O tema “Organização de luta Antirracista na Fenajufe e suas Perspectivas Futuras” encerra o II Encontro Nacional de Pretas e Pretos neste domingo (20)

Além da conquista da criação efetiva do Coletivo Nacional, o II Encontro registrou participação expressiva; as propostas apresentadas serão analisadas pela Diretoria Executiva

Após dois dias de profundos debates, o II Encontro Nacional (agora Coletivo)da Fenajufe de Pretas e Pretos do Judiciário chega ao final neste domingo (20). As propostas apresentadas pelos participantes, serão encaminhadas à Diretoria Executiva para análise e posterior divulgação.

Os debates da manhã de domingo começaram após os informes dos sindicatos sobre atuações desenvolvidas pelas entidades com recorte na temática racial e vieram com a exposição do último painel “Organização de luta Antirracista na Fenajufe e suas Perspectivas futuras.”

A assessora técnica da Fenajufe, Vera Miranda e Alexandre Marques, assessor institucional, protagonizaram o tema. A condução da mesa ficou a cargo de Felipe Mafalda, servidor do Tribunal Regional Federal da segunda região (TRF-2), e Maria Elizabeth, representando o Sintrajud/SP e Sisejufe/RJ, respectivamente.

Fazendo um histórico da luta da Federação sobre as questões de raça no Poder Judiciário, Alexandre Marques lembrou que essa discussão não é nova. Ele citou a realização do primeiro “Seminário Nacional de Combate ao Racismo e Identidade Negra do PJU e MPU, realizado pela Fenajufe em 2013, quando se discutiu a criação do Coletivo Nacional, instituído ontem, (19), onze anos depois.

O assessor elencou a diversidade de pautas sociais defendidas pela Federação como da Pessoa com Deficiência, (PCD), de gênero, LGBTQIA+ reforçando a relevância que isso traz para a sociedade. Ele reconhece que a luta sindical por benefícios, melhores salários é importante e necessário, mas “Sindicatos do século XXI tem que olhar para outras pautas, olhar para a pauta humana”.

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Para Vera Miranda, existia muita dificuldade para trazer as discussões da política racial e de gênero na Federação. Geralmente era mais latente nos Congressos e Plenárias. Ela reconhece os avanços, mas concorda que ainda tem muita coisa a ser feita. A assessora reforçou a necessidade de estudar o diagnóstico do perfil racial dentro do Poder Judiciário. “Precisamos entender este “Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial” para atuar dentro dos comitês, dentro do CNJ e dos tribunais para que , de fato, haja uma política de promoção de igualdade sendo construída, porque a gente tem avançado com muita dificuldade”.

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A parte da tarde foi dedicada para construção e apresentação de propostas. Magali Dantas e Felipe Mafalda disponibilizaram documentos que contribuíram para o compilado. Sem caráter deliberativo, elas serão encaminhadas à Diretoria Executiva para análise e divulgação posterior em nosso site

Conheça algumas delas:

•⁠ ⁠Que as Bancas de Heteroidentificação possuam paridade étnica e que considere a condição fenotípica dos/as candidatos e candidatas;

• Fortalecer a participação da Fenajufe junto as entidades sindicais;

•⁠ ⁠Reencaminhar as resoluções aprovadas no seminário de combate ao Racismo da Fenajufe de 2013 e 2014

O II Encontro Nacional de Pretas e Pretos já é considerado um marco na história da Federação. Após 11 anos do debate racial na categoria, foi neste que a Federação criou o Coletivo Nacional da Fenajufe de Pretas e Pretos do PJU e MPU.

Joana Melo
Jornalista da Fenajufe