Caracas: Um marco na história para a construção do socialismo

Por Francisvaldo Mendes* – 23/01/06

O Fórum Social Mundial em Caracas no ano de 2006 mostrará que uma nova perspectiva de luta se abre para o mundo e a construção de uma outra sociedade é possível, haja vista, a insatisfação que os povos têm demonstrado seja contra a invasão do Iraque pelos EUA ou elegendo líderes populares.

O projeto político neoliberal já deu mostras de esgotamento em todos os seus âmbitos. A recomendação do Banco Mundial por políticas compensatórias para amenizar as contradições sociais não tem sequer respondido às necessidades básicas da humanidade, pois o sistema capitalista, com a lógica de sugamento de pequenos capitalistas pelos grandes capitalistas – e conseqüentemente a exploração cada vez maior do povo – vem aumentando a exclusão social e as desagregações cada vez maiores dos trabalhadores e trabalhadoras.

A construção de alternativas socialistas e a perspectivas de luta dos trabalhadores e trabalhadoras se fortalece com as atitudes claras, objetivas e com vontade política de lideranças, organizações, governos e movimentos sociais que se colocam contra o projeto neoliberal, que seja anticapitalista e antiimperialista, enfrentando a cooptação ideológica que o projeto neoliberal causou nas mentes e corações de muitos militantes de esquerda.

O FSM de Caracas poderá aprofundar as experiências dos governos da América Latina e traçar uma contra-ofensiva, matando de vez o projeto neoliberal, seguindo a vontade dos povos de países como Cuba, Venezuela, Bolívia, Chile entre outros, onde a vontade política da população é contra a política imposta pelos EUA.

No dia 22 de janeiro de 2006, tomou posse na Bolívia um líder popular para a presidência, demonstrando que a eleição é um momento importante para questionarmos o projeto neoliberal, mas devemos ter claro que este instrumento é apenas uma bandeira das muitas que os movimentos sociais e os trabalhadores e trabalhadoras terão que levantar para derrubar o sistema capitalista.

A organização dos trabalhadores e trabalhadoras e sua constante mobilização são outro mecanismo de pressão para que representantes do povo não sejam cooptados dentro e fora das estruturas burguesas e o papel de dirigentes populares, sindicais e governos é a fomentação e agudização das contradições do sistema capitalista para que possamos mostrar ao povo que o esse modelo serve apenas aos capitalistas (Banqueiros, Agroindustriais, latifundiários, industriais etc.).

Portanto, o FSM de Caracas terá um papel fundamental diante da realidade que estamos vivendo em muitos países e dará a demonstração clara de quem realmente quer construir alternativas para a luta do povo, apresentando ao mundo a possibilidade de constituirmos sociedades livres e soberanas, enfrentando a política imperialista dos EUA e construindo a união dos trabalhadores e trabalhadoras na construção do socialismo.

* Francisvaldo Mendes é diretor executivo da CUT Nacional

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