Seminário do Fonasefe define calendário de lutas e propõe greve

Após três dias de debates intensos os representantes das entidades reafirmaram urgência ao enfrentamento e combate à política genocida de Bolsonaro. Os participantes expressaram indignação com o descaso do governo diante da pandemia que causou a pior crise sanitária do país.

O cenário político é caótico e perigoso. A Covid-19 está sendo usada como justificativa para a retirada de direitos e desmonte do funcionalismo público. O momento é de ampliar o diálogo em todos os setores e a sociedade civil, construir unicidade e derrotar o governo.

Unicidade acima das diferenças. Essa foi a máxima na maioria das falas no terceiro e último dia de debates. As entidades defenderam que na conjuntura atual a união é necessária e urgente para pôr fim ao desmonte estatal, ao projeto da nefasta Reforma Administrativa, que representa o fim do funcionalismo público.

É preciso construir a mobilização unificada com as três esferas, buscar alianças com os setores estatais, estudantes e toda a classe trabalhadora para fortalecer a luta em defesa do serviço público, da Democracia, pela valorização do SUS e em favor da vida.

Na avaliação do Coordenador Edson Borowski, o seminário mostrou que mesmo no momento de dificuldades diante da pandemia, é importante discutir a Conjuntura e “preparar as armas” para fazer a disputa porque o que vem pela frente é a “destruição do setor público. Para concluir, o coordenador acredita que o seminário seja um” pontapé inicial para que ao retomar as atividades presenciais, servidores e classe trabalhadora possam ter potência para enfrentar os desafios”.

Roberto Policarpo avaliou o seminário como sendo “muito importante e que proporcionou um bom debate durante os três dias de discussão”. Policarpo ressaltou a boa participação dos servidores do conjunto da área federal de todo o país. Para ele a plataforma de luta que foi definida representa o caminho para fazer a unificação do serviço público contra o desmonte que o governo Bolsonaro tenta implementar no momento. O dirigente falou ainda da relevância da campanha nacional de comunicação em defesa do serviço público que será encampada nesta semana pelo Fórum. Segundo ele, os meios tradicionais de comunicação têm atacado muito os servidores públicos e é preciso reagir. “Essa campanha é o inicio desse trabalho de forma unificada com todas as entidades dos SPF da esfera federal”. “Precisamos extrapolar essa medida para o conjunto dos servidores públicos de todo país”, conclui.

A campanha visa esclarecer a sociedade da importância dos servidores para o Estado. Sem servidores públicos não há políticas públicas de qualidade. Além de desmistificar a reforma administrativa, combater privatizações e derrotar a política conduzida pelo governo Bolsonaro.

Principais encaminhamentos:

– Construir a Campanha Unificada do(a)s SPFs de 2020/2021.

– O Fonasefe deve centrar suas ações contra a reforma administrativa e em solidariedade às lutas da classe trabalhadora.

– Indicar a realização de um Dia Nacional de Lutas com greves e paralisações nas três esferas do funcionalismo.

– Desenvolver articulações com as centrais sindicais, sindicatos, juventude e movimentos sociais para avançar na construção de uma Greve Geral em defesa da vida .

– Realizar plenárias estaduais dos servidores públicos das 3 esferas e com trabalhadores(as) das empresas estatais.- Construir comitês estaduais/regionais/locais das três esferas do funcionalismo e empresas estatais, fortalecendo os fóruns já existentes.

– Greve sanitária

– Indicar fortemente que as entidades se posicionem no sentido de trabalhar a favor da construção de uma greve em defesa da vida, contra a barbárie, e por políticas sociais .

Calendário

Agosto: Construir comitês estaduais/regionais/locais das três esferas do funcionalismo e empresas estatais, fortalecendo os fóruns já existentes.

1ª quinzena de setembro: Realizar plenárias estaduais dos servidores públicos das três esferas e com trabalhadores (as) das empresas estatais, na primeira quinzena de setembro, com o.
objetivo de construir o Dia Nacional de Lutas e a campanha unificada em defesa do funcionalismo público e dos serviços públicos

2ª quinzena de setembro: Indicar a realização de um dia nacional de lutas com greves e paralisações nas três esferas do funcionalismo (municipal, estadual e federal) e empresas estatais, em diálogo com o movimento estudantil e movimentos sociais.

As moções apresentadas foram encaminhadas para as entidades nacionais para avaliação. Em caso de aprovação serão divulgadas posteriormente.

 

Joana Darc Melo, da Fenajufe

Publicado por Raphael de Araújo

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