Em Brasília, Sintrajufe/RS participou de ato da campanha salarial unificada na manhã desta terça,31; mobilização segue à tarde

Na manhã desta terça-feira, 31, centenas de trabalhadores estiveram em frente ao Congresso para uma manifestação da campanha salarial unificada, na qual as diferentes categorias do funcionalismo federal reivindicam 19,99% de reposição emergencial.

O Sintrajufe/RS viajou à capital federal com uma caravana que incluiu diretores e colegas. Eles e elas encararam o sol forte desta terça para, juntamente com diversas outras categorias, mostrar ao governo de Jair Bolsonaro (PL) que não irão aceitar a continuidade da política de reajuste zero, e que os 5% nos quais o governo vem falando – sem, contudo, oficializar proposta – não cobrem nem metade da inflação dos últimos 12 meses.

No caso do Judiciário, mesmo tendo dinheiro para garantir os 19,99%, o Supremo Tribunal Federal (STF) está condicionando o índice de reposição do Judiciário à decisão do governo Bolsonaro sobre os demais servidores.

Por isso, a Fenajufe também pediu audiência com o presidente do Supremo, Luiz Fux, para tratar do projeto que o STF precisa enviar para repor as perdas da categoria.

A concentração do ato foi no Espaço do Servidor, com início às 9h. Descumprindo um acordo anterior, a polícia não quis permitir a caminhada que estava prevista, nem a ação do caminhão de som. Os sindicatos, porém, resistiram, utilizaram o caminhão de som para as falas de abertura e, na sequência, organizaram a marcha até o gramado em frente ao Congresso.

Força da mobilização

A diretora do Sintrajufe/RS Mara Weber, que está em Brasília, destacou, durante o ato, que estamos entrando na reta final do fechamento do Orçamento e a campanha unificada é necessária para arrancar do Executivo esse reajuste.

Amanhã também vamos fazer esse movimento junto ao STF porque não queremos 5%, nosso objetivo é, no mínimo, 19,99%. Estamos mais uma vez na luta e conclamando os companheiros e companheiras de todo o Brasil para que se mobilizem e entrem nessa reta final com força, porque temos condições de conquistar esse reajuste”.

O colega aposentado Ari Heck, que também está em Brasília, aponta que “é muito importante a mobilização dos servidores, porque estamos há muitos anos sem reajuste, tantos anos sem reposição. Esse movimento marca a nossa luta nacional. É importante chamar todos: vamos nos mobilizar, vamos lutar, e vamos tirar esse presidente. Merecemos um país melhor”.

O colega aposentado Vanderlei Lima, outro que participa das mobilizações em Brasília, destaca que “é muito importante o trabalhador chegar e mostrar presença. Só assim vamos mostrar que é o povo que manda nesse país”.

 A colega aposentada Eliana Falkembach também está em Brasília e participa das mobilizações. Ela reforça que “estamos em busca de um reajuste de 19,99%, contra a política do reajuste zero, sempre na luta!”

Quem também está na capital federal é o diretor Zé Oliveira. Ele reforçou que as dversas categorias estão “pressionando para o governo encaminhar uma proposta para os servidores. É um vai e volta, uma enrolação, com um percentual que não repõe as perdas.

Por isso, os servidores estão nas ruas aqui em Brasília cobrando os 19,99%, que é o percentual dos três primeiros anos do governo Bolsonaro. E vamos continuar brigando até sair a revisão salarial”.

Paulo Jesus de Andrade Silva, diretor de base da Justiça do Trabalho de Rio Grande, também está em Brasília. Ele critica a falta de diálogo do governo: “Estamos aqui porque nao aguentamos mais o desrespeito com o servidor público. Estamos aqui pela justa reposição salarial. Estamos na luta!”.

Claudio Saldanha, colega aposentado que está em Brasília, diz que estava no ato “em busca da reposição das nossas perdas salariais, que são muito grandes, enquanto o custo de vida aumenta. Esse governo canalha vem destruindo não só o salário dos servidores, mas toda a sociedade brasileira”.

Participando da manifestação, o colega José Amadeu Nascimento, da Justiça do Trabalho de Porto Alegre, apontou que “nossa luta é muito grande. Temos que arrancar desse governo não só os 19,99%, mas muito mais coisas, saúde, educação. É inadmissível que o nosso povo esteja passando fome. Estamos aqui para melhorar a nossa política e também para olhar para o nosso povo, que está passando fome. Fora Bolsonaro!”.

Durante o ato, o diretor Marcelo Carlini lembrou que “o governo fez uma chantagem, dizendo que, se tiver que pagar reajuste para os servidores, vai ter que tirar da saúde e da educação. Bolsonaro é mentiroso. Ele pode tirar do orçamento secreto – 16 bilhões de reais para emenda parlamentar sem nenhuma transparência.

Ele pode cortar dos gastos com os juros da dívida. Ele pode cortar do lucro dos banqueiros. Ele pode cortar dos militares, que ganharam cinco vezes mais reajuste que qualquer servidor público. Bolsonaro tenta enganar. Nós não queremos tirar dinheiro da saúde e da educação, sabemos que não precisa e não deve tirar dali. Queremos tirar de onde tem. Não queremos trocar o nosso reajuste pelo sofrimento do povo.

É uma mentira do Bolsonaro para tentar enganar. É por isso que seguimos na luta não só para reajustar o salário, mas para poder recompor o orçamento. Bolsonaro acabou de cortar dinheiro das universidades públicas, porque ele quer acabar com as universidades públicas. Ele quer acabar com o SUS – a pandemia obrigou ele a mudar o discurso, mas ele queria privatizar, assim como um grupo de militares afirmou que quer acabar com a gratuidade do SUS. As coisas estão vindo as claras.

Fica mais evidente que é necessário acabar com esse governo. Essa mobilização é por salário, mas é pelo país, para defender os serviços públicos, para defender os trabalhadores”.

À tarde tem mais mobilização em Brasília

A luta continua em Brasília na tarde desta terça. Às 14h, acontece o ato político “Pela valorização das Servidoras e Servidores Públicos: Recomposição Inflacionária Já”, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. O objetivo é pressionar o governo e engajar os parlamentares na luta pela recomposição salarial dos servidores e servidoras.

 

 

Jornalista da Fenajufe