Encontro de mulheres se encerra neste domingo (10) com aprovação de carta contra violência política de gênero

Documento repudia violência em ambientes presenciais e virtuais que atacam e tentam deslegitimar a luta das mulheres

O último dia do Encontro Nacional de Mulheres discutiu e apresentou ações de boas práticas realizadas ou que podem ser construídas pelos sindicatos de base para promoção do bem-estar não apenas das servidoras, mas para a sociedade como um todo e a implementação de paridade no corpo diretivo da Federação.

As discussões sobre os dois pontos foram feitas em grupos previamente divididos. Sobre as boas práticas, as participantes relataram inúmeras dificuldades que vivenciam cotidianamente como servidoras, mulheres e mães sindicalistas e pontuaram a necessidade de atuação dos sindicatos para as questões.

Para citar apenas uma delas, o apelo maior foi para que os sindicatos criem alternativas para acolhimento de vítimas de assédio e outras formas de violência que assombram o dia a dia de mulheres em vários espaços, seja em locais de trabalho seja na vida pessoal. Outras questões que foram apresentadas como propostas serão encaminhadas para a diretoria executiva.

Uma carta com o mote “Mudar a vida das mulheres para mudar o mundo; mudar o mundo para mudar a vida das mulheres” foi construída pelas participantes contra todas as formas de violência. O documento destaca as agressões virtuais que tem se proliferado absurdamente como ferramenta de ataques machistas e misóginos.

Em um trecho da carta, as assinantes registram que “No espaço sindical, o machismo se reproduz como em todo grupo social e se intensifica pela disputa por espaço político, manifestada em micro violências cotidianas que tentam deslegitimar a ocupação dos espaços de decisão e poder por mulheres em nossa categoria, em especial nas redes sociais”.

A carta será divulgada posteriormente. Já o evento, que teve sua última edição em 2019 foi muito elogiado e considerado um marco da atuação desta atual gestão.

Em sua rápida participação no Encontro, a deputada federal Erika Kokay (PT/DF) foi bastante aplaudida quando em sua fala, reafirmou sua luta contra todas as violências que sofrem as mulheres. A parlamentar destacou que as mulheres sofrem violências que não conseguem dimensionar e que existe uma culpabilização social que pune a mulher por isso.

Sobre o nível superior (NS) para os técnicos judiciários, a deputada garantiu que a ADI da Procuradoria da Geral da República que aponta vício de iniciativa após dois anos do NS ter se tornado lei, é descabida e que vai atuar para derrubá-la.

#GlauberFica

Erika lembrou, ainda, a perseguição política que o deputado federal Glauber Braga (Psol/RJ) está enfrentando e todas as mulheres presentes manifestaram apoio ao deputado. Glauber está sendo acusado injustamente por suposta quebra de decoro parlamentar, o que na verdade é uma perseguição política.

A acusação é por ter expulsado da Câmara, no dia 16 de abril, um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) após reagir a uma série de insultos e constrangimentos. O Conselho de Ética aprovou, ainda no mês de setembro, a admissibilidade da representação (REP 5/24) do Partido Novo contra Glauber Braga. A equipe de gabinete do parlamentar divulgou, o abaixo-assinado #GlauberFica em apoio ao parlamentar. Assine aqui: https://nossaluta.com.br/glauber-fica/

Paridade de gênero na Diretoria Executiva

A advogada Larissa Awwad da Assessoria Jurídica Nacional da Fenajufe (AJN- Cezar Brito Advocacia) comandou as discussões acerca da implementação do Artigo 4º do Regimento Eleitoral da Fenajufe, aprovado no último congresso (11º Congrejufe) realizado em 2022.

O artigo diz que do número dos membros inscritos, para composição das chapas para a diretoria executiva da Fenajufe, cada chapa deverá ser preenchida com o mínimo de 30% de quota para negros (as) e 50% de quota para mulheres.

Nesse ponto bastante esperado pelas participantes, as mulheres reforçaram a importância do cumprimento do artigo como foi proposto em 2022 e que passará a valer a partir de 2025 para eleição da nova gestão. Sugestões de redação e inclusão de alguns itens foram apresentadas como propostas.

O encerramento foi marcado por uma dinâmica onde as mulheres leram frases machistas que são ditas cotidianamente e que precisam ser eliminadas do universo feminino.

Logo após essa brilhante intervenção feminina, foi feita a leitura da carta construída pelas participantes contra as violências políticas e de gênero. A missiva será divulgada posteriormente.

Durante o Encontro de Mulheres, Oficialas de Justiça fizeram um chamado para todos os oficiais da categoria do PJU contra a criação de sindicato próprio nacional de oficiais . Vamos dizer NÃO à divisão!!

Lúcia Bernardes, fundadora da Fenajufe, liderança nacional de oficiais de justiça de todo país, referência histórica, que lutou pela gae apesar dela mesma não ter direito a recebê-la. Exemplo de luta pelo coletivo! Nossa líder manifesta sua preocupação com a criação de um sindicato próprio dividindo a categoria. Atendendo ao pedido da Lúcia, a Fenajufe chamará reunião virtual para o próximo 21/11 com oficiais de todos os sindicatos filiados, em breve, mais detalhes!

Joana Darc
Jornalista da Fenajufe