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Greve do Judiciário Federal no Maranhão é suspensa após 115 dias, mas servidores seguem pressionando pela derrubada do veto de Dilma que impede fim do congelamento salarial

Sintrajufe/MA

Em Assembleia Geral ocorrida na Sede do Tribunal Regional Eleitoral nesta quinta-feira, 1º de outubro, os servidores das justiças Trabalhista, Eleitoral e Federal decidiram suspender a greve, que chegou a 115 dias nesta sexta-feira, dia 2. Eles retomam as atividades a partir da segunda-feira, 5.

Os servidores suspenderam a paralisação, mas mantêm o estado de greve, podendo voltar a parar as atividades caso considerem necessidade de aumentar a pressão pela votação do Veto 26, ainda sem definição pelo Congresso Nacional. A expectativa era que o veto da presidenta Dilma Rousseff ao PLC 28, que repõe perdas de nove anos sem reajuste salarial, fosse apreciado na última quarta-feira, 30, mas, em razão das manobras do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), mais uma vez a questão não foi decidida.

Os trabalhadores do Judiciário Federal mobilizam-se em todo o Brasil pela derrubada do veto, articulando apoio de parlamentares em todos os estados. No Maranhão, toda a bancada de deputados federais e senadores já foi procurada, com quase a totalidade se pronunciando a favor dos servidores (inclusive assinando carta de compromisso e posando para fotos), e alguns poucos que ainda não declararam abertamente posição.

NOVA PARALISAÇÃO - Durante a Assembleia Geral realizada pelo Sintrajufe no TRE/MA nesta quinta-feira, os servidores aprovaram ainda, mesmo com o retorno, realizar nova paralisação (Apagão) de advertência pela derrubada do Veto na terça-feira, 6: é que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB/AL), agendou para essa data mais uma Sessão de apreciação dos vetos pelo Congresso Nacional, na qual pode ser apreciado o Veto 26.

Nesse dia, os servidores estarão concentrados a partir das 13h na Sede da Justiça Eleitoral do Maranhão, no bairro da Areinha, em São Luís, para acompanhar os acontecimentos em Brasília. Foi escolhido o TRE devido a ser o órgão responsável pelas eleições, o que é uma forma de dar um recado aos parlamentares: a paralisação da terça-feira servirá de alerta para o que poderá acontecer no próximo ano (eleições municipais) caso não se consiga avançar na pauta de reivindicações por valorização da categoria. "Sem os servidores as eleições não acontecem", lembraram eles durante a Assembleia.

Além disso, os servidores estão mais uma vez envidando esforços para enviar nova caravana à Capital Federal. Isso acontece toda vez que o veto é pautado, com servidores de todo o país comparecendo para acompanhar os trabalhos, pressionar pela realização da Sessão e pela derrubada do veto, além de participarem dos atos públicos nacionais dos servidores do Judiciário Federal, como acontecem toda vez que há a expectativa da votação.

Sobre o retorno ao trabalho, pesou nessa decisão da Assembleia o compromisso com a sociedade, apesar de eles terem consciência de que a culpa pela suspensão dos serviços à população ser do governo Dilma, que segundo eles não respeita os trabalhadores e não quer um judiciário autônomo e independente. 

Isso entretanto não os afastou da batalha pela recomposição de seus salários, cujas perdas nem chegarão a ser totalmente cobertas com a derrubada do veto de Dilma, embora o governo federal insista em tentar passar para a população a ideia de que a valorização dos servidores que lidam diariamente com a justiça provocaria desequilíbrio nas contas públicas (na verdade, o Poder Judiciário é superavitário, e repassa ao Tesouro, anualmente, bilhões de reais). Essas avaliações foram feitas pelos participantes da Assembleia, que permanecem na greve até esta sexta-feira para aproveitar esse dia para se mobilizarem em busca de recursos para o envio de nova caravana a Brasília.

A greve encerrou-se nesta sexta-feira, dia 2, após 115 dias de paralisação que atingiu várias cidades do Maranhão. 

PLENÁRIA NACIONAL DA CATEGORIA 

A Assembleia Geral elegeu ainda os representantes do Maranhão para a Plenária Nacional da Federação dos Servidores do Judiciário Federal, que acontecerá de 23 a 25 de outubro, em João Pessoa, na Paraíba, e onde certamente a grande greve deste ano e seus resultados serão amplamente discutidos, além de outros itens da ordem do dia dos servidores.

Foram eleitos Simei e Eduardo, ambos da Justiça Federal, tendo ficado como suplente Alzira, também da JF. Além dos dois, participará mais um representante da Direção Colegiada do Sintrajufe, como explicado durante a Assembleia.

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