A atividade teve início com concentração em frente ao Instituto de Educação (ao lado do campus central da Ufrgs) e perto do Auditório Araújo Vianna, onde aconteceu o Congresso Nacional do Andes. Os e as manifestantes fizeram uma caminhada do local até o Palácio Piratini, em unidade com servidores e servidoras estaduais, que também estão em campanha salarial.
As atividades de rua vêm marcando a mobilização desde a entrega da pauta de reivindicações unificada, ao governo Bolsonaro, em janeiro. Em Brasília e nos estados, as categorias buscam a reposição emergencial da inflação. No Judiciário Federal e no Ministério Público da União, os salários estão congelados desde janeiro de 2019.
5% é pouco e só pela imprensa
Conforme o Sintrajufe/RS divulgou, portais jornalísticos divulgaram que o governo federal avalia a possibilidade de oferecer 5% de aumento para todo o funcionalismo da União. Porém, ainda não há anúncio final. De qualquer forma, os 5% ficam muito abaixo dos 19,99% reivindicado pela campanha salarial unificada, referentes apenas às perdas do período de governo Bolsonaro, sem levar em conta o congelamento anterior.
A pressão se dá também junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR). A informação é que, em ambos os órgãos, foram encomendados levantamentos técnicos para avaliar a possibilidade de garantir a reposição salarial aos servidores e servidoras do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU). Em fevereiro, a Fenajufe reuniu-se com o presidente do STF, ministro Luiz Fux, para tratar, entre outras pautas, da campanha salarial. A federação protocolou no STF ofício com vistas a originar um processo administrativo, o qual Fux se comprometeu a levar ao pleno do tribunal. Documento no mesmo sentido foi entregue à PGR.
Avaliação positiva da mobilização
A diretora do Sintrajufe/RS Clarice Camargo, que esteve no ato, aponta que “a participação dos servidores foi muito boa, tanto estaduais quanto federais, nessa reivindicação que estamos fazendo pela reposição salarial emergencial. A força dos trabalhadores unidos sempre é melhor. Para um começo de manifestação, foi muito importante para dar visibilidade a essa luta, que é nacional, necessária e urgente. Estamos no momento certo de incluir isso nos orçamentos. Então foi muito importante a participação nas ruas”.
Já o diretor Paulo Guadagnin, que também participou da atividade, lembra que “hoje, dia do aniversário do golpe militar, quando o país entrou em uma ditadura de 20 anos de opressão contra os trabalhadores e seus direitos, os servidores públicos realizaram um ato de unidade pela reposição emergencial. Diversas categorias estaduais e federais participaram, com uma passeata que foi muito bem recebida durante todo o trajeto. O significado de fazer um ato hoje é demonstrar a nossa vontade de lutar pelos nossos direitos e lutar pelos direitos de todos os trabalhadores. O ato foi bem expressivo, com muita gente, o que demonstra a tendência de cada vez mais pessoas estarem se somando às mobilizações para fazer a luta. Estamos com coragem para lutar pelos nossos direitos”.
Também diretor do Sintrajufe/RS e presente à manifestação, Fabrício Loguércio avalia que “em um exitoso ato e caminhada pelas ruas do centro de Porto Alegre, servidores e servidoras de diversas categorias protestaram em defesa da democracia, lembrando a data do golpe de 1964, e pela valorização do serviço público, exigindo reposição salarial. Tanto servidores federais como estaduais têm perdas significativas, devido ao congelamento salarial e à inflação. O Sintrajufe/RS estava na organização e tivemos diversos colegas da categoria presentes no ato”.
Conforme Zé Oliveira, outro diretor que participou da mobilização, “servidores e servidoras federais e estaduais foram, neste 1º de abril, com muita força e mobilização, às ruas de Porto Alegre para cobrar a reposição salarial. No caso dos federais, a cobrança dos 19,99%, que é a reposição emergencial das perdas durante o governo Bolsonaro. A unidade das categorias, que impediu a aprovação da reforma administrativa, a PEC 32, em 2021, mais uma vez demonstra sua importância para defender a melhoria salarial e derrotar os projetos que atacam as políticas públicas e pretendem a destruição dos serviços públicos, tanto do governo federal, quanto do estadual”.