BALANÇO DA ATUAÇÃO DA FENAJUFE
Avaliação política e organizacional da FENAJUFE
FENAJUFE,
uma Entidade em Construção
A FENAJUFE é uma entidade em
construção.
Desde o primeiro congresso que
deu origem a nossa federação, em 1992, passando por todas as resoluções das
oito plenárias subseqüentes; do Congresso de 1995, em Belo Horizonte; e do de
1998, em Florianópolis, todas as discussões e deliberações vêm no sentido
de construirmos uma entidade nacional forte que represente os servidores do
Judiciário e MPU enquanto categoria nacional.
A FENAJUFE, desde a sua criação,
sempre esteve inserida em um contexto de lutas junto com demais setores da
classe trabalhadora, quer nas greves e grandes mobilizações nacionais, quer
nas manifestações junto aos servidores públicos. Sempre se defendeu uma
entidade classista, que luta pela superação do sistema capitalista e a construção
de uma sociedade para a classe trabalhadora.
Outra característica da
FENAJUFE é que sempre enfrentou com muita seriedade os problemas de corrupção,
nepotismo e inúmeras irregularidades que permeiam o Poder Judiciário. E deve
ser sob este prisma que devemos avaliar nossa entidade. Não podemos fazer um
balanço sem que resgatemos nossos propósitos no decorrer destes nove anos. E não
podemos nos exigir mais do que aquilo que nos propusemos a construir. Nossa
entidade preza pela democracia interna e desde as suas origens se propõe a
construir coletivamente, com discussões abertas. A FENAJUFE tem que ser a casa
do trabalhador do Judiciário e do MPU, e cabe a nós, somente a nós o papel de
arquitetos dessa entidade.
Vamos então relembrar para os
que lá estiveram e reafirmar para aqueles que estão chegando agora:
Congresso de Fundação da
FENAJUFE – 05 a 08 de dezembro de 1992 – Brasília – DF
·
Unificar, em uma mesma entidade nacional, todos os sindicatos de
trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União.
·
Organizar seminário nacional sobre “Ética no Judiciário”
·
Elaborar um vasto dossiê de irregularidades com pedido de CPI do
Judiciário e extinção dos Juízes Classistas.
I PLENÁRIA NACIONAL DA FENAJUFE – 29 e 30 de setembro de 1993 – Brasília
–DF
·
Discussão sobre a organização internacional do Judiciário.
·
Seminário “Justiça para quem precisa”.
II
PLENÁRIA NACIONAL DA FENAJUFE – 22 A 14 de agosto de 1994 – Recife - PE
·
Rejeição da criação de uma Confederação Cutista e Federações
Estaduais.
·
Discussão sobre OLT e OSB.
·
Necessidade de desenvolver uma política de formação.
·
Ampliar a inserção junto a CNESF.
·
Ampliar a política de filiação de todas as entidades à CUT.
·
Abriu a discussão sobre filiação internacional à CIOLS.
·
Reunião do Cone Sul para o Brasil.
·
Luta pela moralização do Judiciário e MPU.
·
Ampliação da discussão sobre o PCS através de seminário
nacionais.
·
Bandeira pela isonomia com outros órgãos (legislativo e TCU).
·
Campanha nacional pela jornada de 6 horas.
II
CONGRESSO DA FENAJUFE – 26 a 29 de abril de 1995 - Belo Horizonte – MG
§ A
FENAJUFE deverá ampliar sua representatividade, onde foi discutida a criação
de um Sindicato Nacional do Judiciário e MPU.
§ Uniformização
em todas as entidades estaduais da contribuição sindical para 1% da remuneração
bruta.
§ Criação
de uma imprensa nacional para a FENAJUFE.
§ Estruturação
de um departamento jurídico.
§ Uniformização
dos estatutos das entidades de base.
§ Definir
programa de formação sindical.
§ Presença
da direção da FENAJUFE nos estados.
§ Unificação
dos sindicatos de base.
§ Campanha
de sindicalização.
§ Filiação
dos servidores do MPU aos sindicatos estaduais.
§ Discussão
com a base para a filiação à CUT.
§ Discussão
a filiação à ISP.
III
PLENÁRIA EXTRAORDINÁRIA – 26 e 27 de outubro de 1995 – Brasília – DF
§
Entrada da maioria dos sindicatos filiados à Fenastra.
§
Denúncia da política neoliberal de FHC.
§
Amplia a discussão sobre a carreira – discussão do PCS.
§
Preparação para greve dos servidores federais.
IV
PLENÁRIA DA FENAJUFE – 26 a 28 de junho 1996 - São Luis – MA
§
Analisou os rumos do neoliberalismo e sua implementação através
do governo FHC.
§
Necessidade de ampliar a representatividade do MPU junto à
FENAJUFE.
§
Unificação dos sindicatos de base.
§
Ampliar a sindicalização.
§
Ampliar a filiação à CUT (só 11 entidades eram filiadas).
§
Discutiu-se a proposta de sindicato orgânico e a filiação à ISP.
§
Necessidade de fortalecimento das entidades de base através da
consolidação das organizações de Base e comandos de greve.
§
Criação de fundos para greve e mobilização.
§
Ampliação da comunicação.
§
Campanha pela aprovação do PCS.
V
PLENÁRIA DA FENAJUFE – 27 e 28 junho de 1997 - Rio de Janeiro – RJ
§
Avalia os avanços do projeto neoliberal de FHC, ressaltando o período
de crescimento econômico e aumento da miséria no país.
§
Amplia discussão da organização dos trabalhadores do serviço público
e da organização por ramo.
§
Discussão sobre Organização por Locais de Trabalho e Organização
Sindical de Base com o levantamento de que apenas 8 sindicatos possuíam em seus
estatutos a figura do diretor ou delegado de base.
§
Discussão sobre a necessidade de uma política de formação mais
efetiva.
§
Amplia a discussão sobre unificações estaduais, regionais,
sindicato nacional e a representatividade do MPU.
§
Discute a atuação internacional da FENAJUFE junto aos
companheiros do Cone Sul.
§
Discussão sobre a forma como foi aprovado o PCS, principalmente a
sua desvirtuação em relação ao projeto original do qual a FENAJUFE havia
participado.
§
Discussão sobre o sindicato orgânico.
III
CONGRESSO DA FENAJUFE – 22 a 25 de abril de 1998 - Florianópolis
§
Questão da comunicação sindical da FENAJUFE, visando viabilizar
um jornal nacional e a criação de um coletivo de comunicação.
§
Implementar um projeto de formação nacional.
§
Criação de departamento jurídico e a constituição do coletivo
jurídico com reuniões periódicas.
§
Ampliação do trabalho da FENAJUFE junto à CNESF e à CUT.
§
Discute o JUDICIÁRIO, questões de gênero, raça.
§
Organização dos aposentados, intensificação dos esforços em
trazer o aposentado para o sindicato e organizá-los através de núcleos.
§
Propôs um ousado plano de luta prevendo atos e paralisações
pela implementação da GRM para todo o Judiciário.
VI PLENÁRIA EXTRAORDINÁRIA DA FENAJUFE – 13
e 14 de junho de 1999 – Brasília – DF
§ Basicamente
convocada para deliberar sobre a Reforma e a CPI do Judiciário que estavam em
pleno curso.
§ A
FENAJUFE deverá denunciar que não só a Reforma do Judiciário não atende às
necessidades da sociedade como distancia ainda mais o Judiciário da sociedade.
§ Estabelecer
contato com todos os setores populares e operadores do direito, aumentando a
interlocução com a sociedade denunciando que somos Contra a Reforma do Judiciário
que esta sendo proposta.
§ Caravanas
a Brasília, atos nos estados contra a extinção da Justiça do Trabalho.
§ Seminários
com demais entidades de advogados, de magistrados e com a CUT para ampliar a
discussão sobre a Reforma do Judiciário.
§ Articular
uma frente parlamentar em defesa dos direitos dos trabalhadores.
§ Entregar
dossiê sobre as irregularidades do Judiciário para senadores de oposição.
§ Desenvolver
uma campanha de mídia em defesa dos direitos dos trabalhadores e pela não
extinção da Justiça do Trabalho.
§ Participação
na marcha dos 100 mil, no DF.
§ Construir
a greve geral com a CUT.
VII
PLENÁRIA NACIONAL EXTRAORDINARIA DA FENAJUFE – setembro de 1999 – DF
§ As
discussões aprofundaram o debate sobre a Reforma do Judiciário, sendo
reafirmado o caráter neoliberal da Reforma, com comprovação clara de ingerência
do Banco Mundial neste processo.
§ Na
discussão destacou-se a defesa do direito a greve e o poder normativo da Justiça
do Trabalho.
§ Aprovou
a participação maciça na greve geral do dia 10 de novembro.
§ Ratificou
as demais propostas aprovadas na plenária anterior; intensificar o trabalho
junto a parlamentares, agendando reuniões com as bancadas de oposição e com
lideranças partidárias no intuito de interferir positivamente no processo de
discussão da Reforma do Judiciário.
VIII PLENÁRIA DA FENAJUFE – 03 a 05 de novembro de 2000 – Belém
– PA
§
Avaliou-se que há uma intensificação da crise do capitalismo e
um inicio de resistência ao projeto neoliberal por parte da classe
trabalhadora.
§
Avaliou-se como positivo o crescimento da oposição e da esquerda
nas eleições de 2000.
§
A conquista da URV é, mais do que uma vitória salarial. É uma
grande derrota do governo FHC, sinalizando que o caminho do enfrentamento e da
luta é a mais eficaz forma de adquirirmos conquistas perante o governo federal.
§
Avaliou-se como fruto da mobilização a formação do grupo de
trabalho que está rediscutindo a tabela salarial, no sentido de minimizar as
distorções causadas com a implementação do PCS.
§
Tirou como eixos centrais de nossa luta:
- A democracia e independência do Judiciário e
MPU.
- O combate incessante as reformas neoliberais.
- Autonomia orçamentária e democratização do Poder Judiciário e
MPU.
- Defesa da liberdade sindical e denúncia da repressão a trabalhadores
nos tribunais e procuradorias.
§
Tirou como plano de luta:
- A construção do dia 28 de novembro como dia de paralisação pelo
pagamento da URV.
- Aprovação do anteprojeto de lei que vise alterar nossa tabela
salarial através do grupo de estudos da qual a federação faz parte.
- Deliberou-se pela unificação efetiva com o
MPU.
- Realização de encontro do Cone Sul.
É importante
que tenhamos sempre em mente nossas discussões e deliberações passadas. Há
uma tendência natural de achar que o que se faz e discute hoje é inédito,
imprescindível e o mais bem feito. A avaliação de uma entidade nacional como
a FENAJUFE passa necessariamente por uma análise global de como a entidade vem
crescendo.
Como podemos verificar, já de
longa data, vêm sendo sinalizados e discutidos os nossos rumos e colunas
mestras, sobre as quais vemos construindo nossa organização.
Cabe a nós, no 4º
Congresso, ratificar todas as deliberações e as ações que foram tomadas no
sentido de caminharmos para a construção dessa nossa entidade. Sendo assim,
reafirmamos:
1.
Que a FENAJUFE deve ser a entidade única que representa todos os
trabalhadores do Judiciário Federal e MPU em nível nacional.
1.
Que a FENAJUFE deve atuar com o conjunto dos servidores nas suas
reivindicações gerais, através do fortalecimento de nossa inserção junto à
CNESF (Coordenação Nacional dos Servidores Federais).
2.
Que a FENAJUFE é uma entidade combativa, classista e de luta pela superação
do sistema capitalista e em defesa dos trabalhadores, em especial do Judiciário
Federal e MPU.
3.
Que a FENAJUFE deve lutar incessantemente pela moralização e o fim da
corrupção no Judiciário e MPU.
4.
Que a FENAJUFE deve ter um programa nacional de formação política.
5.
Que a FENAJUFE deve ter um departamento de comunicação com uma página
na internet atualizada e um jornal nacional periódico.
6.
Que a FENAJUFE deve ter um departamento jurídico eficiente para atender
às demandas nacionais da categoria.
7.
Que a FENAJUFE deve continuar implementando sua política nacional de
organização sindical, através do incentivo e discussões sobre as
necessidades: das unificações estaduais e interestaduais, de uniformizar a
contribuição pela remuneração, da unificação efetiva com os trabalhadores
do MPU, de ampliarmos os mecanismos de democratização das nossas entidades com
a criação dos conselhos, diretorias ou delegacias de base e dos núcleos de
aposentados.
Avaliação do Triênio 1998-2.001 (Resumo
dos Acontecimentos)
1998
|
ATIVIDADES
|
Janeiro/Maio
|
-
Greve da GRM, em São Paulo;
-
I Encontro dos Aposentados – Araçoiaba da Serra – SP;
-
Encontro do Cone Sul – RS;
-
III Congresso da FENAJUFE.
|
Agosto
|
-
22 e 23 –I Seminário de OLT/OSB – MG;
-
Aquisição da sede própria da FENAJUFE em Brasília.
|
Setembro
|
-
Encontro interestadual de aposentados SP e MG – 25 e 26 – Poços de
Caldas – MG.
|
Outubro
|
-
Eleições no Sindiquinze.
|
Novembro
|
-
Encontro PA/AP – Macapá.
-
Reunião para unificação – RS.
|
Dezembro
|
-
Encontro de aposentados em PE e RS;
-
Encontro no PI.
|
1999
|
ATIVIDADES
|
Fevereiro
|
- Dia 26 e 27 – I
Encontro das assessorias jurídicas e formação do Coletivo Jurídico.
|
Março
|
- Dia 26 – Fórum
Nacional de Luta por Trabalho, Terra e Cidadania organiza dia Nacional de
Protesto.
- Dia 17 - Indicativo de
paralisações dos juizes federais
- CPI do Judiciário.
|
Abril
|
- Dia 10 – I Encontro
do Coletivo Jurídico da FENAJUFE.
- Dia 21 - Ato em defesa
da soberania nacional – Ouro Preto
- Dia 22 e 24 –
Encontro Nacional de Aposentados do Judiciário Federal.
- Dia 30 - Dia Nacional
de Luta com paralisação.
|
Junho
|
- Eleições do
Sindjuf-PI.
- Dia 12 e 13 – VI Plenária
extraordinária da FENAJUFE (21 entidades).
- Votação da Reforma do
Judiciário.
|
Agosto
|
- Dia 10 – Seminário
Nacional “Que Reforma é essa que deixa você sem Justiça”, em Brasília
(18 entidades presentes).
- Dia 11 – Atos em
defesa da Justiça do Trabalho nos estados e em Brasília
- Eleições no
Sisejufe-RJ (vence a chapa apoiada pela FENAJUFE).
- Dia 26 – Marcha dos
100 mil a Brasília.
|
Setembro
|
- 24 e 25 – 7ª Plenária
Extraordinária, em Brasília (17 entidades).
- Eleição RS.
- Reunião com servidores
do Tocantins.
|
Outubro
|
- PCS do MPU é aprovado
na comissão de trabalho.
|
Novembro
|
- Dia 05 – II encontro
do Coletivo Jurídico.
- Dia 10- greve geral.
- Início da votação da
Reforma do Judiciário.
- Trabalhos no Congresso
Nacional
- Eleição PB.
|
2000
|
ATIVIDADES
|
|
-
Campanha no Congresso contra a Reforma do Judiciário.
-
Campanha contra a PEC 136/99.
-
Vota-se a Reforma do Judiciário e passa a Súmula Vinculante.
-
Contratação da assessoria de comunicação.
|
Fevereiro
|
-
28 - Greve dos juízes pelo auxílio moradia
|
Março
|
-
15 - Lançamento da Campanha Salarial dos SPFs.
-
Contratação da secretária política.
|
Abril
|
-
Reunião dos sindicatos de RS, SC e PR.
-
Seminário sobre Carreira Exclusiva de Estado, no DF (FENAJUFE).
|
Maio
|
-
Paralisação dia 04- atos em todos os tribunais.
-
Paralisação do dia 10 – início da greve dos Servidores Públicos.
-
Greve no Judiciário em PE, MT, RS, SC, AP.
-
Eleições em MG e DF.
-
Marcha dos servidores a Brasília.
-
Reunião da FENAJUFE com STF (discussão da formação do GT sobre nova
tabela do PCS)
|
Junho
|
-
Seminário Regional de Formação - São Luis/MA.
-
Mobilizações dos servidores.
|
Julho
|
-
12 - Fim da greve dos Servidores Federais.
|
Agosto
|
-
Congresso Nacional da CUT.
-
I Encontro de Comunicação da FENAJUFE.
-
Lavagem do TST.
-
Ato dos servidores na Câmara pelo aumento linear dos servidores.
-
Contratação do administrador.
|
Setembro
|
-
Dias 2 a 7 - Plebiscito da divida externa.
-
III seminário de Formação Regional – Belém/PA.
-
Dias 16 e 17- Encontro Nacional do Judiciário e MPU.
-
Dia 13 - ato em defesa do serviço público.
|
Outubro
|
-Greve
pelo pagamento dos 11,98% no T R E em SP.
-
Greve de 24 horas nos TREs de SP e MG e no TSE.
-
Mobilização na Justiça Eleitoral em vários estados.
-
Dia 25 – Julgamento dos 11,98% no Supremo.
-
23 a 25 - Rodada de assembléias.
|
Novembro
|
-
Paralisação no TRT Campinas e TRE – SP.
|
Dezembro
|
-
Anúncio dos problemas com as contas da FENAJUFE.
-
Conclusão dos estudos de trabalho com entrega da nova tabela salarial.
-
VII Encontro do Cone Sul – Florianópolis SC
-
Seminário Regional de Formação – Carpina/PE
|
2001
|
ATIVIDADES
|
Janeiro
|
-
Dias 25 a 30 – Fórum Social Mundial (Porto Alegre).
-
Eleições no Sindjuf PA/AM (vence a chapa apoiada pela Federação).
-
Eleições no Sintraam AM (vence a oposição).
-
Lançamento da Campanha Salarial dos Servidores Públicos Federais.
-
Contratação do economista Washington para assessorar a Federação.
|
Fevereiro
|
-
Concluído o anteprojeto de revisão da tabela salarial do PCS.
-
Eleições Sinjustra/RO (vence a chapa da situação).
-
Contratação de auditoria para verificação das contas da FENAJUFE.
|
Março
|
-
Primeira greve TRE/BA pela liberdade sindical, enfrentando esquema de ACM.
-
Encontro dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU de Sergipe e
Alagoas aprova a
criação do Sindicato de SE (Aracaju/SE).
-
15 e 16 – IV encontro do Coletivo Jurídico da FENAJUFE.
-
Dia 28 – Dia de Mobilização pela Data-Base.
|
Abril
|
- Dia 03 – VIII
encontro do Cone Sul – Buenos Aires.
- Dia 04 – Caravanas a
Brasília.
Ato em frente ao TST pelos 11,98% e pela reintegração de Paulo
Rios.
Assembléia de criação do sindicato do Sergipe.
Ato contra o ALCA- Buenos Aires
-
Dias 27 a 30 – 4º Congresso da FENAJUFE – São Paulo – SP
|
Torna-se bastante relativo
mensurarmos se o que foi feito nesses três anos é pouco ou muito. Pode-se
dizer que foi feito aquilo que foi possível, aquilo que as pernas permitiram. Há
muitas debilidades em nossa organização, as quais deveríamos apontar sem
medo.
O primeiro passo é
analisarmos quais foram as bandeiras de lutas que não conseguimos levar
adiante, o porquê e quais foram as conseqüências disso. Neste período
deixamos de implementar, aprofundar a discussão ou avançarmos em algumas
reivindicações: jornada de 6 horas; acompanhamento e formulação sobre o orçamento
do Judiciário; qualidade total; política contra a corrupção e nepotismo no
Judiciário; campanha pela garantia de liberação para mandato classista;
campanha de sindicalização, dentre outras.
Cabe a este congresso aprofundar
algumas questões e principalmente estabelecer prioridades. Não basta listar os
problemas, as reivindicações, as bandeiras. Colocar no papel sem saber se, de
fato, é ou não possível implementar uma política efetiva.
A Quem Representa a FENAJUFE:
MÊS/ ANO
|
Setembro
1995
|
Agosto
1996
|
Outubro
1997
|
Abril
1998
|
Dezembro
1998
|
Março
1999
|
Outubro
1999
|
Dezembro
2000
|
Março
2001
|
Total de trabalhadores
Sindicalizados na FENAJUFE
|
13.338
|
18.127
|
23.493
|
26.326
|
28.434
|
30.934
|
33.369
|
36.142
|
40.086
|
Total de sindicatos
filiados
|
20
|
26
|
24
|
24
|
28
|
28
|
29
|
28
|
28
|
Sindicatos com até
500 sócios
|
12
|
12
|
10
|
07
|
08
|
07
|
07
|
06
|
08
|
Sindicatos com 500 a
1.000 sócios
|
04
|
07
|
08
|
09
|
11
|
11
|
12
|
10
|
09
|
Sindicatos com 1.000 a
3.000 sócios
|
02
|
04
|
04
|
06
|
07
|
07
|
07
|
08
|
07
|
Sindicatos acima de
3.000 sócios
|
01
|
01
|
02
|
02
|
02
|
02
|
03
|
04
|
04
|
Sindicatos que
arrecadam sobre a remuneração
|
09
|
16
|
16
|
17
|
18
|
18
|
19
|
17
|
18
|
Sindicatos que
arrecadam sobre o salário base/líiquido
|
10
|
08
|
08
|
07
|
10
|
10
|
10
|
11
|
10
|
Filiado a CUT
|
-
|
11
|
11
|
13
|
16
|
16
|
17
|
15
|
15
|
Sindicalização
a) Pelo quadro acima, podemos
ver, de um lado o crescimento e fortalecimento da Federação através do
aumento de sua representatividade. Se observarmos o aumento das filiações o
crescimento de 98 até hoje é de mais de 55%. Se retrocedermos há 95 este
aumento chega a quase 200% , mais ou menos 40% ao ano.
b) Este aumento se deu porque
aumentaram o numero de entidades filiadas há FENAJUFE e também porque houve
aumento de sindicalizações na maioria dos sindicatos, com destaque para as
entidades maiores, unificadas e com mais estrutura aonde este índice chegou, em
alguns casos, a alcançar mais de 120% nos últimos 4 anos.
c) É um bom percentual, mas
ainda o índice não chega aos 50% dos quase 100.000 servidores do Poder Judiciário.
d) De 1.998 até 2.000
observa-se um crescimento das entidades com mais de 1.000 sindicalizados que
passou de 8 para 11, enquanto as entidades menores passara de 16 para 17 no
mesmo período. Além do crescimento das filiações de algumas entidades, houve
algumas unificações originando entidades maiores e mais fortes.
e) A última campanha nacional
de sindicalização feita pela FENAJUFE foi em 1.997. Nesta gestão não se
priorizou esta tarefa. Faz-se necessário uma ampla campanha em todo país
principalmente aonde não se obteve os índices de 50% de filiação da
categoria.
Percentual de Contribuição e Unificação
a) Houve também neste período
um considerável aumento nas arrecadações. Em parte, devido a algumas
conquistas que obtivemos como o PCS e, recentemente, os 11,98%. Basta lembrarmos
que somente a conquista dos 11.98% mexeu com uma causa de mais de 2 milhões de
Reais. Também, devido ao aumento de sindicalização como foi dito e, por último,
porque nesses últimos anos várias entidades aumentaram seu percentual de
arrecadação, através da cobrança pela remuneração, seguindo uma tendência
já bastante discutida em nossos fóruns.
b) Apesar da maioria das
entidades ter sua arrecadação sobre a remuneração, faz-se necessário notar
que as que cobram sobre o vencimento base são exatamente as entidades menores,
com menos de 1.000 sindicalizados e com arrecadação que não ultrapassam os R$
6.000,00 mensais, portanto as mais debilitadas, que não estão unificadas e que
menos têm se inserido nas campanhas nacionais. Infelizmente, na ampla maioria
dessas entidades, não há a mínima discussão sobre a possibilidade de mudança
de índice, muitas vezes nem ao menos entre a diretoria quanto mais junto a
base.
c) No início desta gestão, foi
estabelecido como meta que a atual diretoria deveria centrar esforços no
sentido de implementar a unificação dos sindicatos no RS, no CE, no PR, em SP
(Sintrajud e Sindiquinze), no AM, na BA, e na criação do sindicato em TO e SE.
d) Destes, houve unificação
entre a Justiça Federal e do Trabalho no RS, e encontra-se em processo avançado
de discussão no CE, na BA, e em TO. No dia 10 de março de 2001 ocorreu a
assembléia de fundação do sindicato de Sergipe, após varias reuniões
intermediadas pela Federação e dois encontros estaduais.
e) Apesar de ter havido um esforço
de toda a Federação não se avançou muito na tentativa de trazermos a base da
15ª Região para a FENAJUFE, uma vez que a eleição foi vergonhosamente
fraudada pelo “pelego” Conejo, que impossibilitou que a chapa Viva-voz
assumisse o sindicato e iniciasse o processo de unificação.
f) É tarefa deste Congresso
aprovar um plano de ação para tornarmos possível a construção de sindicatos
estaduais, mais fortes e eficientes. Também se torna necessário que a FENAJUFE
passe a ter uma política mais ostensiva no sentido de discutirmos na base dos
sindicatos menores sobre a necessidade da contribuição pela remuneração, bem
como trilhar o caminho da unificação.
Filiação à CUT
a) Observa-se que ainda há
muitas entidades que não são filiadas à CUT e não vêm discutindo com o
empenho que deveria ser feito.
b) Na II Plenária da FENAJUFE,
em 1994, já havia sido deliberada a necessidade de estarmos discutindo com a
base a necessidade e importância da filiação à CUT. Os avanços foram
pequenos, e em muitos poucos estados a discussão vem sendo feita.
c) Onde não há discussão,
ocorre muita desconfiança no seio de nossa categoria quanto à Central Única
dos Trabalhadores. Cabe, no entanto, às lideranças nos estados o papel de
divulgar e abrir o debate. Em pesquisas realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro
e em Brasília, constatou-se que a CUT é de longe a Central Sindical preferida
da categoria e mais, os servidores do Judiciário e MPU são favoráveis a filiação
à CUT.
d) Muitas vezes essa
discussão não é feita pura e simplesmente por receio, comodismo. Observa-se
que na maioria das entidades não filiadas, há uma disposição e até
proximidade da direção com a CUT do seu estado. Cabe a Federação sedimentar
essa ponte implementando seminários para a discussão.
Organização Sindical
Comunicação
Para uma federação nacional
como a FENAJUFE, a comunicação torna-se estrategicamente essencial para
desenvolver uma política sindical eficiente. A tarefa de organizar uma
categoria nacional, de lutar contra este sistema e buscar implementar uma
sociedade socialista, com justiça social a que nos propusermos necessita de uma
comunicação eficiente.
Já há alguns anos a FENAJUFE
vem buscando encontrar formas eficientes de comunicação. A comunicação com
as entidades de base parece estar funcionando de forma eficiente através do
BOLETIM DA FENAJUFE, que semanalmente chega aos sindicatos estaduais e trata das
demandas e encaminhamentos do período.
Com a internet, novas
portas se abriram. Após alguns percalços, está no ar a página da FENAJUFE, e
está sendo contratado um responsável para sua manutenção.
O contato direto da Federação
com a Base se dá através do Jornal da FENAJUFE. Nos últimos dois anos, foi
contratada uma assessoria de comunicação, e pode-se notar um salto, no mínimo
quantitativo na produção de material para a base da categoria. A FENAJUFE
passou a confeccionar 08 jornais no ano de 2000, contra 04 em 99, e 03 em 98. A
tiragem do Jornal da FENAJUFE é de 52 mil exemplares. É de longe o veículo
mais forte na comunicação sindical e precisa ser explorado com maior eficiência.
Outro ponto importante foi
a realização do I Encontro de Comunicação Sindical, que além de
aprofundarmos a concepção de imprensa sindical, avaliar a comunicação da
FENAJUFE, lançou a semente para a criação do Coletivo de Comunicação, que
passaria a estar discutindo a comunicação da FENAJUFE.
Faz-se necessário
ratificar as deliberações do I Encontro de Comunicação,
reforçando a criação do Coletivo que se reunirá periodicamente para tratar
da comunicação da FENAJUFE.
Coletivo Jurídico
O Congresso de 1995 já
deliberara para que a FENAJUFE implementasse um departamento jurídico para
encaminhar nacionalmente as demandas da categoria. Passaram-se os anos e,
somente em 1999, após muitas discussões em reuniões ampliadas, contratou-se
um escritório que passou a atuar em vários momentos.
No entanto, o elemento mais rico
nesse processo de implementação do departamento jurídico da FENAJUFE foi a
efetivação de um antigo projeto: o Coletivo Jurídico.
O Coletivo Jurídico da FENAJUFE
hoje é composto por representantes (diretores e advogados) dos setores jurídicos
dos sindicatos filiados à Federação. Reúne-se periodicamente para discutir
as demandas políticas da categoria ou para discutir alguns temas jurídicos,
fundamentando as ações políticas da entidade. Nos dias 16 e 17 de março último,
ocorreu o V Encontro do Coletivo Jurídico com a participação de 17 entidades
e 37 participantes.
A iniciativa de formação do
Coletivo está sendo muito importante. Tem democratizado a discussão e ampliado
o horizonte do debate. Porém, temos que avançar.
Sabe-se que nossa categoria é
altamente qualificada e domina um saber altamente especializado, que quase
sempre se perde entre as paredes dos locais de trabalho. O servidor do Judiciário
conhece mais do que ninguém a legislação; os trâmites processuais; as
principais demandas jurídicas da sociedade. Enfim, conhece por dentro o Poder
da República responsável pela justiça.
Cabe agora que o Coletivo comece
a extrapolar os limites internos de discussão. O coletivo deve ser ampliado
para mais pessoas da categoria, e os temas a serem discutidos têm que
extrapolar o corporativismo de nossa categoria. Temos que formular para o
movimento e para a sociedade. É necessário que se inicie debates nas reuniões
do Coletivo sobre questões mais amplas, abertas à participação de outras
entidades, acadêmicos, políticos etc. É responsabilidade da FENAJUFE e do
Coletivo, perante os trabalhadores discutir questões gerais, de direito social.
Política de Formação
Também remonta de 6 anos atrás
as primeiras discussões sobre a importância de termos um programa de formação
política da categoria. No III Congresso, em 1998, deliberou-se que a Formação,
junto com a implementação do departamento de comunicação e jurídico,
deveriam ser prioridades na organização sindical.
Basicamente nesta gestão começamos
a implementar um programa mínimo de formação sindical. Já em 1998 iniciou-se
uma série de seminários específicos, mas que sempre foram permeados com
palestras e discussões de conjuntura e avaliação do movimento sindical.
Pode-se destacar o primeiro seminário sobre o MPU e sobre Organização por
Local de Trabalho e Organização Sindical de Base. Foi instituída a prática
de quase sempre termos uma palestra durante nossas reuniões ampliadas. Temas
como Reforma do Estado, Reforma do Judiciário, Carreira Exclusiva de Estado e
Fundo de Pensão foram debatidos em nossos fóruns deliberativos.
Efetivamente o embrião de um
projeto mais arrojado de formação tem ocorrido com os seminários regionais
que vêm ocorrendo no Norte/Nordeste do país, já na sua 5ª edição. Na
grande maioria dos estados do Centro-Sul, existe uma prática de cada entidade
organizar seus projetos de formação. Essas experiências de seminários
regionais têm se demonstrado um importante instrumento de formação na medida
em que se debate questões políticas de fundo e problemas mais específicos da
categoria. Já ocorreram seminários regionais em São Luis, Teresina, Belém,
Carpina e Fortaleza. Estão articulados seminários para Goiânia, Campina
Grande e Manaus. O fundamental é dar continuidade e aprof e aprofundar essa política e
outras iniciativas que garantam uma política de formação mais consistente e
permanente.
A grande verdade é que isso é
pouco ou quase nada frente à avalanche ideológica que a burguesia pratica
diariamente sobre a sociedade, seja nas escolas, na mídia, nas igrejas, nos
costumes, enfim, no dia-a-dia. A classe trabalhadora no Brasil é treinada a ser
subalterna. Desde pequenos, nossos filhos são educados, treinados e
condicionados a aceitar pacificamente o sistema. É retirado dos trabalhadores o
sentido de classe, elevado ao grau máximo o individualismo e induz-se a crença
de que o trabalhador não tem capacidade para sequer pensar em um projeto
alternativo, quanto mais apresentá-lo ou tentar colocá-lo em prática.
Essas questões tornam-se o
ponto de partida para qualquer discussão séria que possamos fazer no sentido
de tentar superar o sistema em que vivemos. Dentro do capitalismo, apesar deste
ideologicamente se mostrar “democrático”, não há o mínimo espaço para
novas idéias, novas liberdades que não sejam as do mercado, do capital. A
reforma agrária no Brasil não ocorre com os Sem-Terra porque é inadmissível
que o trabalhador dite as regras, pense ou exija alguma coisa.
O Poder Judiciário é composto
por trabalhadores muito qualificados em relação à média do mercado de
trabalho. Ao passo que isso deveria ser um facilitador para o debate ideológico,
no que se refere ao acúmulo de conhecimento; dados; percepção dos fatos que
influem na sociedade, podemos dizer que tratamos com trabalhadores que passaram
mais tempo sendo treinados e adestrados para aceitar e levar adiante a ordem do
sistema. E basta olharmos rapidamente para os cursos de direito em nosso país
para concluirmos que o trabalhador que aí ingressa vai, por 5 anos, basicamente
aprender técnicas de competição; culto ao individualismo e à capacidade de
se dar bem sozinho; e apego às normas vigentes, estatutos e legislação. De
forma que a nossa categoria tem um perfil conservador. Quer conservar o que
existe.
Aí está a tarefa do programa
de formação da FENAJUFE. Temos que ter a capacidade de, minimamente, quebrar o
cerco ideológico que nos é imposto todos os dias, todas as horas e em todos
lugares. O programa de formação da FENAJUFE tem que discutir a sociedade em
que vivemos, utilizando os instrumentais teóricos que desvendem as leis de
desenvolvimento do capitalismo. Acumulando conhecimentos para propor uma
sociedade que negue e supere à atual. Uma sociedade controlada pelos reais
produtores da riqueza: os trabalhadores.
Acompanhamento
das Entidades
Uma das tarefas da FENAJUFE é
fazer o acompanhamento das entidades de base, tanto no sentido de auxiliar nas
demandas especificas, como no de levar a política nacional para fortalecer a
luta de todos.
Muito foi discutido, e existem
inúmeras propostas e deliberações neste sentido. A grosso modo, a Federação
esteve presente de forma ostensiva em várias entidades, tendo sido de
fundamental importância a sua participação em atividades estaduais. Em
contrapartida se ausentou totalmente de outras, quer seja por falta de
iniciativa, quer seja por falta de pernas mesmo.
A FENAJUFE participou ativamente
nas eleições do Sindiquinze; nas eleições do Sisejufe/RJ, contra o
“peleguismo” da chapa concorrente; intermediou o processo eleitoral na PB,
DF, PR, AM, PA/AP, BA, MG e GO; intermediou a unificação do RS; a filiação
do Sindissétima; na formação do sindicato do Sergipe; de reuniões em TO, e
alguns Congressos estaduais; bem como participou de várias reuniões para a
formação ou unificação de entidades estaduais.
No entanto, muito ficou por ser
feito. Faltam condições para a realização de um acompanhamento efetivo de inúmeras
entidades. A direção da FENAJUFE praticamente não colocou os pés em estados
como RO, RR, AC, RN, MS e MT. Com exceção dos companheiros do RN e MT que têm
se inserido efetivamente no calendário nacional, (destacando-se o MT como um
dos 5 estados que fizeram a greve por tempo indeterminado em 2000), e
participado de atividades da FENAJUFE, nos demais estados não podemos dizer o
mesmo. De modo geral, há um isolamento de parte de nossa categoria. A não ser
pelo Boletim da Federação e raros telefonemas, esses companheiros não têm
tido a oportunidade de integração com o conjunto dos trabalhadores do Judiciário
Federal e MPU.
A mudança na composição da
diretoria da Federação, através da melhor distribuição geográfica, a
efetivação de um maior número de liberados e o aumento do numero de diretores
devem ser discutidos e aprovados por este Congresso, pois é determinante para a
realização de uma das tarefas básicas da FENAJUFE: a de integração nacional.
Representação do MPU
A discussão acerca da
representatividade do MPU se deu no Congresso de Fundação, sendo a FENAJUFE a
primeira entidade a representar os trabalhadores daquele órgão.
De lá pra cá, praticamente a
cada congresso ou plenária a discussão é feita. Foram realizados pelo menos 3
encontros nacionais onde discutimos uma política mais eficiente junto ao MPU.
A FENAJUFE também esteve
presente nos momentos mais importantes da luta dos servidores do MPU.
Recentemente, através do Sindjus/DF, a participação de nossa organização
foi determinante para a aprovação do PCS. Podemos dizer também que o acúmulo
em termos de discussão, propostas, e de condução da luta sempre esteve na mão
da FENAJUFE, através das entidades de base.
Há, no entanto, inúmeras
debilidades, a começar pela representatividade na maioria dos estados. Existe
hoje uma grande contradição, que no mínimo confunde a base do MPU, causando
grande prejuízo na concepção de classe dos trabalhadores deste órgão.
Ocorre que a maioria dos servidores do MPU estão sediados em Brasília e estão
maciçamente filiados à FENAJUFE através do Sindjus/DF. O mesmo acontece junto
ao Sintrajufe/MA, Sitraemg/MG, Sindjufe/MS e recentemente o Sindjus/AL, que tem
uma boa parcela da categoria filiada ao sindicato unificado. Por outro lado, nos
demais estados predomina as filiações ao SINASEMPU, o sindicato nacional, que
vem tendo uma política hostil à FENAJUFE.
Nesta gestão não se avançou
muito no sentido de integrar definitivamente os servidores do MPU. Num primeiro
momento a direção da FENAJUFE achou por bem apoiar alguns companheiros próximos
a nossa prática sindical na tentativa de formarmos uma direção no Sinasempu
onde pudéssemos iniciar um dialogo conjunto, já que com a antiga diretoria não
havia esta possibilidade devido às praticas sindicais por eles adotadas. Uma
vez que este grupo assumiu o sindicato, passamos a realizar várias atividades
conjuntas, concretizando uma ação conjunta da FENAJUFE/Sindjus e SINASEMPU na
aprovação do PCS do MPU. Foi também agendado um encontro nacional com as
bases representadas pelas duas entidades, onde seriam discutidos os rumos da
organização sindical deste setor. Antes de se concretizar essa ampla consulta
à categoria, a diretoria foi dissolvida pelo conselho fiscal por
irregularidades e desvio de dinheiro por parte de alguns diretores. Desde então,
muitos servidores do MPU vêm se filiando as entidades de base da FENAJUFE.
É mais do que chegada a
hora da FENAJUFE assumir efetivamente a luta de TODOS os trabalhadores do MPU. O
primeiro passo é termos um representante do MPU na direção nacional. O
segundo e fundamental é que a FENAJUFE precisa assumir definitivamente todos os
problemas relacionados ao MPU. É necessário que se avance da discussão do
macro, do atacado, e passe a discutir o miúdo, o varejo, o dia-a-dia do
trabalhador. Esta tarefa, logicamente não pode ser de responsabilidade da direção
da FENAJUFE, mas fundamentalmente tem que ser um compromisso das entidades de
base. Estas precisam realizar na prática o que dizem no discurso. Se
reafirmamos a política de unificação entre Judiciário e MPU, todos os
sindicatos de base da FENAJUFE devem realizar as ações necessárias para
garantir tal política. Por último, cabe a realização de uma ampla campanha
de sindicalização junto aos servidores do MPU.
Política Sindical Internacional
O relacionamento da FENAJUFE com
o movimento sindical internacional se dá basicamente através da Coordenadora
dos Trabalhadores do Judiciário do Cone Sul (que reúne a FENAJUFE, a Associación
Judicial Argentina e a Unión dos Empleados Judiciales do Uruguai).
Já ocorreram 9 encontros
entre estas entidades com algumas participações de delegações de outros países
como Chile, Paraguai, Equador e Venezuela.
Pode-se dizer que ao nível
das direções, os avanços foram muitos. Após tantos anos de convivência e de
vários encontros, superamos diversas etapas de relacionamento. Há hoje uma mútua
confiança entre as entidades que compõem a Coordenadora, apesar de termos
sidos forjados dentro de contextos históricos e realidades diferentes. Há uma
convergência na concepção sindical e uma unanimidade nos propósitos de
combater o imperialismo e a política neoliberal e neocolonizadora que estão
impondo à América Latina.
Através desse contato,
constatou-se que a realidade da América Latina é uma só, seja na política
econômica geral dos países, seja nos problemas específicos dos trabalhadores
do Judiciário. As Reformas no Poder Judiciário implementadas no Brasil e na
Argentina, e em curso no Uruguai, não são três reformas distintas. Trata-se
de uma mesma e única faceta com o mesmo viés político, balizada em um
documento do Banco Mundial que coloca os limites da atuação do Judiciário
para a América Latina.
A grande deficiência
desse fórum é a parca divulgação das discussões na base da categoria. Nesta
gestão discutiu-se muito esta necessidade, tanto da democratização da discussão
quanto da construção de atividades conjuntas que envolvessem todas a base da
categoria. Não houve avanços, pelo contrário.
Ao passo que no período
1995 a 1998 ainda se avançava na construção da Coordenadora; na identificação
dos companheiros de outras entidades; na definição da importância desse fórum
de discussão, na prática chegou a ocorrer um dia de mobilização
internacional com uma data onde todo o Judiciário do Cone Sul protestou e
paralisou suas atividades conjuntamente. Foi em outubro de 1996, quando tivemos
o ato do Bolo pelo desengavetamento do PCS e por um Judiciário justo e Democrático
- em frente ao Supremo com a presença de representante da Argentina e Uruguai.
Nestes países também ocorriam paralisações onde foram introduzidas bandeiras
comuns às três categorias. Também foram divulgados dois materiais conjuntos e
bilíngües, que foram distribuídos na base dos três países.
Se de 1999 a 2001
superamos os entraves as desconfianças, ampliamos as discussões e as reuniões
de direção, não passamos disso. O intercâmbio de informações ainda é
deficitário e o contato maior está se dando com os sindicatos da região
sul/sudeste, que tem sempre convidado representantes na participação de
eventos, palestras e greves. Não avançamos na divulgação dessa experiência
junto à base da categoria, limitando a discussão àqueles que participam dos
eventos da Federação.
Ações concretas nesse
sentido devem começar a ser implementada. O primeiro passo é a criação de um
jornal periódico e unificado da Coordenadora, divulgando a luta e as atividades
dos trabalhadores dos três países. Com a implementação do departamento de
comunicação da FENAJUFE, esse projeto pode ser iniciado sem muitos
transtornos.
Outra medida seria a
extensão da participação das reuniões ampliadas para as federações do
Uruguai e da Argentina, de forma que a presença de um companheiro acompanhando
as discussões facilitaria o intercâmbio de informações e possibilitaria a
construção de datas conjuntas.
Aposentados
A organização efetiva dos
aposentados dentro dos sindicatos iniciou-se com o I Encontro Nacional em março
de 1998. Neste encontro foi aprovado, dentre outras coisas, que o aposentado
deveria estar se integrando efetivamente na organização sindical, quer seja
através dos núcleos de aposentados.
Desde então muitas
entidades de base passaram a formar seu núcleos de aposentados: ocorre em SP,
MG, RS, SC, PR, RJ, BA, PE, CE, MA, PA/AM, DF e MT. Muitos núcleos estão
funcionando precariamente, não havendo reuniões periódicas. Outras entidades
desenvolveram uma integração maior, com encontros periódicos de aposentados,
efetivação dos núcleos estaduais. Por fim temos uma participação dos
aposentados nas Diretorias da Entidades.
Em abril de 1999 ocorreu
em BH o II Encontro de Aposentados da FENAJUFE, aprofundando a discussão a nível
nacional e deliberando sobre um calendário de luta contemplando muita atividade
dos aposentados a nível nacional.
Em tempos de FHC onde somos
diariamente compelidos a desunião, a presença do aposentado dentro do meio
sindical se torna um desafio que pouco a pouco vamos vencendo. É fundamental
que se extrapole a pseudo divisão entre ativo e aposentado. Mais do que nunca
enfrentamos os mesmos problemas e temos que unir forças para enfrentarmos o
inimigo único.
Diretoria, Administração e Finanças da FENAJUFE
Ufanismos ou excessos de modéstia
à parte, a atual diretoria da Federação avalia que apesar dos percalços e
deficiências que verificou-se no encaminhamento de várias questões de
interesse da categoria, conseguiu-se avançar no processo de consolidação e
estruturação de nossa entidade.
Dentre os pontos positivos
desta gestão destacamos:
Coesão da diretoria. A atual diretoria da federação termina o seu
mandato com grau de coesão e unidade que seria inimaginável para aqueles que
acompanharam o processo de negociação levada a efeito durante todo o 3º
Congresso da FENAJUFE, que aconteceu em abril de 1998, em Florianópolis, e que
culminou na formação de chapa única.
O que de fato ocorreu ao longo
destes últimos três anos de convivência foi o contrário do que se poderia
imaginar. Realmente iniciou-se o mandato com algumas incertezas, que em muito
pouco tempo foram superadas e predominando o debate político de alto nível e
fugindo-se da fulanização e procurando respeitar dentre outras coisas, a
heterogeneidade de pensamentos. Em vários momentos esta unidade foi de extrema
importância, principalmente nos momentos em que se requeria uma tomada de decisão
sobre temas polêmicos e urgentes, bem como no encaminhamentos das várias políticas
da federação.
As desconfianças e dificuldades
enfrentadas no início da atual gestão se deram principalmente pela postergação
do debate sobre os princípios e regras que deveriam nortear o processo sucessório,
o que acabou trazendo choques evitáveis e desnecessários que acabou deixando
de fora da direção entidades de grande representatividade e tradição de
luta. Também a falta de uma discussão mínima entre as direções e mesmo com
a base e delegados presentes ao Congresso foi outro fator que acabou tensionando
as negociações para composição de chapas além do necessário. Neste novo
Congresso pretende-se antecipar este debate, tendo a atual direção soltado
documento no início deste ano, onde sinaliza alguns critérios que entende
importantes a ser considerados na composição de uma nova direção nacional.
Melhora na estrutura material da FENAJUFE
Desde agosto de 1998 a FENAJUFE
funciona em sede própria, que compreende um andar inteiro do edifício Antônio
Venâncio da Silva, no SCS Q. 01, totalizando 386,96 m2 e um moderno auditório
para 80 pessoas, onde são realizadas as várias atividades da federação e
também de outras entidades do movimento sindical de Brasília. Apesar de
adquirida nesta gestão, não podemos deixar de registrar que o negócio
encontrava-se em estado bastante adiantado de negociações pela antiga
diretoria .
Também foram adquiridos novos
equipamentos de informática, interligados em rede e com acesso super-rápido à
internet através de linha ADSL, possibilitando contar com uma infra-estrutura
capaz de proporcionar uma considerável agilização na comunicação e
proporcionando a possibilidade de reuniões virtuais. Cabe lembrar também que a
Federação mantém um apartamento alugado na quadra 109 Sul, onde se hospeda a
diretoria e entidades com menor arrecadação, o que proporciona uma considerável
economia com os gastos de hotel.
Assessoria profissional
Um dos pontos nevrálgicos da
Federação, desde a sua fundação é a necessidade de assessorias
qualificadas. A FENAJUFE possuía em 98 um quadro de funcionários composto por:
1 secretária, 1 supervisor administrativo, 1 auxiliar para serviços gerais 1
encarregada da limpeza e assessoria parlamentar de um escritório ligado à área.
Hoje iniciou-se uma considerável mudança no sentido de termos um quadro de
profissionais com o perfil e em número suficiente que uma federação nacional
necessita. Trabalham na FENAJUFE: 1 secretária de diretoria (Marta), 2
auxiliares administrativos (Joana e Júnior), 1 auxiliar de serviços gerais
(Antônia), 1 administrador (Rodnei), 1 secretária política (Eliane), 1
assessor econômico (Washington), todos estes funcionários contratados dentro
do regime da CLT. Também há contratos de prestação de serviço feitos junto
à empresas especializada, como é o caso do escritório de advocacia Wagner e
Associados, que veio substituir o escritório Alino&Roberto na assessoria
jurídica e a Editora Vanguarda que presta serviços de comunicação . Ainda
nesta gestão será definida a contratação de nova assessoria parlamentar com
o perfil necessário a garantir o acompanhamento do anteprojeto de lei que trata
da revisão do PCS e também será substituída a assessoria de comunicação
buscando dar maior agilidade ao departamento .
Maior integração entre as entidades de base e a FENAJUFE
Cresceu significativamente nos
últimos anos a quantidade e o grau de participação das entidades em
atividades nacionais convocadas pela FENAJUFE. Também vem se mantendo uma
regularidade nesta participação, com a participação média de 17 entidades
presentes nos nossos eventos. Aquelas 11 faltantes têm que se inserir, pois se
observa que cresce cada vez mais o intercâmbio entre as entidades que
participam das atividades nacionais.
As deficiências desta gestão também são muitas:
Poucos diretores para atuar na FENAJUFE
A tarefa de acumular funções
na FENAJUFE e no Sindicato de Base as vezes tem sobrecarregado a diretoria
nacional. A falta de liberação de dirigentes é outro fenômeno que acaba por
sobrecarregar os poucos que conseguem a liberação. Muitos projetos foram
prejudicados pura e simplesmente pela falta de dirigentes com disponibilidade
continuada para acompanhar sua execução. Esta foi uma das maiores dificuldades
enfrentadas e que requer uma tomada de decisão no sentido de que a nova direção
a ser eleita neste 4º Congresso tome a decisão de entrar com ação judicial
cabível buscando a liberação de toda a direção com ônus para administração,
tão logo assuma.
Lentidão no encaminhamento das decisões nacionais pelas entidades de
base. Apesar do avanço na participação das entidades em atividades
nacionais, conforme já foi mencionado, verificamos em inúmeras oportunidades a
falta de encaminhamento das deliberações dos fóruns nacionais pelas
entidades. Digamos que em algumas oportunidades a falta de encaminhamento se
verifica pela falta de estrutura material e de pessoal, mas em outras tantas
oportunidades também se dá pela absoluta falta de compromisso de membros das
direções que sequer fazem chegar na categoria as deliberações havidas para
encaminhamento das demandas
Dificuldades no acompanhamento administrativo e financeiro.
Em documento divulgado no dia
11/12/00 na reunião ampliada realizada em Florianópolis, a direção da
FENAJUFE informou às entidades de base dos levantamentos que estava procedendo
nas finanças da federação em face do desligamento abrupto do antigo
administrador da entidade.
Em síntese, o documento informa
que após o pedido de demissão do ex-supervisor da Federação que alegava Ter
encontrado emprego melhor, a diretoria, cobrou uma prestação de contas do
funcionário e a regularização da escrita contábil da entidade, vez que
alegando a correria da Campanha Salarial e o trabalho na organização de atos,
reuniões ampliadas e greve, o referido administrador não vinha cumprindo a
contento com o seu mister, no que era cobrado insistentemente por membros da
diretoria.
Neste sentido, a diretoria
subordinou o aceitação do pedido de demissão a uma efetiva prestação de
contas, tendo marcado dia e hora para tanto, convocando além do funcionário, o
contador responsável pela escrituração contábil. Ocorre que diante desta
condição estabelecida para aceitação do pedido de demissão o funcionário
simplesmente deixou de comparecer, mesmo quando formalmente convocado, com
notificação registrada no Cartório de Títulos e Documentos.
Em face de aparente “fuga”,
todos os alarmes soaram na entidade e rapidamente tomou-se várias providencias,
como mudar senhas de contas bancárias, cobrança de um levantamento mais
acurado do escritório de contabilidade sobre os registros contábeis e outros.
Num rápido levantamento na sala do ex-supervisor administrativo, verificou-se
que, tendo saído às pressas, deixou grande bagunça de documentos contábeis,
notas fiscais. Não se sabe se a intenção com tal bagunça era dificultar de
forma deliberada o levantamento da situação.
O então contador da FENAJUFE à
época, veio informar que vinha enfrentando dificuldades e atrasos no
recebimento da documentação contábil para processamento. Cobrado do porque não
comunicou imediatamente a direção da entidade, alegou que o seu “contato”
era o referido supervisor, para o qual enviava as cobranças das pendências.
Diante desta informação, a
diretoria não se sentiu segura em continuar com aquele contador e resolveu de
pronto contratar novo escritório contábil para proceder a regularização da
escrita fiscal e proceder o levantamento de eventuais irregularidades. O antigo
escritório contábil foi mantido num primeiro momento e posteriormente
afastado, visando garantir sua colaboração no esclarecimento de quaisquer dúvidas
sobre as situações passadas. Frise-se que todo a movimentação contábil a
partir de então passou a ser feita pelo novo contador.
Finalizados levantamentos
iniciais, a partir da chamada conciliação bancária e processamento de
documentos pendentes, apurou-se uma diferença no caixa de aproximadamente cem
mil reais, acumulados em operações realizadas ao longo de muitos meses, sem a
devida comprovação de recibo ou notas fiscais.
Nos levantamentos que se
procedeu junto aos bancos, constatou-se saques de cheques diretamente na boca do
caixa pelo antigo administrador e mesmo o depósito em sua conta corrente pura e
simplesmente.
Com relação aos saques a
justificativa era que procedia-se o pagamento de várias contas com um único
cheque e fazia-se o suprimento do caixinha interno para pequenas despesas. Mas o
depósito de cheque da entidade em conta de funcionário jamais seria possível
ocorrer.
Profundamente surpreendida pelo
total apurado sem os devidos registros, pois até então o funcionário gozava
da confiança da diretoria. Imediatamente foi informado ao Conselho Fiscal, que
junto com a diretoria achou por bem a contratação de uma empresa de auditoria
que vem fazendo um levantamento de toda a contabilidade da FENAJUFE desde 1997,
período da contratação do administrador.
Nas verificações já
procedidas verificou-se que o antigo contador procedeu o registro contábil de
determinadas operações, sem os devidos recibos. Também se constatou que um
dos métodos utilizados pelo antigo administrador era fazer dois cheques para
pagar uma mesma conta. Numa primeira semana ele pegava a assinatura de um dos
diretores autorizados a assinar e repetia a operação depois.
São necessárias duas
assinaturas no cheque. Ordinariamente, um coordenador geral assina junto com um
de finanças. Como em Brasília não tem nenhum destes dois cargos ocupados por
servidor local, e nos plantões semanais nem sempre se tem um dos dois, a
diretoria deu poderes para a coordenadora executiva local.
Diante das primeiras comprovações
do suposto desvio, com a obtenção de cópia do microfilme de cheques
depositados diretamente na conta do ex-funcionário, a diretoria deliberou
contratar advogado criminalista para dar entrada em notícia crime, que
encontra-se tramitando junto ao 1º Distrito Policial de Brasília. Também
deliberou entrar com ação judicial de prestação de contas e medida cautelar
visando buscar a reparação do dano causado.
Toda esta situação tem sido um
incômodo muito grande para toda a diretoria, que preferia direcionar toda sua
energia e atenção para o encaminhamento das questões gerais da categoria. Uma
vez que se verificou, está coesa na defesa de uma apuração completa e
circunstanciada para apurar responsabilidades, pois se trata de dinheiro público,
da categoria.
Por outro lado, não podemos
deixar de registrar que este problema tem ocorrido em algumas de nossas
entidades, o que nos obriga a qualificar cada vez mais a nossa forma de
acompanhamento e fiscalização desta área tão sensível. Neste sentido a direção
da FENAJUFE já deliberou no seu âmbito e propõe como encaminhamento para suas
entidades de base, a realização de auditorias periódicas ao longo do ano nas
nossas contas, procurando evitar surpresas desagradáveis. Em que pese o custo
financeiro desta iniciativa, o ganho político vai ser proporcional, na medida
que vai evitar que situações irregulares venham dilapidar o patrimônio da
categoria.
Outra questão que precisamos
aprimorar é a forma de eleição e funcionamento do Conselho Fiscal, que
precisa ser pessoas individualmente consideradas e não entidades de base, que
por si indicariam o membro de sua diretoria que viria a cumprir tal mister.
Sinalizamos como ideal, a eleição de três titulares e respectivos suplentes,
determinando-se reuniões ordinárias semestrais e extraordinárias a qualquer
tempo que for necessário.
Com relação à prestação de
contas propriamente dita, o Conselho Fiscal estará finalizando e apresentando a
este 4º Congresso o seu parecer à partir da finalização da auditoria em
curso, que vai de julho de 1997 a julho de 2000, referente à todo o período
que o ex-supervisor administrativo trabalhou na FENAJUFE.
Para finalizar este tópico,
queremos reafirmar nosso compromisso de proceder todos os levantamentos necessários
para apurar eventuais irregularidades verificadas e responsabilização dos
responsáveis, bem como informar que, em que pese estes graves incômodos
relatados, esta diretoria procurou trabalhar com planejamento e racionalidade na
efetivação dos gastos da federação, e tanto isto se verificou que estamos
entregando as finanças com considerável reserva financeira.
Em face da melhoria na
racionalidade dos gastos e de uma considerável melhoria na arrecadação da
federação, que saltou de aproximadamente 40 mil reais no início desta gestão
para 80 mil no seu término, vários projetos que exigiram um aporte
significativo de investimento foram implementados, tais como compra de sede própria,
contratação de escritório jurídico, comunicação, assessoria econômica e
outros. Não obstante estes dispêndios, conseguiu-se manter uma reserva
financeira que funciona como fundo de mobilização cujo saldo da ordem de R$
185.000,00.
Resolve-se
1. Fica convocada
uma Plenária Extraordinária para apreciação das contas relativas ao período
em discussão, tendo em vista novo prazo solicitado pela auditoria, noventa
dias, para finalização dos seus trabalhos e análise do Conselho;
2. A realização de auditoria
independente uma vez por ano e reuniões trimestrais do Conselho Fiscal;
3. Fica estabelecido as
seguintes normas técnicas que devem ser formuladas, por escrito, sem prejuízo
de outras necessárias ao bom andamento da administração da entidade:
a) Que as transações sejam
processadas de acordo com os critérios ou específicos da administração;
b) Que as transações sejam
prontamente registradas pelas importâncias corretas;
c) O acesso a ativos seja
permitido somente de acordo com a autorização da Administração;
d) O registro contábil de
ativos seja comparado periodicamente com os ativos correspondentes e sejam
tomadas as medidas necessárias com respeito a quaisquer diferenças existentes.
4. Que sejam procedidas alterações
estatutárias no sentido de garantir o aumento do controle administrativo
financeiro da Entidade.
Mobilização - A
greve de 2.000, a vitória da conquista da URV e a elaboração do anteprojeto
do PCS
A Greve dos Servidores
O ano 2000 começou com muitas
atividades no sentido da construção de uma Greve Geral no serviço público.
Foram várias plenárias, o lançamento da Campanha no Congresso Nacional, atos,
paralisações culminando com a deflagração de uma das maiores greves do setor
público dos últimos anos.
A greve foi forte, com a
participação de quase todos os setores do serviço publico federal. Foi também
uma greve de resistência, na medida em que o movimento teve uma duração de
mais de dois meses em quase todos os estados da nação.
Além da abertura de
negociações com o governo Federal nas questões gerais da categoria, o
movimento grevista proporcionou o avanço de várias reivindicações específicas.
De certa forma esta foi uma das estratégias do governo para dividir o
movimento, muitas categorias passaram a encontrar o caminho aberto para suas
reivindicações junto aos seus órgãos específicos. Foi o caso dos Judiciários
com a formação do Grupo de Trabalho para a Carreira Exclusiva e a revisão do
PCS e o julgamento dos 11,98% pelos Supremo.
Outro aspecto muito
positivo da greve foi a democratização da discussão sobre a situação do
serviço público no Brasil e a questão salarial do funcionalismo, há 5 anos
sem reajuste linear. Em 2000 não enfrentou-se a resistência pesada da mídia e
da sociedade que enfrentou-se em 96, fruto de um desgaste do próprio governo e
da força do movimento.
Apesar do movimento ter
acabado sem a conquista da reivindicação principal, que era a data-base,
trouxe novas expectativa à uma categoria que não conseguia unificar a luta há
mais de 4 anos. A Greve levou para as ruas o FORA FHC e o FMI, que mais tarde
foi absorvido, mesmo que timidamente, pela CUT. A greve ampliou o debate sobre a
política pública, rompendo um tabu na administração tucana, onde a pauta
econômica monopolizou o debate no Congresso Nacional. Formou-se a Comissão
Parlamentar em defesa do Serviço Publico dentro do Congresso Nacional e inúmeros
debates junto a sociedade organizada puderam ser feitos, escancarando o massacre
que FHC vem fazendo na área social.
Por último, e talvez o
mais significativo de todos os elementos a ser analisado, é que a greve dos
servidores trouxe novamente no seio dos trabalhadores a possibilidade de luta.
Novos ventos passam a soprar junto a classe trabalhadora. Abre-se uma
expectativa mais otimista, no sentido que a greve volta a ser novamente uma
forma concreta de luta, que o caminho da unidade da ação já está asfaltado
para 2.001 e que é possível a classe trabalhadora virar o jogo e partir para a
ofensiva, derrotando o projeto neoliberal.
As Negociações
No Judiciário a greve foi
parcial. Ocorreram paralisações em vários estados, no mês de maio houve
muita agitação, atos manifestações, mas a greve mesmo por tempo
indeterminado ocorreu em Estados. A greve longa e ininterrupta ocorreu no
Pernambuco, Mato Grosso, Santa Catarina e rio Grande do Sul. Os problemas nos
Estados foram muitos, passando por conjunturas locais desfavoráveis como
gratificações concedidas pelos tribunais, repressão por parte das administrações,
até despreparo de alguns sindicatos estaduais que acabaram por não chamar
adequadamente a categoria para a luta.
No entanto, mesmo com esta
paralisação parcial, antes mesmo do fim do movimento a FENAJUFE já havia sido
recebida pelo presidente do Supremo e já em julho se instalou um grupo de
trabalho (GT) para discutir questões específicas da categoria.
Inicialmente este GT discutiu,
elaborou e encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei n. 43/2.000
criando a Carreira Exclusiva para todos os Servidores do Judiciário Federal.
Mais tarde a FENAJUFE
passou a participar de outro GT, este mais amplo, envolvendo representantes de
todos os Tribunais superiores, TJ/DF, Conselho de Justiça Federal e do Supremo
par discutir mudanças na tabela salarial da lei 9.421/96, o nosso PCS.
Durante todo o segundo
semestre de 2000, ocorreram reuniões semanais do GT, onde diretores da FENAJUFE
mais a sua assessoria econômica apresentaram, discutiram e aprovaram quase
todos os estudos (somam-se mais de 80 páginas) que vinha-se fazendo em reuniões
de Trabalho no decorrer dos últimos anos. A participação da FENAJUFE foi
fundamental para a elaboração deste anteprojeto, que agora encontra-se nas mãos
do presidente do Supremo, para que conforme acordada seja encaminhado para o
Congresso Nacional para que converta-se em lei.
Metade da tarefa foi
feita, com certeza haverá necessidade de muita mobilização da categoria para
corrigirmos nossa tabela salarial e minimizarmos as distorções que enfrentamos
no Judiciário e que vem corroendo a dignidade dos trabalhadores do Judiciário.
As Paralisações da Justiça Eleitoral e o Julgamento da URV
A FENAJUFE possuía informações
de que havia sido liberada verba suplementar para os Tribunais Eleitorais no ano
eleitoral de 2000. Após a greve geral dos Servidores, os encaminhamentos do GT
do Supremo sobre a Carreira Exclusiva e a luta pelo pagamento da URV tornaram-se
as principais bandeiras, constatando-se que seria mais fácil pressionarmos
através da Justiça Eleitoral devido.
Em uma reunião da FENAJUFE com
o Diretor Geral do TSE foi apresentado uma pesquisa dos servidores do TRE/ MG,
onde os servidores declaravam que iriam entrar em greve, o TSE liberou verba
para o pagamento naquele Estado.
Não tardou a notícia se
espalhou e os servidores de São Paulo, numa das maiores assembléias realizada,
resolvem parar as atividades no dia 13 de setembro pelo pagamento dos 11,98%.
Diante do impacto que houve na mídia
e junto aos partidos políticos, o movimento tomou proporções nacionais.
A FENAJUFE organiza rodada
nacional de assembléias com perspectiva de uma nova paralisação nacional dos
TREs para o dia 26 de setembro, ao passo que forçava reunião com a presidência
do TSE. Para surpresa de todos, as vésperas da eleição vários tribunais
organizam paralisações parciais, tendo havido greve de 24 horas nos TREs de São
Paulo, Minas Gerais e com a inédita paralisação de 100% dos servidores do
TSE.
Com grande destaque na imprensa,
o papel das lideranças sindicais e dos comando de greve nesse momento foi
fundamental. Diferente da greve de resistência do semestre anterior, a greve
nas Justiças Eleitorais foi cirúrgica. Cada passo necessitava de grande reflexão
para não cometer erros. Tanto os servidores, como a direção do movimento,
quanto as administrações dos Tribunais sabiam que poderia-se inviabilizar as
eleições em várias capitais do país.
Junto à imprensa, que
acompanhava passo a passo, era necessário não passar uma imagem negativa à
democracia. Junto à administração dos Tribunais era necessário bater na
mesa, como foi feito no TSE e dizer que iríamos entrar em greve por tempo
indeterminado caso não fosse julgado a URV. Para categoria era necessário
segurar a turma do “tudo ou nada” e ao mesmo tempo não deixar esmorecer a
disposição de luta dos que estavam nas ruas.
Enfim, após várias
tentativas de frustrar o movimento, o Supremo julga a adin da PB e nega o
direito ao atrasado. Tudo parecia perdido quando o TSE aprecia
administrativamente a URV e concede o direito pleno aos seus servidores. Foi
neste julgamento que novas certezas começaram a pairar sobre toda a categoria,
principalmente pelo fato de que no TSE, 3 ministros são do Supremo, e portanto
já manifestaram seu posicionamento.
Mais mobilização, mais
pressão, agora no TRE de São Paulo, muitas reuniões com os presidentes de
Tribunais em Brasília, muitos documentos preparados e protocolados e finalmente
ocorreu aquilo que pode ser considerado a quebra de um dogma: o Pleno do Supremo
Tribunal Federal, pela primeira vez em mais de 100 anos de instauração da
corte muda seu posicionamento e reconhece o direito dos servidores do Judiciário
a receber integralmente os 11.98% retroativo a 1994.
O significado da conquista
dos 11,98% extrapola bem mais os R$ 2.000.000,00 que a categoria passou a
receber, resgatando um direito que nos foi retirado em 1994. A vitória dos
11,98% trata-se da primeira vitória concreta dos servidores sobre a política
neoliberal de FHC.
O impacto foi profundo. A
impressão que se tem é que o governo foi pego desprevenido. Desde então, o
respeito e reconhecimento da FENAJUFE aumentou muito, quer dentro da cúpula do
Judiciário, passando pelo Congresso Nacional, e principalmente junto a
categoria. Foi um momento impar na história da nossa Luta.
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