da capital.


A direção do sindicato saudou os colegas presentes na maior assembleia da história da categoria e, especialmente, os do TRE Duque. Ontem, foi feito arrastão no prédio, quando foi reforçada a necessidade de que os colegas participassem da atividade de hoje, o que foi atendido.


No espaço aberto para manifestação dos colegas, todos reafirmaram que a força da categoria é que forçará a aprovação do PLC 28/15, de reposição salarial, e uma negociação entre governo e STF. Zé Oliveira, da JF de Porto Alegre, falou sobre falsas informações divulgadas hoje pelo grupo RBS a respeito da remuneração dos servidores do Judiciário. Ele afirmou que a RBS, novamente, usa mentiras para colocar a população contra a categoria e que é fundamental “cobrar respeito ao trabalho que a gente faz”.
 
 

Os colegas da JE de Porto Alegre Rodrigo Mércio e Ana Margareth Gonçalves também se manifestaram. Rodrigo destacou o momento histórico, de grande adesão da categoria à greve: “nunca a Eleitoral esteve tão presente como agora”. Ele afirmou que nove anos sem reposição salarial é algo inominável e que o “governo não é leal; diz que é atacado pela mídia, mas usa a mídia para atacar o servidor”, a exemplo da nota divulgada pelo Ministério do Planejamento (Mpog) sobre os salários da categoria. Ana Margareth disse que os servidores precisam ir para a rua, fazer a greve: “nós, trabalhadores, não temos outra coisa a fazer, é preciso causar impacto”.  


“A greve obrigou Lewandowski e o governo a se comprometerem a apresentar uma proposta até sexta-feira”, afirmou o colega da JF Marcelo Carlini. Sobre a divulgação de dados falsos sobre a remuneração, ele afirmou que é preciso mostrar para a opinião pública que a categoria não tem no contracheque “a vergonha chamada auxílio-moradia”. O diretor Ruy Almeida afirmou que atividades com as de hoje vão se repetir e que os servidores "vão trancar quantas ruas forem necessárias" até vencer a intransigência do governo. O dirigente disse que a categoria precisa ter clareza de que não é possível ter confiança no governo, nos parlamentares e no STF. “Precisamos ter confiança na nossa luta e ampliar a greve até a vitória”, afirmou.
 

Não é surpresa a RBS atacar a categoria, disse o diretor do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira, destacando que a atual onda de mentiras sobre os salários começou com a nota do Mpog, ou seja, veio de um governo que está fazendo o possível para adiar a tramitação do PLC 28/15, com aval do STF. "A categoria está sendo feita de palhaça; trabalha cada vez mais e ganha cada vez menos: nada virá se não for com muita luta e muita greve", concluiu. Para o colega Sérgio Medeiros Rodrigues, da JF, os servidores têm de fortalecer a greve para exigir a apresentação da proposta do governo dia 19 e qualificá-la, para que “venha com reajuste salarial e valorizando a categoria”.


O diretor do Sintrajufe/RS Paulinho Oliveira destacou o grande número de novos servidores integrados à greve e ressaltou que, quanto maior a greve, mais rapidamente será conquistada a reposição salarial. Sobre as falsas notícias divulgadas acerca da remuneração da categoria, o dirigente ressaltou que é necessário exigir uma retratação. Para o colega da JT Paulo Roberto Dias, “o PT era o sonho de uma mudança radical”, mas esse sonho vai morrer hoje, quando Dilma Rousseff vetar modificações no fator previdenciário (o que acabou ocorrendo no final desta quarta-feira).


Assembleia aprova realização de dois atos públicos ainda nesta semana


Os colegas presentes à assembleia aprovaram propostas de ato público, feitas nas assembleias de base da JT e da JF de Porto Alegre. Nesta quinta-feira, 18, às 15h, será realizado ato público no saguão do TRT. A data foi escolhida também aproveitando a presença, no TRT4, do corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Brito Pereira.

Na sexta-feira, 19, o ato público acontecerá em frente ao TRF4, também às 15h. Nesse dia, ocorre a posse da nova administração do tribunal.

Foi aprovada realização de ato público no dia 25, em frente à Assembleia Legislativa do estado. O Sintrajufe/RS irá se somar a outras categorias na atividade, quando haverá audiência pública do Senado no RS para debater o projeto que prevê a ampliação da terceirização. O presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda não confirmou, mas poderá estar presente.

Por fim, a quanto à divulgação de falsas notícias sobre a remuneração da categoria por parte do grupo RBS, foi aprovado que será feito encaminhamento à assessoria jurídica do Sintrajufe/RS, para que estude possibilidade de ação judicial, além de realização de ação de protesto.


Por Rosane Vargas, Sintrajufe/RS.
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