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Senado Federal cassa mandato de senadora por abuso de poder

 Em reunião remota na quarta-feira (15), a Mesa Diretora do Senado Federal decidiu decretar a perda de mandato da senadora Juíza Selma (Podemos-MT).

 

A então juíza Selma Rosane Santos Arruda, hoje aposentada, ficou reconhecida nacionalmente por sua atuação no combate a corrupção de políticos em Mato Grosso, seu estado de origem. Se valendo da notoriedade, a magistrada aposentou em 2018 e se filiou ao partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), se elegendo senadora com o maior número de votos no estado.

A ex-senadora ficou conhecida como "Moro de Saias" quando estava ainda em campanha eleitoral numa comparação ao ministro Sérgio Moro. O ministro estava em evidência na época com o discurso de acabar com a corrupção do País. A Juíza Selma usou esse discurso como espelho e seus eleitores jamais poderiam imaginar que ela viesse a ter o mandato cassado justamente por aquilo que mais combatia: a corrupção.

Se ocultando no slogan de corruptos na cadeia,  Juiza Selma deixou de comprovar gastos de campanha para a Justiça Eleitoral de Mato Grosso e cometeu crime eleitoral ao contratar propaganda antes do prazo estipulado pelo TSE. Começava aí sua derrocada.

Selma Arruda foi relatora do PL-116/2017, que estabelece novas regras para avaliação e demissão do servidor público estável por mau desempenho. O Projeto teve o relatório aprovado em julho de 2019 sem passar pelas comissões por determinação da Juíza que declarou urgência/urgentíssima no dia da votação, levando o projeto diretamente para o plenário.

Mesmo com atuação contrária dos servidores públicos do Brasil inteiro em seus vários segmentos, a aprovação do relatório traz insegurança e instabilidade no serviço público, uma vez que, a chefia pode se valer do mau desempenho e vir a demitir o servidor por perseguição pessoal e política, fortalecendo o assédio moral tão presente no funcionalismo público. Atualmente o PL 116 se encontra na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

A queda da Senadora representa uma vitória para aqueles que travam uma luta incessante para varrer do cenário político, figuras oportunistas que conseguem se eleger com discursos fake, se valendo da ingenuidade do povo. A cassação do seu mandato anuncia também, novas perspectivas na política e uma esperança de que nem tudo fica impune.

A vaga da ex-senadora deve ser ocupada pelo ex-vice-governador de Mato Grosso Carlos Fávaro (PSD), terceiro colocado no pleito de 2018 e responsável pela ação contra Selma.

Joana Darc Melo, da Fenajufe

 

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