Fonasefe deu início ao seminário na tarde de quarta-feira (12). O seminário proposto pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Federais (Fonasefe) traz discussões de conjuntura, organização sindical e os novos desafios da classe trabalhadora e dos sindicatos no enfrentamento às políticas de desmonte do serviço público defendidas pelo governo federal.
Fizeram inscrição de participação os diretores: Cristiano Moreira, Edson Borowski, Engelberg Belém, Erlon Sampaio, Fabiano dos Santos, Fernando Freitas, Isaac Lima, Juscileide Rondon, Jose Aristéia, José Costa Neto, Ranulfo Filho, Roberto Policarpo e Thiago Duarte.
Na mesa de abertura a deputada Fernanda Melchionna (PSOL/RS), iniciou os debates com o tema “A Situação do Brasil, os Desafios para os Sindicatos e para a Classe Trabalhadora”. Em sua fala a deputada ressaltou que a crise econômica é potencializada com crise sanitária. Segundo ela a “política de Paulo Guedes e Bolsonaro, atinge requintes de crueldade com o povo brasileiro”. A parlamentar falou da importância da mobilização antifascismo e antirracismo ocorrida no mês de junho e o “panelaço em março, mas reconhece a dificuldade de massificar a luta devido à pandemia. Melchionna disse que é preciso” massacrar a política antipovo do governo que quer privatizações, reforma tributária e que defende a ditadura do capital”. O senador Paulo Paim não pode dividir o painel devido agenda no Congresso.
Os representantes das entidades, em uníssono, fizeram uma abordagem crítica sobre a crise sanitária que o país enfrenta e o descaso dos governantes. Para as entidades, a pandemia de Covid-19 contribuiu para que as desigualdades viessem á tona de forma contundente. As mulheres, negros e pessoas de baixa renda são os mais atingidos. São os que estão na informalidade, desempregados, ou que perderam empregos de carteira assinada. Para esses trabalhadores, mesmo pondo a vida em risco, permanecer na linha de frente da pandemia é questão de sobrevivência.
As entidades alertaram para a necessidade de reafirmar a luta em defesa dos servidores e serviços, buscar repensar a organização sindical e viabilizar mecanismos de comunicação para disputar narrativas e ter inserção como protagonistas nas redes sociais. Foi ressaltado pelos representantes a importância de não compactuar com a “a naturalização do número de mortes por contaminação pelo novo coronavírus. É preciso atitudes urgentes e suficientes de responsabilização do governo com as mortes diárias e massificar a campanha “Fora Bolsonaro”!”.
O coordenador Edson Borowisk participou dos debates da segunda mesa do dia. O tema, “A política de desmonte do estado, as tarefas dos servidores públicos e dos sindicatos” teve como debatedores Maria Lúcia Fatorelli, representando a Auditoria Cidadã da Dívida e Max, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As entidades Nacionais do Serviço Público, Andes, Assibge, Condsef, Fasubra, Fenasps, Sindireceita também dividiram o espaço de discussão.
O dirigente Edson Borowski enfatizou que mesmo com o teletrabalho implantado por alguns órgãos antes da pandemia, o que está sendo executado agora, forçadamente tem trazido sofrimento por causa do confinamento, e que tem afetado os servidores física e psicologicamente. Borowski disse que o seminário tem característica importante de dialogar com todos os setores do serviço público e concorda com a necessidade de “sair da bolha”. Para ele, o funcionalismo público como um todo deve unificar a luta contra o discurso mentiroso e fake do governo que conta com apoio da grande mídia. Edson alerta sobre a necessidade de disputar as redes sociais e os meios tradicionais de comunicação. Para ele, é preciso aproveitar essa “janela virtual” e buscar uma linguagem nova para atingir a sociedade.
O evento foi articulado com o objetivo principalmente de promover o debate sobre as ataques por qual estão passando todos os servidores públicos, avaliar a política de conjuntura atual e indicar ações futuras de estratégias de enfrentamento na defesa da Democracia, serviços públicos, e das organizações sindicais. As discussões se estendem até o dia 14.
Joana Darc Melo, da Fenajufe
publicado por Raphael de Araújo