Luciano Beregeno
Fotos: Joana Darc Melo/Fenajufe
Na continuação do debate de conjuntura na tarde do sábado (26/11), representantes das centrais sindicais conclamaram os servidores do PJU e MPU a construírem a unidade da luta contra o desmonte do estado e a precarização do serviço público, patrocinados pelo governo, Congresso Nacional e STF. Materializado na PEC 55 que congela os investimentos sociais e acelera o desmonte do serviço público e nas reformas trabalhista e da Previdência, o retrocesso deve ser combatido com a união dos trabalhadores do setor público e da iniciativa privada.
Essa união, segundo Jaqueline Albuquerque, representante da CUT no debate, já estava em discussão na central antes mesmo de 2015, inicialmente para barrar o impeachment, que a entidade classifica de golpe contra Dilma Rousseff. Na avaliação da representante cutista, a chegada de Michel Temer (PMDB) à presidência da República tem um objetivo específico que é a retirada de direitos dos trabalhadores, expresso na PEC 241 e no PLP 257.
União da classe trabalhadora também foi a defesa do representante da CSP-Conlutas, Saulo Arcangeli. Saulo lembrou que a central nasceu do rompimento com o governo Lula e com a CUT, quando do anúncio da reforma da Previdência em 2003. Agora, mais uma vez diante dos ataques do governo contra trabalhadores e trabalhadoras e o risco de redução dos investimentos em saúde e educação, a central trabalha pela construção da greve geral e da unidade dos trabalhadores.
Representante da CTB, Renato Moreira avaliou que as ameaças aos trabalhadores já existiam no governo do PT, porém com menos força. Para ele, a hora é de unir forças para combater o retrocesso anunciado e que ainda poderá se agravar. Ele alerta para o risco de uma eleição indireta em que o presidente da República seria eleito por um Congresso extremamente suspeito, pelo número de parlamentares envolvidos em denúncias de corrupção.
O debate sobre a necessidade de mobilização e unificação da luta dos servidores do PJU e MPU com os demais segmentos sociais deu o tom desde a abertura da XX Plenária. O momento é grave. Além das medidas anunciadas pelo governo para redução nos investimentos sociais com o apoio do Congresso Nacional, também a Justiça do Trabalho passa por um processo de fragilização nascido na pauta prioritária do empresariado.