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Medida eleitoreira: Jackson promete mais de 600 vagas no serviço público

Sindicatos

Sindjuf/SE

Em seu último ano de mandato e prestes a deixar o cargo para concorrer ao Senado, o governador Jackson Barreto resolveu anunciar concursos públicos para quatro áreas diferentes. A oferta é bem vistosa e atrativa: 661 vagas distribuídas entre Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, agentes penitenciários e gestor público. Como de praxe, governantes decidem “trabalhar” no fim de seus governos, principalmente, se pretenderem um novo mandato.

Artifício meramente eleitoreiro, Jackson não está interessado em solucionar o problema de segurança em Sergipe. Ele usa dessa batida artimanha para atrair votos, prometendo emprego num país de 13,1 milhões de desempregados. No Palácio dos Despachos, onde aconteceu o lançamento dos editais na manhã de hoje, 3, Jackson enfatizou a necessidade de ampliar a segurança pública, por meio do aumento do efetivo, e lembrou que está cumprindo a promessa de publicar tais editais antes de sair do governo.

Embora venha atrasando e parcelando há meses o salário dos servidores, sempre alegando a crise nas contas do estado e do país, Jackson decidiu que, agora, contratará mais pessoal. Se o estado está quebrado, como o governador gosta de afirmar repetida e descaradamente, de que forma contratará mais servidores? Não que não seja extremamente necessário e urgente aumentar o quadro de servidores e, assim, a qualidade do atendimento ao povo. Mas sabemos muito bem a que esses concursos servem. Agrada os órgãos, cujos quadros andam há muito defasados, agrada aqueles que almejam uma vaga no serviço público e agrada a população de modo geral, ávida por mais segurança. São muitos votos.

Além disso, a probabilidade de que os aprovados sejam convocados somente no ano que vem, isto é, pelo próximo governador, volta o foco para o aspirante à “continuação” do governo Jackson, o vice Belivaldo Chagas, o apagado durante três anos, mas que também no quarto e último decidiu aparecer, a começar pela participação nas festas carnavalescas pelo interior, enquanto o titular descansava. Belivaldo diz que os concursos estaduais significam a “modernização da máquina pública”, apesar do visível movimento de sucateamento e desmonte do estado, descaso com os servidores e negligência com a população que precisa dos serviços públicos.

O governador falou ainda sobre a realização de concurso para o Magistério ainda em 2018, mas este ficaria a cargo de Belivaldo, quando assumisse sua função. Vale dizer que a conta única do Governo do Estado foi bloqueada no último dia 29 pela Secretaria do Tesouro Nacional, que alega existir uma dívida de R$ 84 milhões do Estado de Sergipe. Com isso, os servidores estaduais estão sem receber o salário de março, e a realização de concursos públicos também fica comprometida.