Fenajufe participa de solenidade ao dia Nacional de Lutas da Pessoa com Deficiência

Cumprindo agenda extensa de plantão ampliado na capital federal na última semana, a Federação esteve presente na solenidade comemorativa ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A atividade ocorreu no Salão Nobre da Câmara dos deputados na quinta-feira (21) e contou representações dos sindicatos de base.

Participaram as coordenadoras Lucena Pacheco, Sandra Dias, além dos coordenadores Edson Borowski, Luiz Cláudio Correa , Fabiano dos Santos e Manoel Gérson. Da base registramos representantes do Sindiquinze/SP, Sitraemg/MG, Sintrajud/SP, Sijejufe/RJ, Sindjufe/MT, Sindjufe/MS,Sindjuf/PA-AP, Sintrajufe/RS.

De Brasília, fica o registro de Alan Coelho, coordenador da Associação dos Servidores da Justiça do Distrito Federal (Assesjus), entidade parceira. O dirigente é coordenador do Núcleo de Inclusão, Acessibilidade e Diversidade da Associação.

A Fenajufe reconhece que a luta da população tem alcançado resultados positivos, no entanto é necessário que esses avanços sejam constantes. O debate é necessário para garantir leis e diretrizes que acelerem o processo de inclusão nos espaços públicos e políticos e principalmente  que combatam o capacitismo nas organizações.

Importante destacar que Lucena, Sandra e Luiz Cláudio integram a Coordenação de Combate às Opressões da Fenajufe, criada no último congresso da categoria (XXI Congrejufe), realizado em 2022. Na ocasião foi criado também o Coletivo Nacional de Pessoas com Deficiência da Federação.

A Fenajufe defende ainda que para uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária é fundamental lutar e defender os direitos das pessoas com deficiência. Nesse sentido, visando debater a realidade desse grupo social, também presente nas categorias do PJU e MPU, a Federação realizou o “I Encontro do Coletivo de PCDs da Federação em julho de 2022”.

Do encontro da Fenajufe saíram as seguintes resoluções aprovadas: (AQUI) . 

Outro fator ressaltado no evento e que deve ser reafirmado aqui,foi como devemos evitar atitudes e utilização no dia a dia de expressões  consideradas inadequadas pelo segmento. Essas expressões, denominadas de “linguagem capacitista”, carregam significados equivocados ou pejorativos à pessoas PCDs e devem ser corrigidas e eliminadas do nosso vocabulário.

Especialistas afirmam que o comportamento em relação à deficiência é afetado pela linguagem e que é necessário se atentar para não acentuar nem cometer esses tipos de erros.

Antenado com a questão, o Instituto Claro, publicou uma cartilha contendo 27 termos e comentários usados cotidianamente que perpetuam preconceitos e estereótipos contribuindo para a exclusão dessas pessoas.

Veja AQUI  

Audiência Pública ocorrida na mesma data, tratou sobre o tema “Fortalecimento da Educação Inclusiva”. O debate foi na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados.

 

 Origem da data

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi instituído por iniciativa de movimentos sociais, em 1982, e oficializado pela Lei Nº 11.133, de 14 de julho de 2005. A data foi escolhida para coincidir com o Dia da Árvore, representando o nascimento das reivindicações de cidadania e participação em igualdade de condições.

Essa data foi escolhida por ser próxima ao início da Primavera (23 de setembro) e foi proposta pelo ativista da causa, Cândido Pinto de Melo, no início da década de 80. O ativista foi um dos fundadores do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes (MDPD), organização de pessoas com deficiência que já se reuniam mensalmente desde 1979, e discutiam propostas de intervenções para a transformação da sociedade paternalista e da ideologia assistencialista.

Em 2008, o Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O documento obteve no País, equivalência de emenda constitucional.

Da convenção, surgiu a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também conhecida como “Estatuto da Pessoa com Deficiência”.

Outro nome que deve ser citado é o do acadêmico Romeu Sassaki. Professor e pesquisador, Sassaki ajudou a elaborar o artigo referente aos direitos das pessoas com deficiência na Constituição Federal de 1988.

Entre outras atuações, foi autor de vários livros sobre o assunto, entre eles, “Inclusão: construindo uma sociedade para todos”, (um dos primeiros livros sobre o tema, trazendo reflexões para a melhoria dos processos de inclusão)

Também foi idealizador do projeto “Sociedade Inclusiva: um mundo para todos”, site que reúne artigos acadêmicos, vídeos, entrevistas e outros materiais, deixou inúmeros artigos, livros, palestras gravadas, sobre a temática.

Considerada uma das pessoas mais relevantes na história da construção de uma sociedade mais inclusiva no Brasil e maior referência do País em conteúdo sobre o universo da pessoa com deficiência, o acadêmico faleceu dia 19 de setembro de 2022, a poucos dias da chegada da primavera.

Seu livro, “Pela Inclusão da Coalizão Brasileira pela Educação Inclusiva”, foi relançado em Brasília no mesmo ano de sua morte.

 

Joana Darc Melo

Jornalista da Fenajufe