Sob o falso argumento de remanejar recursos para socorro a empresa, bancos e, quem sabe, a trabalhadores, Rodrigo Maia, obedecendo ao que lhe determina seus verdadeiros patrões – as corretoras de investimentos no mercado financeiro – anunciou na quinta-feira, 19, que estuda acelerar a aprovação da PEC Emergencial, que permite a redução da trabalho e salários dos servidores e servidoras públicos.
O pontapé inicial foi dado pela economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, na quinta-feira, 19 (acesse AQUI), em entrevista à GloboNews. Para a mulher que desconhece a pobreza e miséria do brasileiro comum, o enfrentamento da crise no momento passa pelo corte de salários no setor público.
Foi uma ordem. Maia obedeceu e o O Globo de ontem, 20 de março, sacramentou no editorial “Funcionalismo tem de dar sua contribuição”. Nos dois casos, em nenhum momento, nem um pio sequer foi dado sobre taxar grandes fortunas e suspender o pagamento da dívida pública como meios de obtenção de recursos. Nada. Tanto O Globo quanto a XP Investimentos preferem sugar o sangue dos trabalhadores privados e públicos, a reduzir margens de lucro ou mexer no paraíso nababesco que a elite financeira do país vive.
O balaio de maldades de Maia, Guedes e Bolsonaro – chancelado muitas vezes pelo próprio STF – não para por aí. Ele ainda prevê que as empresas possam conservar o lucro em meio à crise, demitindo e reduzindo salários, vergonhosamente.
O problema é que a medida, se implementada, vai agravar profundamente a crise econômica que já vivíamos provocada pela incompetência absoluta do governo Bolsonaro, dando a ela contornos de catástrofe com proporções apocalípticas.
Retirar dinheiro de circulação como quer Maia e Bolsonaro é exatamente o oposto das medidas implementadas no Estados Unidos, China e Europa no enfrentamento à crise do coronavirus. É o caminho errado.
A Fenajufe, diante do cenário ora posto, acionou as Assessorias Jurídica Nacional, Econômica e Parlamentar para construção de saídas ao problema posto. A Federação convoca ainda seus Sindicatos e o conjunto de Servidoras e Servidores ao enfrentamento incisivo aos abusos perpetrados contra o povo brasileiro por este governo e parte podre do Congresso, associados ao quinhão da imprensa que se tornou porta-voz do mercado e dos interesses dos ricos.
De imediato, uma certeza grassa: Maia, Guedes e Bolsonaro perderam a capacidade de liderar em meio à crise. São agora, apenas advogados do interesse do poder econômico, dos bancos e grandes corretoras financeiras.