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Sintrajufe/RS faz grande ato no dia 3 de outubro, na retomada da mobilização do Judiciário Federal no estado


“Vem pra rua, vem” foi a frase mais ouvida hoje, pelos servidores do Judiciário Federal, que fizeram paralisação e um grande ato público que bloqueou a avenida Praia de Belas, em Porto Alegre, no sentido bairro-Centro. Estavam presentes colegas de Porto Alegre, Canoas e Novo Hamburgo, além de aposentados, que coloriram a rua com faixas e bandeiras.


Desde a parte da manhã, servidores se concentraram nas varas trabalhistas, onde assistiram ao vídeo de mobilização do sindicato e à reportagem do “Bom dia, Rio Grande” sobre a colocação de faixas em vários pontos da cidade, na madrugada de ontem. Também pela manhã, grupos de servidores fizeram passagem nos prédios da capital, convidando os colegas que não pararam a participarem do ato.


À tarde, servidores das justiças Federal e Eleitoral uniram-se aos demais e, juntos, saíram em caminhada das varas trabalhistas até o TRT, onde foi realizado o ato público. “Não é brincadeira: o Judiciário não tem plano de carreira” e “Corte de função é desvalorização” foram algumas das palavras de ordem gritadas em coro, acompanhadas por um grupo de percussão. Quando o grupo passou em frente às agências da Caixa Econômica Federal e do banco Itaú, o diretor Cristiano Moreira manifestou solidariedade aos bancários, “que estão construindo uma grande luta”, e lembrou a farra que os banqueiros e as empreiteiras estão promovendo com o dinheiro público.


No ato público, o diretor Fagner Azeredo disse que o ato demonstra que a categoria não está satisfeita com o salário, com a carreira e com as condições de trabalho. “Hoje é um marco do início de nossa campanha salarial, temos que lutar por reenquadramento, antecipação da GAJ, data-base, plano de carreira”, afirmou, lembrando que a assembleia geral do dia 28 de setembro aprovou a criação de GT de carreira, aberto à categoria. “A Dilma não está preocupada com nosso voto, mas com nosso silêncio”, continuou o diretor, “assim como o governo Tarso, que persegue os movimentos sociais e a juventude. Estamos lutando também nesses dias de chumbo que estamos vivendo no Rio Grande do Sul pelo direito de manifestação”.


Ao longo do primeiro mês de gestão, encerrado ontem, a direção jogou toda a estrutura e a energia no ato público, avaliou o diretor Ruy Almeida. Ele ressaltou que os desafios para categoria são nacionais, mas também locais. “Se com o governo do PT amargamos cerca de 45% de perdas, no dia a dia temos sobrecarga de trabalho; portanto, não aceitamos mais corte de ponto em greve, arrocho salarial. Aqui no estado, mais de cem famílias tiveram corte na sua remuneração”, afirmou, referindo ao corte de 112 FC na Justiça do Trabalho. O diretor mostrou que o TRT usa a resolução 63 quando convém, para cortar FC, mas não quando beneficiaria os servidores, como, por exemplo, para implementar FC4 de calculistas. “Somos feitos de cobaias com o Pje e, ao mesmo tempo, sofremos corte de remuneração. Não aceitaremos. O pontapé inicial foi dado, com este ato; vamos retomar a luta com força”, concluiu.


“As palavras são poucas para dizer tudo o que flui do nosso peito em indignação”, disse o diretor Paulinho Oliveira. O diretor ressaltou que as mobilizações da categoria fazem a luta, e que somente a luta levará à vitória. Paulinho utilizou dados para mostrar o descaso do governo: o governo Dilma entrega aos bancos, por dia, R$ 2,8 bilhões, a título de juros da dívida. Só para lembrar, o PCS custaria R$ 8 bilhões, ou seja, três dias de juros pagos aos bancos. A saúde e a educação, por seu turno, recebem 15% do que o governo entrega para os banqueiros. “Exigimos transparência e uma auditoria da dívida pública”, disse o dirigente, para quem também é fundamental um novo modelo remuneratório, com um plano de carreira, que contemple a valorização profissional.


A colega da Justiça Eleitoral Ana Margareth Gonçalves da Silva falou sobre a importância de todos na luta dos servidores, da união dos servidores em torno de uma pauta comum. “Diferenças são da vida, são naturais, disse ela, mas temos de nos ater ao que unifica.” Aplaudida, ela propôs um novo recomeço, com todos na luta pela categoria.


A principal tarefa da categoria no próximo período é a reconstrução da mobilização, disse o diretor Cristiano Moreira. “Só com a categoria na rua vamos reverter o quadro atual, em que Dilma arrocha nossos salários, o STF envia projeto de reajuste apenas para seus ministros e o TRT, que deveria proteger os direitos dos trabalhadores, toma decisões arbitrárias como a de cortar a remuneração de 112 servidores”, disse Cristiano. O diretor convidou todos a aprenderem com as jornadas de junho, mobilizações que impediram o reajuste das passagens: “É com luta que podemos alcançar vitórias; só assim vamos derrotar o governo, que, em sete anos, nos levou a 45% de perdas salariais”. O ato público deste 3 de outubro deixou um recado ao governo e às administrações, afirmou Cristiano: “A paciência acabou e, se nós não formos ouvidos, não formos valorizados, nós vamos voltar e com mais gente na rua”.

O último a falar no ato público, o colega Alan Carlos da Silva, da JT, destacou que, nos tribunais, a subjetividade, que tem caráter pessoal, subjetivo, político, é o que vale para escolher quem ganha mais, quem ganha FC. E isso tem de ser discutido no plano de carreira. Do contrário, os servidores continuarão reféns do atual sistema.

A direção do Sintrajufe/RS avalia que o ato, que foi o maior do Judiciário Federal no Brasil neste 3 de outubro, marcado pela grande participação da categoria, é um excelente recomeço para enfrentar o arrocho salarial e os ataques do governo Dilma no próximo período. Só com luta podemos retomar o caminho das vitórias.

Por Rosane Vargas, Sintrajufe/RS

 

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