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‘Queda’ de Bolsonaro e prisão de Temer marcam semana do 1º ato contra a PEC da Previdência

Sindicatos

Semana foi marcada por divulgação da pesquisa do Ibope que aponta que governo despencou 15 pontos percentuais, prisão de Michel Temer e ameaças de Rodrigo Maia na articulação para aprovação da PEC; atos acontecem nesta sexta (22).

Sintrajud (SP)
Hélcio Duarte Filho e Shuellen Peixoto

Nesta sexta-feira, 22 de março, em todo o país estão marcadas manifestações contra a Proposta de Emenda Constitucional que muda o sistema previdenciário brasileiro (PEC 6/2019). Os atos contra a PEC, apontada por opositores como um golpe que poderá levar ao fim da Previdência Social no Brasil e ao direito à aposentadoria, acontecem ao fim de uma semana com fatos políticos de grande repercussão e desgaste do atual presidente.

Após a viagem presidencial aos Estados Unidos, no início da semana, Jair Bolsonaro vem sendo criticado por diversos analistas por ter levado o filho, o deputado federal paulista Eduardo Bolsonaro (PSL), em uma missão oficial e pelo anúncio de vários acordos sem contrapartida estadunidense, como a entrada livre de turistas daquele país no Brasil enquanto brasileiros não têm o mesmo tratamento no sentido inverso.

Na manhã desta quinta feira, 21 de março, o ex-presidente Michel Temer foi preso em mais uma força-tarefa da operação Lava-Jato. Além do ex-presidente, também foram presos o ex-ministro Moreira Franco no Rio e João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo de Temer. No mesmo dia da prisão, o presidente da Câmara e genro de Moreira Franco, Rodrigo Maia (DEM), anunciou que deixará a articulação política pela ‘reforma’ encaminhada por Bolsonaro ao Congresso. Segundo a reportagem do O Estado de S.Paulo, Maia tomou a decisão após virar alvo de novo ataque do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), outro filho do presidente, no Twitter.

No dia anterior às prisões, o Ibope divulgou pesquisa que aponta que três em cada dez pessoas que apoiavam o presidente Jair Bolsonaro (PSL) quando ele tomou posse, em janeiro, mudaram de opinião antes do governo completar 100 dias.

Segundo a pesquisa, Bolsonaro caiu 15 pontos percentuais no período, enquanto o índice de quem considera seu governo ruim ou péssimo subiu 13 pontos. O percentual da população que considera o atual governo bom ou ótimo caiu de 49% em janeiro para 39% em fevereiro, e bateu 34% em março. Consideram o governo ruim ou péssimo 24%, enquanto 34% o avaliam como regular – 8% não souberam avaliar. É o pior desempenho de um presidente eleito pelo voto direto num primeiro mandato desde a redemocratização do país.

A pesquisa foi divulgada no momento em que a PEC da Previdência começa a tramitar na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara dos Deputados. As 2.002 entrevistas que compuseram a amostra foram realizadas pelo Ibope entre 16 e 19 de março. Embora já reflita a repercussão do anúncio da proposta de mudanças na Previdência, ainda não traz o impacto da tramitação da matéria no Legislativo. A Comissão de Constituição e Justiça, primeira etapa de avaliação da PEC 6/2019, só foi instalada após o Carnaval, no dia 13 de março.

A campanha contra a proposta começa agora a ganhar mais corpo. Nove centrais sindicais, além de sindicatos e movimentos sociais, convocaram para esta sexta-feira (22) a primeira manifestação nacional contra a PEC 6/2019. Haverá atos em dezenas de cidades do país. A mobilização integra a articulação por uma possível greve geral que pare o país em defesa do direito à aposentadoria.

“O desgaste do governo que se verificou nesta semana e o acirramento das disputas no condomínio do poder e entre os grupos que compõem o núcleo do governo, como os deputados que, em sua maioria, nesses momentos sempre buscam “aumentar o passe” nas negociações para aprovar pautas do Executivo, podem ser um bom momento para uma forte mobilização impor a derrota da ‘reforma’ da Previdência de Bolsonaro. Embora o fim da Previdência seja uma pauta de todos eles. A unidade dos trabalhadores do setor público e da iniciativa privada garantiu barrar a ‘reforma’ proposta pelo então presidente Michel Temer, em 2017. Agora estamos num bom momento para mostrar à população que esta ‘Nova previdência’ do Bolsonaro é ainda pior que a PEC 287″, afirma Tarcisio Ferreira, diretor do Sintrajud e servidor do TRT-2.

Em São Paulo,  o ato unificado, que reunirá diversas categorias dos setores público e privado,  acontece a partir das 17 horas, no vão do Masp.  Antes, os servidores do Judiciário Federal vão se concentrar em frente ao Fórum Pedro Lessa da Justiça Federal, às 16 horas. Participe!