Apresentado pela servidora da base Ana Bonardo, o lançamento da plataforma ocorreu no auditório do Sindiquinze, em….. Campinas, com participações pelo aplicativo Zoom e foi transmitido pelo canal do Youtube do sindicato. O primeiro a falar foi o Presidente Ivan Bagini, que destacou a importância do evento em um momento de ameaças claras à democracia. “Estamos em 2022 e algumas pessoas ainda não se atentaram para a importância do Estado Democrático de Direito na vida de um País, da importância do sistema de freios e contrapesos e também a importância do Estado na vida de uma nação. O objetivo da nossa plataforma é estabelecer critérios básicos para que as pessoas possam tirar conclusões sobre o que nós, servidores públicos do Judiciário, entendemos ser necessário hoje para que possamos salvar o Estado Democrático de Direito. Não podemos de maneira nenhuma retroceder”, comentou o dirigente.
O dirigente da Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp), Elton Correa, lembrou que os servidores do MP e da Justiça têm algo em comum. “Estamos sendo duramente atacados neste processo de desmantelamento do sistema de Justiça Brasileiro, com o aumento de cargos comissionados substituindo os concursados, com o sumiço de concursos públicos, e manobras para substituir a mão-de-obra efetiva, com o advento do estágio de pós-graduação remunerada. Mas domingo agora nós temos a possibilidade tirar este que é o principal inimigo dos servidores públicos”, destacou Elton, que é servidor do MP do Amapá.
Para Arlete Rogoginski, Coordenadora-Geral da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), a plataforma dá um norte para os cidadãos decidirem o voto. “Desde 2016tivemos várias contrarreformas que prejudicaram o serviço público e os servidores, entre elas, a EC 95, a reforma trabalhista e a reforma da previdência. Temos também a PEC 32, da reforma administrativa, que continua tramitando e sendo uma ameaça. Todos podem procurar quem são os parlamentares que são candidatos agora e votaram favoráveis a estas reformas que tiraram direitos. Outra coisa importante é a consciência de classe: não importa se ganha um pouquinho a mais que o colega do lado, todos servidores e servidoras somos da classe trabalhadora, não somos donos dos meios de produção”, lembrou Arlete.
Para a Diretora de Assessoria Jurídica do Sindiquinze e Coordenadora-Geral da Fenajufe, Sandra Cristina Dias, o documento reuniu as pautas consideradas importantes para os servidores e solicita comprometimento por parte dos candidatos e candidatas ao Legislativo e Executivo. “Juntos somos cerca de 300 mil servidores representados pelas federações aqui presentes, por isso, construir esta plataforma foi uma iniciativa histórica, tratando de questões não só para a categoria, mas para toda a sociedade. Não é uma luta só por nossos direitos, mas por questões que extrapolam os limites dos nossos interesses ”, observou Sandra.
Os candidatos a deputados estaduais que participaram do evento e se comprometeram com o conteúdo do documento são Paulo Bufalo, Alemão da Assojuris, Simão Pedro, Jandira Uehara, Wagner Romão e Mário Neto. Já os candidatos a deputado federal comprometidos com a plataforma e que participaram do lançamento são Alencar Santana, Paulo Teixeira, Ricardo Silva e Sâmia Bonfim.
O evento também contou com a presença do Coordenador da CUT-Campinas Agenor Soares, do Assessor da Pastoral Operária da Arquidiocese de Campinas, Padre Benedito Ferraro, da Coordenadora do MST São Paulo, Tassi Barreto, do Secretário de Assuntos Jurídicos da Fenajud, Adolfo Benedetti Neto, o Pardal, do Presidente da Fenassojaf, João Paulo Zambom, do Coordenador da Fenajufe e Presidente da Aojustra, Thiago Duarte, do Presidente da Assojaf-15, Vagner Oscar, da Presidente da Associação das Mulheres de Campinas, Rute Alves Ferreira, e da servidora da saúde de Campinas e integrante do Movimento Economia de Francisco e Clara, Márcia Molina.
Ao fim do evento, a Coordenadora-Geral da Fenajud, Arlete Rogoginski, leu um poema de sua autoria, que você pode conferir abaixo:
POEMA DA CONJUNTURA
Temos visto em nosso país
Muita coisa pra chorar
Fome, guerras, pandemia
Nosso povo a protestar
Puseram teto nos gastos
Da saúde e educação
Precarizando o serviço
prestado à população
Fizeram reforma trabalhista
Pro emprego aumentar
Com a livre negociação
Ia tudo melhorar
Mas o trabalhador, coitado
Até sonhou ser patrão
Mas perdeu muitos direitos
E aumentou a exploração
Veio a reforma da previdência
Pras contas equilibrar
Com isso os trabalhadores
Nem sonham se aposentar
E a reforma administrativa
Tramita no parlamento
Pra tirar do pobre o Estado
Trazendo mais sofrimento
Milhares na fila dos ossos
Milhões na fila do emprego
80 tiros de fuzil
Tiram a vida do negro
Aumenta a homofobia
E a violência contra a mulher
Indígena perde terras
Pro gringo que aqui vier
Enquanto pros militares
Tem viagra e picanha
Na favela é bala perdida
O povo, da milícia, apanha
Enquanto a prioridade
É dar ouro pro pastor
Promover motociatas
Indulto pro agressor
Enquanto a floresta chora
A morte de Bruno e Dom
O garimpo ilegal só cresce
Do Estado tem proteção
A democracia sangra
À beira da tirania
Nossa justiça atrasa
Põe em risco a soberania
Nos resta lutarmos juntos
Unidos a uma voz:
– Esperançar é pra ontem;
– Vencer depende de nós!