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Reunião ampliada aprova, por unanimidade, manutenção e ampliação da greve

Delegados definem ato nacional em Brasília no dia 30 de agosto e nova reunião ampliada dia 31

Manter, ampliar e fortalecer a greve por tempo indeterminado em todo o país foram os desafios apontados pelos servidores que participaram da reunião ampliada da Fenajufe, realizada nesta quinta-feira (16), em Brasília. Por unanimidade, os 73 delegados, eleitos em assembleia geral nos estados, aprovaram a continuidade do movimento grevista, com a intensificação das mobilizações nas próximas semanas, para que as adesões se ampliem em nível nacional, com a entrada daqueles estados que ainda não deflagraram o movimento, se juntando aos colegas do Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia.  

Em todas as intervenções feitas ao longo do dia, foi reafirmada a necessidade do fortalecimento da luta, considerando que até o momento não há qualquer acordo fechado entre o governo, o Judiciário e o MPU para aprovar os planos de cargos e salários da categoria. A avaliação dos servidores que participaram da ampliada é que a única forma de barrar a política intransigente do governo Dilma de congelamento salarial e de retaliação às greves dos servidores, com a adoção de medidas antidemocráticas, é a intensificação da luta unificada, com a participação de todos os estados. “No DF, a greve está forte em vários locais de trabalho. Temos tido novas adesões e conseguimos realizar grandes atos essa semana no TSE, TST e STF. Mas precisamos que os demais estados entrem no movimento, para fortalecer a nossa luta. O momento exige uma greve ainda mais forte para tirar Dilma de sua posição de reajuste zero”, afirmou o coordenador da Fenajufe Cledo Vieira, ao reforçar a importância da participação de todos os estados na greve.

A reunião desta quinta-feira, um dia após a Marcha Nacional unificada do funcionalismo federal, que contou com a presença de servidores do Judiciário Federal e do MPU, também apontou a necessidade de um grande ato público em Brasília, além das manifestações nos estados como parte das atividades de mobilização da greve. Para isso, foi aprovada a realização de um ato no dia 30 de agosto, na capital federal, um dia antes do prazo final para o governo enviar ao Congresso Nacional a proposta orçamentária de 2013. Esse ato, que será no Superior Tribunal de Justiça, também será denominado de “Bota fora de Ari Pargendler”, para marcar a saída do ministro da Presidência do STJ e denunciar as decisões do tribunal em relação à greve dos servidores. “O STJ tem sido um algoz contra o direito de greve dos servidores, julgando ações que estabelecem percentuais mínimos para a greve e que permitem o corte de ponto. Precisamos denunciar essa política do Judiciário, que acaba sendo conivente com o governo”, afirmou a coordenadora Jacqueline Albuquerque, que também defendeu que a Fenajufe e os sindicatos façam uma campanha pela revogação do Decreto 7777/12, baixado há duas semanas pela presidente Dilma, que determina a substituições de servidores federais em greve por servidores estaduais e municipais. A proposta também foi aprovada como resolução da ampliada de hoje.

Outro diretor da Fenajufe que chamou a categoria para a greve e defendeu a unidade do movimento foi o coordenador Jean Loiola, que criticou as recentes medidas adotadas pelo governo. “Quem faz a greve é a categoria. Por isso, nesse momento quero estar ao lado de quem está nessa batalha, independentemente de qual partido ou corrente política ele esteja. Somente com a unidade conseguiremos combater as atitudes do governo, que para agravar ainda mais o cenário baixou ontem um pacote, que embora ele denomine de concessão nada mais é que um pacote de privatização que se inicia nas estradas e ferrovias, mas que, conforme divulgado na imprensa, se estenderá aos portos e aos aeroportos”, disse Jean, se referindo às medidas anunciadas nesta quarta-feira (15) pela presidenta, permitindo que a iniciativa privada administre, em regime de concessão, 7,5 mil quilômetros de rodovias e 10 mil quilômetros de ferrovias, com o aporte pelo BNDES de 65% a 80% dos custos do investimento.

Reunião ampliada dia 31 de agosto e instalação imediata do Comando Nacional de Greve

Um dia após o ato do STJ, a Fenajufe realizará em 31 de agosto outra reunião ampliada para avaliar o andamento das conversas entre o STF e o Palácio do Planalto e definir os rumos do movimento. Nesse dia, o Ministério do Planejamento enviará ao Congresso Nacional a proposta final da Lei Orçamentária Anual de 2013 e, por isso, a ampliada terá condições de avaliar se os valores referentes às duas parcelas dos PCSs em 2013 estarão garantidos, conforme proposta enviada nesta quarta (15) pelos tribunais superiores à Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Para participar da ampliada, os sindicatos terão que eleger seus delegados em assembleia geral, convocada para este fim.

A reunião desta quinta-feira aprovou, ainda, a instalação imediata do Comando Nacional de Greve a partir da próxima semana. A orientação é que todos os sindicatos cuja base esteja em greve enviem um representante para participar das reuniões do Comando Nacional, que também é formado pelos diretores da Fenajufe.

Outra resolução aprovada na ampliada define o posicionamento político da Fenajufe com o mote “Fora Dilma e toda a cúpula do governo”. Os servidores que defenderam essa proposta afirmaram que a Federação precisa ter um posicionamento político sobre o tipo de postura que a presidenta Dilma vem adotando em relação aos servidores e que é preciso ficar claro que a categoria não concorda com essa política de arrocho e congelamento salarial.

Para o coordenador Zé Oliveira, que coordenou os trabalhos da reunião ampliada, em que pese algumas divergências apontadas durante as intervenções, a reunião de hoje serviu para mostrar que os sindicatos e a Fenajufe estão dispostos a fortalecer o movimento para pressionar por avanços nas negociações entre o STF, o MPU e o governo e finalmente conquistar a aprovação da revisão salarial. “A ampliada pôde avaliar o cenário da luta em todos os estados e orientar aos que ainda não conseguiram aprovar a greve que intensifiquem as atividades para convencer os colegas sobre a importância da adesão ao movimento. Cada dirigente sindical tem como desafio voltar para seus estados e na próxima semana garantir a ampliação do quadro da greve”, enfatizou Zé Oliveira.  

Da Fenajufe – Leonor Costa

 

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