Pesquisa da Genial/Quaest, publicada pela Folha de São Paulo na segunda-feira (28), mostra que 53% dos brasileiros são contrários à reforma trabalhista aprovada no governo Michel temer, em 2017, contra 27% que são favoráveis. O levantamento aponta, ainda, que 58% defendem a revisão da reforma.
A discussão sobre a possibilidade de revogação da reforma trabalhista veio à tona em janeiro depois que o ex-presidente (e pré-candidato) Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, citarem a revogação da reforma na Espanha feita pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez que, como aqui, não gerou empregos e precarizou o trabalho. A reforma trabalhista de 2012 do país espanhol foi revogada no fim dezembro de 2021.
Aqui no Brasil, os principais pré-candidatos ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano já se posicionaram sobre o tema: Lula, como citado acima, e Ciro Gomes (PDT) defendem a revisão da reforma trabalhista de Temer; já Sergio Moro (Podemos) e João Dória (PSDB) são contra a revogação, assim como o atual mandatário do País, Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
Impactos na Justiça do Trabalho
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizará estudo sobre os impactos da reforma trabalhista na Justiça do Trabalho. O ato que instituiu o grupo de trabalho foi assinado no dia 24 de fevereiro; os integrantes terão 30 dias para apresentar a conclusão das atividades, que acontecerão, preferencialmente, de forma virtual.
Precarização
Passados quatro anos, a reforma do governo Temer se provou completamente nociva à classe trabalhadora com a precarização da mão de obra, baixos salários, aumento do desemprego e do trabalho informal e dificultou o acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho. À época, foi aprovada às pressas com a promessa de que geraria 6 milhões de empregos em até uma década e 2 milhões apenas nos dois primeiros anos após a aprovação.
Em seu Plano de Luta, aprovado no 10º Congrejufe, a Fenajufe defende a revogação da reforma trabalhista e combate a qualquer proposta de terceirização.
EC 95
A pesquisa da Genial/Quaest também perguntou sobre a Emenda Constitucional 95 (teto de gastos): 40% são contrários e 32% aprovam a medida. Quanto maior a renda, mais o apoio à EC 95.
• Até dois salários mínimos: 27% concordam;
• Entre dois e cinco salários: 32% concordam;
• Mais que cinco salários: 40% concordam.
Raphael de Araújo
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil