Convidada da tarde no sábado, 30, no primeiro Encontro Nacional da Fenajufe de Servidoras e Servidores da Tecnologia da Informação e Comunicação do PJU e MPU, a palestrante Vera Miranda discorreu sobre a política de qualificação e capacitação para o segmento.
Miranda apontou as lacunas hoje existentes entre as determinações de gestão estabelecidas pelo CNJ e a realidade da área, uma vez que com quadro reduzido e trabalho imersivo, não resta tempo para a qualificação necessária. Além disso, há ainda a disputa orçamentária que permeia a questão.
Levantamento dos dados em todos os estados apontam que a maioria está no limite mínimo, abaixo do mínimo. Ou seja: num quadro enxuto, não existe como ter processo de qualificação que permita o afastamento para um doutorado ou outros cursos, que exijam dedicação.
Outro ponto trazido por Vera Miranda – também destacado nas mesas da manhã com Marcelo Carlini e Frederico Barboza – é o da disparidade entre o que paga o Judiciário para servidores e Servidoras do segmento e a realidade do mercado, acelerando os processos de fuga de talentos.
Vera aponta ainda que a solução das questões de carreira para o conjunto das Servidoras e dos servidores passa pelo diálogo com a carreira de TI. Se a TI cobrar, a porta abre mais rápido para esse processo de discussão do estabelecimento de um projeto de carreira. Essa é uma discussão que os tribunais se recusaram a fazer antes, mas que agora se veem obrigados a fazer porque precisam de uma saída para competir com o mercado.
Como forma de valorizar o segmento, a discussão aponta que gratificação não é solução. Gratificações não são de caráter permanente e caem ante a aposentadoria. Uma das soluções apontadas seria a rediscussão do Adicional de Qualificação.
Já na última mesa do dia, o Coordenador-Geral da Fenajufe, Fabiano dos Santos, trouxe a discussão acerca da valorização das servidoras e servidores de TI no PJU e MPU. Ao discorrer sobre as propostas de valorização, o dirigente apresentou dados que apontam as diferenças, vantagens e prejuízos sobre cada tipo de mecanismo em discussão hoje, como vetores para a valorização do segmento.
Outro destaque trazido foi um alerta quanto ao risco das soluções mágicas apresentadas pelos gestores, para resolver a questão da falta de pessoal na área. É o caso de medidas como a redução de requisitos proposta pelo TRT-22 para cargos de Técnico e Analista, ambos com especialidade em TI. Ao reduzir esses requisitos, o risco de agravamento da precarização ficou patente.
Ponto central da discussão proposta pelo palestrante foi a necessidade de se encarar a questão de um ponto de vista macro, a partir da luta salarial em curso. A ideia gerou debates acalorados e deve continuar sendo discutida no domingo.
Luciano Beregeno, da Fenajufe