O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse no final da tarde de terça-feira (7/6),que não haverá aumento salarial para servidores públicos em 2022. A declaração foi dita em entrevista numa rede de televisão e escancara o descaso com todo funcionalismo.
Ainda conforme divulgado na mídia, o mandatário do País teria dito que atender o pleito das categorias nesse momento é “atrapalhar o funcionamento do Brasil”.
A declaração ratifica a enrolação que o governo vinha travando com o conjunto de trabalhadoras e trabalhadores da administração pública desde início do ano quando pressionado por recomposição da ordem de 19,99%, anunciou o aumento insignificante de 5%.
Desde 2021, quando sinalizou que concederia aumento apenas para três categorias (policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes do departamento penitenciário)Bolsonaro tem sido pressionado pelo conjunto de servidoras e servidores públicos federais.
A gestão “Bolsoguedes” é recheada de ataques, negligência e “granadas no bolso” das servidoras, dos servidores e da classe trabalhadora como um todo. Muitas foram as situações de desrespeito, achaques e descaso. A tentativa de aprovar a reforma administrativa (PEC 32/2021) a todo custo, comprova o quão pernicioso é este governo para o funcionalismo.
A fala do presidente continua com inverdades ao afirmar que, “para o ano que vem, iremos instalar mesa de negociação para tratar da pauta dos servidores públicos e dialogar com as categorias”. O governo promete fazer o que não fez ao longo de quatro anos de mandato, em uma clara estratégia falaciosa e eleitoreira para enganar os desavisados.
Ao fazer essa declaração com os prazos legais para concessão de qualquer tipo recomposição, aumento e/ou reestruturação de carreiras chegando ao fim, o que Bolsonaro deixou claro é que usou de mentiras e enrolação o tempo perante as trabalhadoras e trabalhadores do setor público.
Antes de declarar que nenhum reajuste será dado, o governo, em sua estratégia de confundir, ainda espalhou na mídia que estudava a possibilidade de aumentar o valor do auxílio-alimentação para compensar a negativa do propalado reajuste. Essa proposta de reajuste do auxílio-alimentação, no entanto, representa mais descaso e desrespeito com as categorias, ainda mais se considerarmos que os servidores aposentados e pensionistas não recebem o auxílio.
É importante rememorar que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) ministro Luiz Fux, respondendo consulta da Casa Civil disse que o Judiciário teria recurso para arcar com o aumento de 5% mas até o momento não encaminhou nenhum projeto, ao contrário do que já fez, por exemplo, o Tribunal de Contas da União.
É urgente que a Suprema Corte entenda a importância e efetivamente trabalhe para viabilizar o reajuste dos servidores, que há muitos anos estão tendo seus salários corroídos pela inflação. Por ora, infelizmente o que se percebe é a movimentação da cúpula do STF apenas para aprovar a PEC 63, visando estabelecer o retorno dos quinquênios apenas para os magistrados.
É urgente que o Ministro Luiz Fux receba a Fenajufe para tratar da recomposição salarial dos servidores, conforme já solicitado pela federação há vários dias.
Nesse contexto, o conjunto da classe dos servidores não dá trégua e mantém a mobilização. Algumas categorias já estão em greve.
A Fenajufe orienta participação dos sindicatos de base em atividades programadas pelo setor da educação na quinta-feira (9) em todo o país contra cortes no orçamento das universidades e no ato conjunto dia 15 na capital federal no “Ocupa Brasília”, bem como convoca todos os sindicatos de base a participarem da Ampliadinha que ocorrerá nesta quarta-feira (08/09), a fim de que seja organizada/decidida a paralisação/greve indicada para o dia 15/06 no âmbito do PJU e MPU.
É hora de intensificar a luta, a fim de romper a política de reajuste zero que está imposta!
Joana Darc Melo