A Fenajufe se reuniu na tarde desta segunda-feira (17) com o Ministro de Estado-Chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias.
A reunião foi agendada pelo Diretor Jurídico da Fenajufe, Thiago Duarte Gonçalves, e teve a participação das coordenadoras Lucena Pacheco, Soraia Marca , do também coordenador Roberto Policarpo e do advogado membro da AJN, Paulo Freire. Dr. Cézar Britto não pode acompanhar a audiência, pois acompanhava reunião do Conselho Federal da OAB cujo tema era o mesmo.
Como pauta, os dirigentes trataram da ADI nº 7.338/DF, ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF), em 13 de janeiro de 2023, que questiona a exigência de curso de nível superior (NS) como requisito para ingresso no cargo público de técnico judiciário (Lei nº 14.456/22).
Ainda participaram da reunião Isadora Cartaxo, Secretária-Geral do Contencioso da AGU; e a deputada Erika Kokay (PT-DF), autora das emendas ao projeto que garantem o nível superior para técnicos e a essencialidade do cargo de técnicos e analistas judiciários.
A ADI 7338 foi ajuizada no STF por uma associação contrária à alteração no nível de escolaridade para ingresso no cargo de técnico, alegando inconstitucionalidade. A argumentação da citada associação é que a alteração “provém de iniciativa do Poder Legislativo, e não do Poder Judiciário” uma vez que ocorreu por emenda parlamentar.
No entanto, a assessoria jurídica da Federação defende que a “norma citada não padece de inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa, já que a emenda apresentada na Câmara dos Deputados não cria e nem extingue cargos. Somente nestes casos a iniciativa privativa seria do Poder Judiciário. Exigir nível superior para ingresso no cargo de técnicos não se confunde com o aumento da escolaridade para ingressar no cargo”
Após ouvir os dirigentes, o ministro foi sensível às argumentações e considerou pertinente ao que foi exposto e contra-argumentou que na própria Advocacia Geral da União, já se discute o nível superior para ingresso em cargos de nível tecnico no órgão.
Confira detalhes da reunião no vídeo do coordenador jurídico:
Após o nível superior para o cargo de técnicos judiciários se tornar a Lei 14.456/2022, a Federação tem lutado para garantir que a norma seja cumprida em sua totalidade. Nesse sentido tem atuado junto ao Poder Judiciário, Conselhos e demais órgãos em sua defesa, inclusive na Procuradoria Geral da República (PGR), ressaltando que não há impedimento, “materialmente argumentando”, para se estabelecer o requisito de nível superior para os técnicos”
Conselho Federal da Ordem os Advogados do Brasil
Em sessão do Pleno ocorrida nesta segunda-feira(17), conselheiro do Conselho Federal da OAB pediu vistas ao processo que envolve a ADI 7338. O desfecho foi decorrente de atuação da Federação. O advogado Cezar Brito acompanhou a sessão.
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Relembre a luta pela vitória do NS em 2022
A publicação da Lei 14.456/22 — que estabelece o nível superior como requisito de ingresso no cargo de técnico judiciário do PJU — foi uma grande vitória da Fenajufe para a categoria que, ao longo de 15 anos, lutou pela conquista do NS.
Em 2022, o PL 3662/21, do TJDFT, foi aprovado no Congresso Nacional em agosto com duas emendas articuladas pela Federação: uma que tratava da essencialidade dos técnicos e analistas para a atividade Judicial e, a segunda, que estabelecia o nível superior para ingresso na carreira de técnico judiciário.
No dia 21 de setembro foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a Lei nº 14.456/22 com veto de Jair Bolsonaro aos artigos 1º e 4º do projeto, objetos do veto nº 51/2022, que tratavam do ingresso para o nível superior. Dessa forma, a Fenajufe, Sindicatos de base e entidades parceiras, como a Assejus, iniciaram uma verdadeira batalha pela derrubada do veto com forte atuação no Congresso junto aos parlamentares.
Já no dia 15 de dezembro, com a presença e atuação da Fenajufe e Sindicatos, o Congresso Nacional derrubou, durante sessão conjunta no plenário da Câmara dos Deputados, o veto de Jair Bolsonaro ao NS.
Joana Darc Melo