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Um “Norte” para Fenajufe

Por Luis Claudio Corrêa, militante do Sitraam e dirigente da Fenajufe

Este artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria da Fenajufe

Vivemos o século XXI. A grande massa talvez acredite que, por termos completado 500 anos de pretenso descobrimento, 125 de república e 25 anos de uma Constituição “Cidadã”, nós tenhamos conseguido eliminar as várias formas de preconceito e segregação social, sejam eles por raça, etnia, condição econômica, gênero, etc.

Porém, na militância sindical, percebemos que sequer conseguimos banir tal sentimento das nossas instituições de base. Não temos uma pauta progressista para inserção das mulheres na representatividade sindical, dos negros, dos portadores de deficiência. Nossa pauta é marcada por temas como subsídio, aprovação de Funções, e outros no velho estilo de concessão para que o pensamento sindical possa sobreviver.

Mas essa anomia do movimento gera as condutas desviantes que fortalecem o preconceito nas entidades. Um bom exemplo foram os três anos em que o conselho fiscal da Fenajufe com maioria do grupo Lutafenajufe fez sucessivos relatórios punitivos a um companheiro da região Norte que acabou inocentado no Congresso de Minas Gerais.

A coercitividade não parou por aí. Na atual gestão da Federação, o campo majoritário integrado pelo grupo lutafenajufe impõe a política de segregação etnocêntrica. Faz-se a figura do grande gerente que prega a inviabilidade financeira da entidade como forma de impossibilitar a participação dos companheiros da região Norte no quadro da Federação em decorrência de “preços”, sejam de passagens ou hospedagem, mas que não restringe a participação dos integrantes do grupo lutafenajufe, vindo eles de qualquer região, desde que não seja do Norte.

Esses mesmos companheiros nortistas que viabilizaram a emenda parlamentar que resultou na possibilidade de reajuste dos benefícios dos servidores públicos, que viabilizaram projeto de lei propondo a anistia aos servidores grevistas, que participaram ativamente dos movimentos reivindicatórios salariais ou contrarreformistas, encontram impedimentos de participação no colegiado baseados em “bilhetagem aérea”.

Como no discurso “anticotas”, do igual para os iguais, o grupo dissemina o preconceito contra os representantes das entidades da região Norte baseados em princípios capitais de austeridade para ver sua sobrevivência a cada reunião das instâncias da Federação. Princípios capitalistas para pseudo-socialistas.

Nossas entidades do Norte não são reféns da história. Não foi debaixo de nossa responsabilidade que a Fenajufe teve um grande desfalque até hoje não explicado. Lutamos por uma Federação plural, representativa e de luta. Esse é o nosso Norte para a Fenajufe.

 

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