Em reunião com DG do STF, coordenadores do Sindjus-DF cobram apoio à GAJ de 100%

Dirigentes também pedem apoio à votação dos PLs 319/07 e 6613/09

Os coordenadores do Sindjus-DF Cledo Vieira e Jailton Assis se reuniram, na tarde desta terça-feira (11/12), com o diretor-geral do STF, Fernando Silveira Camargo, para tratar das pendências do Supremo em relação à pauta dos servidores. O sindicato informa que esse foi o primeiro encontro com a equipe que assumiu após a posse do ministro Joaquim Barbosa como presidente do Supremo. Além do DG, participaram o chefe de gabinete da presidência, Sílvio Albuquerque, e a assessora da Diretoria-Geral, Daniela Duarte.

Os dirigentes fizeram um histórico sobre a luta pelo reajuste salarial, que começou em 2008 com a instalação da comissão interdisciplinar. “Depois de o Judiciário cortar os 80%, não enviar os 56% na data certa, garantir os 33% é o mínimo que pode fazer”, afirmou Jailton Assis, ressaltando ainda que “o nosso objetivo com essa reunião é abrir um canal de diálogo com a nova equipe que assumiu junto com o presidente Joaquim Barbosa para buscar a compensação das perdas que os servidores tiveram nos últimos seis anos. Perdas que refletem nos 30% de evasão enfrentados pelo Judiciário atualmente”.

Segundo o Sindjus-DF, o DG reconheceu a desvalorização da categoria. “Todo mundo percebe que o servidor do Judiciário perdeu muito e que se encontra em um cenário de desvalorização. Vários trens passaram e o Judiciário ficou parado”, disse.

Os coordenadores do Sindjus-DF também cobraram do STF uma postura diferenciada do presidente Joaquim no tocante à pauta dos servidores e empenho para garantir a GAJ de 100% e a aprovação do 319/07 e do PL 6613/09.

Fernando Camargo, embora tenha admitido o cenário de desvalorização salarial vivido pelos servidores, não se comprometeu em tomar providências em relação a esses pontos. Repetiu inúmeras vezes que eles estão assumindo agora e que ainda precisam tomar pé da situação. Disse também que assumiram em um momento delicado, pois a negociação, por exemplo, pela GAJ de 100% não foi feita por eles.

Na avaliação do sindicato, por mais que a equipe seja nova, esses temas já fazem parte do dia a dia da administração do tribunal, uma vez que a GAJ de 100% foi um compromisso assumido pelo então presidente Ayres Britto em nome de todos os ministros do Supremo, inclusive de Joaquim Barbosa. Os coordenadores ressaltaram que a categoria espera uma postura mais firme do STF, pois a parceria com presidentes pela conquista dos PCSs só deu certo em 2002 e em 2006 com os presidentes Nelson Jobim e Ellen Gracie, respectivamente. De lá para cá, segundo Cledo, três presidentes passaram pelo Supremo sem conseguir implantar plano algum.

“Será que o STF deixou de ter condições de defender seus projetos frente aos outros poderes?”, pergunta Cledo, reforçando que nos últimos seis anos tudo o que os presidentes fizeram, prometeram e acordaram não se viabilizou. “Gilmar Mendes vendeu a ideia que uma tabela menor seria mais facilmente aprovada pelo Congresso; a categoria acreditou. Peluso firmou acordo com Lula pela aprovação dos 56%; a categoria acreditou. Ayres Britto enviou outro plano; a categoria acreditou. E agora, vai acreditar em quê? Por que as únicas respostas concretas que os servidores tiveram até hoje vieram do Palácio do Planalto”, indagou Cledo.

Os coordenadores frisaram que o Supremo não conseguiu cobrar os 100% da GAJ do Executivo e também não articulou recursos próprios para garantir o percentual acordado com os servidores. “Até quando o STF e o CNJ vão deixar nossos planos nas mãos do Executivo ou do Legislativo”, desabafou Cledo, que fez questão de levar ao DG o grau de insatisfação da categoria com a cúpula do Judiciário.

Audiência com Joaquim Barbosa em janeiro

De acordo com o Sindjus-DF, na reunião o chefe de gabinete da presidência, Sílvio Albuquerque, disse que o presidente Joaquim Barbosa é sensível aos pontos levantados pelo sindicato que dizem respeito à desvalorização dos quadros do Judiciário e ficou de levar até ele todas as reivindicações feitas pelo sindicato. Sílvio garantiu que agendará uma audiência com o presidente Joaquim Barbosa para o fim de janeiro, uma vez que agora ele ainda está envolvido na Ação Penal 470, além da chegada do recesso.

O Sindjus-DF informa que vai preparar a pauta da reunião com o presidente Joaquim, onde vai cobrar a aprovação do PL 319/07 e do PL 6613/09, bem como a instalação de uma comissão interdisciplinar para reabrir as discussões sobre a carreira.

Fonte: Sindjus-DF

Foto: Valcir Araújo/Sindjus-DF

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