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Diretora do Sintrajud-SP elogia atuação do SINDIJUFE-MT e diz que trabalhadores têm chance total de derrotar a PEC 32, mas faz recomendações

Diretora do Sintrajud-SP elogia atuação do SINDIJUFE-MT e diz que trabalhadores têm chance total de derrotar a PEC 32, mas faz recomendações

Numa entrevista exclusiva ao Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal do Estado de Mato Grosso (Sindijufe-MT), a diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud) Luciana Carneiro avaliou a luta que os servidores públicos vêm travando para impedir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32.

Segundo ela, as perspectivas de vitória da classe trabalhadora são boas, mas a resistência deve ser fortalecida, e também é preciso aumentar a conscientização da sociedade, pois, com a destruição dos serviços públicos como propõe a reforma administrativa, toda a população seria prejudicada. A entrevista foi concedida dias atrás em Brasília, nas idas e vindas das mobilizações contra a PEC 32.

Piauiense de nascimento, brasiliense de coração e paulista por opção, como ela costuma se apresentar, Luciana se disse otimista quanto às nossas chances de derrotar esta PEC. "A nossa luta está sendo bem sucedida, a resistência está cada vez mais fortalecida, e os reflexos estão aí, na dificuldade que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) tem encontrado para colocar a proposta no Plenário. Definitivamente, a gente não acredita na aprovação da PEC 32, pois a nossa luta tem surtido efeito, e o efeito tem extrapolado o Congresso, ela tem chegado aos ouvidos e aos olhos da sociedade".

Para a Sindicalista, a nossa chance de derrotar a PEC 32 é total, mas para assegurar a vitória a resistência precisa avançar um pouco mais. "Precisamos aumentar a nossa mobilização, ter mais companheiras e companheiros que se somem a nós, e também precisamos conversar ainda mais com a população para que ela se conscientize que essa PEC é prejudicial ao povo brasileiro. Esta PEC não é prejudicial aos trabalhadores e trabalhadoras do setor público, apenas, mas ao conjunto da população que vai ficar sem acesso a serviços fundamentais como saúde e educação", ressalta.

Enquanto o governo pretende desmantelar os serviços públicos, a diretora do Sintrajud destaca que a população necessita de mais serviços dessa natureza. "Precisamos de mais hospitais públicos, de mais postos de saúde, de mais médicos, mais enfermeiros e mais recursos para equipar os aparelhos com o que for necessário para dar assistência à saúde para a nossa população. Essa PEC voucheriza, dá um voucher para a pessoa ficar numa fila, meses e meses, mendigando e implorando, dependendo de favor de políticos para ter um atendimento médico ou uma vaga na escola".

Nas palavras de Luciana, os serviços públicos precisam sim de reforma, mas uma reforma que amplie os serviços, que aumente os investimentos em saúde, educação, segurança, assistência social e benefícios para a população, que , depois de muito tempo, voltou a frequentar o mapa da fome. "A condição de insegurança alimentar que a nossa população vive hoje chegou ao ponto das pessoas precisarem pagar por ossos. As pessoas não colocam um pedaço de osso no feijão porque elas ganharam, mas porque o dinheiro que elas tinham só deu pra comprar osso. É uma situação que nos envergonha enquanto sociedade, enquanto parte de um coletivo, e isso faz parte da nossa luta nessa intenção de derrotar a PEC 32 e a destruição dos serviços públicos".

Com muitos amigos de Mato Grosso, Luciana revela que ainda não conhece esse estado, mas espera poder conhecê-lo em breve, pois ouve falar muito de suas belezas naturais. Ela lamentou a situação de fome e miséria registrada neste ano em Cuiabá, quando as filas gigantestas diante de açougues que doavam ossos foram mostradas para todo o País. "Isso é consequência de reformas feitas pelos governos, como a reforma trabalhista, que retirou direitos, que precarizou o trabalho e que, nessa PEC 32, tem a terceirização como proposta para os serviços públicos. Somos contra a terceirização, por ser um processo de precarização do trabalho e de retirada de direitos da classe trabalhadora, mas não somos contra os terceirizados", esclareceu ela, acrescentando que os servidores públicos lutam em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizados, pois as empresas ganham muito dinheiro para contratar trabalhadoras e trabalhadores com baixos salários e sem direitos.

Sobre o SINDIJUFE-MT, Luciana observou que conhece bem o trabalho que vem sendo feito por Juscileide Rondon, os enfrentamentos e o histórico de lutas do Sindicato de Mato Grosso. "É um Sindicato que travou lutas contra todos os governos, como têm que ser as entidades classistas. Os Sindicatos devem estar sempre prontos e à disposição para defender interesses não somente da categoria, relacionados a questões salariais e outros direitos, devem estar sempre prontos para as lutas da classe trabalhadora em geral. Um exemplo disso é a luta contra a PEC 32, em que a gente defende interesses de toda a classe trabalhadora, que será a grande prejudicada se a PEC for aprovada. Então, nesse cenário de uma entidade classista, o SINDIJUFE-MT está sempre nas trincheiras, fazendo a defesa dos trabalhadores", concluiu.

 

Luiz Perlato/SINDIJUFE-MT

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