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Santos: trabalhadores cobram deputado pela rejeição da PEC 287

Fórum em Defesa da Previdência denunciou reforma de Temer em reunião com João Paulo Papa (PSDB). Adilson Rodrigues, coordenador da Fenajufe, cobrou apoio à instalação de auditoria nas contas da previdência

Sintrajud
Hélio Batista Barboza
Fotos: Marcela Mattos

O deputado federal e ex-prefeito de Santos João Paulo Papa (PSDB) foi cobrado pelo funcionalismo público e por trabalhadores do setor privado na Baixada Santista, que denunciaram a Reforma da Previdência (PEC 287/2016) e pediram o apoio do parlamentar à rejeição da proposta. Papa reuniu-se nesta segunda-feira, 6, com representantes do Fórum Unificado em Defesa da Previdência na Baixada Santista, que reúne movimentos sociais e entidades de trabalhadores da iniciativa privada, servidores públicos e aposentados da região.

Realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de Santos (Sintracomos), a reunião foi inicialmente agendada com os sindicatos ligados à Força Sindical, mas por atuação do Sintrajud junto ao gabinete do deputado foi ampliada e contou com a participação do Fórum. O grupo de entidades busca agendar reuniões com outros parlamentares da região, no esforço para mostrar o custo político que a aprovação da reforma pode trazer a quem votar contra os trabalhadores.

A PEC 287/2016 está sendo discutida em comissão especial da Câmara dos Deputados e pode ir à votação em plenário até o final deste mês – pelo menos, essa é a intenção do governo.

Integrante da base governista, o deputado admitiu que não concorda com alguns pontos da proposta. Ele se declarou contrário à idade mínima de 65 anos, à equiparação entre homens e mulheres e à regra de transição para os que têm mais de 50 anos. Afirmou ainda que é favorável ao fim das desonerações fiscais para as empresas.

Papa disse ter conhecimento da emenda apresentada pelo deputado Paulinho da Força (SDS-SP) e outros parlamentares, que busca alterar vários itens da proposta do governo. O deputado defendeu a necessidade de reforma, mas acrescentou que, além de ouvir os dirigentes das entidades, está colhendo estudos e sugestões que possam fundamentar seu posicionamento.

“Crime de lesa-pátria”

Falando em nome do Fórum, o servidor da JF Santos e coordenador da Fenajufe Adilson Rodrigues entregou ao deputado um oficio assinado por vários sindicatos e associações da região, acompanhado de nota técnica elaborada pela Anfip e pelo Dieese. A nota rebate os argumentos usados pelo governo Temer para justificar a tentativa de desmonte da Previdência, inclusive a alegação de que o sistema é deficitário.

Adilson cobrou do deputado o apoio à instalação de auditoria nas contas da previdência, como requisito para qualquer discussão sobre mudanças no sistema. O pedido de auditoria já foi protocolado na Comissão Especial que analisa a reforma.

Enquanto isso, a proposta já provocou uma piora no atendimento à população nos órgãos públicos, disse Adilson. Ele destacou o aumento do número de pedidos de aposentadoria, justamente dos servidores mais antigos e experientes, que estão indo embora sem que suas vagas sejam preenchidas.

“A PEC 287 coloca em risco toda a estrutura de proteção social construída a partir da Constituição de 1988, sendo um crime de lesa-pátria a tentativa de restringir o acesso aos benefícios assistenciais para os brasileiros em situação de pobreza”, ressaltou o servidor.

Ele lembrou que, depois de votar contra os trabalhadores durante a reforma da previdência do governo Lula, em 2003, as deputadas Telma de Souza e Mariângela Duarte, ambas do PT, não conseguiram se reeleger.

Dia de protestos

Nesta quarta-feira, 8, os servidores do Judiciário Federal na Baixada Santista juntam-se às demais categorias e movimentos sociais que integram o Fórum Unificado em Defesa da Previdência em um ato público marcado para as 12h em frente à JF Santos (Praça Barão do Rio Branco, 30 – Centro).

Às 16h30, os servidores participam das atividades culturais em comemoração ao Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadores, na Estação Cidadania. Às 18h30, haverá uma marcha pelas ruas do centro de Santos em defesa dos direitos das mulheres e contra a violência machista.

Na capital, os servidores fazem assembleia geral na avenida Paulista, em frente ao Fórum Pedro Lessa da Justiça Federal, às 15h. Em todo o Estado, haverá paralisação de 3 horas e a realização de atos e manifestações contra a reforma da Previdência e em celebração ao Dia das Mulheres.

O dia deve ser de protestos também em outros estados e em diversas partes do mundo, tendo as mulheres como protagonistas na mobilização pelo fim das discriminações de gênero e da violência contra elas. Além disso, o 8 de março será de combate a projetos que acentuam a desigualdade social e levam à retirada de direitos dos que trabalham.

 

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