A violência contra pessoas idosas quase não tem visibilidade. Pouco se fala sobre o tema. Apenas casos extremos ganham a mídia e ainda assim, logo caem no esquecimento. Mas lamentavelmente, essa população é vítima das mais variadas formas de violência.
Em 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o “Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa” em parceria com a Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.
A data escolhida (15 de junho), visa criar uma consciência mundial, social e política da existência desta violência que tem aumentado gradativamente ao longo dos anos. Diante dessa realidade, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) reabriu o canal de denúncias para ter um diagnóstico preciso sobre o tema.
O canal – disque 100 já aponta um aumento assustador de 75% de casos comparados com o mesmo período em 2022. Importante destacar que os registros são somente dos cinco primeiros meses deste ano de 2023.
De acordo com o mapa do MDHC, o mês com o maior número de registros foi janeiro, com 72,1 mil casos de violência contra idosos denunciados à ouvidoria. Em relação ao ano anterior, no mesmo mês, o dado representou uma alta de 107%.
Mais suscetíveis à uma diminuição da capacidade física e as vezes cognitiva, a população acima dos 60 anos está sujeita a sofrer todo tipo de violência. As mais registradas do “Disque 100” são a física, psicológica, negligência, abandono financeiro material e sexual, sendo que a maior parte dessas violações ocorrem no ambiente domiciliar.
Mas é importante registrar o preconceito contra esse grupo, caracterizado como etarismo tão latente na sociedade atual. O etarismo os deixa fora do mercado de trabalho e os exclui das oportunidades sociais.
O dia de conscientização da violência contra a pessoa idosa alerta o poder público para criação de políticas de enfrentamento e combate ao cerceamento da vida longeva e para promoção do envelhecimento com dignidade. Para que tenham espaço, autonomia garantida, centros de acolhimento e acima de tudo, respeito.
Retomada do canal de denúncia
Desde janeiro deste ano, a pasta do MDHC retomou o canal de denúncias “Disque 100″, fechado no governo Bolsonaro, para evitar a subnotificação dos casos e recuperar o monitoramento do cenário de violência contra idosos no Brasil. Com isso, o ministério afirma reunir esforços para ampliar a divulgação do mecanismo.
Como denunciar
As denúncias de violações de direitos humanos podem ser feitas de maneira anônima pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100). A central recebe ligações diariamente, 24h, inclusive nos finais de semana e feriados. A ligação é gratuita de qualquer parte do País e pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil, no qual a pessoa com deficiência (PCD) encontra recursos de acessibilidade para denunciar. Em situações de risco iminente, a recomendação é acionar a Polícia Militar do Estado pelo telefone 190.
Junho Violeta
O “Junho Violeta” é uma campanha realizada anualmente em todo o mundo. A campanha é para reforçar a conscientização e a importância de falar sobre o assunto e se combater mais essa violência social. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lançou a cartilha “Junho Violeta” em atenção ao tema.
Acesse a cartilha (AQUI)
Joana Darc Melo